MODELAGEM COMPUTACIONAL NO DOMÍNIO DO TEMPO DE
CONDICIONADORES DE AR PARA UTILZAÇÃO EM ESTUDOS DE PEDIDOS
DE RESSARCIMENTO
Paulo H. O. Rezende*, José C. Oliveira*, Isaque N. Gondim*, Ivandro A. Bacca**
*paulohenrique16@gmail.com, jcoliveira@ufu.br, Gondim.isaque@gmail.com, Universidade Federal de Uberlândia,
Faculdade de Engenharia Elétrica, Av. João naves de Ávila, 2121- Bloco 3N, CEP: 38402-902, Uberlândia-MG – Brasil,
**ivandroene@gmail.com, COPEL - PR, Brasil
Resumo - Este artigo contempla uma modelagem
utilizando a plataforma ATP no domínio do tempo, de
um aparelho condicionador de ar tipo janela. Para
comprovar sua eficácia, ensaios laboratoriais
comparando seus desempenhos sob condições ideais e
não-ideais de suprimento foram realizados. Uma vez
constatada a eficácia do modelo desenvolvido este é
implementado no aplicativo APR (Analisador de Pedidos
de Ressarcimento) e estudos relativos a correlação entre
distúrbios e os níveis de suportabilidade dielétrica e
térmica são feitos visando ilustrar a utilização do
resultado da pesquisa nos estudos de ressarcimentos de
danos em equipamentos utilizando-se, para tanto, da
incidência de uma descarga atmosférica num alimentador
típico de distribuição.
Palavras-Chave - Modelagem Computacional,
Qualidade da Energia Elétrica, Condicionador de Ar,
ATP.
COMPUTATIONAL MODELING OF TIME
IN THE FIELD OF AIR CONDITIONERS
FOR STUDIES IN CONSENT PRACTICE OF
CLAIMS.
Abstract - This paper includes an ATP modeling using
the platform in time domain, a unit air conditioner
window type. To prove its effectiveness, laboratory tests
comparing its performance under ideal conditions and
non-ideal supply were performed. Once verified the
effectiveness of the developed model is implemented in
this application APR and studies on the correlation
between the levels of disturbance and supportability
dielectric and thermal are carried out to illustrate the use
of search results in studies of recoveries damage to
equipment using, for both, the incidence of lightning in a
typical distribution feeder.
1 de uma descarga atmosférica num alimentador que supre um
Keywords - Computational Modeling, Power Quality,
Air Conditioner, ATP.
I. INTRODUÇÃO
O rápido avanço da tecnologia e a comercialização de
equipamentos eletrônicos cada vez mais modernos levaram
de um modo geral, um melhor conforto, segurança e rapidez
para seus usuários, domésticos ou industriais. O fato é que
muitos destes produtos exibem grande dependência da
qualidade da energia elétrica de suprimento [1].
De fato, a ocorrência de fenômenos advindos da natureza
e outros, somados a ação de dispositivos de proteção e/ou
manobra, têm ocasionado impactos que podem ser
determinantes na operação dos mais diversos equipamentos
que compõem os seguimentos industriais, comerciais e
residenciais de consumidores. Sob o efeito destes fenômenos,
os aparelhos elétricos podem vir a operar de maneira
inadequada ou, em casos extremos, os mesmos podem até
mesmo sofrerem danos físicos que exigem uma pronta
manutenção ou reposição [2].
Visando os objetivos finais, a proposta a ser discutida ao
longo deste artigo, inicia-se pela caracterização das partes
que formam os aparelhos em questão e subsequente
representação matemática do motor de indução monofásico,
unidade esta que se constitui no mais relevante componente
do dispositivo em pauta. Uma vez realizados os
desenvolvimentos em questão estes são implementados na
conhecida plataforma ATP, a qual consiste na base do
mencionado aplicativo destinado aos estudos e análises de
Pedidos de Indenização por Danos em Consumidores
(PID´s). Feita tal inserção no simulador ATP são então
realizados testes diversos de desempenho direcionados para a
avaliação operacional do modelo desenvolvido e também o
estabelecimento, via termos comparativos experimentais,
visando a validação da proposta teórica de representação aqui
feita. Uma vez comprovada a adequação do modelo
computacional procede-se, então, a estudos relacionados com
o processo de análise e emissão de parecer sobre a
consistência ou não do nexo causal atrelado com a incidência
equipamento do tipo aqui considerado.
II. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
FÍSICAS DO CONDICIONADOR DE AR
Objetivando a modelagem dos aparelhos de ar
condicionado tipo janela, os trabalhos foram conduzidos em
