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Uems Assist Adm Conhecimentos Especificos PDF
Uems Assist Adm Conhecimentos Especificos PDF
Assistente Administrativo
1. Protocolo, registro, tramitação, expedição, arquivamento de documentos........................................................................................01
2. Noções de conservação e preservação de acervos documentais.............................................................................................................02
3. Noções na área de recursos humanos e materiais..........................................................................................................................................09
4. Noções e princípios de licitações públicas (Lei nº 8.666, de 21/06/1993)............................................................................................25
5. Comunicação, relações interpessoais nas organizações e trabalho em equipe.................................................................................52
6. Elaboração de organogramas, fluxogramas e cronogramas.....................................................................................................................72
7. Contratos administrativos...........................................................................................................................................................................................74
8. Atendimento aos públicos interno e externo....................................................................................................................................................75
9. Estrutura administrativa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Resolução COUNI-UEMS Nº 468, de 06 de
julho de 2016).......................................................................................................................................................................................................................79
10. Atribuições dos órgãos executivos e dos órgãos de assessoramento e apoio dos órgãos executivos superiores da Uni-
versidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Resolução COUNIUEMS Nº 479, de 23 de junho de 2016)....................................81
11. Fundamentos, conceitos e normas gerais da redação oficial (Manual de Regras Básicas para Elaboração de Atos Admi-
nistrativos e de Correspondências (Decreto Estadual nº 14.332, de 3 de dezembro de 2015)........................................................81
12. Regimento do Conselho de Ética da Universidade Estadual de Mato Gro........................................................................................90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
necessitam do uso de documentos se tornarão mais fáceis Há um consenso entre os conservadores, no sentido de
para todos que venham a executá-las., proporcionado assim que tanto a permanência referente à estabilidade química,
um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica cla- ao grau de resistência de um material à deterioração todo o
ro que o protocolo pode ser uma saída para os problemas tempo, mesmo quando não está em uso quanto à durabili-
mais comuns de tramitação documental, desde que utilizado dade referente à resistência física, ou seja, à capacidade de
da forma correta. Do contrário, a implantação deste sistema resistir à ação mecânica sobre livros e documentos, estão
pode ocasionar outros problemas, talvez de cunho ainda diretamente relacionados com as condições ambientais em
maior. que esses materiais são acondicionados. Esses dois fatores
Fonte: https://centraldefavoritos.wordpress. estão de tal forma interligados que materiais de origem
com/2010/12/06/protocolo/ orgânica quando se deterioram quimicamente perdem
também sua resistência física. Em outras palavras, há uma
estreita relação entre a longevidade dos suportes da escri-
2. NOÇÕES DE CONSERVAÇÃO E ta, quer sejam em papel, pergaminho ou outros materiais,
e as condições climáticas do ambiente onde se encontram.
PRESERVAÇÃO DE ACERVOS DOCUMENTAIS. O controle racional e sistemático de condições am-
bientais não reduz apenas os problemas de degradação,
mas também e principalmente evita seu agravamento.
CONSERVAÇÃO: É um conceito amplo e pode ser pensa- A política moderna de conservação a longo prazo
do como termo que abrange pelo menos três (3) ideias: pre- orienta-se pela luta contra as causas de deterioração, na
servação, proteção e manutenção. busca do maior prolongamento possível da vida útil de li-
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de vros e documentos. Dentro desta perspectiva, padrões de
arte, etc.) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos conduta devem ser adotados, tais como:
e biológicos que os atacam. • Formular um diagnóstico do estado geral de con-
O principal objetivo portanto da conservação é o de es- servação da obra e uma proposta quanto aos métodos e
tender a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o trata- materiais que poderão ser utilizados durante o tratamento;
• Documentar todos os registros históricos porventura
mento correto. Para isso é necessário permanente fiscalização
encontrados, sem destruí-los, falsificá-los ou removê-los.
das condições ambientais, manuseio e armazenamento.
• Aplicar um tratamento de conservação dentro do li-
A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio
mite do necessário e orientar-se pelo absoluto respeito à
cultural consistindo na conservação desses patrimônios em
integridade estética, histórica e material de uma obra;
seus estados atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer
• Adotar a princípio de reversibilidade, que é o leitmo-
danos e destruição causadas pela umidade, por agentes quí-
tiv atual do desenvolvimento e aplicação do método de
micos e por todos os tipos de pragas e de microrganismo. A
conservação em livros e documentos, pois é importante
manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção. ter sempre em mente que um procedimento técnico, assim
Os acervos das bibliotecas são basicamente constituídos como determinados materiais, são sempre alvo de cons-
por materiais orgânicos e, como tal, estão sujeitos a um con- tantes pesquisas e que isto propicia um futuro técnico-
tínuo processo de deterioração. científico mais promissor à segurança de uma obra.
A conservação, enquanto matéria interdisciplinar, não Fumigação é um tipo de controle de pragas através do
pode simplesmente suspender um processo de degradação, tratamento químico realizado com compostos químicos ou
já instalado. formulações pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis
Pode, sim, utilizar-se de métodos técnico-científicos, (no estado de vapor ou gás) em um sistema hermético, vi-
numa perspectiva interdisciplinar, que reduzam o ritmo tanto sando a desinfestação de materiais, objetos e instalações
quanto possível deste processo. que não possam ser submetidas à outras formas de trata-
Sobre todo legado histórico que se traduza como bem mento. Essa técnica causa dano ao documento, não deven-
cultural, na medida em que representa material de valor pre- do ser utilizada.
sente e futuro para a humanidade, a inexorável possibilidade
de degradação atinge proporções de extrema responsabili- RESTAURAÇÃO: A restauração preventiva tem por ob-
dade. jetivo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilida-
É cientificamente provado que o papel degrada-se rapi- de do objeto. Em uma restauração nenhum fator pode ser
damente se fabricado e, ou acondicionado sob critérios inde- negligenciado, é preciso levantar a história, revelar a tecno-
vidos. Por mais de um século tem-se fabricado papel desti- logia empregada na fabricação ou a técnica de impressão
nado à impressão de livro com alto teor de acidez. Sabemos utilizada e traçar um plano de acondicionamento do objeto
perfeitamente que a acidez é uma das maiores causas da restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de dete-
degradação dos papéis. Na mesma medida, o acondiciona- rioração do futuro. Podemos dizer que é melhor: Conservar
mento de obras em ambientes quente e úmido gera efeitos e preservar para não restaurar.
danosos, tais como: reações que se processam a nível quími- Agentes exteriores que danificam os documentos:
co e que geralmente enfraquecem as cadeias moleculares de
celulose, fragilizando o papel. Esse fato concorre para que 1. físicos
todos os acervos bibliográficos estabeleçam controles am- Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes
bientais próprios dentro de parâmetros precisos. no processo de degradação dos materiais bibliográficos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE AR-
que as condições de conservação sejam boas. O papel fica QUIVOS
com sua cor original alterada e se torna frágil e isto se chama Conhecendo-se a natureza dos materiais componen-
envelhecimento natural. tes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar
papel que a deficiência de água. elementos nocivos e traçar políticas de conservação para
minimizá-los.
2. químicos Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte,
índice de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto uma per- revistas, manuscritos etc., que utilizam, em grande parte,
manência duvidosa. Somemos ao elevado índice de acidez, o o papel como suporte da informação, além de tintas das
efeito das altas temperaturas predominante nos países tropicais mais diversas composições.
e subtropicais e uma variação da umidade relativa, teremos um O papel, por mais variada que possa ser sua com posi-
quadro bastante desfavorável na conservação de documentos ção, é formado basicamente por fibras de celulose prove-
em papel. Dentre as causas de degradação do papel, podemos
nientes de diferentes origens.
citar as de origem intrínseca e as de origem extrínsecas.
Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos áci-
dos, ainda que nas condições de conservação mais favoráveis. oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da
A poluição atmosférica é uma das principais causas da degra- maioria dos documentos, que é o papel.
dação química. A degradação da celulose ocorre quando agentes no-
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na civos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fa-
documentação. Foi e é usada para escrever em papéis, per- zendo com que se agreguem a elas novos componentes
gaminhos e materiais similares, desde que o homem sentiu que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam rea-
necessidade de registrar seu avanço técnico e cultural, e é ain- ções químicas que levam ao rompimento das cadeias ce-
da indispensável para a criação de registros e para atividades lulósicas.
relacionadas aos interesses de vida diária. A acidez e a oxidação são os maiores processos de
deterioração química da celulose. Também há os agentes
3. biológicos físicos de deterioração, responsáveis pelos danos mecâni-
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves da- cos dos documentos. Os mais frequentes são os insetos, os
nos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e documen- roedores e o próprio homem.
tos preciosos. Os principais insetos são: Por isso, considera-se agentes de deterioração dos
Anobiídeos (brocas ou carunchos) acervos de bibliotecas e arquivos aqueles que levam os do-
Thysanura (traça) cumentos a um estado de instabilidade física ou química,
Blatta orientalis (barata) com comprometimento de sua integridade e existência.
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte Embora, com muita frequência, não possamos elimi-
deles produzem pigmentos que mancham o papel. nar totalmente as causas do processo de deterioração dos
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a preven- documentos, com certeza podemos diminuir consideravel-
ção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até mente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o
20% do total do documento. manuseio, as intervenções e a higiene, entre outros.
Antes de citar os principais fatores de degradação, tor-
4. ambientais: na-se indispensável dizer que existe estreita ligação entre
Ventilação - é um outro fator a considerar como elemen-
eles, o que faz com que o processo de deterioração tome
to que favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos,
proporções devastadoras.
quando há pouca aeração.
Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvol- Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos
vimento dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é acervos podemos classificar os agentes de deterioração
a presença de pó. em Fatores Ambientais, Fatores Biológicos, Intervenções
Impróprias, Agentes Biológicos, Furtos e Vandalismo.
5. humanos: O Homem, ao lado dos insetos e microrga-
nismos é um outro inimigo dos livros e documentos, embo- 1. Fatores ambientais
ra devêssemos imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso Os agentes ambientais são exatamente aqueles que
guardião dos mesmos. existem no ambiente físico do acervo: Temperatura, Umi-
dade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar.
PRESERVAÇÃO: É uma política adotada nas empresas Num levantamento cuidadoso das condições de con-
para a conservação dos documentos. Essa técnica é prove- servação dos documentos de um acervo, é possível iden-
niente das áreas de Arquivologia, da biblioteconomia e mu- tificar facilmente as consequências desses fatores, quando
seologia preocupado com a manutenção ou a restauração do não controlados dentro de uma margem de valores acei-
acesso a artefatos, documentos e registros através do estu- tável.
do, diagnóstico, tratamento e prevenção de danos e da de- Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto.
terioração. Deve ser distinguida da conservação, que se re- Sem a pretensão de aprofundar as explicações cien-
fere ao tratamento e reparo de itens individuais sob a ação tíficas de tais fatores, podemos resumir suas ações da se-
de degradação lenta ou à restauração de sua usabilidade. guinte forma:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umi- - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no
dade contribuem significativamente para a destruição dos controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto
documentos, principalmente quando em suporte papel. O em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida
desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O ca- limitado).
lor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações - Cuidados especiais devem ser considerados em exposi-
químicas, inclusive as de deterioração, é dobrada a cada ções de curto, médio e longo tempo:
aumento de 10°C. A umidade relativa alta proporciona as - não expor um objeto valioso por muito tempo;
condições necessárias para desencadear intensas reações - manter o nível de luz o mais baixo possível;
químicas nos materiais. Evidências de temperatura e umi- - não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
dade relativa alta são detectadas com a presença de co- - proteger objetos com filtros especiais;
lônias de fungos nos documentos, sejam estes em papel, - certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais
couro, tecido ou outros materiais. que não danifiquem os documentos.
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa
transparece em documentos distorcidos e ressecados. 1.3 Qualidades do ar
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar O controle da qualidade do ar é essencial num programa
são muito mais nocivas do que os índices superiores aos de conservação de acervos. Os poluentes contribuem pesa-
considerados ideais, desde que estáveis e constantes. To- damente para a deterioração de materiais de bibliotecas e
dos os materiais encontrados nos acervos são higroscópi- arquivos.
cos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas só-
e, portanto, se expandem e se contraem com as variações lidas – que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente
de temperatura e umidade relativa do ar. externo e os gerados no próprio ambiente.
Essas variações dimensionais aceleram o processo de Os poluentes externos são principalmente o dióxido de
deterioração e provocam danos visíveis aos documentos, enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozônio
ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos (O3). São gases que provocam reações químicas, com forma-
papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas ção de ácidos que causam danos sérios e irreversíveis aos ma-
emulsões de fotos etc.. teriais. O papel fica quebradiço e descolorido; o couro perde
O mais recomendado é manter a temperatura o mais
a pele e deteriora.
próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a
As partículas sólidas, além de carregarem gases poluen-
50%, evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C
tes, agem como abrasivos e desfiguram os documentos.
de temperatura e 10% de umidade relativa.
Agentes poluentes podem ter origem no próprio am-
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qual-
biente do acervo, como no caso de aplicação de vernizes,
quer projeto de mudança, é feito através do termo higrô-
madeiras, adesivos, tintas etc., que podem liberar gases preju-
metro (aparelho medidor da umidade e temperatura simul-
taneamente). diciais à conservação de todos os materiais.
A circulação do ar ambiente representa um fator bas-
tante importante para amenizar os efeitos da temperatura 2. Agentes biológicos
e umidade relativa elevada. Os agentes biológicos de deterioração de acervos são,
entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedo-
1.2 Radiação da luz res e os fungos, cuja presença depende quase que exclusiva-
Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite mente das condições ambientais reinantes nas dependências
radiação nociva aos materiais de acervos, provocando con- onde se encontram os documentos.
sideráveis danos através da oxidação. Para que atuem sobre os documentos e proliferem, ne-
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escu- cessitam de conforto ambiental e alimentação. O conforto
recido. As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a ambiental para praticamente todos os seres vivos está basi-
legibilidade dos documentos textuais, dos iconográficos e camente na temperatura e umidade relativa elevadas, pouca
das encadernações. circulação de ar, falta de higiene etc.
O componente da luz que mais merece atenção é a ra-
diação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo 2.1 Fungos
que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e Os fungos representam um grupo grande de organismos.
irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artifi- São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em dife-
cial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio) rentes ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos
e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz acervos de bibliotecas e arquivos, são mais comuns aqueles
natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes gera- que vivem dos nutrientes encontrados nos documentos.
doras de UV. A intensidade da luz é medida através de um Os fungos são organismos que se reproduzem através de
aparelho denominado luxímetro ou fotômetro. esporos e de forma muito intensa e rápida dentro de deter-
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção minadas condições. Como qualquer outro ser vivo, necessi-
dos acervos: tam de alimento e umidade para sobreviver e proliferar. O
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou per- alimento provém dos papéis, amidos (colas), couros, pigmen-
sianas que bloqueiem totalmente o sol; essa medida tam- tos, tecidos etc. A umidade é fator indispensável para o
bém ajuda no controle de temperatura, minimizando a ge- metabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. Essa
ração de calor durante o dia. umidade é encontrada na atmosfera local, nos materiais
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por pro- Pequenos reparos e acondicionamentos simples po-
fissionais especializados, pois o uso de qualquer produto dem ser realizados por aqueles que tenham sido treinados
químico pode acarretar danos intensos aos documentos. nas técnicas e critérios básicos de intervenção.
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só
para as coleções como para o prédio em si. 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
Vivem em sociedades muito bem organizadas, repro- O manuseio inadequado dos documentos é um fator
duzem-se em ninhos e a ação é devastadora onde quer de degradação muito frequente em qualquer tipo de acer-
que ataquem. Na grande maioria das vezes, sua presença vo.
só é detectada depois de terem causado grandes danos. O manuseio abrange todas as ações de tocar no do-
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubu- cumento, sejam elas durante a higienização pelos funcio-
lações, conduítes de instalações elétricas, rodapés, baten- nários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos
tes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance para uso do pesquisador, nas foto reproduções, na pesqui-
dos nossos olhos. sa pelo usuário etc. O suporte papel tem uma resistência
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de determinada pelo seu estado de conservação. Os critérios
estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, para higienização, por exemplo, devem ser formulados me-
assoalhos etc. diante avaliação do estado de degradação do documento.
Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por
dos edifícios das bibliotecas e arquivos. mais que necessitem de limpeza, não podem ser manipu-
Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na lados durante um procedimento de higienização, porque o
base de árvores ou outros prédios. tratamento seria muito mais nocivo à sua integridade, que
Com muita frequência, quando os cupins atacam o é o item mais importante a preservar, do que a eliminação
acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da mesma da sujidade.
forma que os outros agentes citados anteriormente, os
cupins se instalam em ambientes com índices de tempe- 4.1 Furto e vandalismo
ratura e umidade relativa elevados, ausência de boa circu- Um volume muito grande de documentos em nossos
lação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos acervos é vítima de furtos e vandalismo.
documentos.
A falta de segurança e nenhuma política de controle
No caso de ataque de cupim, não há como solucionar
são a causa desse desastre.
o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um pro-
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A
fissional especializado na área de conservação de acervos
quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia.
para cuidar dos documentos atacados e outro profissional
Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata
capacitado para cuidar do extermínio dos cupins que estão
muito tempo depois. É necessário implantar uma política
na parte física do prédio. O tratamento recomendado para
de proteção, mesmo que seja através de um sistema de
o extermínio dos cupins ou para prevenção contra novos
ataques é feito mediante barreiras químicas adequada- segurança simples.
mente projetadas. Durante o período de fechamento das instituições, a
melhor proteção é feita com alarmes e detectores internos.
3. Intervenções inadequadas nos acervos O problema é durante o horário de funcionamento, que é
Chamamos de intervenções inadequadas todos os pro- quando os fatos acontecem.
cedimentos de conservação que realizamos em um con- O recomendado é que se tenha uma só porta de entra-
junto de documentos com o objetivo de interromper ou da e saída das instalações onde se encontra o acervo, para
melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com a ser usada tanto pelos consulentes/pesquisadores quanto
boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que re- pelos funcionários.
sultam em danos ainda maiores. As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas.
Nos acervos formados por livros, fotografias, docu- Nas áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa
mentos impressos, documentos manuscritos, mapas, plan- ter uma visão de todas as mesas, permanecendo no local
tas de arquitetura, obras de arte etc., é preciso ver que, durante todo o horário de funcionamento. As chaves das
segundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas, salas de acervo e o acesso a elas devem estar disponíveis
pigmentos, estruturas etc. completamente diferentes. apenas a um número restrito de funcionários.
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um Na devolução dos documentos, é preciso que o funcio-
conhecimento das características individuais dos docu- nário faça uma vistoria geral em cada um.
mentos e dos materiais a serem empregados no processo
de conservação. Todos os profissionais de bibliotecas e ar- 5. Fatores de deterioração
quivos devem ter noções básicas de conservação dos do- Como podemos ver, os danos são intensos e muitos
cumentos com que lidam, seja para efetivamente executá são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos
-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê-lo, con- de uma política de conservação, existem medidas que po-
trolando seu trabalho. Os conhecimentos de conservação demos tomar sem despender grandes somas de dinheiro,
ajudam a manter equipes de controle ambiental, controle minimizando drasticamente os efeitos desses agentes.
de infestações, higienização do ambiente e dos documen- Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos,
tos, melhorando as condições do acervo. a começar por:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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• treinamento dos profissionais na área da conservação Dentro das especificações positivas, encontramos vá-
e preservação; rios materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres
• atualização desses profissionais (a conservação é uma inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orien-
ciência em desenvolvimento constante e a cada dia novas tais, borrachas plásticas etc., usados tanto para pequenas
técnicas, materiais e equipamentos surgem para facilitar e intervenções sobre os documentos como para acondicio-
melhorar a conservação dos documentos); namento.
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade
relativa em níveis aceitáveis; 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos do- para a conservação de acervos
cumentos; Como já enfatizamos anteriormente, é muito impor-
• adoção de política de higienização do ambiente e dos tante ter conhecimentos básicos sobre os materiais que
acervos; integram nossos acervos para que não corramos o risco de
• contato com profissionais experientes que possam lhes causar mais danos.
assessorar em caso de necessidade. Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
Conservação: critérios de intervenção para a estabiliza- são de grande importância para a estabilização dos docu-
ção de documentos
mentos.
Os documentos que sofrem algum tipo de dano apre-
sentam um processo de deterioração que progressivamen-
8. Higienização
te vai levá-los a um estado de perda total. Para evitar esse
desfecho, interrompe-se o processo através de interven- A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os
ções que levam à estabilização do documento. documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada
Estabilizar um documento é, portanto, interromper a condições ambientais inadequadas, provoca reações de
um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a
agregados, através de procedimentos mínimos de inter- higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na
venção. Por exemplo: estabilizar por higienização significa manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é
que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterio- considerada a conservação preventiva por excelência.
ração. No capítulo anterior, vimos os fatores de deteriora- Durante a higienização de documentos, procedemos
ção e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será também de forma simultânea a um levantamento de da-
a intervenção nesse processo de deterioração, através de dos sobre suas condições de conservação, para efeitos de
estabilização dos documentos danificados. futuras intervenções. É hora Durante a higienização de do-
Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer cumentos, procedemos também de forma simultânea a um
a critérios de prioridade estabelecidos no tratamento dos levantamento de dados sobre suas condições de conserva-
acervos: de coleções gerais ou de obras raras, no caso de ção, para efeitos de futuras intervenções. É hora também
bibliotecas, de documentos antigos ou mais recentes, no de executar os primeiros socorros para que um processo
caso de arquivos. de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é que não possa ser sanado no momento.
se nós somos capazes de executá-la.
Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. 8.1 Processos de higienização
Esse é o primeiro critério a seguir. 8.1.1 Limpeza de superfície
Caso não nos julguemos com conhecimentos necessá- O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e ar-
rios, a solução é buscar algum especialista da área ou acon- quivos se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é
dicionar o documento enquanto aguardamos o momento mecânica, feita a seco. A técnica é aplicada com o objetivo
oportuno de intervir. de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações, resíduos
de excrementos de insetos ou outros depósitos de super-
6. Características gerais dos materiais empregados
fície. Nesse processo, não se usam solventes. A limpeza de
em conservação
superfície é uma etapa independente de qualquer trata-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas mento mais intenso de conservação; é, porém, sempre a
o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daque- primeira etapa a ser realizada.
les materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente
estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em re- 8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo •
lação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se A sujidade escurece e desfigura o documento, prejudican-
pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. Os do-o do ponto de vista estético.
materiais não enquadrados nessa classificação não podem • As manchas ocorrem quando as partículas de poei-
ser usados, pois apresentam problemas de instabilidade, ra se umedecem, com a alta umidade relativa ou mesmo
reagem com o tempo e decompõem-se em outras subs- por ataque de água, e penetram rapidamente no papel. A
tâncias que vão deteriorar os documentos com os quais sujeira e outras substâncias dissolvidas se depositam nas
estão em contato. Além disso, são de natureza irreversível, margens das áreas molhadas, provocando a formação de
ou seja, uma vez aplicados aos documentos não podem ser manchas. A remoção dessas manchas requer a intervenção
removidos. de um restaurador.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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• Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferen-
portanto, extremamente nocivos ao papel. São rapidamen- tes tamanhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa
te absorvidos, alterando seriamente o pH do papel. potência com proteção de boca, pinças, espátulas de metal,
entre outros materiais.
8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo Na limpeza do couro, é recomendável somente a utiliza-
Cada objeto deve ser avaliado individualmente para ção de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. Não
determinar se a higienização é necessária e se pode ser se deve tratá-lo com óleos e solventes.
realizada com segurança. No caso de termos as condições A encadernação em pergaminho não necessita do mesmo
abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: tratamento do couro. Como é muito sensível à umidade, o tra-
• Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas fi- tamento aquoso deve ser evitado. Para sua limpeza, apresenta
nas, perdas, rasgos intensos podem estar muito frágeis para bons resultados o uso de algodão embebido em solvente de
limpeza. Áreas com manchas e áreas atacadas por fungos 50% de água e álcool. O algodão precisa estar bem enxuto, e
podem não resistir à limpeza: o suporte torna-se escuro, deve-se sempre buscar trabalhar o suporte em pequenas áreas
quebradiço, manchado e, portanto, muito facilmente dani- de cada vez. Nessa limpeza, é importante ter muito cuidado com
ficado. os pergaminhos muito ressecados e distorcidos. A fragilidade é
Quando o papel se degrada, até mesmo um suave con- intensa e o documento pode desintegrar-se. A estabilização de
tato com o pó de borracha pode provocar a fragmentação pergaminhos, nesse caso, requer os serviços de especialistas.
do documento. Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para a
• Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar hidratação dos couros. Os componentes das diversas fórmu-
borracha nesses materiais, pois a remoção das partículas re- las do produto variam muito (óleos, graxas, gorduras) e, se
siduais com pincel se torna difícil: mal aplicados, podem causar sérios problemas de conserva-
- papel japonês; ção ao couro. A fórmula do British Museum é a mais usada e
- papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos recomendada. O uso deve ser criterioso e não indiscriminado.
(que degradam a celulose, consumindo a encolagem); Em casos específicos de livros novos de coleções de bibliote-
- papel molhado (que perde a encolagem e, após a se- cas, pode ser apropriado o seu uso como parte integrante de
cagem, torna-se frágil). um programa de manutenção.
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de trincha
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície ou aspirador é recomendável, caso sua integridade o permita.
A remoção da sujidade superficial (que está solta so- Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser utili-
bre o documento) é feita através de pincéis, flanela macia, zado pó de borracha ou diretamente a borracha, caso a inte-
aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam à gridade do papel e das tintas não fique comprometida com
técnica. essa ação.
Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigató- E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), de-
ria e sempre se realiza como primeiro tratamento, quais- ve-se usar apenas uma flanela seca e bem macia.
quer que sejam as outras intervenções previstas. Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel macio,
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de agredir as
limpeza mecânica, de diferentes formas, tamanhos, qualida- tintas, o resíduo de borracha é permanente e de difícil remo-
de e tipos de cerdas (podem ser usados com carga estática ção. Os resíduos agem como abrasivos e permanecerão em
atritando as cerdas contra o nylon, material sintético ou lã); contato com o suporte para sempre.
• Flanela: serve para remover sujidade de encaderna-
ções, por exemplo; 8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de higie-
• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e nização
com potência de sucção controlada; - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pin-
• Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, cel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da en-
espátula, agulha, cotonete; cadernação;
• Materiais de apoio necessários para limpeza mecâni- - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
ca: lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, lim-
- raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; par os cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área
- fita-crepe; que está mais exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito
- lápis de borracha; incrustada e intensa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó
- luvas de látex ou algodão; de baixa potência ou ainda um pedaço de carpete sem uso;
- máscaras; - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa
- papel mata-borrão; primeira higienização;
- pesos; - Oxigenar as folhas várias vezes.
- poliéster (mylar); Num programa de manutenção, pode-se limpar a enca-
- folhas de papel siliconado; dernação, cortes e aproximadamente as primeiras e últimas
- microscópios; 15 folhas, que são as mais sujeitas a receber sujidade, de-
Os livros, além do suporte papel, exigem também tra- vido à estrutura das encadernações. Nos livros mais frá-
tamento de revestimento. Assim, o couro (inclui-se aqui o geis, deve-se suportar o volume em estruturas adequadas
pergaminho), tecidos e plastificados fazem parte dos ma- durante a operação para evitar danos na manipulação e
teriais pertencentes aos livros. tratamento.
