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concursos de arquitectura

manual do promotor

ordem dos arquitectos


secção regional sul
concursos de
arquitectura
manual do
promotor
porquê
concursos?

“O concurso é a forma mais aberta e livre “Passados mais de vinte e cinco anos desde
de acesso à encomenda em arquitectura. o início do processo [de concurso], é hoje
Mas é, principalmente, o melhor modo incontestável que a qualidade do CCB
de solucionar um determinado problema e a sua presença neste local trouxeram
arquitectónico, urbano e territorial. E para uma inegável mais-valia a toda a área de
responder a esse problema, o concurso Belém e à cidade, que só uma escolha
envolve e convoca não só os arquitectos, bem preparada e rigorosa, com base num
mas a sociedade como um todo”. alargado número de propostas, permitiu”.

Luís Santiago Baptista, Curador e Crítico António Lamas, Presidente do Conselho


de Arquitectura de Administração da Fundação CCB entre
2014 e 2106

“A modalidade que seguimos de concurso


de ideias/concepção para a criação de um “Aquilo que fica na memória colectiva
Parque Urbano em Arruda dos Vinhos, teve acerca dos concursos que ocorreram no
a vantagem de permitir que a sociedade passado é apenas a ponta de um icebergue
civil participasse neste processo que visa de muito empenho e reflexão. Muitas outras
a qualificação do espaço público e, neste cidades imaginárias ficaram soterradas na
sentido, permitiu também que se obtivesse espessura do tempo que hoje nos separa
um leque mais abrangente de opções ao desses concursos”.
dispor do decisor político”.
Rui Alexandre, Presidente da Secção
André Rijo, Presidente da Câmara Regional Sul da Ordem dos Arquitectos
Municipal de Arruda dos Vinhos
Os concursos de arquitectura estimulam a criatividade e a
inovação valorizando a qualidade do pensamento sobre os
projectos imaginados pelo promotor.

Os concursos são adaptáveis e podem abranger diversas


escalas, tornando-os ideais para todo o tipo de programa
e dimensão de projecto. O concurso permite escolher a
equipa e a solução mais adequada em função da dimensão,
programa e complexidade da obra a desenvolver.

Este manual destina-se a entidades promotoras, individuais


ou colectivas, públicas ou privadas, interessadas em utilizar o
modelo de concurso para promover as suas ideias.

Facultamos aqui uma informação genérica sobre os


procedimentos e conceitos práticos de planeamento e
desenvolvimento de um processo de concurso.

O Serviço de Concursos da Secção Regional Sul da


Ordem dos Arquitectos (OASRS) é a entidade portuguesa
com mais experiência e qualificação para assessorar
concursos de arquitectura, tendo participado em dezenas
de concursos bem sucedidos promovidos por entidades
privadas e públicas, abrangendo uma grande diversidade
de escalas e programas.

Formada por consultores dedicados e experientes, a equipa


do Serviço de Concursos conta ainda com a experiência do
Gabinete Jurídico da Ordem dos Arquitectos que proporciona
ao promotor e a cada caso específico a garantia de um
inquestionável enquadramento legal.
sumário

concursos de
arquitectura - 6
vantagens - 8
modelos - 10

serviço de
concursos - 12
plataforma
de encomenda - 16
case studies - 17
concursos de
arquitectura

6
O concurso de arquitectura é um procedimento que faz a
avaliação e hierarquização do mérito conceptual de trabalhos
no domínio da arquitectura, do planeamento urbano ou do
ordenamento do território, visando a selecção de uma ou mais
propostas para posterior adjudicação.
Os concursos assentam em princípios como a selecção
com base em critérios de qualidade, a promoção da reflexão
alargada e crítica sobre as matérias em causa e a saudável
concorrência assente no acesso livre e democrático à
encomenda, garantindo igualdade de oportunidades a todos
os arquitectos.

O concurso é um modelo com inegáveis vantagens na


amplitude de respostas e de visões sobre um determinado
problema.

