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Mecânica Aplicada

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MECÂNICA APLICADA

EMENTA
Mecânica Aplicada (MecApl)
• Grandezas escalares e Grandezas vetoriais;
• Sistemas de unidades.
• Operações vetoriais;
• A geometria e a trigonometria no auxílio de problemas mecânicos.
• Leis de Newton.
• Equilíbrio forças concorrentes em um ponto;
• Vínculos estruturais.
• Momento de uma força;
• Torque e Flexão.
• Equilíbrio de uma barra – cargas concentradas e distribuídas;
• Momento de flexão puro.
• Movimento Circular e Uniforme – Velocidade Angular, Velocidade Escalar, Torque, Potências e Frequências;
• Propriedades geométricas de figuras planas:- área, centro de gravidade, momentos de inércia, momento polar de inércia.
• Conceito de pressão para líquidos e gases.
• Conceito de tensão normal para estruturas sólidas.

1. Sistemas Internacional de Unidades

Na Mecânica, há ainda dois outros sistemas, conforme mostram as tabelas a seguir.

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2. A geometria e a trigonometria no auxílio de problemas mecânicos.

Decomposição das forças.


Qualquer força no espaço pode ser decomposta segundo três direções que desejarmos.
Normalmente, usam-se como referência três direções ortogonais entre si, escolhidas de acordo com a
conveniência do problema.

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Qualquer força contida em um plano também pode ser decomposta segundo duas direções. Normalmente
são usadas duas direções perpendiculares entre si, também escolhidas de acordo com a conveniência do
problema.

No caso plano que é o mais usual:

A decomposição é feita por trigonometria:

A força F decomposta também pode ser chamada de resultante da soma vetorial de suas componentes Fx
e Fy.

Nos problemas pode-se utilizar para cálculos apenas a força resultante, ou as suas componentes, o que se
tornar mais fácil.

3. Leis de Newton

FORÇA: Força é toda a grandeza capaz de provocar movimento, alterar o estado de movimento ou
provocar deformação em um corpo. É uma grandeza vetorial cuja intensidade pode ser obtida pela
expressão da física:

F = m.a

onde:

F = força
m = massa do corpo
a = aceleração provocada

Sendo força um elemento vetorial somente se caracteriza se forem conhecidos:


· direção
· sentido
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· módulo ou intensidade
· ponto de aplicação

Existem muitas unidades representando forças sendo as mais comuns:

N - Newton
kN - kiloNewton
kgf - kilograma força

1 kgf = 10 N
1 kN = 103 N
1 kN = 102 kgf

1 kN = 103 N = 102 kgf


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Características das Forças


1. Princípio de ação e reação:
Quando dois corpos se encontram, toda a ação exercida por um dos corpos cobre o outro corresponde
uma reação do segundo sobre o primeiro de mesmo módulo e direção, mas com sentidos contrários, que é
a 3ª lei de Newton.
Pode-se observar que estas duas forças têm pontos de aplicação diferentes e, portanto causam efeitos
diferentes, cada uma atuando no seu ponto de aplicação.

Princípio da transmissibilidade de uma força:

Quando se aplica uma força em um corpo sólido a mesma se transmite com seu módulo, direção e sentido
em toda a sua reta suporte ao longo deste corpo.

Classificação das Forças

As forças podem ser classificadas de acordo com a sua origem, modo de se comportar, etc. como, por
exemplo, as forças de contato (ex: locomotivas, musculares, etc..) e as de ação à distância (ex: elétricas,
gravitacionais, magnéticas, etc.)

Em análise estrutural as forças são divididas conforme esquema abaixo:

FORÇAS EXTERNAS: atuam na parte externa na estrutura, e são o motivo de sua existência. Podem ser:

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ações : São forças independentes que podem atuar em qualquer ponto de uma estrutura . Correspondem
às cargas as quais a estrutura está submetida, normalmente conhecidas ou avaliadas. Ex: peso do pedestre
em uma passarela, peso próprio das estruturas, etc...
reações: São forças que surgem em determinados pontos de uma estrutura (vínculos ou apoios), sendo
conseqüência das ações, portanto não são independentes, devendo ser calculadas para se equivalerem as
ações e assim preservarem o equilíbrio do sistema.

FORÇAS INTERNAS: são aquelas que mantêm unidos os pontos materiais que formam o corpo sólido de
nossa estrutura (solicitações internas). Se o corpo é estruturalmente composto de diversas partes, as
forças que mantém estas partes unidas também são chamadas de forças internas (forças desenvolvidas em
rótulas).