8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Todo o documento que contiver gravuras ou outra téc- fazer a limpeza de um documento desses, o cuidado com
nica de obra de arte no seu interior necessita um cuidado as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente,
redobrado. Antes de qualquer intervenção com pincéis, ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de bor-
trinchas, flanelas, é necessário examinar bem o documento, racha da limpeza, gerando degradação. Outros mapas são
pois, nesse caso, só será recomendada a limpeza de superfí- montados em linho ou algodão com cola de amido. O verso
cie se não houver nenhum risco de dano. desses documentos retém muita sujidade. Recomenda-se
No caso dos documentos impressos como os livros, remover o máximo com aspirador de pó (munido das devi-
existe uma grande margem de segurança na resistência das das proteções em seu bocal e no documento).
tintas em relação ao pincel. Mesmo assim, devemos escolher
o pincel de maciez adequada para cada situação. Em rela- 9. Pequenos reparos
ção às obras de arte, as técnicas são tão variadas e as tintas Os pequenos reparos são diminutas intervenções que
de composições tão diversas que, de modo algum, se deve podemos executar visando interromper um processo de
confiar na sua estabilidade frente à ação do pincel ou outro deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções
material. devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e
têm a função de melhorar o estado de conservação dos
8.3 Higienização de documentos de arquivo documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o
Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmen- risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes
te quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso de caráter irreversível.
se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante Os livros raros e os documentos de arquivo mais anti-
do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições de gos devem ser tratados por especialistas da área. Os demais
armazenamento e o excesso de manuseio também contri- documentos permitem algumas intervenções, de simples a
buem para a degradação dos materiais. Tais documentos moderadas. Os materiais utilizados para esse fim devem ser
têm que ser higienizados com muito critério e cuidado. de qualidade arquivística e de caráter reversível. Da mes-
ma forma, toda a intervenção deve obedecer a técnicas e
8.3.1 Documentos manuscritos procedimentos reversíveis. Isso significa que, caso seja ne-
Os mesmos cuidados para com os livros devem ser to- cessário reverter o processo, não pode existir nenhum obs-
mados em relação aos manuscritos. O exame dos documen- táculo na técnica e nos materiais utilizados.
tos, testes de estabilidade de seus componentes para o uso Os procedimentos e técnicas para a realização de re-
dos materiais de limpeza mecânica e critérios de intervenção paros em documentos exigem os seguintes instrumentos:
devem ser cuidadosamente realizados. - mesa de trabalho;
As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir - pinça;
um documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuida- - papel mata-borrão;
do é pouco para manusear esses documentos. As espessas - entretela sem cola;
tintas encontradas em partituras de música, por exemplo, - placa de vidro;
podem estar soltas ou em estado de pó. - peso de mármore;
Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “bor- - espátula de metal;
rar”, ao mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado - espátula de osso;
para isso é fino e quebradiço, tornando o manuseio muito - pincel chato;
arriscado e a limpeza de superfície desaconselhável. As áreas - pincel fino;
ilustradas e decorativas dos manuscritos iluminados são de- - filme de poliéster.
senhadas com tintas à base de água que podem estar secas
e pulverulentas. A limpeza mecânica, nesses casos, deve ser
evitada. 3. NOÇÕES NA ÁREA DE RECURSOS
HUMANOS E MATERIAIS.
8.3.2 Documentos em grande formato
Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no
geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borra-
cha, após testes. Pode-se também usar um cotonete - bem Em relação ao tipo de organização, há dois tipos diver-
enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis à água, esses gentes: mecânico e orgânico. No primeiro, a estrutura hie-
papéis podem ter distorções causadas pela umidade que rarquizada da empresa é muito valorizada, com atividades
são irreversíveis ou de difícil remoção. especializadas e determinadas pela posição funcional do
Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são funcionário perante à empresa; decisões são centralizadas;
muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. sistema rígidos de controle, entre outros.
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acon- Já no modelo orgânico ocorre descentralização da deci-
dicionamento. são, comunicação lateral mais frequente que a vertical, além
Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma aten- de serem organizações menos enrijecidas e mais mutáveis
ção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que que as organizações mecânicas.
em boas condições, o pó de borracha pode ser aplicado É importante ressaltar que entre as estruturas mecânicas
para tratar grandes áreas. Os grandes mapas impressos, ou orgânicas, existem modelos intermediários ou mistos, os
muitas vezes, têm várias folhas de papel coladas entre si quais englobam características de ambos os padrões. Den-
nas margens, visando permitir uma impressão maior. Ao tre as quais podemos citar as ferramentas do RH.
9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
No ambiente de trabalho quando cada administrador A EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES E DE SEUS MODE-
desempenha as quatro funções administrativas (planejar, or- LOS DE GESTÃO DE PESSOAS
ganizar, dirigir e controlar). A ARH realiza a ligação de coo- A evolução dos modelos de gestão de pessoas está
peração entre subordinados e seu superior através de polí- atrelada à evolução das próprias organizações. Se gerenciar
ticas e práticas que podem ser resumidas em seis processos pessoas é gerenciar a relação entre as pessoas e as organiza-
básicos, dinâmicos e interativos. ções, unindo os anseios daquelas aos objetivos organizacio-
A nova tendência nas organizações de administração de nais , pode-se afirmar que para cada modelo de organização
recursos humanos ou gestão de pessoas é obter por meio haverá um modelo de gestão de pessoas correspondente.
de consultorias interna em conjunto e apoiando o gerente Embora sejam diversas as classificações, as quatro gran-
de linha à detenção de recursos humanos especializado, de des marcos dos modelos de gestão de pessoas: modelo
alto nível e com conhecimento específicos do setor, assim clássico, modelo motivacional, modelo estratégico e modelo
como um domínio satisfatório do contexto da organização competitivo.
como um todo. Þ Modelo estratégico de gestão de pessoas
O sentido de linha e staff (assessoria), onde os órgãos Até 1970 as organizações eram classificadas em escolas
de linha atuam em atividades de execução e comando como que enfocavam apenas um aspecto como fator de produti-
responsáveis diretos pelas atividades- fins de negocio. En- vidade no trabalho. Foram citadas duas dessas escolas: uma
quanto as assessorias ou staffs influenciam e aconselham as com foco na melhor tarefa, e outra com foco no funcionário
unidades de linha, ou seja, inferindo na atividade-meio da mais satisfeito. Por volta de 1970 um novo conceito surge: o
empresa. de que as organizações se comportam como sistemas. Esse
Os objetivos da gestão de pessoas ou ARH passaram a conceito, importado da biologia e relatado por Ludwing von
ser estratégicos e os seus processos são: agregar, aplicar, re- Bertalanffy, apresenta um modelo no qual a organização é
compensar, manter, desenvolver e monitorar pessoas. Con- composta de diversos subsistemas que interagem entre si,
tudo, a ARH é uma responsabilidade de linha e uma função se influenciam e se potencializam. Além disso, essa orga-
de staff, o que requer compartilhamento entre os especialis- nização interage com o ambiente externo, influenciando e
tas de RH e os gerentes de linha. sofrendo sua influência. Esse novo conceito revolucionou os
Diante da necessidade de contabilizar, registrar e ge- modelos de organização, e todas as classificações a partir de
renciar as entradas e saídas de empregados na organização, então passam a se basear nesse conceito.
assim como quantificar sua produtividade, ausências, faltas Em função das pressões externas e da interação com
e atrasos com descontos nas folhas de pagamentos ou des- o ambiente, desenvolve-se entre 1970 e 1990 a organiza-
contos. Surgindo a administração de recursos humanos, que ção estratégica. Nos modelos anteriores, o foco de gestão
difere da área de recursos humanos. Dentre as quais des- se voltava principalmente para aspectos internos, como a
tacam se as cinco fases de evolução de perfil, como a fase preocupação com tarefas, a satisfação dos funcionários, a
contábil, a fase legal, a fase tecnicista, a fase administrativa melhoria dos processos e da estrutura hierárquica. O cliente
(ou sindicalista), a fase estratégica, e o surgimento do cargo exercia pouca influência na confecção dos produtos oferta-
de gerente de recursos humanos, tentando assim humanizar dos pelas empresas e, por conseguinte, no funcionamento
o cargo. Assim, surgindo a todo o momento, novos para- da própria empresa. No modelo estratégico de gestão de
digmas para os usos do conhecimento aplicados de forma pessoas, que surge na década de 90, os clientes passam a
rentável para os negócios, uma vez que o mesmo se torna exercer um papel mais ativo em relação às organizações.
mutável. O cenário tem um desenho diferente: níveis mais altos
A gestão de recursos humanos passou a desempenhar de produtividade foram alcançados em função da elevada
um papel fundamental nas organizações, tornando se res- automação dos processos produtivos. Com o aumento da
ponsável pelas políticas de RH, pela elaboração das estraté- produtividade e do número de empresas, o mercado não é
gias correlacionadas com os objetivos organizacionais, as- mais aquele em que as demandas por produtos eram maio-
sim como as demais áreas. As organizações passaram a per- res que a oferta. O cliente, que antes aceitava o produto da
ceber a importância do trabalho integrado entre os recursos forma que a empresa oferecia, se vê diante de um cenário
humanos e as demais áreas da empresa, e a necessidade de em que pode escolher entre opções diferentes. As empresas
enriquecimento das atividades tradicionais, estabelecendo e de maior sucesso são aquelas que compreendem melhor as
desenvolvendo políticas de estratégias centradas na quali- necessidades dos clientes. O foco da organização se volta
dade, como recrutamento e seleção, treinamento e desen- para o mundo externo, as relações da empresa se ampliam,
volvimento, qualidade de vida, cargos e salários, avaliação e o cliente se torna peça chave. Surgem os primeiros estu-
de desempenho e processo de comunicação. dos sobre estratégia empresarial. As organizações passam a
Portanto as mudanças que ocorreram nos últimos anos definir sua proposta de valor e segmento de mercado. De-
na administração de recursos humanos em diversas organi- finições de missão, visão, negócio e estratégia para atingi-
zações são alterações de terminologia que refletem também mento dos objetivos organizacionais vêm à reboque desse
no resultado positivo na evolução do departamento de pes- movimento.
soal para a administração de pessoas, quanto à forma de ge- Nesse novo cenário as empresas não podem contar
rir pessoas, verificando alterações profundas na administra- apenas com pessoas que saibam executar bem suas tare-
ção de recursos humanos ou gestão de pessoas, podendo fas, e que estejam motivadas. Os funcionários passam a ser
de ser incorporada na estratégia organizacional através da considerados colaboradores, envolvidos e comprometidos
implementação de políticas por subsetores dentro da área com os objetivos estratégicos da empresa. Nos modelos
recursos humanos a administrativa inferida no texto. citados anteriormente a relação gerente-subordinado era
10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
quase paternal. O gestor tinha ascensão sobre o funcioná- OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS
rio, ora cobrando sua máxima produtividade, ora motivan- As organizações encontram-se diante da necessidade
do-o para o trabalho. Além de motivar e cobrar resultados, de adaptação de seus modelos de gestão organizacional e
os novos gerentes passam a ter o desafio de comunicar a de gestão de pessoas aos desafios da era moderna: globa-
estratégia e de alinhar processos e pessoas a essas estra- lização, necessidade de aumentar a lucratividade por meio
tégias. do crescimento, e clientes cada vez mais conscientes e exi-
gentes. Em comum, as organizações modernas são carac-
Þ Modelo competitivo de gestão de pessoas terizadas por serem sistemas abertos, que realizam trocas
A partir de 2000 as organizações entraram na era da com o ambiente externo em um grau muito mais elevado
extrema competição. As organizações modernas sofrem que o existente há poucas décadas atrás. O foco em es-
pressões ainda maiores do ambiente externo: a globaliza- tratégia e competências é essencial nos dias de hoje. Des-
ção traz um novo patamar de concorrência no mercado. sa forma, empresas modernas alternam seus modelos de
As organizações, que antes se preocupavam apenas com gestão entre o estratégico e o competitivo, ora focalizando
os concorrentes locais, agora se preocupam com empre- mais a estratégia, ora focalizando mais o desenvolvimento
sas virtuais, que atingem seus mercados. Por outro lado,
de competências.
os próprios clientes, diante de tantas ofertas e de tama-
Tanto o modelo estratégico de gestão de pessoas
nha concorrência, tornam-se mais exigentes e percebem
quanto o modelo competitivo ocorrem em organizações
o poder que têm de influenciar produtos e serviços. Nesse
que se comportam como sistemas abertos. Conforme re-
cenário de alta pressão externa, surge um novo modelo de
gestão de pessoas, conhecido como modelo competitivo latado, esses modelos possuem características próprias
.Nesse modelo o foco da organização é na sua capacidade que os distinguem, mas também possuem características
de adaptação a esse ambiente de constantes mudanças e comuns, que permitem que sejam qualificados, para fins
demandas dos clientes. deste trabalho, como os “novos modelos de gestão de
As pessoas geridas por um modelo competitivo de ges- pessoas”. Essas características envolvem a atuação da área
tão de pessoas são acima de tudo conscientes da respon- de recursos humanos em várias dimensões estratégicas de
sabilidade pelo seu desenvolvimento pessoal. Esse modelo gestão e a execução de novos papéis no contexto organi-
de gestão afasta o viés paternalista das escolas humanistas zacional.
e amplia a responsabilidade dos participantes das organi- Þ Dimensões dos novos modelos de gestão de pes-
zações para além do cumprimento das metas estabelecidas soas
no planejamento estratégico. Os profissionais nesse mode- As cinco dimensões estratégicas que definem os novos
lo são levados a pensar na melhoria contínua de seus pro- modelos de gestão de pessoas: gestão por competências,
cessos de trabalho, na importância da inovação, na geração gestão estratégica da mudança, gestão do clima organi-
de capital intelectual para a organização, nas parceiras es- zacional, gestão da cultura organizacional e gestão do co-
tratégicas e na importância do processo de aprendizagem nhecimento e da aprendizagem.
e conhecimento para o sucesso organizacional. Essas dimensões interagem como engrenagens de um
Os gerentes têm como foco os resultados do negócio, modelo integrado, no qual o investimento em uma das di-
e atuam como orientadores do desenvolvimento das pes- mensões colabora para o crescimento das demais.
soas e das competências organizacionais.
A área de recursos humanos assume um papel total- Teorias Motivacionais em Recursos Humanos
mente diferente nesse novo contexto. Seu posicionamento A partir do século XX, a motivação humana tornou se
e sua forma de atuação torna-se cada vez mais importante foco de pesquisas e estudos científicos. Surgi o primeiro
para conseguir direcionar a energia das pessoas para as grande estudo dos cientistas do comportamento, denomi-
necessidades organizacionais. O RH torna-se um parceiro
nado Estudo Hawthorne, que tinha como objetivo compro-
estratégico: aquele que ajuda a comunicar e disseminar a
var a existência da relação entre as condições de trabalho
estratégia organizacional para todas as pessoas. Também
e a incidência de fadiga ou monotonia entre os emprega-
exerce um papel importantíssimo como agente da mudan-
dos. Porém, foi possível identificar através do estudo que
ça, num cenário em que a empresa sofre influências cons-
tantes e precisa se adaptar rapidamente para sobreviver. a “atenção” dada ao trabalhador conseguia refletir na sua
O modelo competitivo é assim denominado em função produtividade. Assim, posteriormente a tais constatações
de dois fatores principais: o ambiente competitivo no qual deram se inicio aos estudos sobre processo motivacional,
atua e o foco no desenvolvimento de competências. em 1950.
Este relato sobre a evolução das organizações e dos Muitas são as teorias inferidas as seguir, como a de
modelos de gestão de pessoas mostra que para cada orga- Maslow, McGregor, Herzberg, Skinner, Vromm e Rotter.
nização, inserida em seu respectivo contexto organizacio- Abraham H. Maslow é o responsável pela teoria da hie-
nal e social, existe um modelo de gestão de pessoas cor- rarquização das necessidades humanas. McGregor com-
respondente e coerente com as necessidades e os fatores plementa que tais necessidades encontram satisfação no
condicionantes da época. Não existem modelos certos ou próprio trabalho, assim como Herzberg que também apon-
errados. Existem modelos adequados ou não adequados tava fatores motivacionais e higiênicos. Posteriormente o
para uma organização que funciona em um contexto am- cientista Skinner defendia o conceito de reforço no com-
biental com fatores condicionantes externos e internos. portamento.
11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
B. F. Skinner apontava o trabalhador que obtinha su- É importante ressaltar que a cultura organizacional
cesso tendia dentro do comportamento recompensador a de uma empresa inicia-se com seus fundadores, os quais
repetir o mesmo comportamento em busca de um novo tendem a contratar pessoas com a mesma linha de pensa-
sucesso. Assim como reprimir comportamentos inapropria- mento. Além dos fundadores, os líderes também têm maior
dos. Nessa ordem de pensamento a última teoria é baseada possibilidade de reforçar ou criar as principais característi-
pelos cientistas por modelos empíricos de expectativa e de cas de uma cultura organizacional.
teoria do aprendizado social, ou seja, a linha central de tra- A gestão da cultura de uma empresa é feita pela área
balho de trabalho de Vromm e Rotter permeia a reflexão de de recursos humanos, o qual a faz por ações como: a prá-
que o comportamento humano é sempre orientado para re- tica de recrutamento é feita baseado nos valores organiza-
sultados: as pessoas fazem coisas esperando sempre outras cionais; os programas de treinamento promovem destaque
em troca. Segundo o modelo desses autores, há duas variá- para a história da empresa; sistemas de recompensa valo-
veis que determinam a ação (leia- se motivação das pessoas) rizam o comprometimento com os valores da organização;
das pessoas: o valor da recompensa e o que se espera como mapeamento do sistema de comunicações seja formal ou
recompensa. Assim, para conhecer a importância do sentido informal, entre outros.
de motivações baseadas nas teorias motivacionais é neces- Dessa forma, a cultura organizacional de uma empre-
sário saber quais são as causas que o indivíduo é influencia- sa não é estática e atemporal, entretanto, suas mudanças
do, quais as condições que determinam a motivação. requerem tempo e ações especificas a fim de alterar os va-
lores e crenças da organização.
Þ Resultados relativos à gestão de pessoas
A operacionalização da lógica da racionalidade social Þ Clima Organizacional
ocorre através do exercício da responsabilidade social, po- O clima de uma empresa está relacionado com a iden-
dendo ser considerada dinâmica e de intensa observação. tificação, motivação e lealdade dos seus trabalhadores com
Segundo o Instituto Ethos, a responsabilidade social a organização. Além disso, está ligado com a cultura orga-
corporativa é “forma de gestão que se define pela relação nizacional, uma vez que o funcionário pode ou não estar
ética e transparente da empresa com todos os públicos com em acordo com os valores, crenças e hábitos da empresa.
os quais ela se relaciona.” No caso do clima organizacional ser positivo e agradá-
Existem duas linhas quanto à mudança social: a externa, vel, os funcionários tendem a ter maior proatividade, con-
a qual requer novos comportamentos com público-alvo ex- fiança nos seus superiores, compartilhar o conhecimento e
terior e a interna, que se relaciona com o público interno da inovar. Porém, se o ambiente possuir um clima ruim, há a
organização. maior probabilidade de aumentar a rotatividade dos tra-
Podemos classificar os argumentos a favor da responsa- balhadores bem como a acomodação em fazer o mínimo
bilidade social corporativa em uma linha ética e instrumen- para manter seu emprego.
tal. Os argumentos éticos consideram dever das empresas Um bom clima organizacional provê honestidade e in-
praticar ações sócias, por considerar dever de a mesma pos- tegridade por parte de todos da empresa; o funcionário
suir uma atitude moralmente correta. Porém a linha instru- possui voz ativa nas discussões; a comunicação é aberta
mental defende a responsabilidade social corporativa como em todos os sentidos e há um real interesse em resolver os
vantagem competitiva às organizações. problemas da organização.
O desenvolvimento de questões externas e internas da
empresa em conjunto faz parte do desenvolvimento geren- Þ Competências
cial e dos talentos da empresa. As competências organizacionais é um conjunto de
Portanto os resultados inferem e correlacionam entre si, ações, processos organizacionais e habilidades que servem
pois diante da atual inovação contemporânea as exigências a fim de atender as necessidades dos clientes, sendo carac-
externas de um padrão socialmente correto transformam se terísticas singulares que geram valor e garantem vantagem
em fator decisivo no âmbito competitivo. competitiva sustentável.
É importante ressaltar que a competência organizacio-
Þ Cultura Organizacional nal é algo mais amplo que a somatória das competências
individuais dos colaboradores, uma vez que essas juntas
A cultura organizacional compreende aos hábitos e promovem sinergia e potencialização das habilidades e re-
crenças da empresa, os quais são determinados por normas, cursos.
atitudes, valores e expectativas divididos a todos os mem- Existe diferenciação sobre competências individuais
bros da organização. nos estudos sobre o tema: a abordagem norte-americana
A cultura organizacional atua em três níveis: no primei- adota competência como input do individuo, ou seja, ca-
ro, são os sintomas visíveis, ou seja, os comportamentos dos racterísticas como habilidades, atitudes e conhecimentos;
membros, as vestimentas dos empregados, o layout do es- já a abordagem francesa, adota competência como output
critório, nos processos de trabalho, entre outros. que analisa a atitude individual e seu comportamento me-
No segundo nível, há a presença dos valores conscien- diante uma determinada situação e resultado obtido.
tes como lealdade, respeito à hierarquia e capacidade de A abordagem brasileira procura unir as abordagens
inovação. Já no último nível, são os princípios ou paradig- concluindo que competências individuais são conhecimen-
mas, os quais são inconscientes como questões relaciona- tos, habilidades e atitudes conferidos a organização e que
das à natureza humana, da ética, do lazer e relacionamento agregam valor econômico para a empresa e valor social
com o ambiente. para a pessoa.
12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Metodologias e práticas de avaliação de desempenho determinados objetivos, traçados com base uma política
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferra- de RH. Assim, como as políticas de RH variam conforme a
menta de Gestão de Pessoas que corresponde a uma aná- organização, não é de se estranhar que cada organização
lise sistemática do desempenho do profissional em função desenvolva a sua própria sistemática para medir a condu-
das atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos re- ta de seus empregados. Como, de maneira geral, a aplica-
sultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimen- ção do pessoal é definida conforme o nível e as posições
to. O objetivo final da Avaliação de Desempenho é contri- dos cargos, geralmente as organizações utilizam mais de
buir para o desenvolvimento das pessoas na organização. uma avaliação de desempenho. E relativamente comum
A Avaliação do Desempenho é um procedimento que encontrar organizações que desenvolvem sistemáticas
avalia e estimula o potencial dos funcionários na empresa. específicas conforme o nível e as áreas de distribuição de
Seu caráter é fundamentalmente orientativo, uma vez que seu pessoal. Cada sistemática atende a determinados ob-
redireciona os desvios, aponta para as dificuldades e pro- jetivos específicos e a determinadas características das vá-
move incentivos em relação aos pontos fortes. rias categorias de pessoal. A que diga que a avaliação de
A avaliação deve ocorrer todos os dias e não apenas desempenho no fundo não passa de uma boa sistemática
em momentos formais. de comunicações, atuando no sentido horizontal e vertical
O esforço individual é direcionado pelas capacidades da organização. As avaliações de desempenho para serem
e habilidades do indivíduo e pelas percepções que ele tem eficazes devem basear-se inteiramente nos resultados das
do papel a desempenhar e função do valor de as recom- atividades do homem no trabalho e nunca apenas em suas
pensas dependerem do esforço. Na maior parte das vezes, características de personalidade.
a avaliação do desempenho é responsabilidade de linha e
função de staff (consultoria) com a assistência do órgão • MÉTODO DA ESCALA GRÁFICA.
de ARH. Quem avalia é o superior imediato, que, melhor Este método é incontestavelmente o método de ava-
do que ninguém tem condições de acompanhar e verificar liação mais utilizado e divulgado. Aparentemente, é o mé-
o desempenho de cada subordinado, diagnosticando com todo mais simples, mas sua aplicação requer uma multipli-
precisão os pontos fortes e fracos. cidade de cuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e o
Os objetivos fundamentais da avaliação de desempe- prejulgamento do avaliador que podem ter enorme inter-
nho: ferência. Utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as
- Permitir condições de medição do potencial humano linhas representam os fatores de avaliação de desempenho
no sentido de determinar plena aplicação. e as colunas representam os graus de avaliação dos fatores.
- Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como Os fatores são selecionados para definir as qualidades a
um recurso básico da organização e cuja produtividade serem avaliadas. Cada fator é definido com uma descrição
pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo, ob- simples e objetiva para não haver distorções.
viamente, da forma de administração.
- Fornecer oportunidades de crescimento e condições Vantagens do método das escalas gráficas.
de efetiva participação a todos os membros da organiza- 1. Permite aos avaliadores um instrumento de avalia-
ção, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacio- ção de fácil entendimento e avaliação simples.
nais e, de outro, os objetivos individuais. 2. Permite uma visão integrada e resumida dos fatores
APLICAÇÃO: A Avaliação de Desempenho é uma sis- de avaliação, ou seja, das características do desempenho
temática apreciação do comportamento das pessoas nos mais realçadas pela empresa e a situação de cada empre-
cargos que ocupam. Apesar de ser uma responsabilidade gado diante delas; e
de linha é uma função de Staff, em algumas empresas, a 3. Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro
avaliação do desempenho pode ser um encargo do su- de avaliação.
pervisor direto do próprio empregado, ou ainda de uma
comissão de avaliação, dependendo dos objetivos da ava- Desvantagens do método das escalas gráficas.
liação. A avaliação com o empregado avaliado constitui o 1. Não permite muita flexibilidade ao avaliador que
ponto principal do sistema: a comunicação que serve de deve ajustar-se ao instrumento e não as características do
retroação e que reduz as distâncias entre o superior e o avaliado;
subordinado. 2. É sujeito a distorções e interferências pessoais dos
BENEFÍCIOS: Quando um programa de avaliação é bem avaliadores, que tendem a generalizar sua apreciação sob
planejado, coordenado e desenvolvido, traz benefícios a os subordinados para todos os fatores de avaliação. Cada
curto, médio e longo prazo. pessoa percebe e interpreta as situações segundo seu
“campo psicológico”. Esta interferência subjetiva e pessoal
• MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DEDESEMPENHO de ordem emocional e psicológica releva alguns avaliados
A avaliação de desempenho humano pode ser efetua- afetos da esterotipação;
da por intermédio de técnicas que podem variar intensa- 3. Tende a rotinizar e bitolar os resultados das avalia-
mente, não se de uma organização para outra, mas dentro ções; Necessita de procedimentos matemáticos e estatís-
da mesma organização quer se trate de níveis diferentes ticos para corrigir distorções e influencia pessoal dos ava-
de pessoal ou áreas de atividades diversas. Geralmente a liadores.
sistemática avaliação de desempenho humano atende a
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Portanto, o desenvolvimento das capacidades das pes- Outro fator que contribui para a crescente preocupa-
soas pode e deve ser realizado de forma alinhada à gestão ção com a mudança nas organizações são os altos índices de
por competências, na qual as competências necessárias falhas em iniciativas estratégicas por processos de mudanças
para a organização são definidas, as competências das pes- mal conduzidos.
soas são mapeadas, e trilhas de desenvolvimento são criadas. O próprio processo de construção de uma estratégia
Ao desenvolver processos de aprendizagem com base nessas pode ser pensado como um componente cognitivo de um
trilhas de desenvolvimento, a organização e o funcionário es- processo de mudança. Ou seja, a própria estratégia organiza-
tarão investindo na capacitação necessária para a realização cional surge a partir da necessidade de mudar.
das entregas desejadas pela organização. Os recursos investi- A gestão da mudança é tarefa difícil, mas importante nas
dos - tempo, dinheiro, esforço - tanto da organização quanto organizações, especialmente quando estas são grandes e
do funcionário estarão alinhados aos objetivos estratégicos da complexas. Mudar envolve não apenas a alteração de políti-
organização. cas, processos, procedimentos e estruturas, mas também do
Todo esse processo de aprendizagem individual e organiza- comportamento de pessoas e equipes, e de transformar, em
cional ocorre por meio de ciclos contínuos e dinâmicos de aqui- maior ou menor escala, a cultura da organização.
sição de conhecimento, envolvido num processo de mudança O gerenciamento da mudança é bem sucedido quando a
permanente que garante a adaptabilidade da organização às organização consegue mover-se do estado em que se encontra-
necessidades por novas competências em função da espiral de va para o estado pretendido, quando o funcionamento no esta-
necessidades crescentes dos clientes. do futuro atende às expectativas, e quando a transição é realiza-
da sem custos indevidos para a organização e para as pessoas.