Para além destes princípios, há que ter em conta os


interesses do promotor – público ou privado - quanto à
salvaguarda de prazos, limitações orçamentais e qualidade
dos autores e equipas que irá contratar.
Num concurso há que saber mediar os vários interesses
em jogo, procurando em conjunto com os promotores o
procedimento mais correcto e transparente. É importante
por exemplo, definir correctamente os honorários previstos,
os prémios a atribuir, os critérios de selecção, os prazos
envolvidos no procedimento e o investimento exigido aos
concorrentes.
O concurso de arquitectura é um modelo de contratação
que não assenta a escolha das propostas exclusivamente
em factores como o preço do serviço ou os prazos de
execução – que com facilidade podem ser previamente
estabelecidos mas cuja avaliação não deve pesar demasiado
sobre a execução de uma obra. Neste sentido, o concurso de
arquitectura afasta-se radicalmente da encomenda vulgar
de bens ou serviços. É, em suma, um procedimento no qual
um júri devidamente qualificado escolhe, de entre as várias
propostas de solução, aquela a que atribui mérito técnico e
conceptual bastante para lhe ser conferida a possibilidade de
adjudicação e que garanta a execução de obras devidamente
controladas em termos técnicos e financeiros.

7
vantagens
São muitas as vantagens inerentes à realização de um
concurso de arquitectura.
Os concursos permitem projectos de qualidade, estimulam
a criatividade e inovação e proporcionam várias opções para
se fazer a melhor escolha. Constituem, igualmente, uma das
melhores formas de envolver as partes interessadas num
projecto.

Retorno do Um concurso bem instruído


permite economizar tempo e
investimento
dinheiro em relação ao custo
de vida total de um edifício e
proporciona a oportunidade
de fazer selecções com
simplicidade, eficiência,
flexibilidade e transparência.

Garantia de O concurso apela a uma


reflexão crítica e a uma
melhores
pesquisa suplementar sobre o
resultados objecto de concurso por parte
dos concorrentes, originando
melhores resultados.

Encontrar O concurso permite ao


promotor seleccionar a
a equipa
equipa mais apta através das
técnica mais soluções apresentadas.
adequada

8
Facultar O concurso oferece o privilégio
da escolha, permitindo uma
alternativas
avaliação especializada,
aos promotores resultante da comparação e
debate das soluções propostas.

Contribuir para O concurso, dada a sua


projecção pública, suscita o
um interesse
interesse da comunidade o que
público amplifica a sua divulgação nos
meios de comunicação social.

Promover O concurso é a forma mais


transparente e equilibrada de
igualdade de
adjudicar projectos e planos,
oportunidades seleccionando as equipas com
base em critérios de qualidade e
competência.

Motivar novos O concurso permite a


arquitectos em início da
talentos da
profissão a participação em
arquitectura projectos por vezes fora do seu
alcance.

Mais O concurso garante aos


promotores a seriedade, a
transparência
relevância cultural dos
entre promotor procedimentos e a
e projectista compensação financeira dos
concorrentes que apresentem as
melhores propostas.

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modelos
Tratando-se de entidades públicas, os modelos de concursos
de arquitectura estão definidos no Código dos Contratos
Públicos que enquadram o seu âmbito de aplicação. É
contudo desejável ter uma leitura ampla e crítica sobre
a encomenda de projectos e planos de arquitectura e
urbanismo.

Quanto maior for o número de propostas apresentadas


num determinado concurso, maior será o ganho para o
promotor, pelo aumento da reflexão crítica e amplitude de
respostas em que pode basear a sua decisão.

O modelo de concurso aberto, público, é o que se entende ser


mais adequado para todas as partes envolvidas no processo.

Mas são muitas as variáveis que podem gerar modelos


alternativos, nomeadamente: o valor do serviço, a dimensão
do projecto, a sua importância pública, a especificidade do
programa proposto, entre outras. Embora o quadro legal
actualmente em vigor abarque todas estas variáveis,

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Concurso de Desenvolvido numa só fase,
aberta a todos os arquitectos,
concepção
cujas propostas são avaliadas
pelo Júri.

Concurso Desenvolvido em duas fases.


Na primeira fase, de candidatura
limitado
aberta a todos os concorrentes,
por prévia o Júri avalia a qualificação
qualificação técnica dos concorrentes. Na
segunda fase, o Júri avalia as
propostas dos concorrentes
qualificados.

Concurso em Na primeira fase, de submissão


aberta a todos os concorrentes,
duas fases
o Júri selecciona uma short-list
de propostas. Na segunda fase,
o Júri avalia o desenvolvimento
das propostas na short-list.

Concurso por A Entidade Adjudicante solicita


a um número limitado de
convites
concorrentes a apresentação de
propostas, que serão avaliadas
por um Júri.