consonância com a seguinte estrutura:
A. Identificação
De um modo geral, os componentes que perfazem os
aparelhos de ar condicionado são, independentemente do
fabricante, similares quanto a forma física e componentes. À
luz deste fato optou-se, para fins deste trabalho, contemplar
um equipamento comercial típico. Este consiste num
condicionador de ar, do tipo janela e capacidade de
refrigeração de 7500 BTU/h. A Fig. 1(a) mostra o dispositivo
utilizado para os trabalhos de modelagem matemática e
demais estudos correlacionados com os objetivos do artigo,
enquanto que a Fig. 1(b) ilustra a parte interna do
equipamento analisado, onde está localizado o seu sistema
motriz. Esse sistema é composto basicamente por um
compressor hermético e por um pequeno motor destinado ao
processo de ventilação do equipamento.
(a) (b)
Fig. 1. (a) Condicionador de ar tipo janela; (b) Detalhes do sistema
motriz do Condicionador de ar ensaiado.
B. Características físicas do equipamento
O principal componente elétrico do condicionador de ar é
o seu compressor hermético. Contudo, o condicionador de ar
possui também um motor de indução monofásico destinado à
realização do processo de ventilação do sistema. No presente
trabalho, a potência absorvida pelo sistema de ventilação será
transferida para a potência do sistema de condicionamento de
ar, ou seja, para o compressor hermético. Essa consideração
fundamenta-se na pequena potência do sistema de ventilação
quando comparada com a potência total do equipamento.
O compressor hermético do condicionador de ar estudado
utiliza um motor de indução monofásico CSR. Nesse,, o
enrolamento auxiliar permanece sempre energizado e ligado
em série com um capacitor permanente. Além do capacitor
permanente, o motor em questão possui um capacitor
eletrolítico, cuja função é auxiliar o processo de partida.
Sendo um capacitor eletrolítico, sua permanência no sistema
é curta. Esse controle é realizado por um relé voltimétrico.
A Fig. 2 ilustra o diagrama elétrico do motor utilizado no
condicionador de ar e seus dispositivos de proteção. Maiores
detalhes sobre o arranjo podem ser encontrados em
informações prestadas pelo fabricante [3].
Fig. 2 Representação do diagrama elétrico do motor CSR.
III. MODELAGEM DO MOTOR MONOFÁSICO
CSR
O modelo matemático representativo do motor aqui
empregado foi desenvolvido com base nas equações dos
enlaces de fluxo e da equação de equilíbrio dos conjugados.
As equações são escritas para uma máquina monofásica,
resultando num conjunto de equações diferenciais, não
lineares, que representam a operação da máquina. Para tal,
foi utilizado o modelo elementar de uma máquina de indução
ideal, bifásica, assimétrica, 2 pólos, constituído por dois
enrolamentos estatóricos, defasados de 90º no espaço, com
características diferentes. O rotor em gaiola é representado
por dois enrolamentos idênticos, também defasados de 90º
no espaço. Na Fig. 3 encontra-se ilustrada a representação do
dispositivo, com seus respectivos enrolamentos e defasagens.
Fig. 3. Representação do motor de indução bifásico assimétrico.
A análise matemática do motor CSR é semelhante à
realizada para o motor PTC que se encontra de forma
completa em [3], [4]. A Fig. 4 ilustra o circuito equivalente
do motor CSR, na qual pode-se observar a presença dos dois
capacitores no circuito do enrolamento auxiliar.
Fig. 4. Representação dos circuitos equivalentes dos enrolamentos
monofásicos do motor CSR.
As expressões para a tensão no estator são dadas por:
da
va  ra i a  (1)
dt
db
vb  rbi b  (2)
dt
Considerando o sistema em regime permanente, isto é, o
capacitor eletrolítico desligado do sistema, a corrente através
do capacitor permanente é dada pela equação:
dv cap
ib  C (3)
dt
 Que pode ser reescrita na forma:
dv cap 1 (4)
 ib  0
dt c
Desta forma, reportando-se à Fig. 4, a expressão (2), do
ramo do enrolamento auxiliar, pode ser reescrita,
considerando-se um capacitor permanente, em série com o
enrolamento auxiliar:
v v cap vb  va (5)
Para o caso dos enrolamentos do rotor, visto que os
mesmos se encontram curto-circuitados, as expressões são do
tipo:
d (6)
v A  0  rAi A  A
dt
d
vB  0  rB iB  B (7)
dt
O valor instantâneo do conjugado eletromagnético, T,
pode ser obtido utilizando-se da variação da co-energia