Þ Gestão estratégica da mudança
A cada dia que passa aumenta o nível de exigência dos Þ Processos de RH
clientes por novos produtos e serviços. A cultura do consumis- As políticas e processos de RH nos novos modelos de
mo descartável despertou nas organizações a necessidade de gestão de pessoas devem estar alinhados com a estratégia da
criação e produção de bens em larga escala e de modo tem- organização e devem favorecer a disseminação do conheci-
pestivo para atender o mercado. Uma indústria de guardanapos mento e a aprendizagem.
no mercado americano precisa desenvolver, além do modelo Essa relação “dimensão - processos” facilita o alinhamen-
básico em cores diversas, modelos específicos para o natal, o dia to das ações de RH ao definir processos e políticas. Ao levar
das bruxas, dos namorados, de ação de graças e para a festa da em consideração essas relações, é viabilizado o alinhamento
independência. Os consumidores querem produtos específicos, entre os diversos processos de RH, assim como destes com a
altamente descartáveis, e que só serão válidos se adquiridos e estratégia organizacional.
utilizados naquela exata época do ano. Além disso, a cada ano Ulrich afirma que historicamente a área de recursos hu-
o modelo deve ser diferente do apresentado no ano anterior. manos tem se preocupado exclusivamente com os processos
Embora o exemplo utilizado seja específico, a globalização de de RH. Essa afirmação, que soa tão óbvia, é ponto de partida
costumes e o aumento da capilaridade das indústrias no mundo para a discussão sobre o novo papel do RH. E ilustra da se-
têm contribuído para levar a outros países e a outros produtos guinte forma a evolução dos processos de RH:
e serviços esse comportamento de consumo rápido, fortemen- a) década de 80: quatro grandes grupos de processos de
te contextualizado, descartável e mutável. As organizações têm RH - recrutamento e seleção, desenvolvimento, avaliação e
que captar a necessidade do mercado, produzir e entregar em recompensas;
prazos exíguos os produtos exigidos pelos clientes. Na era da b) década de 90: adicionados dois grupos - desenvolvi-
extrema competição, o crescimento ou a sobrevivência da or- mento organizacional e comunicação, somando 6 grandes
ganização depende de seu poder de inovação para adaptar-se grupos;
à sociedade que está em rápida e constante evolução. c) estudos recentes: classificações de processos de RH
Por outro lado, os esforços por aumento da lucratividade das que somam 19 diferentes grupos.
empresas por meio da redução de custos, quando bem sucedi- Embora o RH tenha evoluído ao passar dos anos, acom-
dos, estão atingindo seus limites. Para reduzir custos, empresas panhando a evolução das organizações, o foco continuou
instalam-se em regiões que tenham mão de obra mais barata e sendo nos processos executados.
menor carga tributária, estabelecem parcerias com fornecedores Ter como foco central de RH a execução de processos era
off-shore para obtenção de insumos mais baratos, utilizam o just suficiente nas antigas organizações, uma vez que eram mais
-in-time e a automação extrema; mas uma vez implantados em voltadas para questões internas. Por mais que os processos
seu nível ideal de maturidade, não há como avançar em termos de RH tenham evoluído, sua simples execução não é papel
de redução de custos. Nesse caso, o aumento da lucratividade suficiente para a nova gestão de pessoas. As modernas orga-
é perseguido pela expansão do mercado, seja em número de nizações, que precisam adaptar-se rapidamente às mudan-
clientes, seja em diversidade de produtos e serviços ofertados. ças ambientais e às novas requisições dos clientes, precisam
A necessidade de expansão do mercado pelo aumento implantar um modelo de gestão de pessoas compatível com
da lucratividade e a crescente diversidade das necessida- sua dinâmica organizacional, e que ofereça resultados de va-
des dos clientes resultam em grande variedade de produ- lor para a organização. Não que RH não deva executar pro-
tos e serviços, com ciclos de vida cada vez mais curtos. Esse cessos de RH, mas o novo cenário em que as organizações
cenário exige atuação mais rápida da organização na idea- modernas estão inseridas exigem um novo papel da gestão
lização e adaptação de modelos que sirvam de base para a de pessoas. Para o RH conseguir dar esse salto, ele precisa
formulação da estratégia competitiva. Inovar, adaptar-se e retirar o foco da mera execução de processos e tarefas, e
mudar torna-se estratégico. mudar seu foco para resultados.
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OS LIMITES DA GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚ- No que tange ao desligamento de colaboradores, restri-
BLICO ções legais também devem ser obedecidas. Apesar de o or-
A atuação estratégica da gestão de pessoas está inti- denamento jurídico prever que os servidores podem ser de-
mamente conectada à gestão de competências. mitidos por avaliação de desempenho insuficiente, essa ainda
Essa moderna abordagem volta-se para o desenvolvi- não é uma prática comum no setor público. Sendo assim, o
mento e manutenção das competências individuais dos co- ideal é motivá-los, de tal forma que se sintam parte importan-
laboradores, visando ao alcance dos objetivos estratégicos te no processo e desejem atingir um melhor desempenho no
organizacionais. trabalho. Afinal de contas, prever prazos, controles, orçamen-
Do individual parte-se para o coletivo, sem deixar de tos e indicar responsáveis para as atividades faz parte de um
lado, contudo, a essência e a cultura de cada organização. planejamento indispensável tanto na gestão privada como na
É como reger uma orquestra, em que o talento e o trabalho pública.
individual de cada músico são incentivados e valorizados, A fim de obter resultados positivos, a área de gestão de
mas cujo desempenho deve se ater à proposta melódica a pessoas deve procurar manter um clima positivo e profissional
ser executada e à gestão do regente. Na regência da or- na organização, através de práticas de planejamento, geren-
questra pública, o interesse público deve ser o resultado ciamento, avaliação e recompensas, que conciliem os interes-
alcançado por qualquer estratégia organizacional. ses individuais com os objetivos estratégicos do negócio pú-
O modelo de gestão de competências, apesar de reunir blico. Deve-se buscar um direcionamento para resultados nos
muitas qualidades, é de complexa implementação prática, níveis individual e organizacional, além de preservar a correta
em sua totalidade, no setor público. Diferentemente do se- e eficaz gestão do bem público.
tor privado, o gestor público se atém a um cabedal de limi- No setor público, portanto, o papel da área de gestão de
tações legais que devem ser respeitadas, como a exigência pessoas, no contexto da gestão de competências, deve ser o
de concurso público para contratação de novos talentos. de facilitar o desenvolvimento das competências individuais e
consequentes entregas, para a implementação da estratégia
Dentre as dificuldades para a implantação de um mo-
escolhida, sempre de acordo com o bem maior, que é o inte-
delo de gestão de competências estão também limitações
resse público.
tecnológicas e estruturais, bem como aspectos comporta-
*Texto adaptado de Marisa Rodrigues Alho e Paulo André
mentais dos servidores que, ao serem avaliados para seu
Mattos de Carvalho./ Rebecca hoffmann
ingresso em determinadas funções, mostraram-se capa-
citados em termos de conteúdo para exercê-las, mas não
Atividade que planeja, executa e controla, nas condições
foram, por vezes, avaliados em suas idiossincrasias psico- mais eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das
lógicas. especificações dos artigos e comprar até a entrega do produto
A falta de motivação enraizada na cultura organizacio- terminado para o cliente. (FRANCISCHINI & GURGEL, 2002).
nal pública, causada, por exemplo, pela dificuldade em im- É um sistema integrado com a finalidade de prover a ad-
plantar políticas de recompensa a servidores exemplares, é ministração, de forma contínua, recursos, equipamentos e in-
conhecida de longa data, e constitui um dos entraves para formações essenciais para a execução de todas as atividades
levar a termo um complexo processo de gestão de pessoas da Organização.
baseado nas suas competências. A implementação desse Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patri-
modelo ainda é um grande desafio, uma vez que a cultura moniais
de gestão pública permanece, na maioria dos casos, volta- Segundo Francischini & Gurgel (2002), a evolução da Ad-
da para cargos, e não para entregas. ministração de Materiais processou-se em várias fases:
As instituições públicas têm a captação de novos ta- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da
lentos limitada legalmente por concurso público; a exce- empresa, pois comprar era a essência do negócio;
ção são os cargos de confiança comissionados, em número Atividades de compras como apoio às atividades produti-
bem menor que o dos servidores concursados. Enquanto vas se, portanto, integradas à área de produção;
as organizações privadas possuem inúmeros instrumentos Condenação dos serviços envolvendo materiais, come-
para a melhor escolha, como entrevistas e dinâmicas de çando com o planejamento das matérias-primas e a entrega
grupo, as públicas ficam restritas a esse instrumento legal, de produtos acabados, em uma organização independente da
sob pena de serem questionadas judicialmente. No entan- área produtiva;
to, poderão valer-se de outros meios para melhor alocação Agregação à área logística das atividades de suporte à
do candidato aprovado. área de marketing.
Por exemplo, apesar de muitas mudanças depende- Com a mecanização, racionalização e automação, o ex-
rem de legislação própria, isso não constitui entrave para cedente de produção se torna cada vez menos necessário, e
que se atue, no setor público, por meio de outras fontes nesse caso a Administração de Materiais é uma ferramenta
legais, como concursos com áreas específicas de atuação, fundamental para manter o equilíbrio dos estoques, para que
avaliação do perfil comportamental dos aprovados para não falte a matéria-prima, porém não haja excedentes.
sua melhor alocação, ou ainda, ações de desenvolvimento Essa evolução da Administração de Materiais ao longo
profissional, promovendo educação contínua e não apenas dessas fases produtivas baseou-se principalmente, pela neces-
treinamentos pontuais - a educação ampla das pessoas é sidade de produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente
fundamental nesse contexto, englobando o desenvolvi- a Administração de Materiais tem como função principal o
mento das mesmas com foco em sua carreira profissional, e controle de produção e estoque, como também a distribui-
não apenas no treinamento para as funções do cargo atual. ção dos mesmos.
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Tempo de Aquisição (T) Essa consideração visa esclarecer uma prática bastan-
Conforme consta no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, da te comum nas organizações públicas quanto à solicitação
IN 205/88, é entendido como o período decorrido entre a de material feita pelas áreas demandantes. É comum o en-
emissão do pedido de compra e o recebimento do material tendimento equivocado de que o pedido de material feito
no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês). pela área demandante é para efetuar a compra, ou seja,
Intervalo de Aquisição (I) um “pedido de compra”. O pedido realizado é para “for-
Compreende o período entre duas aquisições normais e necimento” através de uma requisição ou tabela de provi-
sucessivas (IN 205/88). são (IN 205/88). A definição do “quanto comprar” já deve
Ponto de Pedido (Pp) ter sido realizada por ocasião do processo de previsão do
É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina ime- orçamento no ano anterior, e a consequente liberação or-
diata emissão de um pedido de compra, visando completar çamentária no ano vigente para a decisão dos gestores em
o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo relação ao “quando comprar”, com os ajustes, se for o caso,
(Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c) pelo Tempo
na definição do “quanto comprar”. Esse esclarecimento é
de Aquisição (T) (IN 205/88).
importante pois visa valorizar o planejamento na institui-
Consumo Médio Mensal (c)
ção.
É a média aritmética do consumo nos últimos 12 meses
(IN 205/88). É importante destacar que a descrição do material para
Estoque Mínimo (Em) o Pedido de Compra deverá ser elaborada através do mé-
É a menor quantidade de material a ser mantida em es- todo Descritivo, que identifica com clareza o item através
toque capaz de atender a um consumo superior ao estimado da enumeração de suas características físicas, mecânicas,
para certo período ou para atender a demanda normal em de acabamento e de desempenho, possibilitando sua per-
caso de entrega da nova aquisição. Obtém-se multiplicando feita caracterização para a boa orientação do processo
o Consumo Médio Mensal (c) por uma fração (f) do tempo de licitatório e deverá ser utilizada com absoluta prioridade,
aquisição (T) que deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 sempre que possível. E pelo método Referencial, que iden-
de T (IN 205/88). Essa fração (f) do Tempo de Aquisição (T) é o tifica indiretamente o item, através do nome do material,
chamado fator de risco que a organização está disposta a as- aliado ao seu símbolo ou número de referência estabele-
sumir com relação à ocorrência de falta de estoque. É básico cido pelo fabricante, não representando necessariamente
para o adequado estabelecimento do Ponto de Pedido (Pp). preferência de marca (IN 205/88).
Estoque Máximo (EM) As necessidades de uma organização pública são aten-
É a maior quantidade de material admissível em estoque, didas por BENS contratados por meio de atividades de
suficiente para o consumo em certo período, devendo-se COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua
considerar a área de armazenagem, disponibilidade financei- PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua
ra, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, EXECUÇÃO.
perecimento, obsoletismo, etc. Obtém-se somando ao Esto- Esses contratos são oriundos de um procedimento ad-
que Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c) ministrativo formal chamado de LICITAÇÃO, em que o ór-
pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88). gão público convoca, por meio de condições estabelecidas
Quantidade a Ressuprir (Q) em ato próprio (edital/convite) as empresas interessadas.
É o número de unidades a adquirir para recompor o Es- Tem por objetivos a observância do princípio constitucional
toque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA MAIS VANTAJOSA
Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88). para a administração pública.
No item SANEAMENTO DE MATERIAL, a IN 205/88 ex-
As funções logísticas de apoio
pressa que essa atividade visa a otimização física dos ma-
Apoiam as atividades primárias: Armazenagem, Ma-
teriais em estoque ou em uso decorrente da simplificação
nuseio de Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção,
de variedades, reutilização, recuperação e movimentação
daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como Programação de Produtos e Manutenção de Informação.
a alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis”; “Os esto- a. A função logística de apoio de armazenagem
ques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises. Uma questão básica do gerenciamento logístico nas
Essas atividades são responsáveis pela identificação dos itens organizações públicas é como estruturar sistemas de dis-
ativos e inativos”. tribuição/prestação capazes de atender, otimizando a
c. A função logística primária de processamento de pe- aplicação de recursos, o cidadão-cliente geograficamente
didos disperso das fontes de distribuição/prestação de um bem/
É a atividade que inicializa a movimentação de bens e a serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos
prestação de serviços. Sua importância deriva do tempo ne- em termos de disponibilidade de estoque e tempo de
cessário para levar bens e serviços aos consumidores. atendimento.
Para a organização pública, o início dessa atividade pode A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988,
ser considerado por ocasião do levantamento das necessi- trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO de
dades organizacionais, no ano vigente, a serem incluídas na materiais para as entidades públicas. Expressa que o re-
previsão orçamentária para o exercício financeiro do ano se- cebimento é o ato pelo qual o material encomendado é
guinte. Após a liberação orçamentária no início do ano em entregue ao órgão público no local previamente desig-
exercício é que as instituições podem começar a realizar nado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a
seus processos de licitações e contratos. responsabilidade pela guarda e conservação do material,
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do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxa- d. A função logística de apoio de obtenção
rifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali A função obtenção é também tratada como suprimen-
ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará tos e aquisição. Independente do termo usado é basica-
nos locais designados. Qualquer que seja o local de rece- mente uma função de compras. O termo “compras”, para
bimento, o registro de entrada do material será sempre no o órgão ou entidade pública, deve ser entendido como
almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento
sistêmicos, decorrerá de: compra, cessão, doação, permuta, de uma só vez ou parceladamente ( Art. 6º da Lei 8.666/93).
transferência, produção interna. Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere-se
No item ARMAZENAGEM expressa que essa atividade àquelas atividades que ocorrem entre a organização e os
compreende a guarda, localização, segurança e preserva- seus fornecedores e, geralmente, dá a impressão de tratar-
ção do material adquirido, a fim de suprir adequadamente se de “compras”. Para o autor existem três variáveis-chave
as necessidades operacionais das unidades integrantes da no processo de fornecimento para a organização: o preço,
estrutura do órgão ou entidade. a qualidade e a disponibilidade ou entrega do produto. É a
b. A função logística de apoio de manuseio de mate- atividade que deixa o BEM disponível para o sistema pro-
riais dutivo organizacional. Devem-se considerar as seguintes
Diz respeito à movimentação do bem no local de es- decisões: quantidades a serem obtidas; programação de
tocagem. São atividades: de seleção do equipamento de compras; localização de fornecedores e a forma física das
movimentação e balanceamento da carga de trabalho. mercadorias:
No setor público, pode-se inferir que essa função logís- As quantidades a serem obtidas envolvem decisões
tica está caracterizada na Instrução Normativa Nr. 205/88, sobre “o que deve ser comprado” de fontes externas e so-
no item ARMAZENAGEM, onde se verifica: “os materiais bre “o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez,
devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil ins- as quantidades a serem compradas devem ser abordadas
peção e um rápido inventário”; “os materiais que possuem pelo total a ser comprado e pelo tamanho do lote indivi-
grande movimentação devem ser estocados em lugar de dual de entrega e/ou de compra.
fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material A programação de compras envolve os aspectos de
que possui pequena movimentação deve ser estocado na volume e da frequência das compras. A determinação do
“tempo certo” é uma questão-chave.
parte mais afastada das áreas de expedição”; “os materiais
A localização de fornecedores envolve a “variável dis-
jamais devem ser estocados em contato direto com o piso.
tância” que implica no tempo para a entrega do suprimen-
É preciso utilizar corretamente os acessórios de estocagem
to. Fontes próximas têm vantagens, pois a entrega pode
para os proteger”; “a arrumação dos materiais não deve
ser mais rápida e há menor risco de interrupções no trans-
prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores
porte.
de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para
A forma física das mercadorias influencia o fluxo de
combater a incêndio (Corpo de Bombeiros)”; “os materiais
materiais entre o fornecedor e o comprador, sendo essen-
da mesma classe devem ser concentrados em locais adja-
cial para a eficiência da movimentação no que se refere ao
centes, a fim de facilitar a movimentação e inventário”; “os
uso de equipamentos adequados para a movimentação, à
materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados conversão de um para outro tipo de acondicionamento da
nas partes inferiores das estantes e porta-estrados, elimi- mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal
nando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a de transporte mais apropriado.
movimentação”; e “quando o material tiver que ser empi- Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é
lhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas, vista como uma extensão da programação do processo
de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão produtivo organizacional, pois é onde são geradas as in-
decorrente, o arejamento (distância de 70 cm aproximada- formações de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu).
mente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes)”. Para a organização pública, podemos observar a ne-
c. A função logística de apoio de embalagem de pro- cessidade dessas informações na IN 205/88 em seu item
teção RENOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o acompa-
Destina-se a movimentar bens sem danificá-los. No nhamento dos níveis de estoque e as decisões de QUAN-
governo, a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do DO e QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer em
“comprasnet”, apresenta, no item ARMAZENAGEM, as função da aplicação de fórmulas constantes na referida
atividades a serem realizadas pelo gestor público nesta Instrução Normativa.
função logística: “os materiais devem ser conservados nas Ainda na IN 205/88, pode ser encontrado no item DA
embalagens originais e somente abertos quando houver REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa de ma-
necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da terial (ou nota de transferência), além de outros dados in-
utilização”; “a arrumação dos materiais deve ser feita de formativos julgados necessários, deverá conter: descrição
modo a manter voltada para o lado de acesso ao local de padronizada do material; quantidade; unidade de medida;
armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) conten- preços (unitário e total); número de volumes; peso; acondi-
do a marcação do item, permitindo a fácil e rápida leitura cionamento e embalagem; e grau de fragilidade ou pereci-
de identificação e das demais informações registradas”. bilidade do material”.
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No setor público, pode-se considerar a aplicação do Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a técnica
conceito de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no logística nas atividades administrativas de uma organiza-
item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de ção pública é estabelecer uma relação entre os dispositivos
material, para reposição de estoques e/ou para atender legais e normativos vigentes para o setor público com os
necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em conceitos e procedimentos logísticos aplicáveis às ativida-
princípio, ser efetuadas através do Departamento de Admi- des funcionais do gestor público e aos processos adminis-
nistração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou trativos de sua instituição com vistas: a uma convergência
ainda, pelas correspondentes repartições que, no território aos padrões internacionais de logística aplicados a uma or-
nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou seccionais. ganização (pública ou privada); a adoção de procedimen-
e. A função logística de apoio de programação do pro- tos e práticas que permitam o reconhecimento, a mensu-
duto ração, a avaliação e a evidenciação das funções logísticas
Não diz respeito à programação detalhada da produ- nas atividades administrativas públicas; a configuração de
ção, executada diariamente pelos programadores de pro- um sistema logístico no âmbito da organização, valendo-se
dução. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação de dos instrumentos administrativos existentes; e a caracteri-
serviço. Trata do fluxo de saída. zação e a consolidação das informações de natureza logís-
Nas organizações públicas, a missão institucional esta- tica constantes nos sistemas estruturadores do governo e
belece o produto organizacional e o seu regimento interno nos dispositivos legais e normativos para a administração
regula as atividades administrativas a serem desenvolvidas pública.
para a consecução de metas e objetivos estabelecidos para Custos Logísticos
atender as necessidades do público-alvo organizacional, ca- Muitas pessoas que estudam e trabalham com logística
racterizando essa função logística. às vezes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o
f. A função logística de apoio de manutenção de infor- que compõe o processo logístico. Quando se está em uma
mação empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo
Segundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial (ou por onde está saindo!), e compreender quais são os
para o desempenho das funções logísticas em qualquer or- componentes dos custos logísticos é essencial nessa área.
ganização porque disponibiliza fatos e dados para o gestor A função mais conhecida da logística são os transpor-
agrupá-los e analisá-los a fim de tomar decisões administra- tes, e eles representam o maior percentual dos custos lo-
tivas organizacionais. gísticos para a maioria das empresas. Considerando que
Como toda organização integra uma ou várias cadeias a matriz de transporte brasileira, que utiliza fundamental-
de suprimentos a informação se torna ainda mais importan- mente o transporte rodoviário mesmo para longas distân-
te porque permite que a gerência tome decisões sobre um cias, faz com que os custos de transportes sejam muito
amplo escopo que abrange interação de funções e intera- elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a
ção com outras instituições, sendo influenciada por fatores competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de
do ambiente externo à organização, tais como: econômico, transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos
político-legal, sociocultural, tecnológico, fisiográfico e eco- incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os va-
lógico. riáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre
Para realizar a integração das funções logísticas, o ges- outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o
tor público deve se valer de informações, além daquelas so- custo é pago na forma de frete.
bre os objetivos da análise dos fatores ambientais, as relati- Outro fator importante na composição dos custos lo-
vas ao fornecedor, às funções logísticas críticas (transporte, gísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e fre-
manutenção de estoque e processamento de pedidos) e as quente, então podemos manter níveis de estoques baixos,
funções logísticas de apoio (armazenagem, manuseio de mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro lado, se
materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação os lotes são grandes (grandes volumes, pouca frequência),
de produto) cujo resultado será o estabelecimento do nível então o estoque médio será alto e custo de estocagem será
de serviço desejado, possível e adequado às características elevado. O custo do estoque é composto por diversos ele-
do público-alvo organizacional. A necessidade de informa- mentos: (1) o próprio valor do estoque que poderia estar
ção sobre essas áreas agrega valor às atividades adminis- investido rendendo juros e pela oportunidade do capital;
trativas organizacionais, permitindo melhor coordenação (2) manter o estoque também custa dinheiro: seguros, ob-
entre os envolvidos no negócio público, configurando uma solescência, perdas e outros riscos associados; (3) durante
engrenagem logística. a operação de transportes, um pouco do estoque fica in-
Enfim, para a organização pública, a importância da Lo- disponível dentro dos caminhões – assim, o estoque em
gística está no fato de que ela permite administrar o fluxo trânsito também compõe este custo; (4) finalmente, caso
dos bens/serviços de onde eles são transformados para o os estoques não sejam bem gerenciados, a empresa terá
local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo uma falta de produtos, e este custo é difícil de ser mensu-
e com o emprego adequado dos recursos públicos dispo- rado.
níveis, proporcionando o nível de serviço desejado pela so- O local onde é feita a armazenagem também compõe
ciedade. Um sistema logístico eficiente permite uma região o custo logístico. Assim, o custo com armazenagem envol-
geográfica explorar suas vantagens inerentes pela especiali- ve impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém
zação de seus esforços produtivos naqueles produtos que seja alugado); para manusear os produtos são necessários
ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às equipamentos de movimentação e armazenagem, além de
outras regiões. salários (e encargos) dos funcionários.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Um pouco menores, mas também importantes de se- fluenciados pelos diferentes critérios de valoração de seus
rem considerados, estão os custos do pedido: custos rela- estoques, que provocam diferença no custo das mercado-
cionados ao material utilizado (papel, materiais de escritó- rias vendidas interferindo assim na obtenção do lucro bruto
rio, computadores), custos de pessoal (salários e encargos) na Demonstração de Resultado do Exercício. Isso quer dizer
e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros). que os resultados obtidos são diferentes, em consequência
dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora to-
GESTÃO DE ESTOQUE dos tenham como base o mesmo custo de aquisição.
Um dos itens mais importantes do Ativo de uma em-
presa comercial é o estoque. Essa importância advém não Alguns critérios de avaliação de estoques:
só de sua alta participação percentual no total do Ativo, mas - Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai),
também do fato de ser a partir dele que se determina o cus- do inglês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros ar-
to das mercadorias ou produtos vendidos. O estoque repre- tigos a entrarem no estoque, serão aqueles que sairão em
senta o custo das mercadorias possuídas por uma empresa primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve
numa data especifica. Ou seja, é uma conta que registra os ser considerado pelo valor de compra desses primeiros ar-
bens adquiridos para serem revendidos ou transformados. tigos. O estoque apresenta uma relação forte com o custo
O tipo de estoque que uma empresa possui, depende de reposição, pois esse estoque representa os preços pagos
do seu objetivo social: se for uma empresa que comercia- recentemente, adotar este método, faz com que haja oscila-
liza produtos, ela compra e vende os mesmos produtos e ção dos preços sobre os resultados, pois as saídas são con-
seu estoque é constituído de mercadorias. Assim sendo, a frontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das
venda de estoques gera receita de vendas, custo de merca- principais razões pelas quais alguns se mostram contrários
dorias ou produtos vendidos e estoque final. O termo Custo a este método. As vantagens o desse método consistem no
de Mercadorias entende-se que é o preço pago pela mer- controle preciso dos materiais, pois são ordenados em uma
cadoria, acrescido de outras despesas para movimentação base contínua de acordo com sua entrada, o que é impor-
do estoque, deduzido os impostos recuperáveis e o valor tante, quando se trata de produtos sujeitos a mudança de
de mercado. qualidade, decomposição, deterioração etc.; o resultado ob-
O princípio básico é que o custo das mercadorias ad- tido revela o custo real dos artigos específicos utilizados nas
quiridas deve compreender todos os gastos que a empresa saídas; os artigos utilizados são retirados do estoque e a bai-
realiza para adquiri-las e colocá-las em condições de serem xa dos mesmos é dada de uma maneira sistemática e lógica.
vendidas. Para uma empresa que compra e vende mercado- - Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do in-
rias, tais custos incluem o preço de compra e os gastos com glês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar estoque
transporte, recepção, inspeção e colocação nas prateleiras, bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se
além de custos administrativos associados ao controle dos as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas
estoques. (STICKNEY, 2001, P.340). Diante da existência do a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas).
custo das mercadorias e do valor de mercado, surge a ne- Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final consiste nas
cessidade de escolher o menor valor para avaliar o estoque. unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mesmas.