Selecção É seleccionada uma short-list


das candidaturas que são
competitiva
hierarquizadas depois de uma
entrevista. As equipas melhor
classificadas são convidadas
a discutir as condições da
prestação de serviços.

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serviço de
concursos

12
Desde 1983 foram realizados 215 concursos com o apoio da
Ordem dos Arquitectos. No entanto, a actividade da Ordem
neste domínio remonta ao início do século XX. Na altura
resumia-se a fazer-se representar nos júris quando convidada
pelas entidades promotoras.

O reconhecimento do mérito desta intervenção junto dos


promotores e dos seus próprios associados fez crescer
o número de solicitações e o grau de envolvimento nos
processos. Ao longo do século XX, a problemática dos
concursos foi assumindo contornos mais nítidos para a
instituição. Com o tempo foi-se definindo a importância do
tema e a necessidade de aperfeiçoamento de um sistema de
acesso à encomenda assente em princípios de igualdade de
oportunidades, transparência, e, acima de tudo, na selecção
dos projectos com base em critérios qualitativos e em
reflexões críticas sobre os edifícios, as cidades e o território.

Conhecedora da especificidade da encomenda de


projectos arquitectura e de planos urbanos e consciente da
necessidade de defesa de princípios que a sustentassem,
a agora OA começa a actuar de forma mais interventiva.
Em Maio de 1993 nasce o Serviço de Concursos da Secção
Regional Sul da Ordem dos Arquitectos.

É na vertente da encomenda pública de projectos que se tem


focado maioritariamente a actuação do Serviço de Concursos
ao longo da sua história. Mantendo sempre a sua intervenção
em perfeita ligação com a legislação em vigor, o Serviço de
Concursos tem procurado ser uma voz activa na elaboração
e nas sucessivas revisões do enquadramento legal desta
matéria a nível nacional.
Hoje, em resultado de uma longa experiência e beneficiando
de uma proximidade institucional com organismos
internacionais como o Conselho dos Arquitectos da Europa
(CAE) e com a União Internacional dos Arquitectos (UIA),
bem como com as suas congéneres europeias, a Ordem
dos Arquitectos é a entidade que, a nível nacional, maior
experiência detém em matéria de concursos para trabalhos
de concepção de arquitectura e urbanismo.

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Consciente de todas as potencialidades, vantagens e
constrangimentos dos concursos de concepção em
arquitectura, o Serviço de Concursos procura pautar a sua
actuação por um equilíbrio entre os interesses, por vezes
vistos como antagónicos, de promotores e concorrentes.

É na procura constante deste equilíbrio entre os princípios


fundamentais na encomenda de serviços de arquitectura e
as legítimas preocupações dos promotores e dos arquitectos,
que se desenrola a colaboração da Ordem dos Arquitectos na
organização e realização de concursos.

O trabalho desenvolvido pelo Serviço de Concursos assenta


em três vertentes:

– Preparação dos processos de concurso em diálogo com os


promotores;
– Designação de elementos para os júris através de uma bolsa
de jurados composta por membros inscritos na Ordem com
currículo e experiência comprovada nas áreas específicas de
cada projecto.
– Divulgação dos concursos através dos canais de
comunicação da instituição, nomeadamente: websites (oasrs.
org; encomenda.oasrs.org), redes sociais e e-newsletter
mensal enviada para cerca de 20 mil subscritores.

Adicionalmente, o serviço de assessoria de imprensa divulga


o lançamento e resultado dos concursos junto dos órgãos de
comunicação social. A estes três eixos principais juntam-se
outros serviços complementares, nomeadamente:

– Disponibilização de toda a documentação de apoio às


formalidades dos concursos, quer à entidade promotora, quer
ao júri;
– Apoio à entidade promotora nos necessários contactos
tendo em vista a constituição do júri;
– Esclarecimento ao júri sobre dúvidas suscitadas na fase de
resposta aos pedidos de esclarecimento;

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– Extensa difusão dos procedimentos, quer na sua fase de
lançamento, quer na divulgação de resultados;
– Apoio na realização de exposições, conferências ou outras
acções de apresentação e divulgação dos resultados.

Paralelamente presta, quando solicitado, apoio complementar


na administração dos processos de concurso:

– Apoio às entidades adjudicantes na elaboração dos


Programas Preliminares;
– Centralização da recepção, triagem, compilação e
organização dos pedidos de esclarecimentos efectuados
pelos concorrentes, bem como das respectivas respostas
elaboradas pelo júri;
– Recepcão e registo das entregas dos trabalhos;
– Assessoria e apoio técnico ao júri nas suas reuniões;
– Apoio nas fases subsequentes aos concursos,
designadamente nos processos de ajuste directo e
contratação.