magnética em relação aos deslocamentos angulares do rotor,
supondo as correntes constantes. Desta forma, determinando-
se a equação da co-energia do circuito e utilizando a (8),
obter-se-á a expressão do conjugado eletromagnético, dada
pela (9):
W ' m (8)
T '
 mec
p dl (9)
T  iii j dij
2 i j
Onde:
p - é o número de pólos da máquina;
ii e ij - são as correntes nos enrolamentos ii e ij,
respectivamente, com i e j assumindo os índices a, b, A, B;
lij - é a indutância entre os enrolamentos i e j;
Ɵ - é o deslocamento angular elétrico.
A seguir procede-se ao equacionamento dos fluxos
concatenados do estator e rotor, observando-se que o fluxo
total que enlaça cada um deles é obtido através do somatório
das parcelas de fluxo magnético produzido pela corrente no
próprio enrolamento e pelos acoplamentos mútuos com os
outros enrolamentos do rotor e estator.
As equações dos fluxos concatenados podem ser
determinadas pelos efeitos na forma de indutâncias mútuas e
próprias, cuja expressão genérica assume a forma a seguir:
i  lii li   lij i j (10)
Assim, para o dispositivo em estudo, fazendo os
subscritos i e j assumirem a e b do estator e A e B do rotor,
obtêm-se, para as equações dos fluxos, as seguintes relações:
a  laa ia  laAi A  laB iB (11)
a  laa ia  laAi A  laB iB (12)
 A  l AAi A  l Aa ia  l Abib (13)
B  lBBiB  lBaia  lBbib (14)
Onde, os termos lii e lij referem-se às indutâncias próprias
da fase i e mútua da fase j referida a fase i, respectivamente
[5].
IV. VALIDAÇÃO DO MODELO ATRAVÉS DE
ENSAIOS EXPERIMENTAIS
Uma vez obtidos os modelos representativos do
equipamento em pauta, estes foram devidamente
implementados no simulador ATP, o qual, passa então, a
contar com recursos apropriados aos estudos teóricos de
desempenho do dispositivo através da técnica do domínio do
tempo. Antes porém de sua utilização como novo recurso no
aplicativo APR, esta seção é direcionada a validar a
eficiência e a confiabilidade do modelo matemático
desenvolvido através de comparações entre os resultados
computacionais e experimentais da operação de um aparelho
de ar condicionado sob condições ideais e anormais do
suprimento.
A Fig. 5 ilustra o diagrama esquemático da montagem
para os trabalhos experimentais, identificando as conexões e
os diferentes dispositivos utilizados.
N eu tro
REDE FO NTE
C
B
M o to r d e
In d u çã o
C o n d icio n a d o r
de Ar
CA PRO G RAM ÁVEL C SR
A
P o n teira s d e ten sã o
P o n teir a d e C o rr en te
C o m p u ta d o r
O cilo scó p io
Fig. 5. Estrutura experimental utilizada para a realização dos enaios
de desempenho do condicionador de ar.
As distintas situações consideradas para a realização dos
testes de validação encontram-se resumidas na Tabela I. Vale
destacar que outras situações foram utilizadas, a exemplo da
aplicação de transitórios. Todavia, por questões de espaço,
seus respectivos resultados não são aqui inseridos.
TABELA I.
Quadro Resumo dos Casos Estudados
CASO CARACTERÍSTICAS
1- Condição Ideal  Tensão nominal de 220 V, fase-fase, eficaz.
2- Elevação de  Tensão nominal de 220 V, fase-fase, eficaz;
Tensão  Elevação para 115% da tensão nominal;
 Duração do evento de 10 ciclos.
3- Afundamento de  Tensão nominal de 220 V, fase-fase, eficaz;
Tensão  Afundamento para 70% da tensão nominal;
 Duração do evento de 10 ciclos.
4- Flutuação de  Tensão nominal de 220 V, fase-fase, eficaz;
Tensão  Pst (Probability short-term) de 5 pu.
Os resultados atrelados com cada situação avaliada são
discutidos na sequência.
 Caso 1: Condição Ideal
A Tabela II apresenta os valores de pico e eficaz da
corrente de entrada do equipamento sob teste, bem como o
seu fator de potência. Muito embora a omissão dos
oscilogramas correspondentes a síntese mostrada evidencia  Caso 3: Afundamento de Tensão de Curta
os resultados computacionais e os experimentais, os quais Duração
expressão uma boa correlação de valores.
As Fig. 7(a) e 7(b) ilustram os comportamentos,
TABELA II. experimental e computacional, do condicionador de ar
Comparação entre os resultados experimentais e computacionais para o quando da ocorrência de um afundamento para 70 % da
caso 1 – Condição Nominal.
tensão nominal com duração de 10 ciclos.
EXPERIMENTAL COMPUTACIONAL ERRO
Corrente. Pico 6,55 A 6,53 A 0,31% 400 40
Corrente Eficaz 4,63 A 4,62 A 0,22% [V] [A]
Fator Potência 0,986 A 0,983 A 0,30% 300 30