O problema para se chegar a essa conclusão, prende-se ao Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos
fato da empresa ter em estoque o mesmo produto adquiri- artigos vendidos (saídas) tende a refletir no custo dos artigos
do em datas distintas, com custos unitários diferentes. comprados mais recentemente (comprados ou produzidos).
Se a empresa conseguir identificar qual unidade foi Também permite reduzir os lucros líquidos expostos. As van-
vendida e quais unidades ficaram em estoque no final do tagens de utilização deste método consistem na apuração
período, a mensuração do custo das mercadorias vendidas correta de seus custos correntes; o estoque é avaliado em
e do estoque final não apresenta problemas. A semelhança termos do nível de preço da época em que o UEPS foi intro-
física entre unidades de alguns produtos, entretanto, cria duzido; é uma forma de se custear os artigos consumidos
dificuldades para a identificação de quais unidades foram de uma maneira realista e sistemática; em períodos de alta
vendidas e quais ficaram em estoque. Mesmo quando de preços, os preços maiores das compras mais recentes,
avanços na tecnologia permitem que a empresa acompa- são ajustados mais rapidamente às produções, reduzindo o
nhe cada item de seu estoque, ela pode preferir não fazê-lo, lucro. No entanto, não é aceito pela legislação brasileira.
dados os custos envolvidos. (STICKNEY, 2001, p.339). Desta - Custo Médio é o método utilizado nas empresas bra-
forma, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser sileiras para atendimento à legislação fiscal. Empresas mul-
atribuído a tais estoques na data do balanço. Favaro et al. tinacionais com operações no Brasil frequentemente têm de
(1997, p.219), destaca que: “o importante é que de acordo avaliar o estoque segundo o método da matriz, e também
com os princípios contábeis (do custo original como base segundo o custo médio para atendimento à legislação bra-
de valor), deve se trabalhar com os valores de aquisição sileira. Esse método permite que as empresas realizem um
(entradas) das mercadorias, o que pode variar é o critério controle permanente de seus estoques, e que a cada aqui-
adotado para sua valoração”. Considerando esse ponto de sição, o seu preço médio dos produtos seja atualizado, pelo
vista são varias as possibilidades de atribuição desse va- método do custo médio ponderado.
lor. Qualquer um dos métodos de valoração dos estoques, Geralmente as empresas que não possuem uma boa
quando utilizados nas mesmas condições de quantidades e política de estocagem e vivem um dilema: quanto a em-
preços, manterá a situação real das empresas nas mesmas presa deve estocar para que seus interesses e os dos seus
igualdades, com a mesma quantidade de estoque, porém clientes sejam atendidos de forma satisfatória? A esse res-
segundo Favaro et al. (1997, p.253), os resultados são in- peito, o Planejamento é um dos principais instrumentos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
para o estabelecimento de uma política de estocagem efi- manutenção dos estoques. Para Stickney (2001, p.362): “Manter
ciente. Pois, o departamento de vendas deseja um estoque estoques – ou como também se diz, carregar estoques - gera
elevado para atender melhor o cliente e a área de produção custos”. Isso ocorre, porque quanto maior a quantidade de
prefere também trabalhar com uma maior margem de segu- mercadorias estocadas, maior será o espaço físico necessário
rança de estoque. para guardá-las, maior o número de funcionários necessários
Em contrapartida, o departamento financeiro quer es- e maiores os gastos para controle do estoque. Além disso, o
toques reduzidos para diminuir o capital investido e melho- mesmo autor destaca que pelo menos uma pequena quantida-
rar seu fluxo de caixa. Segundo Erasmo (2006), planejar esta de de mercadorias precisa ser mantida em estoque para satis-
atividade é fundamental, porque de um bom planejamento fazer às necessidades dos clientes à medida que elas apareçam.
virão, por exemplo, uma menor necessidade de capital de
giro e uma margem de lucro maior”. Por esse motivo, os
empresários devem estar atentos aos objetivos da empresa 4. NOÇÕES E PRINCÍPIOS DE LICITAÇÕES
para definir as quantidades corretas de cada mercadoria que PÚBLICAS (LEI Nº 8.666, DE 21/06/1993).
deve estar no estoque em um determinado período de tem-
po, para que a empresa não sofra nenhum prejuízo.
E, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar
grandes quantias em estoque e que manter uma empresa LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
com uma boa variedade de produtos exige uma imobiliza-
ção elevada de capital de giro, ele deve saber exatamente Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
o equilíbrio entre a quantidade de compras suficiente para institui normas para licitações e contratos da Administração
um determinado período de vendas e a variedade de artigos Pública e dá outras providências.
para que os clientes tenham opção de escolha. Para que isso
aconteça, é importante que o empresário levante periodica- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
mente a média mensal de compras para compará-las com as gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
vendas e, com isso, saber se o investimento em mercadorias
está tendo o retorno desejado. Capítulo I
O ato de comprar deve ser sempre precedido de um DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
bom planejamento. A compra de mercadorias envolve a co- Seção I
locação do pedido, o recebimento e a inspeção das mer- Dos Princípios
cadorias encomendadas e o registro da compra. Rigorosa-
mente, o comprador de uma mercadoria somente deveria Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e
registrar a compra quando a propriedade legal da merca- contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclu-
doria adquirida passasse do vendedor para o comprador. sive de publicidade, compras, alienações e locações no âm-
Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades bito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
legais associadas ao contrato entre as duas partes. E para dos Municípios.
que isso aconteça, é de grande importância a elaboração de Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
uma previsão de compras. Nas empresas comerciais, essa além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais,
previsão é complicada, pois o numero de mercadorias co- as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
mercializadas é muito grande. As empresas preferem vender as sociedades de economia mista e demais entidades con-
tanto quanto possível, com um numero mínimo de capital troladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
empatado em estoque. Por isso, a previsão deve ser elabo- Federal e Municípios.
rada pelos diversos setores funcionais da empresa, obser- Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
vando-se as características e peculiaridades do mercado for- pras, alienações, concessões, permissões e locações da Ad-
necedor e do comportamento das vendas (STICKNEY, 2001). ministração Pública, quando contratadas com terceiros, serão
É aconselhável que sejam feitas previsões individuais necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipó-
para cada setor ou departamento e reuni-las posteriormente teses previstas nesta Lei.
em uma só, facilitando o planejamento das compras. Depois Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se con-
de preparada a previsão de compras, esta deve ser ajustada trato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
ás condições financeiras da empresa. Isso deve ser feito em Administração Pública e particulares, em que haja um acordo
reunião com os encarregados de compras, os encarregados de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de
de vendas e os encarregados pelo controle financeiro para obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
que se encontre um equilíbrio entre os setores. Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
A empresa que não faz a previsão de compras encontra princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
dificuldades para manter seus estoques de forma equilibrada. mais vantajosa para a administração e a promoção do desen-
Acabam comprando mercadorias de acordo com as necessi- volvimento nacional sustentável e será processada e julgada
dades surgidas correndo o risco de não ter produtos em épo- em estrita conformidade com os princípios básicos da lega-
cas que o volume de vendas cresce. Perdendo dessa forma, lidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
oportunidade de aumentar suas vendas, perdendo clientes publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
e, consequentemente, diminuído o lucro da empresa. E não instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos
tendo a previsão correta de compras, ele pode comprar um que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349,
volume inadequado de mercadorias aumentando o custo de de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
§ 1o É vedado aos agentes públicos: § 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacio-
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, nais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frus- realizados no País, poderá ser estabelecido margem de pre-
trem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de socieda- ferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº
des cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de § 8o As margens de preferência por produto, serviço, gru-
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o po de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§
específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não po-
12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de dendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e
1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza co- e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
mercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se § 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo
refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de
quando envolvidos financiamentos de agências internacio- produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei
nais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluí-
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, do pela Lei nº 12.349, de 2010)
será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art.
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349,
II - produzidos no País; de 2010)
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o po-
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam derá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (In- originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul -
cluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto
V - produzidos ou prestados por empresas que compro- nº 7.546, de 2011)
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da au-
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na toridade competente, exigir que o contratado promova, em
legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) favor de órgão ou entidade integrante da administração pú-
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessí- blica ou daqueles por ela indicados a partir de processo iso-
veis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao nômico, medidas de compensação comercial, industrial, tec-
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. nológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento,
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder
§ 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabeleci- Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
da margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº Decreto nº 7.546, de 2011)
13.146, de 2015) (Vigência) § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manu-
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que tenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de
atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº informação e comunicação, considerados estratégicos em ato
13.146, de 2015) do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e pro-
que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista duzidos de acordo com o processo produtivo básico de que
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela
Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício finan-
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do
estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação
em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consi- do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído
deração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto pela Lei nº 12.349, de 2010)
nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide De- § 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais
creto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012) normas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamen-
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº to diferenciado e favorecido às microempresas e empresas
12.349, de 2010) de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Comple-
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e mentar nº 147, de 2014)
municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realiza- sobre as demais preferências previstas na legislação quando
dos no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangei-
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído ros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
pela Lei nº 12.349, de 2010) Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovi-
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resulta- da pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
dos. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer ci- VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum-
dadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não primento das obrigações assumidas por empresas em lici-
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos tações e contratos;
trabalhos. VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en-
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto tidades da Administração, pelos próprios meios;
nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele pra- VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade
ticado em qualquer esfera da Administração Pública. contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regi-
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados mes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
nas licitações terão como expressão monetária a moeda a) empreitada por preço global - quando se contrata
corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
Lei, devendo cada unidade da Administração, no paga- b) empreitada por preço unitário - quando se contrata
mento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, a execução da obra ou do serviço por preço certo de uni-
locações, realização de obras e prestação de serviços, obe- dades determinadas;
decer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque-
quando presentes relevantes razões de interesse público nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento
e mediante prévia justificativa da autoridade competente, de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um em-
devidamente publicada.
preendimento em sua integralidade, compreendendo to-
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus
das as etapas das obras, serviços e instalações necessárias,
valores corrigidos por critérios previstos no ato convocató-
sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entre-
rio e que lhes preservem o valor.
ga ao contratante em condições de entrada em operação,
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utiliza-
pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta ção em condições de segurança estrutural e operacional e
das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos com as características adequadas às finalidades para que
créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, foi contratada;
de 1994) IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac-
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às mi- devendo conter os seguintes elementos:
croempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
(Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) fornecer visão global da obra e identificar todos os seus
Seção II elementos constitutivos com clareza;
Das Definições b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: reformulação ou de variantes durante as fases de elabora-
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu- ção do projeto executivo e de realização das obras e mon-
peração ou ampliação, realizada por execução direta ou tagem;
indireta; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
II - Serviço - toda atividade destinada a obter deter- materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como
minada utilidade de interesse para a Administração, tais suas especificações que assegurem os melhores resultados
para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo
como: demolição, conserto, instalação, montagem, ope-
para a sua execução;
ração, conservação, reparação, adaptação, manutenção,
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou traba-
de métodos construtivos, instalações provisórias e condi-
lhos técnico-profissionais;
ções organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para competitivo para a sua execução;
fornecimento de uma só vez ou parceladamente; e) subsídios para montagem do plano de licitação e
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens gestão da obra, compreendendo a sua programação, a es-
a terceiros; tratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque- dados necessários em cada caso;
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) ve- f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun-
zes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 damentado em quantitativos de serviços e fornecimentos
desta Lei; propriamente avaliados;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne- § 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamen-
cessários e suficientes à execução completa da obra, de te precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade
acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à
de Normas Técnicas - ABNT; exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvol-
XI - Administração Pública - a administração direta e vido concomitantemente com a execução das obras e ser-
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos viços, desde que também autorizado pela Administração.
Municípios, abrangendo inclusive as entidades com perso- § 2o As obras e os serviços somente poderão ser licita-
nalidade jurídica de direito privado sob controle do poder dos quando:
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; I - houver projeto básico aprovado pela autoridade
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad- competente e disponível para exame dos interessados em
ministrativa pela qual a Administração Pública opera e atua participar do processo licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que ex-
concretamente;
pressem a composição de todos os seus custos unitários;
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da III - houver previsão de recursos orçamentários que
Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de
da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí- obras ou serviços a serem executadas no exercício finan-
pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada ceiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art.
instrumento contratual; 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária § 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
de contrato com a Administração Pública; de recursos financeiros para sua execução, qualquer que
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos
criada pela Administração com a função de receber, exami- executados e explorados sob o regime de concessão, nos
nar e julgar todos os documentos e procedimentos relati- termos da legislação específica.
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
vos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às
manufaturados, produzidos no território nacional de acor- previsões reais do projeto básico ou executivo.
do com o processo produtivo básico ou com as regras de § 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto in-
origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí- clua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, carac-
do pela Lei nº 12.349, de 2010) terísticas e especificações exclusivas, salvo nos casos em
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o forne-
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; cimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) de administração contratada, previsto e discriminado no
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comuni- ato convocatório.
cação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da in- § 6o A infringência do disposto neste artigo implica a
formação e comunicação cuja descontinuidade provoque nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabili-
dano significativo à administração pública e que envolvam dade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou
pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às
serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segu-
atualização monetária das obrigações de pagamento, des-
rança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de de a data final de cada período de aferição até a do respec-
2010) tivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.
insumos, serviços e obras necessários para atividade de § 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administra-
pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tec- ção Pública os quantitativos das obras e preços unitários de
nologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto determinada obra executada.
de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluí- § 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que
do pela Lei nº 13.243, de 2016) couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de lici-
tação.
Seção III Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve pro-
Das Obras e Serviços gramar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus cus-
tos atual e final e considerados os prazos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a
da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se
prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo existente previsão orçamentária para sua execução total,
e, em particular, à seguinte sequência: salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de
I - projeto básico; ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado
II - projeto executivo; da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação
III - execução das obras e serviços. dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, V - facilidade na execução, conservação e operação,
da licitação ou da execução de obra ou serviço e do forne- sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
cimento de bens a eles necessários: VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segu-
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física rança do trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº
ou jurídica; 8.883, de 1994)
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsá- VII - impacto ambiental.
vel pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da Seção IV
qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços
subcontratado; técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra- a:
tante ou responsável pela licitação. I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos
§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou ou executivos;
da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na lici- II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
tação de obra ou serviço, ou na execução, como consul- III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias fi-
tor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou nanceiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração de 1994)
interessada. IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou ou serviços;
contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou admi-
projeto executivo como encargo do contratado ou pelo nistrativas;
preço previamente fixado pela Administração. VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do VII - restauração de obras de arte e bens de valor his-
disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de tórico.
natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou tra- VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
balhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de lici-
e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos tação, os contratos para a prestação de serviços técnicos
e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços profissionais especializados deverão, preferencialmente,
a estes necessários. ser celebrados mediante a realização de concurso, com es-
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos tipulação prévia de prêmio ou remuneração.
membros da comissão de licitação. § 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
nas seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de § 3o A empresa de prestação de serviços técnicos espe-
1994) cializados que apresente relação de integrantes de seu cor-
I - execução direta; po técnico em procedimento licitatório ou como elemento
II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes rea-
a) empreitada por preço global; lizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Seção V
d) tarefa; Das Compras
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
8.883, de 1994) caracterização de seu objeto e indicação dos recursos or-
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos çamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do
fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Re-
condições peculiares do local ou às exigências específicas gulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência)
do empreendimento. I - atender ao princípio da padronização, que imponha
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de compatibilidade de especificações técnicas e de desempe-
obras e serviços serão considerados principalmente os nho, observadas, quando for o caso, as condições de ma-
seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de nutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
1994) II - ser processadas através de sistema de registro de
I - segurança; preços;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; III - submeter-se às condições de aquisição e paga-
III - economia na execução, conservação e operação; mento semelhantes às do setor privado;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate- IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas neces-
riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para sárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visan-
execução, conservação e operação; do economicidade;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos I - quando imóveis, dependerá de autorização legislati-
órgãos e entidades da Administração Pública. va para órgãos da administração direta e entidades autár-
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pes- quicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades
quisa de mercado. paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimes- na modalidade de concorrência, dispensada esta nos se-
tralmente para orientação da Administração, na imprensa guintes casos:
oficial. a) dação em pagamento;
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamen- b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão
tado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, ou entidade da administração pública, de qualquer esfera
de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Re-
observadas as seguintes condições:
dação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
I - seleção feita mediante concorrência;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos
II - estipulação prévia do sistema de controle e atuali- constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
zação dos preços registrados; d) investidura;
III - validade do registro não superior a um ano. e) venda a outro órgão ou entidade da administração
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei
Administração a firmar as contratações que deles poderão nº 8.883, de 1994)
advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegu- são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
rado ao beneficiário do registro preferência em igualdade bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efeti-
de condições. vamente utilizados no âmbito de programas habitacionais
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral ou de regularização fundiária de interesse social desenvol-
de preços, quando possível, deverá ser informatizado. vidos por órgãos ou entidades da administração pública;
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
preço constante do quadro geral em razão de incompatibi- g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
lidade desse com o preço vigente no mercado. o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, me-
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: diante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração
I - a especificação completa do bem a ser adquirido Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
sem indicação de marca;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
II - a definição das unidades e das quantidades a serem
são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de
cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e in-
adequadas técnicas quantitativas de estimação; seridos no âmbito de programas de regularização fundiária
III - as condições de guarda e armazenamento que não de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades
permitam a deterioração do material. da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de
§ 8o O recebimento de material de valor superior ao 2007)
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mí- ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra,
nimo, 3 (três) membros. onde incidam ocupações até o limite de quinze módulos
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e quinhentos hec-
de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo tares), para fins de regularização fundiária, atendidos os
acesso público, à relação de todas as compras feitas pela requisitos legais; e (Redação dada pela Medida Provisória
Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar nº 759, de 2016)
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
da operação, podendo ser aglutinadas por itens as com-
de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
pras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Re-
conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) outra forma de alienação;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do entidades da Administração Pública;
art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
bolsa, observada a legislação específica;
Seção VI d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
Das Alienações e) venda de bens produzidos ou comercializados por
órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, de suas finalidades;
subordinada à existência de interesse público devidamen- f) venda de materiais e equipamentos para outros ór-
te justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às gãos ou entidades da Administração Pública, sem utiliza-
seguintes normas: ção previsível por quem deles dispõe.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do in- II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou,
ciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins resi-
doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, denciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas
vedada a sua alienação pelo beneficiário. hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase
§ 2o A Administração também poderá conceder título de de operação dessas unidades e não integrem a categoria
propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei
licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº nº 9.648, de 1998)
11.196, de 2005) § 4o A doação com encargo será licitada e de seu ins-
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o pra-
qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº zo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de
11.196, de 2005) nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamen- interesse público devidamente justificado; (Redação dada
to ou de ato normativo do órgão competente, haja imple- pela Lei nº 8.883, de 1994)
mentado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o dona-
pacífica e exploração direta sobre área rural limitada a quinze tário necessite oferecer o imóvel em garantia de financia-
módulos fiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e qui- mento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão
nhentos hectares); (Redação dada pela Medida Provisória nº garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do
759, de 2016) doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou
de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no
condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração po-
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção derá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezem- § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
bro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imó-
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do veis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do
regime legal e administrativo da destinação e da regulariza- recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por
ção fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, cento) da avaliação.
de 2005) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - vedação de concessões para hipóteses de explora- Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja
ção não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de
de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº autoridade competente, observadas as seguintes regras:
11.196, de 2005) I - avaliação dos bens alienáveis;
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis- II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie-
pensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou nação;
necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº III - adoção do procedimento licitatório, sob a modali-
11.196, de 2005) dade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído 8.883, de 1994)
pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujei- Capítulo II
to a vedação, impedimento ou inconveniente a sua explora- Da Licitação
ção mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº Seção I
11.196, de 2005) Das Modalidades, Limites e Dispensa
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, des-
de que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dis- Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se
pensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação situar a repartição interessada, salvo por motivo de interes-
dada pela Lei nº 11.763, de 2008) se público, devidamente justificado.
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decor- Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá
rente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste a habilitação de interessados residentes ou sediados em
artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluí- outros locais.
do pela Lei nº 11.196, de 2005) Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Re- leilões, embora realizados no local da repartição interessa-
dação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) da, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
área remanescente ou resultante de obra pública, área esta I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de lici-
que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca tação feita por órgão ou entidade da Administração Públi-
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a ca Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas
50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1998) de 1994)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação en-
quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por tre interessados devidamente cadastrados ou que atende-
órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou rem a todas as condições exigidas para cadastramento até
Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos-
nº 8.883, de 1994) tas, observada a necessária qualificação.
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e § 3o Convite é a modalidade de licitação entre inte-
também, se houver, em jornal de circulação no Município ressados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3
fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local
Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de apropriado, cópia do instrumento convocatório e o esten-
outros meios de divulgação para ampliar a área de compe- derá aos demais cadastrados na correspondente especia-
tição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) lidade que manifestarem seu interesse com antecedência
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro-
que os interessados poderão ler e obter o texto integral do postas.
edital e todas as informações sobre a licitação. § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quais-
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas quer interessados para escolha de trabalho técnico, cientí-
ou da realização do evento será: fico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou re-
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei muneração aos vencedores, conforme critérios constantes
nº 8.883, de 1994) de edital publicado na imprensa oficial com antecedência
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
contemplar o regime de empreitada integral ou quando interessados para a venda de bens móveis inservíveis para
a licitação for do tipo «melhor técnica» ou «técnica e pre- a administração ou de produtos legalmente apreendidos
ço»; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis pre-
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, vista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou
de 1994) superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea 8.883, de 1994)
“b” do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite,
realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigató-
«melhor técnica» ou «técnica e preço»; (Incluída pela Lei nº
rio o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto
8.883, de 1994)
existirem cadastrados não convidados nas últimas licita-
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos
ções. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou lei-
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto
lão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela
número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo,
Lei nº 8.883, de 1994)
essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior se-
no processo, sob pena de repetição do convite.
rão contados a partir da última publicação do edital re- § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licita-
sumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva ção ou a combinação das referidas neste artigo.
disponibilidade do edital ou do convite e respectivos ane- § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a admi-
xos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação nistração somente poderá exigir do licitante não cadastra-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) do os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que compro-
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação vem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos
pela mesma forma que se deu o texto original, reabrin- termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
do-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem
inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em
das propostas. função dos seguintes limites, tendo em vista o valor esti-
Art. 22. São modalidades de licitação: mado da contratação:
I - concorrência; I - para obras e serviços de engenharia: Redação dada
II - tomada de preços; pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - convite; a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
IV - concurso; reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
V - leilão. b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre e quinhentos mil reais); ( Redação dada pela Lei nº 9.648,
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação de 1998)
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão
qualificação exigidos no edital para execução de seu ob- e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,
jeto. de 1998)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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II - para compras e serviços não referidos no inciso an- § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do-
terior: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) bro dos valores mencionados no caput deste artigo quan-
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Reda- do formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998) quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e 11.107, de 2005)
cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de
1998) 2.010) Vigência
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos I - para obras e serviços de engenharia de valor até
e cinquenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do
1998) inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a par-
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Ad- celas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
ministração serão divididas em tantas parcelas quantas se serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam
comprovarem técnica e economicamente viáveis, proce- ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação
dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamen- dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
to dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da II - para outros serviços e compras de valor até 10%
competitividade sem perda da economia de escala. (Reda- (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) II do artigo anterior e para alienações, nos casos previs-
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de tos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei
há de corresponder licitação distinta, preservada a moda- nº 9.648, de 1998)
lidade pertinente para a execução do objeto em licitação. III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or-
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) dem;
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra blica, quando caracterizada urgência de atendimento de
ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
19, como nas concessões de direito real de uso e nas licita- a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
ções internacionais, admitindo-se neste último caso, obser- outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
vados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando bens necessários ao atendimento da situação emergencial
o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
de 1994) ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a pror-
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração rogação dos respectivos contratos;
poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a V - quando não acudirem interessados à licitação an-
concorrência. terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem
§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas
“tomada de preços”, conforme o caso, para parcelas de as condições preestabelecidas;
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e servi- VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
ços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser nômico para regular preços ou normalizar o abastecimen-
realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o to;
somatório de seus valores caracterizar o caso de “tomada VII - quando as propostas apresentadas consigna-
de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos termos rem preços manifestamente superiores aos praticados no
deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, obser-
especialidade diversa daquela do executor da obra ou ser- vado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo
viço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
§ 6o As organizações industriais da Administração Fe- serviços, por valor não superior ao constante do registro de
deral direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
para suas compras e serviços em geral, desde que para a público interno, de bens produzidos ou serviços prestados
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manu- por órgão ou entidade que integre a Administração Pública
tenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos e que tenha sido criado para esse fim específico em data
pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contrata-
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde do seja compatível com o praticado no mercado; (Redação
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é per- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
mitida a cotação de quantidade inferior à demandada na IX - quando houver possibilidade de comprometimen-
licitação, com vistas a ampliação da competitividade, po- to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em de-
dendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a creto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Defesa Nacional; (Regulamento)
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§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins Art. 32. Os documentos necessários à habilitação po-
de comprovação da capacitação técnico-profissional de derão ser apresentados em original, por qualquer processo
que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão partici- de cópia autenticada por cartório competente ou por servi-
par da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se dor da administração ou publicação em órgão da imprensa
a substituição por profissionais de experiência equivalente oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou superior, desde que aprovada pela administração. (In- § 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994) desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) casos de convite, concurso, fornecimento de bens para
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) pronta entrega e leilão.
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econô- § 2o O certificado de registro cadastral a que se refe-
mico-financeira limitar-se-á a: re o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas
último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma em sistema informatizado de consulta direta indicado no
da lei, que comprovem a boa situação financeira da empre- edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades
sa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação.
provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de § 3o A documentação referida neste artigo poderá ser
apresentação da proposta; substituída por registro cadastral emitido por órgão ou en-
II - certidão negativa de falência ou concordata expedi- tidade pública, desde que previsto no edital e o registro
da pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de exe- tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
cução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; § 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios pre- País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações inter-
vistos no “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% nacionais, às exigências dos parágrafos anteriores median-
(um por cento) do valor estimado do objeto da contrata- te documentos equivalentes, autenticados pelos respec-
ção. tivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado,
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração devendo ter representação legal no Brasil com poderes
da capacidade financeira do licitante com vistas aos com- expressos para receber citação e responder administrativa
promissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o ou judicialmente.
contrato, vedada a exigência de valores mínimos de fatu- § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este
ramento anterior, índices de rentabilidade ou lucrativida- artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, sal-
de. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) vo os referentes a fornecimento do edital, quando solicita-
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura do, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor
e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação
instrumento convocatório da licitação, a exigência de ca- fornecida.
pital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda § 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e
as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacionais
dado objetivo de comprovação da qualificação econômi- para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja
co-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao feito com o produto de financiamento concedido por or-
adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. ganismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte,
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos
a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder de contratação com empresa estrangeira, para a compra
a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, de equipamentos fabricados e entregues no exterior, des-
devendo a comprovação ser feita relativamente à data de que para este caso tenha havido prévia autorização do
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de
atualização para esta data através de índices oficiais. bens e serviços realizada por unidades administrativas com
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compro- sede no exterior.
missos assumidos pelo licitante que importem diminuição § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regula-
financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido mento, no todo ou em parte, para a contratação de produ-
atualizado e sua capacidade de rotação. to para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pron-
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da em- ta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II
presa será feita de forma objetiva, através do cálculo de do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
índices contábeis previstos no edital e devidamente justi- Art. 33. Quando permitida na licitação a participação
ficados no processo administrativo da licitação que tenha de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de normas:
índices e valores não usualmente adotados para correta I - comprovação do compromisso público ou particular
avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimen- de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
to das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada II - indicação da empresa responsável pelo consórcio
pela Lei nº 8.883, de 1994) que deverá atender às condições de liderança, obrigatoria-
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) mente fixadas no edital;
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Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de d) compensações financeiras e penalizações, por even-
ordem em série anual, o nome da repartição interessada tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de
e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o pagamentos;
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, e) exigência de seguros, quando for o caso;
o local, dia e hora para recebimento da documentação e XV - instruções e normas para os recursos previstos
proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, nesta Lei;
e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; XVII - outras indicações específicas ou peculiares da
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou licitação.
