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Universidade de São Paulo

PHA3307 Escola Politécnica


Hidrologia Aplicada Departamento de Engenharia
Hidráulica e Ambiental

Regularização de Vazões

Aula 13 – Parte 1

Prof. Dr. Arisvaldo Méllo


Prof. Dr. Joaquin Bonnecarrere
Objetivos da Aula

1. Aprender os conceitos de regularização de


vazões.
2. Conhecer os níveis operacionais de um
reservatório.
3. Conhecer o conceito de volume útil.
4. Conhecer algumas barragens,
5. Aprender a dimensionar o volume útil de
um reservatório com o método do
reservatório semi-infinito.

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Regularização

 O que é
 Importância
 Cálculo do volume necessário (Volume Útil) para
regularizar uma determinada vazão (Qreg)
 Dados necessários
 Hipóteses
 Uso de uma ferramenta para cálculo e análise

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Propósitos de uma Regularização de Vazões

Controle de Inundações Abastecimento Recreação e Paisagismo

Geração de Energia
Navegação Fluvial

UHE Barra Bonita


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Barragens do Alto Tietê e Piracicaba (parcial)

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Principais Sistemas Produtores e
Mananciais da RMSP

1.1 – Cantareira
1 2.2 - Alto Tietê

3.3 - Rio Claro

4.4 - Rio Grande

5.5 –Guarapiranga
7 6.6 - Alto Cotia
2
7.7 - Baixo Cotia
3

4
6 5
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Esquema Hidráulico do Sistema Cantareira

Fonte: SABESP

120 m. Consumo de
energia equivalente ao
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da cidade de Bauru
Sistema Cantareira

Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fonte: SABESP


Estação Elevatória de Santa Inês

Fonte: SABESP

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Estação de Tratamento de Água - ETA - Guaraú

Atende entre 9 a 10 milhões de


consumidores

Fonte: Sabesp

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UHE Funil

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UHE Funil

Rio Paraíba do Sul, Bacia Paraíba do Sul,


Localização
Município Resende (RJ)
Finalidade Geração de Energia Elétrica, Regularização
Volume Concreto: 270000 m3
Tipo : Abóbada de concreto c/ dupla curvatura
Barragem
Comprimento : 385
Tipo Estrutural : Abrigada,
Casa de Força
Potência Unitária: 72 MW, Num. de Unid: 3
Tipo: Superfície e de fundo c/ controle,
Vertedor
Comporta Segmento, Capacidade : 4400 m3/s
Níveis de NA Máx Normal Montante : 736.62 m
Operação NA Min Minimorum : 723.17 m
Reserv (N.A.
Área : 39 km2 ; Volume : 890 hm3
Máx Normal)

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Barragem Guarapiranga

Sistema Guarapiranga
Localização Rio Guarapiranga, Bacia do Alto Tietê,
Município de São Paulo
Espelho d´água 26,6 km2
Área de drenagem 631 km2
Volume de armazenamento 171.000.000 m3
Vazão 13,8 m3/s
Departamento
Início de Engenharia Hidráulica e Ambiental
da operação - PHA(para abastecimento público)
1928
Conceito de Regularização – Sazonalidade das
Vazões

Vazão
Regularizada

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Função dos Reservatórios de Regularização

(Qentr-Qreg) Dt = DV
Se
Se Qentr<Qreg=
Qentr>Qreg= DV
DV negativo
positivo

DV

Qregularizada
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Função dos Reservatórios de Regularização

(Qentr-Qreg) Dt = DV
DV Vu
Procura-se
Se é ofor muito
garantir
volume pequeno,
grande,
útil a vazão
de parte
o reservatório
regulatizada
do reservatório
regularização- seca
Vupela e
não
fica ociosa
se consegue
variação deevolume
a obra
manter
fica DV
superdimensionada
a vazão regularizada
do reservatório-

DV

Qregularizada
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Importância do Cálculo do Volume Útil

 O Vu está diretamente associado aos


benefícios da obra
 O Vu influi nas dimensões da obra
(custos)
 O Vu influi na área inundada (impactos
ambientais e sociais)
 Nem sempre se pode contar com o Vu
necessário (análise de riscos)