 Caso 2: Elevação de Tensão de Curta Duração 200 20

100 10
As Fig. 6(a) e 6(b) ilustram as formas de onda das tensões
e correntes, computacional e experimental, respectivamente, 0 0

contendo uma elevação temporária de tensão para 115 % da -100 -10

tensão nominal, com duração de 10 ciclos da freqüência
fundamental. -200 -20

-300 -30
400 20
[V] [A]
-400 -40
300 15 1,092 1,192 1,292 1,392 1,492 [s] 1,592
(f ile cond_ar_sag.pl4; x-v ar t) v :V_COND c:XX0021-XX0061
200 10
(a) Computacional
100 5

0 0

-100 -5

-200 -10
T
T

-300 -15



-400 -20
1,1200 1,1753 1,2305 1,2858 1,3410 1,3963 1,4515 1,5068 [s] 1,5620
(f ile cond_ar_swell.pl4; x-v ar t) v :V_COND c:XX0021-XX0061

(a) Computacional

Tensão: 100V/div ; Corrente:5A/div ; Tempo:50ms/div

T
(b) Experimental


Fig. 7. Tensão e corrente na entrada do condicionador de ar.



A Tabela IV mostra os valores máximos da corrente e, de

um modo geral, novamente se constata uma boa aderência
entre os resultados computacionais e experimentais.

Tensão: 100V/div ; Corrente:5A/div ; Tempo:50ms/div TABELA IV.

