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Resenha de artigo

ANÁLISE DE TEXTO CIENTÍFICO

Título: FUNÇÃO RESPIRATÓRIA E NÍVEL DE DOR EM


PACIENTES COM DRENAGEM TORÁCICA POR DERRAME
PLEURAL
Autor(es): Elinaldo da Conceição dos Santos, Marcela Brito Vidal, Juliana de Souza
da Silva, Marcus Titus Trindade de Assis Filho, Moisés de Catro Monte, Adriana
Cláudia Lunardi.

Revista: Rev. Cadernos de Educação, Saúde e Fisioterapia.

Volume: 3. Número: 6. Mês: Ano: 2016.

RESUMO
Introdução: Pacientes com derrame pleural são tratados muitas vezes com
a colocação do dreno torácico no espaço pleural. Isto pode provocar dor e
prejudicar a função respiratória; contudo, poucos estudos descrevem com
clareza estas relações. Objetivo: Avaliar o impacto da drenagem torácica
na função pulmonar, mobilidade torácica e no nível de dor em pacientes
com derrame pleural.
Materiais e Métodos: Estudo transversal com 51 pacientes drenados para
tratar derrame pleural. Foram incluídos pacientes acima de 18 anos, sem
fratura de arcos costais e independentes para a deambulação. A avaliação
da função pulmonar foi realizada pela espirometria, seguindo as diretrizes
internacionais e as variáveis, capacidade vital forçada (CVF), volume
expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) e pico de fluxo expiratório
(PFE) apresentadas em percentual do predito para brasileiros. A
mobilidade torácica foi avaliada pela cirtometria (diferença entre
expiração máxima e inspiração máxima) no nível axilar, xifoídeo e de
cicatriz umbilical, sendo considerado normal uma mobilidade de 5 cm em
todos os níveis. Foram realizadas 3 medidas em cada nível e utilizado o
maior valor obtido. Para a avaliação da intensidade de dor foi utilizada a
Escala Visual Analógica de zero a dez pontos. Foi considerada dor intensa
se ≥ 7 pontos, moderada entre 6 e 3 e leve se < 3 pontos. Os dados foram
submetidos à análise descritiva e estão apresentados em média ± desvio
padrão ou mediana e intervalo interquartil (IQ) 25%-75%.

Resultados: Nossos pacientes eram 86% homens,


idade=32,14±12,17anos, IMC=25,1±4,6Kg/m2, 75% tabagistas com
carga=7,62±8,8maços*ano. Na análise do impacto de drenagem torácica
na função pulmonar, observamos CVF=53% (47 - 80%), VEF1=48% (41
- 70%) e PEF=32% (23 - 53%). Em relação à mobilidade torácica,
observamos uma amplitude no nível axilar=1,4cm (0,9 - 2,2cm), no nível
xifoídeo=1,1cm (0,0 - 1,3cm) e no nível abdominal=1,0cm (0,0-2,4cm).
Apenas 2 pacientes alcançaram 5 cm de mobilidade, 1 xifoídea e 1
abdominal. Além disso, o nível de intensidade da dor observado foi de 7
pontos (5-9 pontos), sendo que 57% referiu dor intensa, 33% dor moderada
e 10% dor leve.
Discussão e Conclusões: A drenagem torácica causa diminuição da
função pulmonar e da mobilidade torácica, além de dor de moderada a
intensa. Portanto, esses pacientes parecem ser mais propensos a
atelectasias e pneumonias, porém, o controle da dor deve sempre estar
associado ao tratamento de expansão pulmonar para melhora do quadro
geral dos mesmos.

ANÁLISE CRÍTICA
Técnicas utilizadas: O estudo realizado foi de forma quantitativa,
avaliando as características clínicas e o curso epidemiológico de adultos
com diagnóstico de derrame pleural. As técnicas utilizadas foram bastante
satisfatórias, o que atribuiu mais valor à pesquisa. Nos métodos, foram
utilizadas mensurações das capacidades e volumes respiratórios, além da
avaliação subjetiva da dor através da Escala Visual Analógica (EVA).
A forma metodológica da pesquisa pode ser empregado por outros
pesquisadores, sendo da área da saúde, principalmente respiratória, por sua
forma eficaz de estudo corroborado não somente por estudos, mas no dia
a dia de profissionais que acompanham esses pacientes, garantindo assim,
ponto categórico ao artigo em análise.
Conclusão do Aluno Sobre o Trabalho, Fundamentado em Outras
Referências: O acúmulo de líquido na cavidade pleural chama-se derrame
pleural. A formação do derrame pleural envolve um ou mais dos
mecanismos capazes de aumentar a entrada ou de diminuir a saída de
líquido no espaço pleural. (MISEROCCHI G, 1997)
Os sintomas decorrentes do derrame pleural são: dor, dispneia e tosse
seca. A dor provém do acometimento da pleura parietal, geralmente por
processos inflamatórios, como nas pneumonias e na tuberculose pleural; é
característica do tipo ventilatório dependente. A dispneia está presente
sempre que há dor, por causa da limitação imposta aos movimentos
ventilatórios, ou quando há derrame pleural volumoso, por perda de área
pulmonar, ventilatória. A tosse que ocorre por conta do derrame pleural é
seca; geralmente está relacionada ao estímulo de receptores da tosse, nas
vias aéreas torcidas, pelo deslocamento mecânico das mesmas. (SILVA
G.A,1998).

Referências Pesquisadas:
CIRINO, L. M.; FRANCISCO NETO, Miguel José; TOLOSA, E. M.
Classificação ultra-sonográfica do derrame pleural e do empiema
parapneumônico. Radiol Bras, v. 35, n. 2, p. 81-3, 2002.

DA SILVA, Juliana de Souza et al. SURVEY NACIONAL: QUAL É A


CONDULTA FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES COM
DERRAME PLEURAL DRENADO E NÃO DRENADO?. CADERNOS
DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E FISIOTERAPIA, v. 3, n. 6, 2016.

DOS SANTOS, Elinaldo da Conceição et al. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA


E NÍVEL DE DOR EM PACIENTES COM DRENAGEM TORÁCICA
POR DERRAME PLEURAL. CADERNOS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE
E FISIOTERAPIA, v. 3, n. 6, 2016.

PEREIRA, Rodrigo Romualdo et al. Derrame pleural parapneumônico:


comparação entre toracoscopia precoce e tardia. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, v. 43, n. 5, p. 344-350, 2017.

Glossário
Capacidade vital forçada: representa o volume máximo de ar exalado com
esforço máximo, a partir do ponto de máxima inspiração.
Dreno torácico: É um tubo que é inserido no tórax para drenagem de gases
ou secreções. Pode ser colocado no pós-operatório de uma cirurgia torácica
ou cardíaca, ou para resolver complicações de um traumatismo ou enfisema.
Dispneia: Sensação de dificuldade para respirar ou “falta de ar”.
Espaço pleural: Espaço virtual existente entre as pleuras visceral e parietal,
que contém apenas uma pequena quantidade de líquido lubrificante. A
pressão negativa existente na cavidade pleural é um fator importante na
mecânica respiratória.
PPI: Débito máximo de expiração de uma pessoa. Quantidade máxima de ar
que é expelido pelos pulmões.
VEF¹: volume de ar exalado no primeiro segundo da manobra de CVF.

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