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta § 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expe-
da licitação; dir, permanecendo no processo de licitação, e dele extrain-
III - sanções para o caso de inadimplemento; do-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o fornecimento aos interessados.
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
projeto básico;
integrante:
V - se há projeto executivo disponível na data da pu-
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
blicação do edital de licitação e o local onde possa ser exa-
partes, desenhos, especificações e outros complementos;
minado e adquirido; II - orçamento estimado em planilhas de quantitati-
VI - condições para participação na licitação, em con- vos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
formidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apre- de 1994)
sentação das propostas; III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Admi-
VII - critério para julgamento, com disposições claras e nistração e o licitante vencedor;
parâmetros objetivos; IV - as especificações complementares e as normas de
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de execução pertinentes à licitação.
comunicação à distância em que serão fornecidos elemen- § 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
tos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às como adimplemento da obrigação contratual a prestação
condições para atendimento das obrigações necessárias ao do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de
cumprimento de seu objeto; parcela destes, bem como qualquer outro evento contra-
IX - condições equivalentes de pagamento entre em- tual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de docu-
presas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações in- mento de cobrança.
ternacionais; § 4o Nas compras para entrega imediata, assim enten-
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data
global, conforme o caso, permitida a fixação de preços prevista para apresentação da proposta, poderão ser dis-
máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios pensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do Lei nº 8.883, de 1994)
art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - a atualização financeira a que se refere a alínea
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação “c” do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de ín- compreendido entre as datas do adimplemento e a pre-
dices específicos ou setoriais, desde a data prevista para vista para o pagamento, desde que não superior a quinze
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor-
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada
mas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
vinculada.
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
XIII - limites para pagamento de instalação e mobili- edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
zação para execução de obras ou serviços que serão obri- devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes
gatoriamente previstos em separado das demais parcelas, da data fixada para a abertura dos envelopes de habilita-
etapas ou tarefas; ção, devendo a Administração julgar e responder à impug-
XIV - condições de pagamento, prevendo: nação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con- prevista no § 1o do art. 113.
tado a partir da data final do período de adimplemento de § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital
cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de licitação perante a administração o licitante que não o
b) cronograma de desembolso máximo por período, fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos
em conformidade com a disponibilidade de recursos finan- envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos
ceiros; envelopes com as propostas em convite, tomada de preços
c) critério de atualização financeira dos valores a serem ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregu-
pagos, desde a data final do período de adimplemento de laridades que viciariam esse edital, hipótese em que tal co-
cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação municação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Lei nº 8.883, de 1994)
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§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante tente, ou ainda com os constantes do sistema de registro
não o impedirá de participar do processo licitatório até o de preços, os quais deverão ser devidamente registrados
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do das propostas desconformes ou incompatíveis;
seu direito de participar das fases subsequentes. V - julgamento e classificação das propostas de acordo
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o com os critérios de avaliação constantes do edital;
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária VI - deliberação da autoridade competente quanto à
e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos homologação e adjudicação do objeto da licitação.
competentes. § 1o A abertura dos envelopes contendo a documenta-
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar ção para habilitação e as propostas será realizada sempre
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o em ato público previamente designado, do qual se lavrará
licitante brasileiro. ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventual- pela Comissão.
mente contratado em virtude da licitação de que trata o § 2o Todos os documentos e propostas serão rubrica-
parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à dos pelos licitantes presentes e pela Comissão.
taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior § 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº qualquer fase da licitação, a promoção de diligência desti-
8.883, de 1994) nada a esclarecer ou a complementar a instrução do pro-
§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro cesso, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estran- mação que deveria constar originariamente da proposta.
geiro. § 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e,
§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propos- no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços
tas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acresci- e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
das dos gravames consequentes dos mesmos tributos que § 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorren-
oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à tes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe
operação final de venda. desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação,
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos
ou aquisição de bens com recursos provenientes de finan- após o julgamento.
ciamento ou doação oriundos de agência oficial de coope- § 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de
ração estrangeira ou organismo financeiro multilateral de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato super-
que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respecti- veniente e aceito pela Comissão.
va licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco- Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão le-
los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo vará em consideração os critérios objetivos definidos no
Congresso Nacional, bem como as normas e procedimen- edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas
tos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de se- e princípios estabelecidos por esta Lei.
leção da proposta mais vantajosa para a administração, o § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, cri-
qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que
avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igual-
financiamento ou da doação, e que também não conflitem dade entre os licitantes.
com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem
despacho motivado do órgão executor do contrato, despa- não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamen-
cho esse ratificado pela autoridade imediatamente supe- tos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vanta-
rior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) gem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para en- § 3o Não se admitirá proposta que apresente preços
trega no mesmo local de destino. global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero,
Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob- incompatíveis com os preços dos insumos e salários de
servância dos seguintes procedimentos: mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que
I - abertura dos envelopes contendo a documentação o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido li-
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; mites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e
II - devolução dos envelopes fechados aos concorren- instalações de propriedade do próprio licitante, para os
tes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remunera-
que não tenha havido recurso ou após sua denegação; ção. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam-
concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo bém às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira
sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência ou importações de qualquer natureza.(Redação dada pela
expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos; Lei nº 8.883, de 1994)
IV - verificação da conformidade de cada proposta com Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de-
os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convi-
correntes no mercado ou fixados por órgão oficial compe- te realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os
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Assistente Administrativo
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de no instrumento convocatório e que considerem a capaci-
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos tação e a experiência do proponente, a qualidade técnica
órgãos de controle. da proposta, compreendendo metodologia, organização,
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos tra-
licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada balhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mo-
pela Lei nº 8.883, de 1994) bilizadas para a sua execução;
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
proposta mais vantajosa para a Administração determinar der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar instrumento convocatório e à negociação das condições
o menor preço; propostas, com a proponente melhor classificada, com
II - a de melhor técnica; base nos orçamentos detalhados apresentados e respec-
III - a de técnica e preço. tivos preços unitários e tendo como referência o limite re-
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- presentado pela proposta de menor preço entre os licitan-
ção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído tes que obtiveram a valorização mínima;
pela Lei nº 8.883, de 1994) III - no caso de impasse na negociação anterior, pro-
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, cedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato consecução de acordo para a contratação;
público, para o qual todos os licitantes serão convocados, IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
vedado qualquer outro processo. aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados
§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, en- ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida
tre os licitantes considerados qualificados a classificação para a proposta técnica.
se dará pela ordem crescente dos preços propostos, pre- § 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será ado-
valecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o
previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº seguinte procedimento claramente explicitado no instru-
8.883, de 1994) mento convocatório:
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informáti- I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
ca, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei de preços, de acordo com critérios objetivos preestabeleci-
no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os dos no instrumento convocatório;
fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obri- II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
gatoriamente o tipo de licitação «técnica e preço», permi- com a média ponderada das valorizações das propostas
tido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indi- técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabele-
cados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela cidos no instrumento convocatório.
Lei nº 8.883, de 1994) § 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação neste artigo poderão ser adotados, por autorização expres-
não previstos neste artigo. sa e mediante justificativa circunstanciada da maior auto-
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão sele- ridade da Administração promotora constante do ato con-
cionadas tantas propostas quantas necessárias até que se vocatório, para fornecimento de bens e execução de obras
atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído pela ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente
Lei nº 9.648, de 1998) dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc- domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de
nica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pre-
de natureza predominantemente intelectual, em especial tendido admitir soluções alternativas e variações de execu-
na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervi- ção, com repercussões significativas sobre sua qualidade,
são e gerenciamento e de engenharia consultiva em ge- produtividade, rendimento e durabilidade concretamente
ral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha
preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente
disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada pela Lei fixados no ato convocatório.
nº 8.883, de 1994) § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será ado- Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e servi-
tado o seguinte procedimento claramente explicitado no ços, quando for adotada a modalidade de execução de em-
instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo preitada por preço global, a Administração deverá fornecer
que a Administração se propõe a pagar: obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas e informações necessários para que os licitantes possam
técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualifi- elaborar suas propostas de preços com total e completo
cados e feita então a avaliação e classificação destas pro- conhecimento do objeto da licitação.
postas de acordo com os critérios pertinentes e adequados Art. 48. Serão desclassificadas:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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I - as propostas que não atendam às exigências do ato Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
convocatório da licitação; cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas
II - propostas com valor global superior ao limite es- serão processadas e julgadas por comissão permanente
tabelecido ou com preços manifestamente inexequíveis, ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo
assim considerados aqueles que não venham a ter de- menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes
monstrada sua viabilidade através de documentação que aos quadros permanentes dos órgãos da Administração
comprove que os custos dos insumos são coerentes com responsáveis pela licitação.
os de mercado e que os coeficientes de produtividade são § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, ex-
compatíveis com a execução do objeto do contrato, condi- cepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e
ções estas necessariamente especificadas no ato convoca- em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser
tório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) substituída por servidor formalmente designado pela au-
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste ar- toridade competente.
tigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de ins-
de licitações de menor preço para obras e serviços de en- crição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamen-
genharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% to, será integrada por profissionais legalmente habilitados
(setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluí- no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
do pela Lei nº 9.648, de 1998) § 3o Os membros das Comissões de licitação respon-
a) média aritmética dos valores das propostas supe- derão solidariamente por todos os atos praticados pela
riores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver
administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei reunião em que tiver sido tomada a decisão.
nº 9.648, de 1998) § 4o A investidura dos membros das Comissões perma-
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução
anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% da totalidade de seus membros para a mesma comissão no
(oitenta por cento) do menor valor a que se referem as período subsequente.
alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contra- § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por
to, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades uma comissão especial integrada por pessoas de reputa-
previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor ção ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em
resultante do parágrafo anterior e o valor da correspon- exame, servidores públicos ou não.
dente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser
todas as propostas forem desclassificadas, a administração obtido pelos interessados no local indicado no edital.
poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a § 1o O regulamento deverá indicar:
apresentação de nova documentação ou de outras propos- I - a qualificação exigida dos participantes;
tas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
no caso de convite, a redução deste prazo para três dias III - as condições de realização do concurso e os prê-
úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) mios a serem concedidos.
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do § 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au-
procedimento somente poderá revogar a licitação por ra- torizar a Administração a executá-lo quando julgar conve-
zões de interesse público decorrente de fato supervenien- niente.
te devidamente comprovado, pertinente e suficiente para Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de a servidor designado pela Administração, procedendo-se
ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer na forma da legislação pertinente.
escrito e devidamente fundamentado. § 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo pela Administração para fixação do preço mínimo de arre-
de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado matação.
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. § 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no
59 desta Lei. local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante,
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo es-
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa. tipulado no edital de convocação, sob pena de perder em
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se favor da Administração o valor já recolhido.
aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade § 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela
de licitação. à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Reda-
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contra- ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
to com preterição da ordem de classificação das propostas § 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, principalmente no município em que se realizará. (Incluído
sob pena de nulidade. pela Lei nº 8.883, de 1994)
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§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei c) quando necessária a modificação da forma de pa-
e demais normas gerais, no que couber: gamento, por imposição de circunstâncias supervenientes,
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de lo- mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do
cação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado,
cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por nor- sem a correspondente contraprestação de fornecimento
ma de direito privado; de bens ou execução de obra ou serviço;
II - aos contratos em que a Administração for parte d) para restabelecer a relação que as partes pactua-
como usuária de serviço público. ram inicialmente entre os encargos do contratado e a re-
§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada tribuição da administração para a justa remuneração da
a substituição prevista neste artigo, a critério da Adminis- obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
tração e independentemente de seu valor, nos casos de do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na
compra com entrega imediata e integral dos bens adqui- hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis
ridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive porém de consequências incalculáveis, retardadores ou im-
assistência técnica. peditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimen- força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando
to dos termos do contrato e do respectivo processo licita- álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação
tório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia auten- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos. § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
Art. 64. A Administração convocará regularmente o in- condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
teressado para assinar o termo de contrato, aceitar ou reti- fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e
rar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,
estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamen-
sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. to, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado acréscimos.
uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder
durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justi- os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Re-
ficado aceito pela Administração. dação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar II - as supressões resultantes de acordo celebrado en-
o instrumento equivalente no prazo e condições estabe- tre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
lecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados
de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados
condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive mediante acordo entre as partes, respeitados os limites es-
quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato tabelecidos no § 1o deste artigo.
convocatório, ou revogar a licitação independentemente § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços,
da cominação prevista no art. 81 desta Lei. se o contratado já houver adquirido os materiais e posto
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Ad-
das propostas, sem convocação para a contratação, ficam ministração pelos custos de aquisição regularmente com-
os licitantes liberados dos compromissos assumidos. provados e monetariamente corrigidos, podendo caber in-
denização por outros danos eventualmente decorrentes da
Seção III supressão, desde que regularmente comprovados.
Da Alteração dos Contratos § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, al-
terados ou extintos, bem como a superveniência de dispo-
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser sições legais, quando ocorridas após a data da apresenta-
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes ca- ção da proposta, de comprovada repercussão nos preços
sos: contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para
I - unilateralmente pela Administração: menos, conforme o caso.
a) quando houver modificação do projeto ou das es- § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que
pecificações, para melhor adequação técnica aos seus ob- aumente os encargos do contratado, a Administração de-
jetivos; verá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
b) quando necessária a modificação do valor contra- financeiro inicial.
tual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantita- § 7o (VETADO)
tiva de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao
II - por acordo das partes: reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atuali-
a) quando conveniente a substituição da garantia de zações, compensações ou penalizações financeiras decor-
execução; rentes das condições de pagamento nele previstas, bem
b) quando necessária a modificação do regime de exe- como o empenho de dotações orçamentárias suplemen-
cução da obra ou serviço, bem como do modo de forne- tares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam
cimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples
dos termos contratuais originários; apostila, dispensando a celebração de aditamento.
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Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por
o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escri- intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá
ta, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente infor-
não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que mado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro
pretenda produzir. do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da recurso, sob pena de responsabilidade.
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou § 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedi-
ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de do de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos
5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais. do processo estejam com vista franqueada ao interessado.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos § 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modali-
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias dade de “carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos
para proferir a sentença. I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infra- Capítulo VI
ções penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão,
subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta
Execução Penal. Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimen-
to, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando
Capítulo V for explicitamente disposto em contrário.
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re-
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da entidade.
aplicação desta Lei cabem: Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar,
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializa-
intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: do desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele
a) habilitação ou inabilitação do licitante; relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com
b) julgamento das propostas; o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para
c) anulação ou revogação da licitação; sua elaboração.
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
cadastral, sua alteração ou cancelamento; imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio,
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os
art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) dados, documentos e elementos de informação pertinentes
f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem- à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em
porária ou de multa; suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais
intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, pe-
ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; rante a entidade interessada, responder pela sua boa exe-
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro cução, fiscalização e pagamento.
de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme § 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de qual, nos termos do edital, decorram contratos administra-
10 (dez) dias úteis da intimação do ato. tivos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fe-
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas deração consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
“a”, “b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos a ad- § 2o É facultado à entidade interessada o acompanha-
vertência e multa de mora, e no inciso III, será feita me- mento da licitação e da execução do contrato. (Incluído pela
diante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos Lei nº 11.107, de 2005)
previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
poderá ser feita por comunicação direta aos interessados pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação
e lavrada em ata. pertinente, ficando os órgãos interessados da Administra-
§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I ção responsáveis pela demonstração da legalidade e regu-
deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade laridade da despesa e execução, nos termos da Constituição
competente, motivadamente e presentes razões de inte- e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
resse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus- § 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
pensiva aos demais recursos. jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cin- irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do dis-
co) dias úteis. posto neste artigo.
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§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do II - quando verificado desvio de finalidade na aplica-
sistema de controle interno poderão solicitar para exame, ção dos recursos, atrasos não justificados no cumprimen-
até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimen- to das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias
to das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração in- contratações e demais atos praticados na execução do
teressada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a
em função desse exame, lhes forem determinadas. (Reda- outras cláusulas conveniais básicas;
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - quando o executor deixar de adotar as medidas
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recur-
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser pro- sos ou por integrantes do respectivo sistema de controle
cedida sempre que o objeto da licitação recomende análise interno.
mais detida da qualificação técnica dos interessados. § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados,
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de pou-
será feita mediante proposta da autoridade competente, pança de instituição financeira oficial se a previsão de seu
aprovada pela imediatamente superior. uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de apli-
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigên- cação financeira de curto prazo ou operação de mercado
cias desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos in- aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a uti-
teressados, ao procedimento e à analise da documentação. lização dos mesmos verificar-se em prazos menores que
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir um mês.
normas relativas aos procedimentos operacionais a serem § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do pará-
observados na execução das licitações, no âmbito de sua grafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédi-
competência, observadas as disposições desta Lei. to do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específi-
após aprovação da autoridade competente, deverão ser co que integrará as prestações de contas do ajuste.
publicadas na imprensa oficial. § 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex-
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros
couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instru-
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obti-
mentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da
das das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos
Administração.
à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da
órgãos ou entidades da Administração Pública depende de
imediata instauração de tomada de contas especial do res-
prévia aprovação de competente plano de trabalho pro-
ponsável, providenciada pela autoridade competente do
posto pela organização interessada, o qual deverá conter,
órgão ou entidade titular dos recursos.
no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do objeto a ser executado; Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações rea-
II - metas a serem atingidas; lizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e
III - etapas ou fases de execução; do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; que couber, nas três esferas administrativas.
V - cronograma de desembolso; Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, e as entidades da administração indireta deverão adaptar
bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas; suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de en- Lei.
genharia, comprovação de que os recursos próprios para Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas
complementar a execução do objeto estão devidamente e fundações públicas e demais entidades controladas dire-
assegurados, salvo se o custo total do empreendimento ta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. no artigo anterior editarão regulamentos próprios devida-
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas- mente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
sador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
Câmara Municipal respectiva. artigo, no âmbito da Administração Pública, após apro-
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita vados pela autoridade de nível superior a que estiverem
conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o deverão ser publicados na imprensa oficial.
saneamento das impropriedades ocorrentes: Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
I - quando não tiver havido comprovação da boa e anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os
regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na fará publicar no Diário Oficial da União, observando como
forma da legislação aplicável, inclusive mediante proce- limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
dimentos de fiscalização local, realizados periodicamente período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
pelo órgão competente do sistema de controle interno da instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua
Administração Pública; vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágra-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
fos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim
o disposto no «caput» do art. 5o, com relação ao pagamen- 5. COMUNICAÇÃO, RELAÇÕES
to das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser INTERPESSOAIS NAS ORGANIZAÇÕES E
observada, no prazo de noventa dias contados da vigência TRABALHO EM EQUIPE.
desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos
contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994) O profissional de administração deve estabelecer e
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do manter um sistema contingente de comunicação dentro da
patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposi- organização, de forma unificadora e esclarecedora, a fim de
ções do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, saber qual é a situação de sua organização para poder con-
com suas alterações, e os relativos a operações de crédito trolar as atividades e tomar decisões, visto que nem sem-
interno ou externo celebrados pela União ou a concessão pre a informação segue os rumos que a organização deseja,
de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela transformando-se muitas vezes em boatos que venham a
legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber. prejudicar a corporação.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar- A comunicação administrativa não deve se preocupar
se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido com meios externos e sim com seu fluxo interno de infor-
no Código Brasileiro de Aeronáutica. mações. Ela deve ser feita entre e para os membros da orga-
nização, o que não impede que algumas informações trans-
Art. 123. Em suas licitações e contratações adminis-
mitidas internamente sejam difundidas além dos limites da
trativas, as repartições sediadas no exterior observarão as
organização. Ela precisa ser vista como uma forma de co-
peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na
municação social e humana, constituída por cinco elemen-
forma de regulamentação específica. tos básicos; um comunicador que transmite uma mensa-
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para gem para um receptor visando obter um feedback do mesmo.
permissão ou concessão de serviços públicos os dispositi- Seu principal objetivo é unir a situação de todos os se-
vos desta Lei que não conflitem com a legislação específica tores, e todos os assuntos, interagir entre os membros e
sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) garantir a funcionalidade da empresa. Denominada de co-
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a municação funcional, parte-se do pressuposto de que cada
IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para cargo de uma organização precisa comunicar algo a alguém
concessão de serviços com execução prévia de obras em ou algum setor, de modo a transmitir as informações ne-
que não foram previstos desembolso por parte da Admi- cessárias em busca de um trabalho sinérgico, respeitan-
nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, do as individualidades de cada cargo, setor e também as
de 1994) pessoais. A comunicação deve ser vista pelo administrador
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- como instrumento descentralizador e de elevação da capa-
cação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei cidade operacional da organização, através da delegação de
nº 8.883, de 1994) autoridades e atribuições, contudo sem que o administrador
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, es- perca o controle e a autoridade perante seus subordinados.
pecialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro A descentralização administrativa exige, acima de tudo, um
de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de se- sistema eficaz de comunicação e controle. É a comunicação
tembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, horizontal que permitirá ao administrador alcançar sinergia
e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966. e controle dos mais variados setores que compõe o corpo
(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº da empresa.
8.883, de 1994) Fica explícito que conforme o tamanho da organização
as trocas de informação podem sofrer mais empecilhos,
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e contudo são nesses casos que a comunicação torna-se mais
105o da República. necessária. Sem um plano comunicacional eficaz o trabalho
torna-se mais demorado e desperdiçam-se esforços, já que
ITAMAR FRANCO
fica clara a dificuldade de interação entre os mais variados
Rubens Ricupero
setores da organização. Onde se faz necessário o trabalho
Romildo Canhim em grupo há consequentemente a necessidade de se reali-
zar uma competente comunicação horizontal.
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
22.6.1993 e republicado em 6.7.1994 e retificado em de PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
6.7.1994 São elementos do processo de comunicação:
• emissor – o que emite ou envia a mensagem
• receptor – o que recebe a mensagem
• mensagem – 0 que se quer comunicar
• canal – o meio de comunicação pelo qual se transmite
a mensagem
• ruídos –tudo aquilo que pode atrapalhar a comuni-
cação .
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Estrutura de autoridade: verifica-se que as diferenças que são avaliados desempenhos individuais e/ou coletivos.
hierárquicas ajudam a determinar quem irá comunicar-se E ainda, só através de informações torna-se possível fazer
com quem. O conteúdo e exatidão da comunicação são ajustamentos necessários para que a eficiência no trabalho
sempre comprometidos pela diferença de autoridade. seja alcançada.
A especialização do trabalho, ou seja, a divisão do tra-
balho em ações pertinentes a cada grupo facilita a comuni- CANAIS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
cação entre esses grupos. As mensagens, nas organizações passam por diferentes
caminhos ou canais. Tais canais podem ser formais ou infor-
TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES mais. Para Du Brin (2001) os canais formais de comunicação
Nas organizações a comunicação apresenta diferentes são os caminhos oficiais para envio de informações den-
formas que variam de acordo com os elementos, contexto tro e fora da empresa, tendo como fonte de informação o
e tipo de comunicação a ser usado. Organograma, que indica os canais que a mensagem deve
A comunicação se divide em dois itens: comunicação seguir.
Além de serem caminhos para a comunicação, os canais
verbal e comunicação não verbal.
também são meios de enviar mensagens. Incluem boletins,
No primeiro item a comunicação envolve participação,
jornais, reuniões, memorandos escritos, correio eletrônico,
transmissão e trocas de conhecimento e experiências. A
quadros de aviso tradicionais e informativos mais elevados.
comunicação verbal pode ser: interna – quando o processo As mensagens nas organizações viajam em quatro di-
acontece dentro da empresa e externa – quando o proces- reções: para baixo, para cima, horizontal e diagonalmente.
so ultrapassa os limites da empresa, ocorrendo entre esta e A comunicação que viaja para baixo é aquela que par-
funcionários ou instituições de fora da empresa. te do superior da empresa para os subordinados – envolve
Quanto à transmissão da mensagem, a comunicação os relatórios administrativos, manuais de políticas e proce-
ocorre de duas formas: oral e escrita. dimentos, jornais internos da empresa, cartas e circulares,
Para se ter ideia da importância das comunicações relatórios escritos sobre desempenho, manuais de empre-
orais, basta lembrar que elas estão no cerne dos problemas gados e etc. O tipo de comunicação mais adequado aos
de relacionamento entre setores ou na raiz das soluções subordinados é a que presta mais informações; não apre-
de integração horizontal/vertical. Muitas questões penden- senta controvérsias e cujo propósito é mais informativo que
tes poderiam ser resolvidas por meio de uma receita que persuasivo.
inclui, necessariamente, contatos, reuniões de integração, A comunicação ascendente ocorre para cima, do su-
avaliação, análise, controle e feedback. Como se percebe, bordinado para o superior. Envolve: memorandos escritos,
as comunicações orais merecem atenção. relatórios, reuniões grupais planejadas, conversas informais
Quanto ao tipo de comunicação a ser utilizado, pode com o superior. Apresenta propósito informativo e auxilia
ser: formal (realizada através da hierarquia) e informal (rea- na tomada de decisão.
lizada fora do sistema convencional). Para facilitar este tipo de comunicação as empresas de-
senvolvem programas e políticas tais como:
Comunicação não verbal – O propósito deste tipo de •Políticas de portas abertas – permite a qualquer em-
informação é exprimir sentimentos sem usar a palavra. pregado receber a atenção da alta administração.
Exemplo: balançar a cabeça para indicar um “sim”. •Programas de treinamento – serve para avaliar aspec-
A comunicação não verbal, de um modo geral pode ser tos da empresa – os empregados trazem os problemas da
dividida em oito categorias: Empresa à tona. Permite a ela atingir velocidade e simplici-
1. Ambiente – espaço físico. dade nas operações.
•Programas de reclamações – as reclamações são en-
2. Posição do corpo
viadas para cima, incluindo aquelas sobre os supervisores,
3. Postura – inclinar-se em direção a outra pessoa su-
condição de trabalho, conflitos, assédio sexual, métodos de
gere ser favorável em relação à mensagem.
trabalho, etc.
4. Gestos das mãos Comunicação Horizontal – trata-se do envio de infor-
5. Expressões e movimentos faciais – aspectos da face mações entre funcionários do mesmo nível organizacional.
e movimentos com a cabeça podem indicar aprovação, de- Comunicação Diagonal – transmissão de mensagem de
saprovação ou descrença. níveis organizacionais mais altos ou mais baixos em dife-
6. Timbre de voz – podem comunicar confiança, nervo- rentes departamentos, demonstrando maior dinamismo no
sismo ou entusiasmo. que se refere às decisões da comunicação.