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Definição da Altura de Barragens e Volumes
Operacionais
Alturamáximo
Nível da crista
mínimo normal
deda barragem
operação
maximorum Altura
Estudos
Volumedas deondas
de regularização,
cheia, provocadas
sedimentos (voldeterminação
determinaçãopelos
morto), ventosdoevolume
de condições borda
hidrogramas
útil,
livre.garantias
hidráulicas
para da de
diferentes fornecimento,
tomada
períodosdede
água etc ....
(vol.
retorno, Resguardo)
trânsito dos
Cota da Crista etc....
hidrogramas, etc....

N. Máximo Maximorum
Volume de controle de cheias

N. Máximo Normal

Volume útil

N. Mínimo Operacional

Volume de resguardo

Volume morto

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Cálculo do Volume Útil
 Baseia-se na equação da continuidade:
 (Qe – Qs) Dt = DV
 Qe = vazão de entrada no reservatório
 Qs = vazão de saída do reservatório

 DV = variação de volume do reservatório

 Dt = intervalo de tempo dos cálculos

 A análise é feita ao longo de uma serie histórica de


vazões médias mensais

50
45
Vazão média mensal (m3/s)

40
35
30
25
20
15
10
5
0
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
Tempo (meses)

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Hipóteses

 Dt mensal é suficientemente preciso para a maioria


dos casos
 Dt = (365 x 24 x 60 x 60)/12= 2.628.000 s número médio
de segundos em um mês
 A serie histórica é representativa do regime
hidrológico do rio, ou seja, admite-se comportamento
semelhante do rio durante a vida da obra
 No atual estágio da tecnologia é impossível fazer
previsões a tão longo prazo
 Análises de risco, por exemplo: qual a probabilidade
de conseguir garantir somente 90% da vazão
desejada? Por quanto tempo?
 E as mudanças climáticas?

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Cálculo do Volume Útil

Técnica do Diagrama de Massas (Rippl -1883)

Técnicas de Simulação

Modelos de Otimização

Métodos Empíricos

Métodos Estatísticos

UHE ITAIPU
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Diagrama de Massas ou Diagrama de Rippl
(1883)

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Diagrama de Massas ou Diagrama de Rippl
(1883)
B
250
volumes acumulados (m3/s.mês)

200
Vol. Útil
150
E
Diagrama de Massas ou Diagrama
1
de Rippl (1883)
100
2 VR
D
Va
50 C
A
0
10
11
12

10
11
12
10

11
0

2
3
4
5
6
7
8
9

2
3
4
5
6
7
8
9
19

19

t1 t2 tempo (meses)
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Diagrama de Diferenças Totalizadas ou
Diagrama de Picos Sequenciais

25
A
20 C
15
Vol. Útil
10
Volumes (m3/s)

-5

-10

-15
Período Crítico: de A a B
-20
Período de Análise: de A a C
-25
B
11

11
10

11

9
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19

19

tempo (meses)
Diagrama de Diferenças Totalizadas ou
Diagrama de Picos Sequenciais – Forma Analítica

Mês Vazão Vazão – Soma das


Vazão Média Diferenças
1 Q1 d1= Q1- Qmed d1

2 Q2 d2= Q2- Qmed d1+ d2

3 Q3 d3= Q3- Qmed d1+ d2+ d3

... ... ... ...

N QN dN= QN- Qmed  di ( i = 1 a N)