Comparação entre os resultados experimentais e computacionais para o
(b) Experimental
caso 3 – Afundamento de tensão.
EXPERIMENTAL COMPUTACIONAL ERRO
Fig. 6. Tensão e corrente na entrada do condicionador de ar
Corrente. Pico 22,04 A 20,57 A 7,34%
A Tabela III resume os resultados obtidos por ambos os
 Caso 4: Suprimento Contendo Flutuação de
processos e, mais uma vez, fica comprovado o bom
Tensão
desempenho da modelagem computacional.
As Fig. 8(a) e 8(b) ilustram os oscilogramas da tensão e da
TABELA III.
Comparação entre os resultados experimentais e computacionais para o
corrente total, computacional e experimental, para o
caso 2 – Elevação de tensão. fornecimento contendo oscilação de tensão com PST = 5 e
EXPERIMENTAL COMPUTACIONAL ERRO freqüência da moduladora de 20 Hz.
Corrente. Pico 10,4 A 10,23 A 1,63%
 400 20
[V] [A]
300 15

200 10

100 5

0 0

-100 -5

-200 -10

-300 -15

-400 -20
2,1858 2,2858 2,3858 2,4858 2,5858 [s] 2,6858
(f ile cond_ar_f licker.pl4; x-v ar t) v :V_COND c:XX0017-XX0050

(a) Computacional

T
Fig. 9. Representação unifilar do sistema de distribuição hipotético
utilizado para o estudo de PID.

Os resultados fornecidos pelo APR se apresentam na

T



forma dos oscilogramas das tensões e correntes para qualquer
ponto do complexo elétrico. Tendo em vista os interesses
deste estudo, apenas as grandezas na entrada do equipamento
reclamado encontram-se fornecidas, como mostrado nas
Figs. 10 e 11, respectivamente. Como se constata, a descarga
incidiu na barra 18 em 0,01 segundo após o início da
Tensão: 100V/div ; Corrente:5A/div ; Tempo:50ms/div simulação.
(b) Experimental

Fig. 8. Tensão e corrente na entrada do condicionador de ar.

A Tabela V sintetiza os resultados obtidos nesta análise,

para o caso de suprimento contendo oscilação de tensão, nos
níveis utilizados no presente estudo.

TABELA V.
Comparação entre os resultados experimentais e computacionais para
o caso 4 – Flutuação de tensão.
EXPERIMENTAL COMPUTACIONAL ERRO Fig. 10. Tensão de entrada do condicionador de ar.
Corrente. Pico 8,00 A 7,42 A 7,25%

