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0004
A C Ó R D Ã O
(7ª Turma)
DCABP/asn/cgel
PROCESSO Nº TST-AIRR-742-05.2012.5.24.0004
inquestionável a ausência de
imediatidade entre as condutas da
trabalhadora e a aplicação da
penalidade de demissão, porquanto
decorridos mais de vinte anos entre
as condutas e a iniciativa da
reclamada de atos tendentes à
aplicação de penalidade,
consubstanciados na abertura de
sindicância para apuração de faltas
funcionais, a configurar o perdão
tácito. Portanto não demonstradas as
alegadas violações de dispositivos
legais e constitucionais, não
configurada a hipótese do art. 896,
alínea "c", a autorizar o
processamento do recurso de revista.
Agravo de instrumento desprovido.
V O T O
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Superior do Trabalho, nos termos da Lei nº 11.419/2006.
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1. CONHECIMENTO
2. MÉRITO
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
Insurge-se a ré contra a decisão que indeferiu o pedido de condenação
da autora por litigância de má-fé.
Alega que a autora, inequivocamente, exerceu o contraditório e
abdicou do exercício da ampla defesa (defendeu-se sem advogado), no
entanto, omitiu intencionalmente tais fatos em juízo.
Aduz a ré, ainda, que deve ser levado em consideração que de acordo
com a Súmula Vinculante n. 5 do STF, a falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Analiso.
Sob alegação de omissão intencional acerca do pleno exercício do
contraditório e da abdicação à ampla defesa nos autos da sindicância, o que
certamente induziu o juiz a erro e culminou no deferimento da liminar nos
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ensejaram a despedida por justa causa, pois não teve o direito de constituir advogados, foi ouvida
apenas uma vez e a defesa e documentos por ela apresentados sequer foram analisados pela ré", não
se inferindo daí, necessariamente, a intenção de a parte induzir o
juízo em erro.
Diferentemente, no caso retratado no aresto
oriundo da 4ª Região, o julgador reconheceu a conduta intencional do
reclamante em induzir em erro o juízo ao mencionar na inicial que
laborava como gerente, quando em verdade atuava como representante
comercial. Portanto, trata-se de situação distinta, de modo que
inespecífico o aresto apresentado para o confronto de teses (Súmula
nº 296 desta Corte, item I).
Quanto à suposta violação do art. 17, II, do CPC,
a caracterização da litigância de má-fé exige a demonstração
inequívoca do propósito de a parte em alterar a verdade dos fatos,
entendendo-se estes como aqueles incontroversos.
No caso, no momento da propositura da ação, não se
tinha por incontroverso o exercício do direito à ampla defesa e ao
contraditório em procedimento de sindicância que culminou com a
demissão da reclamante. Além disso, trata-se do legítimo exercício
do direito de a parte reclamante deduzir na inicial suas pretensões
segundo a interpretação que faz dos fatos do modo que lhe seja mais
favorável, nos termos e limites do ordenamento, sem configuração da
intenção de alterar a verdade dos fatos.
Portanto, não demonstrada violação ao art. 17, II,
do CPC, bem como dissenso jurisprudencial a viabilizar o
processamento do recurso de revista seja pela alínea "a" seja pela
alínea "c" do art. 896 da CLT.
Nega-se provimento.
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demonstrada a falta grave que deu ensejo à demissão por justa causa.
Consoante conjunto probatório analisado verificou-se que o autor agiu com
desídia e que entre o conhecimento do fato e a pena aplicada houve
imediatidade, não caracterizando o perdão tácito. Logo, diante do
examinado, concluiu o Tribunal a quo pelo enquadramento do autor nas
hipóteses elencadas no artigo 482 da CLT. Para se chegar a entendimento
diverso, necessário reanálise do conjunto fático-probatório, procedimento
vedado pelo que determina a Súmula nº 126 do TST. Não conhecido (...)
(TST - RR 6852-55.2010.5.12.0026, Relator Ministro Emmanoel Pereira, j.
21/05/2013, 5ª Turma, DEJT 24/05/2013). Destacou-se.
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