7. Vestuário, adorno e aparência Canais informais de comunicação - representam a rede
8. Reflexão – muitos sinais não verbais são ambíguos. de comunicação, não oficial, que complementa os canais
Exemplo: um sorriso indica calor humano, mas, às vezes formais. São dois importantes canais informais de comuni-
pode indicar nervosismo. cação: rádio corredor e os encontros casuais.
A rádio corredor é o principal meio de transmissão de
Seja através da comunicação verbal ou não verbal, a in- boatos e até pode criar problemas à organização. Boatos
formação é indispensável aos funcionários de uma empre- falsos podem ser prejudiciais à moral e à produtividade da
sa como base para atingir metas. É através da informação empresa. Reuniões com empregados para discutir o boato
que se pode detectar áreas problemáticas capazes de im- é a melhor forma de evitar que tais boatos comprometam
pedir a consecução de objetivos. É também, por meio dela a imagem dos funcionários da Organização.
55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Encontros Casuais - não programados - acontecendo Pela facilidade de uso e eficácia, tornou-se um dos ser-
entre os superiores e empregados podem representar um viços mais populares da internet. Utilizar corretamente esse
canal de informação eficiente. Além das reuniões formais, serviço de e-mail pode auxiliar a ter acesso à informações,
muitas informações valiosas podem ser coletadas nesses gerenciar, manter e ampliar sua rede de contatos, agilizar e
encontros casuais. A alta direção, preocupados com a co- otimizar o tempo quando a comunicação se faz necessária.
municação interna, utilizam desses canais sem preconceito, Assim, é importante compreender como ele funciona e
coletando informações que os ajudam na tomada de deci- quais os benefícios de seu uso para poder tirar o máximo
sões importantes. de proveito dessa ferramenta praticamente indispensável
Muitas vezes, a comunicação não acontece de forma nos dias de hoje, lembrando-se que, embora esse meio de
eficaz em virtude da falta de habilidade do emissor e/ou re- comunicação traga muita facilidade, ele ainda é uma forma
ceptor, constituindo-se verdadeiras barreiras. Consideram- de comunicação, portanto, exigirá todos os cuidados exigi-
se barreiras da comunicação: motivação e interesses bai- dos na comunicação como vimos na abordagem acima, ou
xos, reações emocionais e desconfianças que podem limi- seja, formalidade, uso correto da linguagem, adequação ao
tar ou distorcer as comunicações; diferenças de linguagem, contexto, e principalmente, uso do bom senso, garantirão
jargão, colaboradores com conhecimentos e experiências um resultado eficaz ao utilizar de mensagens eletrônicas
diferentes também podem se constituir em barreiras da co- como forma de se comunicar.
municação numa organização.
EFICIÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA ORGANIZA-
USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS – COMUNICAÇÃO CIONAL
ELETRÔNICA A alta direção de qualquer organização precisa conhe-
A tecnologia tem um dos principais papéis na transfor- cer e acreditar no poder da comunicação interna, pois, é
mação das atividades e no negócio da comunicação social. através dela, com uma boa relação com o público interno,
Além de representar para muitos, uma verdadeira revolu- de forma eficiente, que a empresa poderá transmitir a sua
ção cultural, ela significa investimentos e até a definição de imagem ao seu público externo, pois são eles, os responsá-
novos objetivos e rumos. veis por essa imagem.
A internet está se tornando imprescindível nos planos A qualidade de comunicação nas organizações deve
de comunicação das grandes corporações, cujos sites fo- pressupor individualização do processo em função das na-
ram criados como centros de informação para consumi- turais diferenças em outro quadro de referência, nível de
dores. Em vez de vendas, muitas empresas estabelecem experiência, amplitude de interesses, grau de motivação,
objetivos de comunicação e realizam on-line uma verda- etc. de pessoa para pessoas. Comunicações feitas para a
deira estratégia de administração dos seus contatos e do “média” do público acabam gerando, mais problemas do
relacionamento com os diferentes públicos que com elas que benefícios, sem falar no fato da pasteurização tornar
se relacionam e interagem. as mensagens sem impacto.
A vídeo conferência também faz parte dos avanços de Para que haja eficiência na comunicação interna, é de
tecnologia e, tem tido aceitação cada vez maior no mundo fundamental importância conhecer em profundidade o pú-
dos negócios. Através desse recurso, funcionário de uma blico interno da empresa. É necessário um contato pessoal
organização em diferentes locais mantém um diálogo ven- em que se estabeleça uma relação de confiança, que possa
do as imagens na tela da televisão, realizando uma reunião transmitir as suas expectativas, ansiedades e interesses en-
em diversos lugares ao mesmo tempo. Esta tecnologia traz tre a organização e o seu público interno. É importante que
a vantagem da diminuição de gastos para a empresa, além o emissor tenha acesso aos conhecimentos do receptor so-
do aumento da produtividade, pois os funcionários preci- bre o assunto a ser abordado. O seu nível de linguagem e o
sam ir apenas ao centro de vídeo conferência próximo à seu grau de interesse são itens relevantes para que ocorra
empresa. a sintonia entre eles.
Em decorrência disso, a comunicação eletrônica veio Destaca-se que os elementos para uma transmissão de
para facilitar a vida das organizações, trazendo agilidade, mensagem eficiente são: comunicação assertivamente – a
comodidade e baixo custo para as empresas. mensagem será mais bem recebida se os funcionários ex-
A internet cada vez mais se forma como mídia. Suas porem suas ideias diretamente; uso de canais múltiplos –
características mais importantes para a atividade e o negó- uso dos cinco sentidos para recepção; uso da comunicação
cio da Comunicação Social são: a facilidade operacional, o bidirecional – envolvimento da mensagem dos receptores
baixo custo de operação e a interatividade. na conversação; apoiar-se- certos tipos de comunicação
Como exemplos de canais de comunicação eletrônica, fazem com que as pessoas se sintam apoiadas, facilitando
temos os SMS, redes sociais, e a agora falaremos sobre o o processo; ser sensível as diferenças culturais- respeito as
e-mail, que é uma mensagem eletrônica das mais difundi- diferenças de estilo, sotaque, erros gramaticais, aparência
das nesse tipo de comunicação. pessoal; ser sensível as diferenças de gênero – identificar
Além de ser um dos mais populares serviços da inter- as diferenças no estilo de comunicação relacionadas ao
net, por ser uma forma rápida e de baixo custo de manter gênero.
comunicação, o fator da distancia não interferir e de liber- Nesse sentido, homens e mulheres apesar da tendên-
dade de horário para utiliza-la também favoreceram essa cia à igualdade nas organizações, comunicam-se de formas
popularidade. diferentes.
56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
A comunicação interna é uma via de mão dupla, por- Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras
tanto, tão importante como comunicar é saber escutar. Os de pronúncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos
5 “C’s” de uma comunicação interna eficaz são: clara, cons- idiomas utilizam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há
ciente, contínua e frequente, curta e rápida e completa. também os alfabetos árabe, cirílico, grego e hebraico. No
idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um alfabe-
RELAÇÕES INTERPESSOAIS, RELAÇÕES PÚBLICAS E A to, mas por meio de caracteres que podem ser compostos
COMUNICAÇÃO INTERNA de vários elementos. Esses caracteres geralmente repre-
Quando se fala em comunicação interna organizacio- sentam uma palavra ou parte de uma palavra. Embora os
nal, automaticamente relaciona ao profissional de Relações idiomas japonês e coreano usem caracteres chineses, estes
Públicas, pois ele é o responsável pelo relacionamento da podem ser pronunciados de maneiras bem diferentes e
empresa com os seus diversos públicos (internos, externos nem sempre ter o mesmo significado.
e misto). Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige
As organizações têm passado por diversas mudanças que se use o som correto para cada letra ou combinação
buscando a modernização e a sobrevivência no mundo dos de letras. Quando o idioma segue regras coerentes, como é
negócios. Os maiores objetivos dessas transformações são: o caso do espanhol, do grego e do zulu, a tarefa não é tão
tornar a empresa competitiva, flexível, capaz de responder difícil. Contudo, as palavras estrangeiras incorporadas ao
as exigências do mercado, reduzindo custos operacionais idioma às vezes mantêm uma pronúncia parecida à origi-
e apresentando produtos competitivos e de qualidade. A nal. Assim, determinadas letras, ou combinações de letras,
reestruturação das organizações gerou um público inter- podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
no de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise
conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às cobran- memorizar as exceções e então usá-las regularmente ao
ças das empresas em todos os setores. Diante desse novo conversar. Em chinês, a pronúncia correta exige a memori-
modelo organizacional, é que se propõe como atribuição zação de milhares de caracteres. Em alguns idiomas, o sig-
do profissional de Relações Públicas ser o intermediador, nificado de uma palavra muda de acordo com a entonação.
Se a pessoa não der a devida atenção a esse aspecto do
o administrador dos relacionamentos institucionais e de
idioma, poderá transmitir ideias erradas.
negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim,
Se as palavras de um idioma forem compostas de síla-
fica claro que esse profissional tem seu campo de ação na
bas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas
política de relacionamento da organização. A comunicação
que usam esse tipo de estrutura têm regras bem defini-
interna, portanto, deve ser entendida como um feixe de
das sobre a posição da sílaba tônica (aquela que soa mais
propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa significati-
forte). As palavras que fogem a essas regras geralmente
vamente maior que um simples programa de comunicação
recebem um acento gráfico, o que torna relativamente fácil
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude,
pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se houver mui-
as empresas estão a exigir profissionais de comunicação tas exceções às regras, o problema fica mais complicado.
sistêmicos, abertos, treinados, com visões integradas e em Nesse caso, exige bastante memorização para se pronun-
permanente estado de alerta para as ameaças e oportuni- ciar corretamente as palavras.
dades ditadas pelo meio ambiente. Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos atenção aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo
Relações Públicas: estratégica, política, institucional, mer- de determinadas letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
cadológica, social, comunitária, cultural, etc.; atuando sem- Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas ar-
pre para cumprir os objetivos da organização e definir suas madilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de
políticas gerais de relacionamento. afetação e até de esnobismo. O mesmo acontece com as
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Rela- pronúncias em desuso. Tais coisas apenas chamam atenção
ções Públicas, destaca-se como principal objetivo liderar o para o orador. Por outro lado, é bom evitar o outro extremo
processo de comunicação total da empresa, tanto no nível e relaxar tanto no uso da linguagem quanto na pronúncia
do entendimento, como no nível de persuasão nos negó- das palavras. Algumas dessas questões já foram discutidas
cios. no estudo “Articulação clara”.
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir
Pronúncia correta das palavras de um país para outro — até mesmo de uma região para
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: outra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idioma
Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; local com sotaque. Os dicionários às vezes admitem mais
Enfatizar a sílaba certa; de uma pronúncia para determinada palavra. Especialmen-
Dar a devida atenção aos sinais diacríticos te se a pessoa não teve muito acesso à instrução escolar ou
se a sua língua materna for outra, ela se beneficiará muito
Por que é importante? por ouvir com atenção os que falam bem o idioma local
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová que-
que pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem no remos falar de uma maneira que dignifique a mensagem
teor da mensagem sem ser distraídos por erros de pro- que pregamos e que seja prontamente entendida pelas
núncia. pessoas da localidade.
57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se Alguns autores estabelecem as seguintes recomenda-
está bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não ções para o atendimento telefônico:
constitui problema numa conversa, mas ao ler em voz alta • não deixar o cliente esperando por um tempo muito
você poderá se deparar com palavras que não usa no co- longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo
tidiano. e retornar a ligação em seguida;
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário
Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm pro- tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e
blemas de pronúncia não se dão conta disso. serviços;
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em • atender às necessidades do cliente; se ele desejar
público, consulte num dicionário as palavras que não co- algo que o atendente não possa fornecer, é importante
nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure oferecer alternativas;
em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as • agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia”
abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados ou, ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou ins-
se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. Em tituição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal.
alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome trans-
dependendo do contexto. Alguns dicionários indicam a mitem a ideia de que ele é importante para a empresa ou
pronúncia de letras que têm sons variáveis bem como a instituição. O atendente deve também esperar que o seu
sílaba tônica. Antes de fechar o dicionário, repita a palavra interlocutor desligue o telefone. Isso garante que ele não
várias vezes em voz alta. interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
para alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe
que corrija seus erros. No atendimento telefônico, a linguagem é o fator prin-
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar cipal para garantir a qualidade da comunicação. Portanto,
atenção aos bons oradores. é preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor e res-
ponda a suas demandas de maneira cordial, simples, clara e
Pronúncia de números telefonicos objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a qualidade
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo da dicção também são fatores importantes para assegu-
por algarismo. rar uma boa comunicação telefônica. É fundamental que o
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro-
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres
misso e credibilidade.
em tres algarismos, com exceção de uma sequencia de
Além das recomendações anteriores, são citados, a
quatro numeros juntos, onde damos uma pausa a cada
seguir, procedimentos para a excelência no atendimento
dois algarismos.
telefônico:
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o
número “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado
Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém
como “onze”.
Veja abaixo os exemplos gosta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso,
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, o atendente da chamada deve identificar-se assim que
zero – zero, tres atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, quem está falando e passar a tratar o interlocutor pelo
tres – quatro, tres nome. Esse toque pessoal faz com que o interlocutor se
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze sinta importante;
– nove, oito assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa
que atende ao telefone deve considerar o assunto como
Exceções seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao inter-
110 - cento e dez locutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer
111 – cento e onze “não sei”, mas “vou imediatamente saber” ou “daremos
211 – duzentos e onze uma resposta logo que seja possível”. Se não for mesmo
118 – cento e dezoito possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá
511 – quinhentos e onze apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer
0001 – mil ao contrario o número do telefone direto de alguém capaz de resolver
Atendimento telefonico o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da
Na comunicação telefônica, é fundamental que o inter- pessoa responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter
locutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido
trata da utilização de um canal de comunicação a distância. ou chamada;
É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra Não negar informações: nenhuma informação deve ser
da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor negada, mas há que se identificar o interlocutor antes de
e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e a fornecer, para confirmar a seriedade da chamada. Nessa
contextualizadas, de modo que todos possam receber bom situação, é adequada a seguinte frase: vamos anotar esses
atendimento ao telefone. dados e depois entraremos em contato com o senhor
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao • competência – recursos humanos capacitados e re-
tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a cursos tecnológicos adequados;
dizer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado • confiabilidade – cumprimento de prazos e horários
com atenção, dando feedback, mas não interrompendo o estabelecidos previamente;
raciocínio do interlocutor; • credibilidade – honestidade no serviço proposto;
Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demons- • segurança – sigilo das informações pessoais;
tra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e inte- • facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao
ressada; pessoal de contato;
Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser ca- • comunicação – clareza nas instruções de utilização
tastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamente dos serviços.
do que as boas;
Manter o cliente informado: como, nessa forma de co- Fatores críticos de sucesso ao telefone:
municação, não se estabele o contato visual, é necessário A voz / respiração / ritmo do discurso
que o atendente, se tiver mesmo que desviar a atenção do A escolha das palavras
telefone durante alguns segundos, peça licença para inter- A educação
romper o diálogo e, depois, peça desculpa pela demora. Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do
Essa atitude é importante porque poucos segundos podem outro lado da linha não pode ver as suas expressões faciais
parecer uma eternidade para quem está do outro lado da e gestos, mas você transmite através da voz o sentimento
linha; que está alimentando ao conversar com ela. As emoções
positivas ou negativas, podem ser reveladas, tais como:
Ter as informações à mão: um atendente deve conser- Interesse ou desinteresse,
var a informação importante perto de si e ter sempre à mão Confiança ou desconfiança,
as informações mais significativas de seu setor. Isso permi- Alerta ou cansaço,
te aumentar a rapidez de resposta e demonstra o profissio- Calma ou agressividade,
nalismo do atendente; Alegria ou tristeza,
Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que Descontração ou embaraço,
liga: quem atende a chamada deve definir quando é que a
Entusiasmo ou desânimo.
pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 pala-
empresa ou instituição vai retornar a chamada.
vras por minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 pa-
lavras por minuto aproximadamente, tornando o discurso
Todas estas recomendações envolvem as seguintes ati-
mais claro.
tudes no atendimento telefônico:
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensa-
Receptividade - demonstrar paciência e disposição
gem e pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o
para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais
comuns dos usuários como se as estivesse respondendo outro a julgar que não existe entusiasmo da sua parte.
pela primeira vez. Da mesma forma é necessário evitar que
interlocutor espere por respostas; O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige
Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, ao cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando
dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se neces- sua simpatia. Está relacionada a:
sário, anotar a mensagem do interlocutor); Presteza – demonstração do desejo de servir, valori-
Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se zando prontamente a solicitação do usuário;
pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de
expressões como “meu bem”, “meu querido, entre outras); cordialidade;
Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não
(evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situa- -previstas.
ções, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar
comer ou beber enquanto se fala); A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja
Comportamento ético na conversação – o que envolve vista, que transmitir uma mensagem para outra pessoa e
também evitar promessas que não poderão ser cumpridas. fazê-la compreender a essência da mesma é uma tarefa
que envolve inúmeras variáveis que transformam a comu-
Atendimento e tratamento nicação humana em um desafio constante para todos nós.
O atendimento está diretamente relacionado aos ne- E essa complexidade aumenta quando não há uma
gócios de uma organização, suas finalidades, produtos e comunicação visual, como na comunicação por telefone,
serviços, de acordo com suas normas e regras. O atendi- onde a voz é o único instrumento capaz de transmitir a
mento estabelece, dessa forma, uma relação entre o aten- mensagem de um emissor para um receptor. Sendo assim,
dente, a organização e o cliente. inúmeras empresas cometem erros primários no atendi-
mento telefônico, por se tratar de algo de difícil consecu-
A qualidade do atendimento, de modo geral, é deter- ção.
minada por indicadores percebidos pelo próprio usuário Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefô-
relativamente a: nico, de modo a atingirmos a excelência, confira:
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A origem dos problemas está nos sistemas implantados Para conhecermos melhor a postura de atendimen-
nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas to, faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do
não definem uma política clara de serviços, não definem o atendimento.
que é o próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso,
existe muita dificuldade em satisfazer plenamente o cliente. Os três passos do verdadeiro profissional de atendi-
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não mento:
contratam profissionais com características básicas para 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de
atender o público, não treinam estes profissionais na postu- compreender e atender as necessidades dos clientes,
ra adequada, não criam um padrão de atendimento e este fazer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir
passa a ser realizado de acordo com as características indi- importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. Este
viduais e o bom senso de cada um.
profissional é voltado completamente para a interação
A falta de noção clara da causa primária da perda de
com o cliente, estando sempre com as suas antenas ligadas
clientes faz com que as empresas demitam os funcionários
“porque eles não sabem nem atender o cliente”. Parece até neste, para perceber constantemente as suas necessidades.
que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa e Para este profissional, não basta apenas conhecer o produ-
que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais to ou serviço, mas o mais importante é demonstrar inte-
complexa e recheada de nuances que perpassam pela con- resse em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
dição individual e por condições sistêmicas. 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as ne-
cessidades dos clientes, aguçando a capacidade de perce-
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: ber o cliente. Para entender o lado humano, é necessário
1. Falta de uma política clara de serviços; que este profissional tenha uma formação voltada para as
2. Indefinição do conceito de serviços; pessoas e goste de lidar com gente. Se espera que ele
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este profissional,
atendimento; a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante em
4. Falta de um padrão de atendimento; que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar
5. Inexistência do follow up; a felicidade do outro.
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO
Nas condições individuais, podemos encontrar a con- DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e senti-
tratação de pessoas com características opostas ao neces-
mentos positivos, para ter atitudes adequadas no momen-
sário para atender ao público, como: timidez, avareza, re-
to do atendimento. Ele sabe que é fundamental separar os
beldia...
problemas particulares do dia a dia do trabalho e, para isso,
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO cultiva o estado de espírito antes da chegada do cliente.
Observando estas duas condições principais que cau- O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
sam a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os
podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é de
em dois itens: realizar serviços para o cliente.
os serviços e a postura de atendimento.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organi- Os requisitos para contratação deste profissional
zações e, como tal, está diretamente relacionado ao próprio Para trabalhar com atendimento ao público, alguns re-
negócio. quisitos são essenciais ao atendente. São eles:
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de
serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
são tratados os aspectos gerais da organização que dão Gostar de lidar com gente.
peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pin- Ser extrovertido.
tura), os jardins. Este item, portanto, depende mais direta- Ter humildade.
mente da empresa e está mais relacionado com as condi- Cultivar um estado de espírito positivo.
ções sistêmicas.
Satisfazer as necessidades do cliente.
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento
Cuidar da aparência.
dispensado às pessoas, está mais relacionado com o funcio-
nário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com
os clientes. Portanto, está ligado às condições individuais. Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendi-
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas mento.
políticas das empresas, o treinamento, a definição de um
padrão de atendimento e de um perfil básico para o profis- A POSTURA pode ser entendida como a junção de to-
sional de atendimento, como forma de avançar no próprio dos os aspectos relacionados com a nossa expressão corporal
negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam com- na sua totalidade e nossa condição emocional.
plementares e inter-relacionados, com dependência recí- Podemos destacar 03 pontos necessários para falar-
proca para terem peso. mos de POSTURA. São eles:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracte- Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode trans-
riza por um posicionamento de humildade, mostrando-se mitir:
sempre disponível para atender e interagir prontamente 01. Interesse quando:
com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA do atenden- Brilha;
te suscita alguns sentimentos positivos nos clientes, como Tem atenção;
por exemplo: Vem acompanhado de aceno de cabeça.
a) postura do atendente de manter os ombros abertos 02. Desinteresse quando:
e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento de recep- É apático;
tividade e acolhimento; É imóvel, rígido;
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente Não tem expressão.
inclinado transmite ao cliente a humildade do atendente;
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o
respeito e segurança; gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afe- dissimular com o olhar.
tividade e calorosidade.
A aproximação - raio de ação.
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO COR- A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao con-
PORAL: que se caracteriza pela existência de uma unidade ceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o pú-
entre o que dizemos e o que expressamos no nosso corpo. blico, independente deste ser cliente ou não.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
e confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir metros de distância do público e de um tempo imediato,
os nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa for- ou seja, prontamente.
ma, nos sentimos mais livres do stress, das doenças, dos Além do mais, deve ocorrer independentemente do
medos. funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes re-
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos ex- quisitos para a interação, a tornam mais eficaz.
Esta interação pode se caracterizar por um cumpri-
trair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados emo-
mento verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou ape-
cionais que elas traduzem e a identificação destes estados
nas por um aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o
pelas pessoas; e a sua função social que diz em que condi-
cliente sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a
ções ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o observador
atenção necessária para satisfazer os seus anseios.
e quem a expressa.
Podemos concluir, entendendo que, qualquer compor-
Alguns exemplos são:
tamento inclui posturas e é sempre fruto da interação com-
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o
plexa entre o organismo e o seu meio ambiente.
carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento.
Ela prontamente olha para ele e diz com um sorriso: “bom
O olhar dia!”.
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no
do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos senti- momento do pagamento;
mentos mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de 03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima
espírito. ao ver o carro entrando no posto e faz uma sudação...
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos pren-
der somente a ele, mas a fisionomia como um todo para A INVASÃO
entendermos o real sentido dos olhos. Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
acolhimento, de interesse no atendimento das suas ne- Vamos entender melhor isso.
cessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar Todo ser humano sente necessidade de definir um
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, a TERRITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento. Este território não se configura apenas em um espaço físi-
co demarcado, mas principalmente num espaço pessoal e
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este social, o que podemos traduzir como a necessidade de pri-
brilho nos nossos olhos ? A resposta é simples: vacidade, de respeito, de manter uma distância ideal entre
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, si e os outros de acordo com cada situação.
gostar de ajudar o próximo. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e na privacidade, o que normalmente traz consequências ne-
gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação gativas. Podemos exemplificar estas invasões com algumas
agradável para o cliente. Gostar de atender o público signi- situações corriqueiras: uma piada muito picante contada
fica gostar de atender as necessidades dos clientes, querer na presença de pessoas estranhas a um grupo social; ficar
ver o cliente feliz e satisfeito. muito próximo do outro, quase se encostando nele; dar um
tapinha nas costas...
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta
invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua maio- o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não
ria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por teve os seus desejos satisfeitos.
eles como atitudes grosseiras e poucos sensíveis. Alguns Estes clientes perdem a confiança na empresa e nor-
são os exemplos destas atitudes e situações mais comuns: malmente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns
mecanismos que as empresas adotam são os contatos via
Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre são
bem; eficazes.
Seguir o cliente por toda a loja; A maioria das empresas não têm noção da quantidade
O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente de clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não
passageiro; adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou
O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo insatisfações destes clientes. Assim, elas deixam escapar as
pratos sem ser solicitado; armas que teriam para reforçar os seus processos internos
O funcionário que cumprimenta o cliente com dois e o seu sistema de trabalho.
beijinhos e tapinhas nas costas; Quando as organizações atentam para essa importân-
O funcionário que transfere a ligação ou desliga o te- cia, elas passam a aplicar instrumentos de medição.
lefone sem avisar. Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a
realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, sub-
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro jetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
profissional do atendimento. Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
colher as informações reais.
O sorriso A saída seria criar medidores que traduzissem com
O SORRISO abre portas e é considerado uma lingua- fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
gem universal.
serviço e o produto adquiridos da empresa.
Imagine que você tem um exame de saúde muito im-
portante para receber e está apreensivo com o resultado.
Apresentação pessoal
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você se
quando o atendemos com as unhas sujas, os cabelos des-
sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um pou-
penteados, as roupas mal cuidadas... ?
co a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado
O atendente está na linha de frente e é responsável
como um ato de apaziguamento.
pelo contato, além de representar a empresa neste mo-
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de es-
mento. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons ser-
pírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as viços e cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa
não sorridentes. apresentação pessoal.
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de
comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
e geralmente informa mais do que a linguagem falada e a mais completo. São eles:
escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de sen- 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
timentos e acarretar as mais diversas emoções no outro. da função higiênica, também é revigorante e espanta a
preguiça;
Ir ao encontro do cliente 02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas lim-
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compro- pas, cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito
misso no atendimento, por parte do atendente. Este item agradável, axilas
traduz a importância dada ao cliente no momento de aten- Asseadas, barba feita;
dimento, na qual o atendente faz tudo o que é possível 03. Roupas limpas e conservadas;
para atender as suas necessidades, pois ele compreende 04. Sapatos limpos;
que satisfazê-las é fundamental. Indo ao encontro do clien- 05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local vi-
te, o atendente demonstra o seu interesse para com ele. sível pelo cliente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
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Assistente Administrativo
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra
* atender pessoalmente e interromper com o telefone que a empresa está totalmente voltada para o cliente, pois
* atender o telefone e interromper com o contato di- todo o sistema funciona para atendê-lo integralmente, e
reto essa postura é vital, visto que a imagem transmitida pelo
* sair para tomar café ou lanchar atendente é a imagem que será gerada no cliente em re-
* conversar com o colega do lado sobre o final de se- lação à organização, dessa forma, ao atender, o atendente
mana, férias, namorado, tudo isso no momento de atendi- precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa uma
mento ao cliente. marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas ati-
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como tudes devem estar em conformidade com a proposta de
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao tra- visão que essa organização possui, focando sempre em um
balho. O cliente deve ser poupado dele. atendimento efetivamente eficaz e de qualidade.