V. ESTUDO DE UM CASO TÍPICO DE PID

De posse do modelo computacional do condicionador de

ar e após os respectivos testes para sua validação, este foi
inserido no aplicativo APR (Analisador de Pedidos de
Ressarcimento) [6].
De forma a elucidar a utilização do referido software, foi
selecionado um arranjo de distribuição hipotético
representativo de uma situação real, a qual, para fins deste
trabalho, se apresenta com um consumidor final possuindo
um aparelho de ar condicionado que teria sofrido avarias Fig. 11. Corrente de entrada do condicionador de ar.
associadas com a incidência de uma descarga atmosférica de
20 kA ocorrida na fase A da Barra 3. A Fig. 9 detalha a rede Nota-se que o pico de tensão no momento da descarga
distribuição utilizada até o ponto de inserção do equipamento atmosférica supera 2 kV. A forma de onda da corrente pouco
sob análise e o condicionador de ar foi considerado como se altera com o distúrbio a não ser por um pequeno
ligado entre as fases AB. transitório. O valor da corrente acima dos 20 A se diz o
mérito da partida do motor, tendo em vista que o tempo de
simulação de 0,1 segundo não foi suficiente para o motor
partir. A corrente nominal desse equipamento é da ordem de
7 A.
Objetivando associar os resultados que expressam as
solicitações impostas pelo distúrbio com as curvas de
suportabilidade do condicionador de ar, o APR produz
resultados finais que se apresentam nos termos ilustrados nas
Figs. 12 e 13.
Fig. 12. Solicitação Dielétrica imposta ao condicionador de ar frente
à descarga atmosférica.
Fig. 13. Solicitação Térmica impsota ao condicionador de ar frente
a descarga atmosférica.
A primeira curva contempla as questões dielétricas,
enquanto a segunda evidencia os aspectos térmicos. Uma vez
que as solicitações são diretamente correlacionadas com os
níveis correspondentes de suportabilidade, os gráficos
permitem, visualmente, concluir sobre a probabilidade ou
não da ocorrência de danos causados pela ocorrência em
questão.
Vale observar que os limites admissíveis de tensão foram
selecionados em consonância com as propostas de
suportabilidade constantes em [7], [8].
A partir dos resultados indicados pelas Figs. 12 e 13
constata-se que:
 Após o instante 0,010348s houve uma violação dos
limites admissíveis de tensão suportados pelo
condicionador de ar pelas duas curvas de referência
[7] e [8]. Portanto, fica evidenciado a possibilidade
de danos dielétricos ao equipamento, podendo
ocorrer o rompimento da isolação do produto.
 Quanto os aspectos térmicos, em nenhum momento
foram observados níveis de violação dos limites
suportados pelo equipamento. Portanto, quanto aos
danos térmicos no equipamento, pode-se salientar
que o distúrbio aplicado não é capaz de danificar
por sobreaquecimento o condicionador de ar.
Do exposto segue que, para a situação supra caracterizada,
o APR sustenta um parecer que a solicitação de indenização
deve ser considerada procedente.
VI. CONCLUSÕES
Este artigo apresentou uma proposta de modelagem
computacional do aparelho condicionador de ar, tendo com
alicerce o software ATP. Os equacionamentos
representativos do equipamento em pauta foram inseridos
nesta plataforma através da rotina MODELS. Uma vez obtido
meios para a representação computacional do produto, o
desempenho do mesmo foi avaliados através da confrontação
de resultados operativos computacionais e experimentais.
Sendo um dos focos deste trabalho a busca por recursos
computacionais destinados a subsidiar análises de PID´s,
uma vez ratificada a proposta de modelagem do
equipamento, este foi, na sequência, alvo de estudos relativos
a correção dos esforços decorrentes da incidência de uma
descarga atmosférica numa rede típica de distribuição e os
níveis de suportabilidade dielétrica e térmica do
equipamento. Estas investigações foram relevantes no
sentido de ilustrar os objetivos e a aplicabilidade dos
trabalhos aqui realizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Beaty, Electrical Power Systems Quality, 2nd Edition.
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"Avaliação do Desempenho de Equipamentos
Eletrodomésticos Durante Ensaios de Sobretensões" -
XVIII SNPTEE, Curitiba/PR, Outubro de 2005.
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SP, disponível em: www.tecumseh.com.br.
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Aparatus and Systems, Vol. Pas-84, No. 11, pp. 1025-
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[5] Bacca, I. A., “Modelagem Para Análise de Desempenho
de Eletrodomésticos à Força-Motriz Diante de Distúrbios
de Qualidade de Energia Elétrica”, Dissertação de
Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia,
Setembro de 2008.
[6] C. E. Tavares, “Uma Estratégia Computacional para a
Análise Técnica de Pedidos de Ressarcimento de Danos
a Consumidores”, Tese de Doutorado, UFU,
Uberlândia/MG, 2008.
[7] M. D. Teixeira, R. L. Araújo, L. M. Ardjomand, , A. R.
Aoki, N. S. R. Quoirin, I. Wunderlich, "Acceptable
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WSEAS Transactions on Circuits and Systems, Issue 5,
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[8] ITI (CBEMA) Curve Application Note [Online].
Disponível em: http://www.itic.org/archives/iticurv.pdf,
acessado em janeiro de 2007.