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Diagrama de Diferenças Totalizadas para Vazões
Regularizadas menor que a Média ( Forma Analítica)
Mês Vazão (Q-Qreg)  (Q-Qreg)
(m3/s) (m3/s).mês (m3/s).mês
0 0.00
Qr = 10,61 m3/s 1910 11.4 0.69 0.69
2 23.3 12.59 13.29
3 16.7 5.99 19.28 Máximo Ponto A
4 5.7 -5.01 14.27
5 3.4 -7.31 6.96
6 3.2 -7.51 -0.54 D Vol. Útil
7 5.6 -5.11 -5.65
8 5.1 -5.61 -11.26
9 6.3 -4.41 -15.67 Mínimo Ponto B
10 14.2 3.49 -12.17
11 31.1 20.39 8.22
12 10.2 -0.51 7.71
1911 27.3 16.59 24.31 > Máximo Ponto C
2 14.8 4.09 28.40
3 15.1 4.39 32.79
4 4.4 -6.31 26.48
5 3.5 -7.21 19.28
6 4.4 -6.31 12.97
7 7 -3.71 9.26
8 11.5 0.79 10.05
9 4.8 -5.91 4.15
10 15.2 4.49 8.64
11
Departamento de Engenharia9.3
Hidráulica e -1.41
Ambiental - PHA 7.23
12 17 6.29 13.53
Limitações do Diagrama de Diferenças Totalizadas

 Admite a série histórica como sendo uma repetição


cíclica (não supõe séries mais ou menos críticas). Isto
pode levar a sub ou super-dimensionamento do
volume útil
 Não associa riscos a um volume definido
 Não permite variar a vazão regularizada em função do
volume armazenado
 Não considera perdas por evaporação do reservatório
 Admite que o reservatório esteja cheio no início de
sua operação
 Pode contemplar riscos, se for utilizada a técnica de
geração de séries sintéticas

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Método do Reservatório Semi-Infinito

Conceito Básico:
Reservatório com volume “semi-infinito” é aquele que
nunca esvazia, mas que pode extravasar.

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Método do Reservatório Semi-Infinito
Cálculo do Volume Útil

1. Admite-se um volume útil, a priori, com um valor muito


grande
2. Processa-se um balanço hídrico no reservatório para todo
o período de dados da série de vazões
3. O volume armazenado ao final de cada período de cálculo
é o menor entre os dois valores seguintes:
4. Volume Final = Volume Inicial + Volume Afluente – Volume
Efluente ou
Volume Final = Volume Útil do reservatório

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Método do Reservatório Semi-Infinito

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Método do Reservatório Semi-Infinito

=MIN($B$7;B7+(C14-$B$5)*$B$6)

=($B$7- D14)

=IF(E14=0;0;F13+1)

Volumes emprestados de um "reservatório semi infinito" para garantir Qreg


Eixo X: col A Eixo Y: col D
=IF(F14=0;0;MAX(G13;E14))
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1945

1947

1949

1951

1953

1955

1957

1959

1961

1963

1965

1967

1969

1971

1973

1975

1977

1979

1981

1983

1985
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Método do Reservatório Semi-Infinito

Volumes emprestados de um "reservatório semi infinito" para garantir Qreg


Eixo X: col A Eixo Y: col D
110
100
90
80
70
60
50
40

Vu= 85,2 hm3


30
20
10
0
1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…

1…
1…

1…

1…

1…
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Método do Reservatório Semi-Infinito
Cálculo do Volume Útil
Método do reservatório Semi-Infinito
2.5E+08

2.0E+08
Volumes (m3)

1.5E+08

1.0E+08

5.0E+07
Volume
0.0E+00
Útil
1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970

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Limitações do Método do Reservatório Semi-
Infinito

• Pela forma clássica, não considera as perdas por


evaporação do reservatório
• Não permite impor regras de operação (vazões
regularizadas) em função do volume armazenado,
pois não se conhece a princípio seu volume real

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Grau de Regularização

É a relação entre a vazão regularizada e a vazão média da


bacia.
GR = Qregularizada/Qmédia

Curva de Possibilidades de Regularização


• É uma curva que relaciona a vazão regularizada com o
volume necessário para regularizá-la
• É extremamente útil durante as fases de planejamento de
barragens
• É obtida pela planilha variando-se a vazão regularizada e
anotando-se o volume útil necessário

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Curva de Possibilidades de Regularização

Curva de Possibilidades de Regularização


100
Grau de Regularização ( Qreg/Qmed %)

90

80

70

60

50

40

30
Sem evaporação
20

10
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
Volumes Úteis ( hm3)
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