Os desafios do profissional de atendimento
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Al- TRABALHO EM EQUIPE
gumas situações exigem um alto grau de maturidade do
atendente e é nestes momentos que este profissional tem Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de
a grande oportunidade de mostrar o seu real valor. Aqui trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As
estão duas destas situações. evidências sugerem que as equipes são capazes de melho-
rar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
Encantando o cliente múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando
Fazer apenas o que está definido pela empresa como as organizações se reestruturaram para competir de modo
sendo o seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como for-
necessidades do cliente, mas talvez não ultrapasse o nor- ma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. As
mal. empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que
e reagem melhor às mudanças do que os departamentos
faz a grande diferença no atendimento.
tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanen-
tes. As equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar
Atuação extra
seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamen-
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente
te. Outras características importantes é que as equipes são
que se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não
uma forma eficaz de facilitar a participação dos trabalha-
estabelecidas nos procedimentos de trabalho. É produzir
dores nos processos decisórios aumentar a motivação dos
um serviço acima da expectativa do cliente.
funcionários.
Autonomia
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encan- Diferença entre Grupo e Equipe
tamento do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido
empresa. Mas, nem sempre a realidade é esta. Colocamos como dois ou mais indivíduos, em interação e interdepen-
aqui porque o consumidor brasileiro ainda se encanta ao dência, que se juntam para atingir um objetivo. Um grupo
encontrar numa loja, um balconista que pode resolver as de trabalho é aquele que interage basicamente para com-
suas queixas sem se dirigir ao gerente. partilhar informações e tomar decisões para ajudar cada
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao membro em seu desempenho na sua área de responsabi-
processo de tomada de decisão. Onde existir uma situa- lidade.
ção na qual o funcionário precise decidir, deve haver au- Os grupos de trabalho não têm necessidade nem
tonomia. oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo
No atendimento ao público, é fundamental haver au- que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é
tonomia do pessoal de linha de frente e é uma das condi- apenas a somatória das contribuições individuais de seus
ções básicas para o sucesso deste tipo de trabalho. membros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar
Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo um nível geral de desempenho maior do que a soma das
de poder para atuar de acordo com a situação e esse poder contribuições individuais.
deve ser conquistado. O poder aos funcionários serve para Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva
agilizar o negócio. Às vezes, a falta de autonomia se rela- por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais
ciona com fraca liderança do chefe. resultam em um nível de desempenho maior do que a
soma daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, ressalta as diferenças entre grupos de trabalho e equipes
desburocratização, respeito, compromisso, organização. de trabalho.
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o ou-
tro , não precisa passear pela empresa, ouvindo dos aten- Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de
dentes: “Esse assunto eu não resolvo; é só com o fulano; Trabalho
procure outro setor...”
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Em todo processo onde haja interação entre as pes- A convicção que “discriminar é errado” é uma afirma-
soas vamos desenvolver relações interpessoais. tiva avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo de
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as ati- uma atitude. Ela estabelece a base para a parte mais crítica
vidades são predeterminadas, alguns comportamentos são de uma atitude: o seu componente afetivo. O afeto é o seg-
precisam ser alinhados a outros, e isso sofre influência do mento da atitude que se refere ao sentimento e às emo-
aspecto emocional de cada envolvido tais como: comu- ções e se traduz na afirmação “Não gosto de João porque
nicação, cooperação, respeito, amizade. À medida que as ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento pode
atividades e interações prosseguem, os sentimentos des- provocar resultados no comportamento. O componente
pertados podem ser diferentes dos indicados inicialmente comportamental de uma atitude se refere à intenção de se
e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão as comportar de determinada maneira em relação a alguém
interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos po- ou alguma coisa. Então, para continuar no exemplo, posso
sitivos de simpatia e atração provocarão aumento de inte- decidir evitar a presença de João por causa dos meus sen-
ração e cooperação, repercutindo favoravelmente nas ati- timentos em relação a ele.
vidades e ensejando maior produtividade. Por outro lado, Encarar a atitude como composta por três componen-
sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à tes – cognição, afeto e comportamento – é algo muito útil
diminuição das interações, ao afastamento nas atividades, para compreender sua complexidade e as relações poten-
com provável queda de produtividade. ciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário dos va-
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se re- lores, as atitudes são menos estáveis.
laciona diretamente com a competência técnica de cada
pessoa. Profissionais competentes individualmente podem
render muito abaixo de sua capacidade por influência do 6. ELABORAÇÃO DE ORGANOGRAMAS,
grupo e da situação de trabalho. FLUXOGRAMAS E CRONOGRAMAS.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo,
há uma base interna de diferenças que englobam valores,
atitudes, conhecimentos, informações, preconceitos, expe-
riência anterior, gostos, crenças e estilo comportamental, TRABALHO EM EQUIPE
o que traz inevitáveis diferenças de percepções, opiniões,
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de
sentimentos em relação a cada situação compartilhada. Es-
trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As
sas diferenças passam a constituir um repertório novo: o
evidências sugerem que as equipes são capazes de melho-
daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
rar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacio-
múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando
namento entre membros do grupo, colegas de trabalho,
as organizações se reestruturaram para competir de modo
superiores e subordinados. Por exemplo: se no grupo há
mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como for-
respeito pela opinião do outro, se a ideia de cada um é ma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. As
ouvida, e discutida, estabelece-se uma modalidade de rela- empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis
cionamento diferente daquela em que não há respeito pela e reagem melhor às mudanças do que os departamentos
opinião do outro, quando ideias e sentimentos não são ou- tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanen-
vidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. tes. As equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar
A maneira de lidar com diferenças individuais criam certo seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamen-
clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a te. Outras características importantes é que as equipes são
vida em grupo, principalmente nos processos de comuni- uma forma eficaz de facilitar a participação dos trabalha-
cação, no relacionamento interpessoal, no comportamento dores nos processos decisórios aumentar a motivação dos
organizacional e na produtividade. funcionários.
Valores: Representa a convicções básicas de que um
modo específico de conduta ou de condição de existência Diferença entre Grupo e Equipe
é individualmente ou socialmente preferível a modo con- Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido
trário ou oposto de conduta ou de existência. Eles contêm como dois ou mais indivíduos, em interação e interdepen-
um elemento de julgamento, baseado naquilo que o indi- dência, que se juntam para atingir um objetivo. Um grupo
víduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os valores de trabalho é aquele que interage basicamente para com-
costumam ser relativamente estáveis e duradouros. partilhar informações e tomar decisões para ajudar cada
membro em seu desempenho na sua área de responsabi-
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – fa- lidade.
voráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas Os grupos de trabalho não têm necessidade nem
ou eventos. Refletem como um indivíduo se sente em rela- oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo
ção a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu trabalho” que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é
estou expressando minha atitude em relação ao trabalho. apenas a somatória das contribuições individuais de seus
As atitudes não são o mesmo que os valores, mas ambos membros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar
estão inter-relacionados e envolve três componentes: cog- um nível geral de desempenho maior do que a soma das
nitivo, afetivo e comportamental. contribuições individuais.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva Contudo, estas capacidades determinam parâmetros
por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais do que os membros podem fazer e de quão eficientes eles
resultam em um nível de desempenho maior do que a serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente, uma
soma daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades.
ressalta as diferenças entre grupos de trabalho e equipes Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos téc-
de trabalho. nicos. Segundo, pessoas com habilidades para solução
de problemas e tomada de decisões que sejam capazes
Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
Trabalho alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as
equipes precisam de pessoas que saibam ouvir, deem
Transformando indivíduos em membros de equipe feedback, solucionem conflitos e possuam outras habi-
- partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e lidades interpessoais.
de todos os processos do grupo;
- respeitam as individualidades e sabem ouvir; Tipos de Equipe
- comunicam-se ativamente; As equipes podem realizar uma grande variedade de
- desenvolvem respostas coordenadas em benefícios coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, nego-
dos propósitos definidos; ciar acordos, coordenar projetos, oferecer aconselhamen-
- constroem respeito, confiança mútua e afetividade tos ou tomar decisões.
nas relações; Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
- participam do estabelecimento de objetivos comuns; equipe, os membros trocam ideias ou oferecem sugestões
- desenvolvem a cooperação e a integração entre os sobre os processos e métodos de trabalho que podem ser
membros. melhorados. Raramente, entretanto, estas equipes têm au-
Fatores que interferem no trabalho em equipe toridade para implementar unilateralmente suas sugestões.
- Estrelismo; Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes
- Ausência de comunicação e de liderança; autônomas, que podem não apenas solucionar os proble-
- Posturas autoritárias; mas, mas também implementar as soluções e assumir total
- Incapacidade de ouvir; responsabilidade pelos resultados. São grupos de funcio-
- Falta de treinamento e de objetivos; nários que realizam trabalhos muito relacionados ou inter-
- Não saber “quem é quem” na equipe. dependentes e assuem muitas das responsabilidades que
antes eram de seus antigos supervisores.
São características das equipes eficazes: Normalmente, isso inclui o planejamento e o crono-
- Comprometimento dos membros com um propósito grama de trabalho, a delegação de tarefas aos membros,
comum e significativo; o controle coletivo sobre o ritmo de trabalho, a tomada de
- O estabelecimento de metas específicas para a equi- decisões operacionais e a implementação de ações para
pe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho solucionar problemas. As equipes de trabalho totalmente
e também energizam as equipes. Metas específicas ajudam autogerenciadas até escolhem seus membros e avaliam o
a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equi- desempenho uns dos outros.
pe a manter seu foco sobre o obtenção de resultados; Consequentemente, as posições de supervisão perdem
- Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo; a sua importância e até podem ser eliminadas.
- Grande habilidade para ouvir; Equipes multifuncionais: São equipes formadas por
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferen-
com o grau de maturidade da equipe; de acordo com a tes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma
contingência; tarefa. As equipes desempenham várias funções (multifun-
- Questões comportamentais são discutidas aberta- ções), ao mesmo tempo, ou seja, não há especificação para
mente, principalmente as que podem comprometer a ima- cada membro. O sentido de equipe é exatamente esse, os
gem da equipe ou organização membros compensam entre si as competências e as carên-
- O nível de confiança entre os membros é elevado; cias, num aprendizado contínuo.
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a As equipes multifuncionais representam uma forma
equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as me- eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas de uma
tas e as decisões do líder; empresa (ou até de diferentes empresas) possam trocar
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe informações, desenvolver novas ideias e solucionar pro-
possam completar as tarefas uns dos outros. blemas, bem como coordenar projetos complexos. Eviden-
Isso deixa a equipe menos dependente de um único temente, não é fácil administrar essas equipes. Seus pri-
membro; meiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas
- Conflitos são analisados e resolvidos; aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, cos-
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do tumam ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum
autodesenvolvimento. tempo até que se desenvolva a confiança e o espírito de
O desempenho de uma equipe não é apenas a soma- equipe, especialmente entre pessoas com diferentes histó-
tória das capacidades individuais de seus membros. ricos, experiências e perspectivas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até Valores: Representa a convicções básicas de que um
agora realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais modo específico de conduta ou de condição de existência
usam a tecnologia da informática para reunir seus mem- é individualmente ou socialmente preferível a modo con-
bros, fisicamente dispersos, e permitir que eles atinjam um trário ou oposto de conduta ou de existência. Eles contêm
objetivo comum. Elas permitem que as pessoas colaborem um elemento de julgamento, baseado naquilo que o indi-
on-line utilizando meios de comunicação como redes in- víduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os valores
ternas e externas, videoconferências ou correio eletrônico costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
– quando estão separadas apenas por uma parede ou em
outro continente. São criadas para durar alguns dias para Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – fa-
a solução de um problema ou mesmo alguns meses para voráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas
conclusão de um projeto. Não são muito adequadas para ou eventos. Refletem como um indivíduo se sente em rela-
tarefas rotineiras e cíclicas. ção a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu trabalho”
estou expressando minha atitude em relação ao trabalho.
Em todo processo onde haja interação entre as pes- As atitudes não são o mesmo que os valores, mas ambos
soas vamos desenvolver relações interpessoais. estão inter-relacionados e envolve três componentes: cog-
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as ati- nitivo, afetivo e comportamental.
vidades são predeterminadas, alguns comportamentos são A convicção que “discriminar é errado” é uma afirma-
precisam ser alinhados a outros, e isso sofre influência do tiva avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo de
aspecto emocional de cada envolvido tais como: comu- uma atitude. Ela estabelece a base para a parte mais crítica
nicação, cooperação, respeito, amizade. À medida que as
de uma atitude: o seu componente afetivo. O afeto é o seg-
atividades e interações prosseguem, os sentimentos des-
mento da atitude que se refere ao sentimento e às emo-
pertados podem ser diferentes dos indicados inicialmente
ções e se traduz na afirmação “Não gosto de João porque
e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão as
ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento pode
interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos po-
provocar resultados no comportamento. O componente
sitivos de simpatia e atração provocarão aumento de inte-
comportamental de uma atitude se refere à intenção de se
ração e cooperação, repercutindo favoravelmente nas ati-
comportar de determinada maneira em relação a alguém
vidades e ensejando maior produtividade. Por outro lado,
ou alguma coisa. Então, para continuar no exemplo, posso
sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à
decidir evitar a presença de João por causa dos meus sen-
diminuição das interações, ao afastamento nas atividades,
timentos em relação a ele.
com provável queda de produtividade.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se re- Encarar a atitude como composta por três componen-
laciona diretamente com a competência técnica de cada tes – cognição, afeto e comportamento – é algo muito útil
pessoa. Profissionais competentes individualmente podem para compreender sua complexidade e as relações poten-
render muito abaixo de sua capacidade por influência do ciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário dos va-
grupo e da situação de trabalho. lores, as atitudes são menos estáveis.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo,
há uma base interna de diferenças que englobam valores,
atitudes, conhecimentos, informações, preconceitos, expe- 7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.
riência anterior, gostos, crenças e estilo comportamental,
o que traz inevitáveis diferenças de percepções, opiniões,
sentimentos em relação a cada situação compartilhada. Es-
Contrato: é todo acordo de vontades, firmado livre-
sas diferenças passam a constituir um repertório novo: o
mente pelas partes, para criar obrigações e direitos recí-
daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
procos
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacio-
Contrato Administrativo é o ajuste que a Adminis-
namento entre membros do grupo, colegas de trabalho,
tração, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou
superiores e subordinados. Por exemplo: se no grupo há
outra entidade administrativa para a consecução de objeti-
respeito pela opinião do outro, se a ideia de cada um é
vos de interesse público, nas condições estabelecidas pela
ouvida, e discutida, estabelece-se uma modalidade de rela-
própria Administração.
cionamento diferente daquela em que não há respeito pela
opinião do outro, quando ideias e sentimentos não são ou-
CARACTERÍSTICAS
vidos, ou ignorados, quando não há troca de informações.
A maneira de lidar com diferenças individuais criam certo Consensual: acordo de vontades, e não um ato unila-
clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a teral e impositivo da Administração;
vida em grupo, principalmente nos processos de comuni- Formal: expressado por escrito e com requisitos es-
cação, no relacionamento interpessoal, no comportamento peciais;
organizacional e na produtividade. Oneroso: remunerado na forma convencionada;
74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
₋ Adequado: realizado na forma prevista em lei deven- ₋ identificar as necessidades dos usuários;
do atender ao interesse público; ₋ cuidar da comunicação (verbal e escrita);
₋ Eficiente: alcança o melhor resultado com menor con- ₋ evitar informações conflitantes;
sumo de recursos; ₋ atenuar a burocracia;
₋ Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a segu- ₋ cumprir prazos e horários;
rança, o patrimônio ou os direitos materiais e imateriais do ₋ desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
cidadão-usuário; ₋ divulgar os diferenciais da organização;
₋ Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo ₋ imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
obrigatório o planejamento e a adoção de medidas de pre- ₋ fazer uso da empatia;
venção para evitar a descontinuidade. ₋ analisar as reclamações;
₋ acatar as boas sugestões.
Usuários/ Clientes Essas ações estão relacionadas a indicadores que po-
Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma or- dem ser percebidos e avaliados de forma positiva pelos
ganização: usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia, pa-
•externos - recebem serviços ou produtos na sua ver- ciência, respeito.
são final. Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciên-
•internos –fazem parte da organização, de seus seto- cia, desrespeito, imposição de normas ou exibição de
res, grupos e atividades. poder tornam o atendente intolerável, na percepção dos
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da usuários. No conjunto dessas ações deve ainda ser ressal-
organização devem responder o seguinte: tada a empatia como um fator crucial para a excelência
₋ Com que pessoas mantenho contato enquanto tra- no atendimento ao público. A utilização adequada dessa
balho? ferramenta no momento em que as pessoas estão intera-
₋ Quem recebe o resultado do meu trabalho? gindo é fundamental. No bom atendimento é importante
₋ Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-tarde”, “Sen-
do resultado dos serviços executados por mim? te-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que,
ditas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuário
Princípios para o bom atendimento na gestão da qua- a perceber o tratamento diferenciado que algumas organi-
lidade zações já conseguem oferecer ao seu público-alvo.
1. Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a importân-
cia dada a esse princípio se deve principalmente ao fato de PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
que o sucesso da venda (lucro financeiro) depende da sa- São elementos do processo de comunicação:
tisfação do cliente com a qualidade do produto e também • emissor – o que emite ou envia a mensagem
com o tratamento recebido e com o resultado da própria • receptor – o que recebe a mensagem
negociação. • mensagem – 0 que se quer comunicar
No setor público, este princípio se relaciona sobretudo • canal – o meio de comunicação pelo qual se transmi-
aos conceitos de cidadania, participação, transparência e te a mensagem
controle social. • ruídos –tudo aquilo que pode atrapalhar a comuni-
Para cumprir este princípio é necessário ter atenção cação .
com dois aspectos: O processo de comunicação é o centro de todas as ati-
₋ verificar se o que é estabelecido como qualidade vidades humanas. No entanto, além de usar palavras cor-
atende a todos os usuários, inclusive aos mais exigentes; retas e adequadas ao contexto, o emissor deve transmitir à
₋ fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos outra pessoa, o receptor, informações, ideias, percepções,
necessários para a sua execução. intenções, desejos e sentimentos, ou seja, a mensagem do
Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta tan- processo de comunicação. Ao mesmo tempo, para que a
to o atendimento do usuário quanto as atividades e rotinas comunicação ocorra, não basta transmitir ou receber bem
que envolvem o serviço. as mensagens. É preciso, sobretudo, que haja troca de en-
2. O serviço ou produto deve atender a uma real neces- tendimentos. Para tanto, as palavras são importantes, mas
sidade do usuário. Este princípio se relaciona à dimensão também o são as emoções, as ideias, as informações não-
da validade, isto é, o serviço ou produto deve ser exata- verbais.
mente como o usuário espera, deseja ou necessita que ele
seja. Comunicação verbal e não verbal
3. Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade A comunicação verbal realiza-se oralmente ou por meio
mantido ao longo do tempo é que leva à conquista da con- da escrita. São exemplos de comunicações orais: ordens,
fiabilidade. pedidos, debates, discussões, tanto face-a-face quanto por
A atuação com base nesses princípios deve ser orien- telefone, rádio, televisão ou outro meio eletrônico. Cartas,
tada por algumas ações que imprimem qualidade ao aten- jornais, impressos, revistas, cartazes, entre outros, fazem
dimento, tais como: parte das comunicações escritas.
76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
A comunicação não-verbal realiza-se por meio de ges- ₋ timidez: a inibição de uma pessoa em relação a outra
tos e expressões faciais e corporais que podem reforçar ou pode causar gagueira ou voz baixa, quase inaudível;
contradizer o que está sendo dito. Cruzar os braços e as ₋ preconceito: a percepção indevida das diferenças so-
pernas, por exemplo, é um gesto que pode ser interpreta- cioculturais, raciais, religiosas, hierárquicas, entre outras;
do como posição de defesa. ₋ descaso: indiferença às necessidades do outro.
Colocar a mão no queixo, coçar a cabeça ou espregui-
çar-se na cadeira podem indicar falta de interesse no que a ATENDIMENTO TELEFÔNICO
outra pessoa tem a dizer. Na comunicação telefônica, é fundamental que o inter-
Também são gestos interpretados como forma de de- locutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se
monstrar desinteresse durante a comunicação: ajeitar pa- trata da utilização de um canal de comunicação a distância.
péis que se encontrem sobre a mesa, guardar papéis na É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra
gaveta, responder perguntas com irritação ou deixar de da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor
respondê-las. e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e
A linguagem é um código utilizado pelos indivíduos contextualizadas, de modo que todos possam receber bom
para processar pensamentos, ideias e diálogos interiores, atendimento ao telefone.
ou comunicar-se com outros. A linguagem pode ser repre-
sentada por uma língua ou pela não-verbalização. Alguns autores estabelecem as seguintes recomenda-
É importante observar que algumas palavras assumem ções para o atendimento telefônico:
diferentes significados para cada pessoa. • não deixar o cliente esperando por um tempo muito
Palavras como amor, solidariedade, fraternidade, igual- longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo
dade, entre outras, servem de rótulos para experiências e retornar a ligação em seguida;
universais, mas têm significados particulares para cada in- • o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário
divíduo. A realidade subjetiva de cada pessoa é formada
tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e
pelo seu sistema de valores, pelas suas crenças, pelos seus
serviços;
objetivos pessoais e pela sua visão de mundo. Daí a impor-
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar
tância de checarmos a linguagem utilizada no processo de
algo que o atendente não possa fornecer, é importante
comunicação e adaptarmos nossa mensagem ao vocabu-
oferecer alternativas;
lário, aos interesses e às necessidades da pessoa a quem
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia”
transmitimos alguma informação.
ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou ins-
tituição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal.
Barreiras e ruídos
Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome trans-
No atendimento é preciso cuidado para evitar ruídos
na comunicação, ou seja, é necessário reconhecer os ele- mitem a ideia de que ele é importante para a empresa ou
mentos que podem complicar ou impedir o perfeito en- instituição. O atendente deve também esperar que o seu
tendimento das mensagens. Às vezes, uma pessoa fala e interlocutor desligue o telefone. Isso garante que ele não
a outra não entende exatamente o que foi dito. Ou, então, interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
tendo em vista a subjetividade presente na mensagem, mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
muitas vezes, o emissor tem uma compreensão diferente
da que foi captada pelo receptor. No atendimento telefônico, a linguagem é o fator prin-
Além dessas dificuldades, existem outras que interfe- cipal para garantir a qualidade da comunicação. Portanto,
rem no processo de comunicação, entre elas, as barreiras é preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor e res-
tecnológicas, psicológicas e de linguagem. Essas barreiras ponda a suas demandas de maneira cordial, simples, clara e
são verdadeiros ruídos na comunicação. objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a qualidade
As barreiras tecnológicas resultam de defeitos ou in- da dicção também são fatores importantes para assegu-
terferências dos canais de comunicação. São de natureza rar uma boa comunicação telefônica. É fundamental que o
material, ou seja, resultam de problemas técnicos, como o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro-
do telefone com ruído. misso e credibilidade.
As barreiras de linguagem podem ocorrer em razão
das gírias, regionalismos, dificuldades de verbalização, di- Além das recomendações anteriores, são citados, a
ficuldades ao escrever, gagueira, entre outros. As barreiras seguir, procedimentos para a excelência no atendimento
psicológicas provêm das diferenças individuais e podem telefônico:
ter origem em aspectos do comportamento humano, tais • identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém
como: gosta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso,
₋ seletividade: o emissor só ouve o que é do seu inte- o atendente da chamada deve identificar-se assim que
resse ou o que coincida com a sua opinião; atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com
₋ egocentrismo: o emissor ou o receptor não aceita o quem está falando e passar a tratar o interlocutor pelo
ponto de vista do outro ou corta a palavra do outro, de- nome. Esse toque pessoal faz com que o interlocutor se
monstrando resistência para ouvir; sinta importante;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa ₋ empatia - para personalizar o atendimento, pode-se
que atende ao telefone deve considerar o assunto como pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca,
seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao inter- expressões como “meu bem”, “meu querido, entre outras);
locutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer ₋ concentração – sobretudo no que diz o interlocutor
“Não sei”, mas “Vou imediatamente saber” ou “Daremos (evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situa-
uma resposta logo que seja possível”. Se não for mesmo ções, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar
possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá comer ou beber enquanto se fala);
apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer ₋ comportamento ético na conversação – o que envolve
o número do telefone direto de alguém capaz de resolver também evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
o problema rapidamente, indicar o e-mail ou o número do
fax do responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter ATENDIMENTO PRESENCIAL
a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido Nessa modalidade de atendimento devem ser incorpo-
rados alguns princípios relativos ao atendimento telefôni-
ou chamada;
co, além de outros específicos a serem abordados a seguir.
• não negar informações: nenhuma informação deve
Por se tratar de uma modalidade de comunicação de
ser negada, mas há que se identificar o interlocutor an-
grande impacto junto ao usuário, o atendente deve sempre
tes de a fornecer, para confirmar a seriedade da chamada.
demonstrar simpatia, competência e profissionalismo e ter
Nessa situação, é adequada a seguinte frase: Vamos anotar atenção com as expressões do rosto, da voz, dos gestos, do
esses dados e depois entraremos em contato com o se- vocabulário e de aparência. E da mesma forma, considerar
nhor. os seguintes princípios.
• não apressar a chamada: é importante dar tempo ao
tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a Princípios para a qualidade ao atendimento presencial:
dizer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado • Competência - O usuário espera que cada pessoa que
com atenção, dando feedback, mas não interrompendo o o atenda detenha informações detalhadas sobre o funcio-
raciocínio do interlocutor; namento da organização e do setor que ele procurou.
• sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demons- • Legitimidade - O usuário deve ser atendido com éti-
tra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e inte- ca, respeito, imparcialidade, sem discriminações, com jus-
ressada; tiça e colaboração.
• ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser ca- • Disponibilidade - O atendente representa, para o
tastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamente usuário, a imagem da organização. Assim, deve haver em-
do que as boas; penho para que o usuário não se sinta abandonado, de-
• manter o cliente informado: como, nessa forma de samparado, sem assistência. O atendimento deve ocorrer
comunicação, não se estabelece o contato visual, é ne- de forma personalizada, atingindo-se a satisfação do clien-
cessário que o atendente, se tiver mesmo que desviar a te.
atenção do telefone durante alguns segundos, peça licença • Flexibilidade - O atendente deve procurar identificar
para interromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela claramente as necessidades do usuário e esforçar-se para
demora. Essa atitude é importante porque poucos segun- ajudá-lo, orientá-lo, conduzi-lo a quem possa ajudá-lo
dos podem parecer uma eternidade para quem está do ou- adequadamente.
tro lado da linha;
• ter as informações à mão: um atendente deve con- Para que o cliente ou usuário possa se sentir bem aten-
servar a informação importante perto de si e ter sempre à dido, existem, também, algumas estratégias verbais, não-
verbais e ambientais.
mão as informações mais significativas de seu setor. Isso
permite aumentar a rapidez de resposta e demonstra o
Estratégias verbais
profissionalismo do atendente;
₋ Reconhecer, o mais breve possível, a presença das
• estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que
pessoas;
liga: quem atende a chamada deve definir quando é que a ₋ pedir desculpas se houver demora no atendimento;
pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a ₋ se possível, tratar o usuário pelo nome;
empresa ou instituição vai retornar a chamada. ₋ Demonstrar que quer identificar e entender as neces-
Todas estas recomendações envolvem as seguintes ati- sidades do usuário;
tudes no atendimento telefônico: ₋ Escutar atentamente, analisar bem a informação,
₋ receptividade - demonstrar paciência e disposição apresentar questões;
para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais
comuns dos usuários como se as estivesse respondendo Estratégias não-verbais
pela primeira vez. Da mesma forma é necessário evitar que ₋ Olhar para a pessoa diretamente e demonstrar aten-
interlocutor espere por respostas; ção;
₋ atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, ₋ Prender a atenção do receptor;
dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se neces- ₋ Não escrever enquanto estiver falando com o usuário;
sário, anotar a mensagem do interlocutor); ₋ Prestar atenção à comunicação não-verbal;
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1.2 CATEGORIAS DE ATOS ADMINISTRATIVOS Os editais recebem designação própria, segundo seu
Neste Manual serão abordadas especificamente as se- objetivo: licitação, concorrência, concurso para provimento
guintes categorias de atos administrativos: de cargos públicos, citação, intimação etc.