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plataforma
de encomenda
A Plataforma de Encomenda é um serviço electrónico
da Ordem dos Arquitectos que recepciona pedidos de
concursos. Qualquer concurso assessorado ou apoiado
pelo Serviço de Concursos pode beneficiar de tramitação
electrónica através da Plataforma de Encomenda, com as
seguintes excepções:

– Concursos públicos: concursos promovidos pelas entidades


referidas no artº 2º do Código dos Contratos Públicos;

– Concursos nos quais esteja prevista a entrega de elementos


físicos como painéis, maquetes, etc.

A plataforma recepciona documentos em concursos de


iniciativa privada, bem como nos processos efectuados
com apoio a entidades públicas na selecção dos autores a
convidar para procedimentos de Ajuste Directo.

Na área destinada aos promotores, é possível solicitar uma


proposta para a realização de um concurso ou proceder ao
convite de equipas.

Na área destinada aos arquitectos a entrega das propostas


e a ficha de identificação é feita através de upload de
documentos na página do respectivo concurso.
Os ficheiros relativos à proposta são automaticamente
enviados para o júri, ficando os dados de identificação
invioláveis até à redacção do relatório final. Após o processo
de submissão, o concorrente é notificado através do endereço
de e-mail que disponibiliza.

16
case studies

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Centro Cultural de Belém
Arquitectura: Vittorio Gregotti e Manuel Salgado
Promotor: Instituto Português do Património Cultural
Data: 1988

© Fernando Guerra | FG+SG


© Duccio Malagamba

Museu Machado de Castro, Coimbra


Arquitectura: Gonçalo Byrne
Promotor: Instituto Português de Museus
Data: 1991
© RJM/SNPC

Convento e centro cultural dominicano


Arquitectura: João Paulo Providência
Promotor: Ordem de São Domingos
Data: 1989
Escola Superior de Artes Decorativas
Arquitectura: Victor Figueiredo
Promotor: Instituto Politécnico de Leiria
Data: 1992
Anfiteatros do Campus Universitário da Universidade dos Açores
Arquitectura: Pedro Domingos e Inês Lobo
Promotor: Universidade dos Açores
Data: 1997

© Leonardo Finotti
© Fernando Guerra | FG+SG

Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Beja


Arquitectura: Nuno Montenegro
Promotor: Instituto Politécnico de Beja
Data: 2003
© Laura Castro Caldas & Paulo Cintra

Edifício C6 - Departamentos de Matemática, Geologia, Informática e Estatística


Arquitectura: José Carlos Simões Neves e Francisco Freire
Promotor: Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa
Data: 2003
Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa
Arquitectura: Camilo Rebelo e Tiago Pimentel
Promotor: Instituto Português de Arqueologia do Ministério da Cultura
Data: 2004

© José Paulo Ruas


Exposição Arquitectura em Concurso: Percurso crítico pela modernidade portuguesa
Arquitectura: FORSTUDIO
Promotor: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul
Data: 2016

© Fernando Guerra | FG+SG


Terminal de Cruzeiros de Lisboa
Arquitectura: João Luís Carrilho da Graça
Promotor: A.P.L.
Data: 2009
Biblioteca e Arquivo Municipais de Grândola
Arquitectura: Pedro Domingos e Matos Gameiro
Promotor: Câmara Municipal de Grândola
Data: 2012
Biblioteca Municipal de Setúbal
Arquitectura: Jordana Quaresma e Filipe Gomes Oliveira
Promotor: Câmara Municipal de Setúbal
Data: 2013
Parque urbano de Arruda dos Vinhos
Arquitectura paisagista: PARATELIER
Arquitectura: Pedro Campos Costa
Promotor: Município de Arruda dos Vinhos
Data: 2015
Parque Urbano Cruz do Montalvão
Arquitectura paisagista: Verónica Ribeiro de Almeida
Arquitectura: José Eduardo Marques
Promotor: Câmara Municipal de Castelo Branco
Data: 2016
© 2016 Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul
serviço de concursos encomenda.oasrs.org travessa do carvalho, 23
ordem dos arquitectos concursos@oasrs.org 1249-003 Lisboa
secção regional sul +351 213 241 164 oasrs.org

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