1.2.1 Resolução Observações:
No âmbito do Poder Executivo Estadual, a resolução é 1 - A competência para expedir as categorias de atos
ato administrativo destinado a disciplinar matéria de ca- especificadas nos
ráter administrativo, própria de cada Secretaria de Estado
ou da Procuradoria-Geral do Estado, e a definir situações subitens 1.2.4 a 1.2.6 está estabelecida no inciso V do
e ocorrências funcionais. São competentes para expedir a art. 74 da Lei n. 4.640, de 24 de dezembro de 2014.
resolução os Secretários de Estado, o Procurador-Geral e
2 - Quando o ato administrativo (Resolução, Por-
o Controlador-Geral (art. 74, inciso II da Lei n. 4.640, de 24
taria) regular área de competência de mais de um órgão,
de dezembro de 2014). Seus efeitos podem ser internos ou
será identificado com a expressão “conjunta”. Ex.: “RE-
externos, conforme o campo de atuação da norma ou seus SOLUÇÃO CONJUNTA SAD/SES N. ...”, “PORTARIA
destinatários. CONJUNTA IAGRO/SAD N. ...”.
1.2.2 Portaria 2 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS
Portaria é o ato administrativo destinado a estabele- Atos administrativos normativos são aqueles que con-
cer providências de ordem administrativa e de definição têm um comando geral do Executivo, visando à correta
de situação funcional. É expedido por Presidente de en- aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é ex-
tidade vinculada ao Governador do Estado, por Diretores plicitar a norma legal a ser observada pela Administração e
-Presidentes de entidades de administração indireta e pelo pelos administrados. (MEIRELLES, 2006, p. 178)
Reitor da Universidade Estadual (art. 74, inciso III, da Lei n. 2.1 RESOLUÇÕES E PORTARIAS NORMATIVAS
4.640, de 24 de dezembro de 2014). A elaboração de atos administrativos normativos de-
Também são competentes para expedir portaria o Co- manda a observância de algumas regras de estruturação.
mandante-Geral da PMMS (art. 10, inciso VIII da Lei Com- 2.1.1 Estrutura das Resoluções e das Portarias Norma-
plementar n. 190, de 4 de abril de 2014), o Comandante- tivas
Geral do CBMMS (art. 8º, inciso VI da Lei Complementar n. As resoluções e portarias normativas devem ser estru-
188, de 3 de abril de 2014) e o Delegado-Geral (Lei Orgâ- turadas em três partes:
nica da Polícia Civil). parte preliminar, parte normativa e parte final.
2.1.1.1 Parte Preliminar
1.2.3 Deliberação
A parte preliminar compreende a epígrafe, a ementa,
Deliberação é ato administrativo emanado de órgão
o preâmbulo, a ordem de execução, o enunciado do ob-
colegiado de natureza deliberativa e executiva, no qual o jeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições
poder de decisão é igualitário entre seus componentes. normativas.
Tem caráter decisório e destina-se a estabelecer normas a) Epígrafe
concernentes às matérias sujeitas à apreciação do respecti- A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, indica a
vo órgão (art. 74, inciso IV da Lei n. 4.640, de 24 de dezem- espécie dos atos, nominando-os por Resolução, Portaria e
bro de 2014). Deliberação.
1.2.4 Instrução Serve também para situar o ato no tempo por meio
Instrução é ordem escrita e geral a respeito do modo da data e da numeração. Destaque-se que a numeração
e da forma de execução de determinado serviço, expedi- deve ser de forma sequencial e ininterrupta, sem renova-
da por autoridade hierárquica superior, com o objetivo de ção anual e deve conter a sigla do órgão expedidor.
orientar o desempenho de atribuições de competência dos Exemplos:
seus subalternos, para assegurar a unidade da ação admi- RESOLUÇÃO SAD N. 52, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2015.
nistrativa. PORTARIA CONJUNTA IMASUL/SAD N. 3, DE 18 DE
A instrução só obriga os funcionários subordinados MARÇO DE 2015.
à autoridade que a expediu, não podendo contrariar lei, b) Ementa
decreto, regulamento ou regimento, devendo restringir-se A Ementa deve ter redação clara, objetiva, precisa e
concisa. Será grafada por meio de caracteres que a real-
aos limites de competência da autoridade expedidora.
cem.
1.2.5 Despacho
É a síntese do conteúdo do ato. Indica o assunto trata-
Despacho é ato expedido por autoridade acerca de as- do, citando, em casos específicos, os dispositivos alterados
sunto submetido a sua apreciação. Destinado ao interessa- ou revogados. Explicitará, de modo conciso e sob a forma
do e às outras unidades da administração pública, o des- de título, o objeto do ato normativo.
pacho é usado para proferir uma decisão, uma ordenação “Institui o Comitê Estadual de Desburocratização (CED),
ou sugerir o prosseguimento de um processo/expediente. vinculado à Secretaria de Estado de Administração e Desbu-
1.2.6 Edital rocratização.”
Edital é o documento que tem a finalidade de anunciar “Estabelece Normas e Procedimentos para Atualização
ou tornar público, mediante publicação no DOE ou afixa- Cadastral dos Servidores Públicos da Administração Direta,
ção em lugares públicos, fato que deve ser conhecido pela das Autarquias e das Fundações do Poder Executivo Esta-
coletividade. dual.”
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
“Altera dispositivos no Anexo I da Portaria Conjunta Convém destacar, então, que um bom texto é aquele
Imasul/SAD n. 1, de 18 de dezembro de 2014.” que é compreendido por qualquer leitor, por isso a simpli-
c) Preâmbulo cidade linguística e a redacional devem imperar em qual-
O preâmbulo inicia-se com o cargo da autoridade sig- quer produção escrita. Nesse sentido, ressalta-se que, em
natária do ato (autoria), seguido da fundamentação legal um texto oficial, não há espaço para expressões inúteis e
da competência para a sua emissão, encerrando-se com a palavras que têm apenas o condão de enfeitar o discurso.
ordem de execução. Isso fere o princípio da objetividade que tanto se defende
A Ordem de Execução é a expressão imperativa com na administração pública.
que a autoridade manifesta a sua vontade, exprimindo, as- A natureza de empregar determinado nível de lingua-
sim, o caráter obrigatório do seu cumprimento. Exterioriza- gem nos atos decorre do seu próprio caráter público e de
se pelas expressões RESOLVE, DELIBERA, etc. sua finalidade, o que só é alcançado se em sua elaboração
Exemplo: for empregada a linguagem adequada.
O SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO E DES- 2.1.1.3 Parte Final
BUROCRATIZAÇÃO, no uso de suas atribuições legais e ten- Contém as disposições sobre as medidas necessárias
do em vista o disposto na Resolução n. ..., de .... de ......... de
à implementação das normas estabelecidas, sobre as dis-
....., RESOLVE:
posições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência
d) Enunciado do objeto e a indicação do âmbito de
e, quando couber, a cláusula de revogação. Compreende,
aplicação das disposições normativas.
ainda, o fecho e a assinatura da autoridade competente
O primeiro artigo do ato normativo deve indicar o ob-
jeto do ato e o âmbito de sua aplicação, editado de forma para a prática do ato.
específica. É preciso observar, ainda, que o primeiro artigo a) Cláusula de Vigência
deve ser escrito de acordo com o enunciado na ementa. Declaração do início da vigência, ou seja, da entrada
Obs.: Em casos específicos, a autoridade que promul- em vigor do ato.
ga ou decreta o ato justifica, quando necessário, a medida Exemplo:
adotada, sob a forma de “considerandos”, reduzindo-os ao “Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
estritamente necessário, pois o exagero é uma afronta à publicação.”
boa redação técnica e deve ser evitado. As leis não devem b) Cláusula de Revogação
conter justificativa, que é reservada aos decretos, resolu- Indicação das disposições legais revogadas ou altera-
ções, etc. das pelo ato.
Exemplo: Além de cumprir a finalidade de marcar o encerramen-
“O SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO E to do texto, refere-se com precisão aos dispositivos revo-
DESBUROCRATIZAÇÃO, no uso de suas atribuições legais, e, gados.
Considerando a Resolução Conjunta SAD/SEFAZ n. 1, Exemplo:
de 10 de maio de 2007, que regulamenta o uso do Sistema Art. 3º Revoga-se a Resolução SAD n. ..., de ............. de
de Protocolo Integrado - SPI, para tramitação, acompanha- 2015.
mento e controle dos processos administrativos e documen- c) Fecho
tos protocolados entre os Órgãos e Entidades do Poder Exe- Compreende o local de expedição da norma e a data
cutivo; de sua assinatura.
Considerando a Resolução SAD n. 50, de 13 de janeiro d) Assinatura
de 2015, que estabelece a codificação dos Órgãos e Enti- Compreende a assinatura e a identificação da autorida-
dades do Poder Executivo com o objetivo de identificá-los de que expediu o ato.
nos atos oficiais, instrumentos de comunicação e sistemas
informatizados; e, Para ter validade, o ato normativo deve ser assinado
Considerando a necessidade de disciplinar a identifica-
pela autoridade competente.
ção e a distribuição dos intervalos utilizados para protocolar
processos administrativos e documentos, 3 ATOS DE CARÁTER PESSOAL
RESOLVE:”
2.1.1.2 Parte Normativa 3.1 ESTRUTURA DOS ATOS DE CARÁTER PESSOAL
Contém o texto das normas que regulam o objeto de-
3.1.1 Preâmbulo
finido na parte preliminar.
a) Texto ou corpo do ato a) Epígrafe
O texto ou corpo do ato contém a matéria legislada. O
Na epígrafe, identifica-se o ato por espécie – Decreto,
padrão culto da linguagem deve ser observado. Isso não
Resolução, Portaria – seguida da letra “P”.
significa que a linguagem deva ser repleta de palavras de
Na epígrafe devem constar, ainda, a sigla do órgão ex-
difícil entendimento e de formas arcaicas de construção de
pedidor (quando não se tratar de Decreto), a numeração
frases. O estilo deve ser simples e claro, permitindo uma
única interpretação. Não se concebe que um ato de qual- sequencial e ininterrupta, própria do ato de caráter de pes-
quer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte soal, bem como a data de sua expedição.
ou impossibilite sua compreensão.
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Ex.: Secretário de Estado de Educação. c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Supe-
Diretor-Presidente da Fundação Escola de Governo de riores, Membros dos Tribunais, Juízes, Auditores da Justiça
Mato Grosso do Sul. Militar.
7.4 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES A Lei Federal n. 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, esta-
· Competência para a emissão de ofícios: no âmbito belece em seu art. 41, inciso I, que os membros do Minis-
do Poder Executivo Estadual, os ofícios são assinados pelo tério Público devem receber o mesmo tratamento jurídico
Governador, pelos Secretários Estaduais e dirigentes de e protocolar dispensado aos membros do Poder Judiciário.
Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e demais órgãos Sendo assim, os promotores e procuradores de justiça se-
que integram a Administração Estadual e, na ausência de- rão tratados por Vossa Excelência.
les, por quem estiver legalmente designado para substituí Os membros da Defensoria Pública também devem re-
-los. Os demais servidores ocupantes de cargo de direção ceber o mesmo tratamento reservado aos magistrados (Lei
e assessoramento só poderão emitir ofício mediante auto- Complementar n. 111, de 17 de outubro de 2005, art. 104,
rização do titular do Órgão/Entidade, ressalvada a compe- inciso II).
tência de que somente titulares podem expedir documen- d) das Forças Armadas: Chefes de Estado-Maior das
to para titulares de outros Órgãos/Entidades. três Armas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e Oficiais Ge-
· Evite 87chavões no ofício: pelo presente texto, venho nerais.
por meio deste e outros. 7.5.2 Vossa Senhoria
· A numeração dos ofícios recomeça a cada ano. Assim, Empregado para as demais autoridades e para os par-
terminado o ano, o primeiro ofício do ano seguinte deve ticulares.
levar o número 1. Na linha de evolução dos costumes, havendo a neces-
· Para ofício com mais de uma lauda, na segunda lauda, sidade de se dirigir por escrito a padres e pastores, use o
no lado superior esquerdo do papel, deverá constar o nú- simples e correto “Vossa Senhoria”.
mero de ordem de expedição do documento e o número 7.5.3 Vossa Magnificência
de página. Empregado para Reitor ou Vice-reitor de Universida-
Ex.: Ofício n. .../GAB/SAD/2015-2 de. Alguns gramáticos aceitam hoje em dia a forma “Vossa
· As datas devem ser escritas por extenso, sem que o Excelência”.
algarismo indicativo do dia do mês seja precedido de zero.
7.5.4 Vocativo
Ex.: 2 de janeiro de 2015 e NÃO 02 de janeiro de 2015.
a) exceto para o chefe do Poder Executivo Federal, cujo
· O nome do mês deve ser grafado com letra minúscula
vocativo é Excelentíssimo Senhor (Excelentíssima Senhora),
e, após o ano, coloca-se ponto final.
seguido do respectivo cargo: “Excelentíssimo Senhor Presi-
Ex.: 3 de janeiro de 2015.
dente da República” (Excelentíssima Senhora Presidente da
· O primeiro dia do mês deverá ser indicado pelo alga-
República), as demais autoridades serão tratadas com o vo-
rismo seguido do símbolo de número ordinal.
cativo Senhor, seguido do respectivo cargo: “Senhor Juiz”,
Ex.: 1º de janeiro de 2015.
· A indicação do ano não deve conter ponto entre a “Senhor Secretário”, “Senhor Diretor-Presidente”, “Senhor
casa do milhar e a da centena. Governador”, “Senhor Prefeito”.
Ex.: 1º de janeiro de 2015 e NÃO 1º de janeiro de 2.015. Obs.: O uso de ‘senhor’, seguido do cargo, confere ao
· As palavras ou expressões de língua estrangeira, texto a formalidade e o respeito necessários e evita exa-
quando necessárias, devem ser grafadas entre aspas ou em geros.
itálico: b) para o Reitor/Vice-Reitor de universidades, usar o
Ex.: EXCLUIR a cláusula sub judice ... vocativo “Magnífico Reitor / Vice-reitor” ou “Magnífica Rei-
EXCLUIR a cláusula “sub judice” ... tora / Vice-reitora”, conforme o caso. Se utilizar como fór-
7.5 EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO mula de tratamento “Vossa Excelência”, o vocativo poderá
7.5.1 Vossa Excelência ser “Senhor Reitor”, o que já é aceito por muitos teóricos
Empregado para as seguintes autoridades: que versam sobre redação oficial.
a) do Poder Executivo: Presidente da República, Vice 7.5.5 Não se usam os tratamentos “Digníssimo” e “Ilus-
-Presidente da República, Ministros de Estado, Governado- tríssimo”.
res e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal, 7.5.6 “Doutor” não é forma de tratamento, mas título
Embaixadores, Secretários-Executivos de Ministérios e de- acadêmico. Deve-se empregá-lo em comunicações dirigi-
mais ocupantes de cargos de natureza especial, Secretários das a pessoas que tenham concluído curso de doutorado
de Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais; ou pós-doutorado. Nos demais casos, o tratamento ade-
“O Procurador-Geral do Estado e o Controlador-Geral quado é Senhor / Senhora.
do Estado terão as mesmas prerrogativas dos Secretários 7.5.7 Os pronomes de tratamento levam a concordân-
de Estado, e o Defensor Público-Geral do Estado terá o cia para a terceira pessoa.
mesmo tratamento formal e protocolar inerente aos Secre- Ex.: “Vossa Senhoria indicará o servidor”, “Vossa Exce-
tários de Estado” (art. 76 da Lei n. 4.640/2014). lência conhece o problema”.
b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senado- Da mesma forma, os pronomes referidos a pronomes
res, Ministros do Tribunal de Contas da União, Deputados de tratamento são da terceira pessoa. Use, portanto, os
Estaduais e Distritais, Conselheiros dos Tribunais de Contas pronomes lhe, o, a, seu, sua, que sua redação estará cor-
Estaduais, Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais; reta.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
Ex.: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” e NÃO “... 79031-310 - CAMPO GRANDE-MS.
vosso substituto.” / Informo-lhe que todas as suas reivindi- 7.7 SIGLA
cações foram acatadas. A sigla é constituída das letras iniciais de nomes pró-
7.5.8 O uso das fórmulas de tratamento abreviadas ou prios, ou das letras iniciais, médias e finais, que compõem o
por extenso depende da escolha de quem redige o do- nome de uma organização, uma instituição, um programa
cumento. A grafia por extenso é obrigatória em relação a etc.
Presidente da República e a Governador de Estado. Em um texto, quando a organização for mencionada
Obs: No âmbito da Administração Pública Estadual, de- pela primeira vez, deve-se escrever primeiramente a forma
ve-se adotar a grafia por extenso. por extenso e, em seguida, entre parênteses, a sigla.
7.6 ENDEREÇAMENTO Exemplo:
No endereçamento, tanto na correspondência quan- “A Secretaria de Estado de Administração e Desburo-
to no envelope postal, devem ser observadas as seguintes cratização (SAD) compõe a Administração Pública do Poder
regras:
Executivo.”
a) para as autoridades tratadas por Vossa Excelência, a
Para a grafia da sigla, devem ser observadas as seguin-
expressão a ser utilizada será “A Sua Excelência o Senhor”
tes orientações:
ou “A Sua Excelência a Senhora”, conforme o caso, seguido,
7.7.1 Sigla com até três letras
logo abaixo, do nome do destinatário, do cargo/função e
o seu endereço. Escreva-a com todas as letras maiúsculas.
Exemplo: A Sua Excelência o Senhor (tratamento) Exemplos: Secretaria de Estado de Educação (SED)
FULANO DE TAL (nome do destinatário) Procuradoria-Geral do Estado (PGE)
Secretário de Estado de Fazenda (cargo/função) 7.7.2 Sigla com quatro letras ou mais
CAMPO GRANDE-MS (endereço) a) se pronunciável, só a inicial maiúscula.
b) para as autoridades tratadas por Vossa Senhoria a Exemplos: Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz)
expressão a ser utilizada será “Ao Senhor” ou “À Senhora”, Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul
conforme o caso, seguido, logo abaixo, do nome do desti- (Escolagov)
natário, do cargo/função e o seu endereço. b) com todas as letras maiúsculas, quando se pronun-
Exemplo: Ao Senhor (tratamento) cia letra por letra (as letras não criam uma palavra; cada
FULANO DE TAL (nome do destinatário) letra corresponde a uma palavra).
Diretor-Presidente da Fundação... (cargo/função) Exemplos: Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul
Rua 14 de Julho, 608, Bairro São Francisco (endereço) (FCMS)
79006-540 - CAMPO GRANDE-MS (CEP, cidade, UF) Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS)
c) aos reitores de Universidades, utilizar-se-á a expres- Delegacia-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul
são “A Sua Magnificência o Senhor” ou “A Sua Magnificên- (DGPC)
cia a Senhora”, conforme o caso, seguido, logo abaixo, do 7.7.3 Não possui ponto abreviativo.
nome do destinatário, do cargo/função e o seu endereço. 7.7.4 Para indicar o seu plural, adiciona-se a letra s mi-
Exemplo: A Sua Magnificência o Senhor (tratamento) núscula (sem apóstrofo).
FULANO DE TAL (nome do destinatário) Exemplos: Considerando o Protocolo de Municipaliza-
Reitor da Universidade ... (cargo/função) ção dos Centros de Educação Infantil (Ceinfs).
Rua dos Dentistas, 500, Bairro Arnaldo Estevão de Fi- O trabalho das ONGs brasileiras é reconhecido mun-
gueiredo (endereço) dialmente.
79043-250 - CAMPO GRANDE-MS (CEP, cidade, UF) 7.8 SÍMBOLO
d) para os cidadãos em geral o tratamento utilizado
O símbolo é letra ou sinal que representa uma palavra
é “Ao Senhor” ou “À Senhora”, conforme o caso, seguido,
ou expressão. Caracteriza-se por não possuir ponto abre-
logo abaixo, do nome do destinatário e do seu endereço.
viativo e não ser pluralizado, podendo ser grafado com le-
Exemplo: Ao Senhor (tratamento)
tra maiúscula ou minúscula, conforme as normas vigentes:
FULANO DE TAL (nome do destinatário)
Av. Afonso Pena, 2.120, Centro (endereço) m (metro), °C (grau Celsius), h (hora), min (minuto).
79002-201- CAMPO GRANDE-MS (CEP, cidade, UF) Exemplos: A área total é de 30 m².
7.6.1 Observações sobre o Código de Endereçamento Os interessados deverão comparecer às 7h30min do
Postal - CEP dia 20 de agosto de 2015.
a) NÃO escrever a sigla “CEP” antes do código. A temperatura hoje está em 28 °C.
Exemplo: CEP 79031-310 7.8.1 A grafia de horas é a seguinte:
b) NÃO sublinhar os algarismos. 1 - hora redonda: 10 horas ou 10h (abreviação - sem s
Exemplo: 79031-310 e sem ponto)
c) NÃO colocar a localidade antes do CEP. 2 - hora quebrada: 6h30min (sem s e sem ponto)
Exemplo: Campo Grande-MS - 79031-310 A grafia com dois pontos só deve ser usada em áreas
d) NÃO pontuar e NÃO espacejar o CEP. específicas como anotações de voo, competições, relógios
Exemplos: 79.031-310 / 79 031-310 digitais de ruas etc.
Forma correta: Exemplos: 9:30 / 9:00 / 9:30h / 9:00h
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7.8.2 O símbolo do real é R$. Deve preceder o número indicativo da importância. Os valores monetários devem ser
expressos em algarismos, seguidos da indicação por extenso, entre parênteses.
Exemplo: O valor do bem móvel a ser leiloado é R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais)
Alguns símbolos:
7.9 ABREVIATURA
A abreviatura é a representação reduzida de uma palavra, ou palavras, por meio da letra inicial, das letras ou símbolos
iniciais ou das letras médias e finais. Caracteriza-se pelo ponto abreviativo.
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Porém, ao terminar uma frase, considera-se o ponto Art. 3º A atuação dos membros no CE/UEMS e no Co-
abreviativo como ponto final. Não é necessário pontuar mitê e Comissão de Ética não ensejam qualquer remune-
duas vezes. ração e os trabalhos desenvolvidos devem ser considera-
Exemplo: Contratou a empresa Promo Ltda. O gerente dos prestação de relevante serviço público.
da empresa já confirmou a data do evento. Art. 4º Os trabalhos do CE/UEMS e do Comitê e Co-
7.9.3 Na redação de textos oficiais, quando for ne- missão de Ética que envolverem apuração de condutas em
cessário reportar-se a texto legal, deve-se observar que a desacordo com as normas vigentes devem ser desenvolvi-
primeira menção registre o seu número, seguido da data, dos com celeridade e observância da legislação vigente e
sem abreviação do mês e ano. Nas referências posteriores, dos seguintes princípios:
registre apenas o número e o ano. I - proteção à honra e à imagem da pessoa denunciada;
Exemplos: 1ª menção: “... conforme previsto na Lei n. II - proteção à identidade do denunciante, que deverá
4.640, de 24 de dezembro de 2014.” ser mantida sob reserva, se este assim o desejar;
III - independência e imparcialidade dos seus membros
na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas nas
12. REGIMENTO DO CONSELHO DE ÉTICA legislações em vigor;
DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO IV - sigilo dos trabalhos;
GROSSO DO SUL (RESOLUÇÃO COUNI- V - não apurar denúncias anônimas.
UEMS Nº 436, DE 11 DE JUNHO DE 2014, E Art. 5º Constituem-se atribuições do CE/UEMS:
ALTERAÇÕES). I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas
com a Ética no ensino, na pesquisa e na extensão;
II - articular ações com vistas a estabelecer e efeti-
var procedimentos de incentivo e incremento ao desem-
RESOLUÇÃO COUNI-UEMS Nº 436, de 11 de junho penho institucional na gestão da Ética em atividades do
de 2014. ensino, pesquisa e extensão;
Aprova o Regimento do Conselho de Ética da Universi- III - cumprir e fazer cumprir o disposto na legislação
dade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). vigente aplicável à criação e/ou utilização de animais para
O CONSELHO UNIVERSITÁRIO da UNIVERSIDADE as atividades de ensino, pesquisa e extensão;
ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL, no uso de suas IV - cumprir e fazer cumprir o disposto na legislação
atribuições legais e, em reunião ordinária realizada em 11
vigente aplicável aos aspectos éticos para as atividades de
de junho de 2014,
ensino, pesquisa e extensão envolvendo seres humanos;
R E S O L V E:
V - submeter aos órgãos competentes medidas
Art. 1º Aprovar o Regimento do Conselho de Ética da
para aprimoramento do desempenho institucional nas
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), con-
questões Éticas;
forme anexo que integra esta Resolução.
VI - receber dos sujeitos da pesquisa, ensino, extensão
Art. 2º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua
ou de qualquer outra parte, denúncias de abusos ou noti-
publicação.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. ficações sobre fatos adversos que possam alterar o curso
Dourados, 11 de junho de 2014. normal da atividade e encaminhar ao Comitê e Comissão
CAPÍTULO I competentes;
Da Composição do Conselho de Ética VII - em caso de irregularidades de natureza
Ética nas atividades administrativas, de ensino, pesquisa
Art. 1º O Conselho de Ética da Universidade Estadual e extensão comunicar às instâncias administrativas para as
de Mato Grosso do Sul (CE/UEMS), vinculado à Reitoria providências necessárias;
com a finalidade de promover atividades que dispõem VIII - elaborar o seu regimento interno e submeter à
sobre a conduta Ética no âmbito da UEMS. apreciação do conselho competente;
Art. 2º São órgãos do Conselho de Ética: IX - escolher o seu Presidente e Vice-Presidente;
I - Comitê de Ética com seres Humanos (CESH); X - organizar a eleição do Comitê e Comissão de Ética
II - Comissão de Ética no uso de Animais (CEUA). previstas no art. 2º;
§ 1º O Comitê e a Comissão de Ética estão vinculados XI - recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do
ao CE/UEMS. órgão ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvi-
mento de ações objetivando a disseminação e a capa-
§ 2º Integrarão os trabalhos do Comitê e Comissão de citação sobre as questões Éticas;
Ética, especificados nos incisos I e II, as atividades de ensi- XII - responder as consultas sobre aspectos éticos que
no, pesquisa e extensão. lhe forem dirigidas pelo
§ 3º A composição do Comitê e Comissão de Ética dar- Comitê e Comissão de Ética, e pelos órgãos e servido-
se-á mediante processo eleitoral. res da Instituição;
§ 4º O Regimento do Comitê de Ética com seres XIII - manter banco de dados das atividades desenvol-
Humanos (CESH) e o Regulamento da Comissão de Ética vidas e sanções aplicadas pelo Comitê e Comissão de Ética;
no uso de Animais (CEUA) serão aprovados pelo órgão co- XIV - dirimir dúvidas a respeito de interpretação de
legiado superior competente. suas normas, deliberando sobre casos omissos;
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Vejamos: O e-ARQ Brasil é uma especificação de requisitos 09) (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014)
a serem cumpridos pela organização produtora e recebedora de Com relação a conceitos fundamentais de arquivologia,
documentos, pelo sistema de gestão arquivística, com o obje- julgue os seguintes itens.
tivo de garantir confiabilidade, acessibilidade e autenticidade. Um princípio fundamental da arquivologia é o res-
peito à ordem original, que, quando aplicado, preserva
RESPOSTA: “CERTO”. a organicidade dos documentos.
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RESPOSTA: “B”.
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