4. Equilíbrio de forças concorrentes em um Ponto

EQUILÍBRIO DE FORÇAS E MOMENTOS - Para que um determinado corpo esteja em equilibrio, é necessário
que sejam satisfeitas as condições:
- Resultantes de Força: A resultante do sistema de forças atuante será nula.
- Resultantes dos Momentos: A resultante dos momentos atuantes em relação a um ponto qualquer do
plano de forças será nula.
- Equações Fundamentals da Estática - Baseados, concluímos que para forças coplanares,
Σ Fx = 0, Σ Fy = 0 e ΣM = 0.

Método das Projeções


O estudo do equilíbrio neste método, consiste em decompor as componentes das forças coplanares
atuantes no sistema em x e y.

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Solução:
Os cabos estão todos tracionados (cabo não suporta compressão), portanto os nós A, B, C, D estão sendo
“puxados’”. Baseados no exposto, podemos colocar os vetores representativos das forças nos cabos.
Para determinarmos a intensidade das forças, iniciamos os cálculos pelo nó que seja o mais conveniente, ou
seja, que possua a solução mais rápida, nó com o menor número de incógnitas, para o nosso caso nó D.

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5. Vínculos Estruturais

Denominam-se vínculos ou apoios os elementos de construção que impedem os movimentos de uma


estrutura.

Vínculos: são apoios e articulações pelos quais são unidas as chapas entre si ou, no caso dos apoios, à
“chapa terra”.
A função básica dos vínculos ou apoios é de restringir o grau de liberdade das estruturas por meio de reações
nas direções dos movimentos impedidos, ou seja, restringir as tendências de movimento de uma estrutura. Os
vínculos têm a função física de ligar elementos que compõem a estrutura, além da função estática de transmitir as
cargas ou forças. Os vínculos ou apoios são classificados em função de número de movimentos impedidos. Para
estruturas planas existem três tipos de vínculos:

• Vínculos de 1ª ordem ou 1ª. Classe


• Vínculos de 2ª Ordem ou 2ª. Classe
• Engastamento de 3ª Classe

Vínculos de Primeira Ordem (apoio simples):


São aqueles que impedem deslocamento somente em uma direção, produzindo reações equivalentes a uma
força com linha de ação conhecida. Apenas uma reação será a incógnita. Este tipo de vínculo impede o movimento
de translação na direção normal ao plano de apoio, fornecendo-nos desta forma, uma única reação (normal ao plano
de apoio). Representação simbólica:

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Rolete ou Apoio Móvel - Possui apenas uma incógnita, a reação é uma força que atua perpendicularmente
à superfície do ponto de contato.

Vínculos de Segunda Ordem (articulação plana):


São aqueles que restringem a translação de um corpo livre em todas as direções, mas não podem restringir a
rotação em torno da conexão. Portanto, a reação produzida equivale a uma força com direção conhecida, envolvendo
duas incógnitas, geralmente representadas pelas componentes x e y da reação. Este tipo de vínculo impede apenas
dois movimentos; o movimento no sentido vertical e horizontal, podendo formar duas reações. (vertical e horizontal).
Representação simbólica:

Articulação ou Pino - Possui duas incógnitas, as reações são os dois componentes da força resultante e
atuam paralela e perpendicular à superfície do ponto de contato.
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Engatamento de 3ª Classe
Este tipo de vínculo impede a translação em qualquer direção, impedindo também a rotação do mesmo através
de um contra-momento, que bloqueia a ação do momento de solicitação.

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Apoio Fixo ou Engastamento - Possui três incógnitas, as reações são os dois componentes da força
resultante que atuam paralela e perpendicular à superfície do ponto de contato e um momento.

Os vínculos podem ser chamados de 1a, 2a e 3a ordem ou classe ou gênero ou tipo.

Exemplos de Apoios

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Determinar as reações de apoio para as estruturas dadas abaixo.

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6. Momentos de uma força

Define-se como momento de uma força em relação a um ponto qualquer de referência, como sendo o
produto entre a intensidade de carga aplicada e a respectiva distância em relação ao ponto. É importante
observar que a direção da força e a distância, estarão sempre defasadas 90º. Na figura dada, o momento da
força F em relação ao ponto A será obtido através do produto F.d, da mesma forma que o produto da carga P
em relação a A será obtido através de (P.b). Para o nosso curso, convencionaremos positivo, o momento que
obedecer ao sentido horário. Nota: Muitos autores utilizam convenção contrária a esta, porém, para a
seqüência do nosso curso é importante que o momento positivo seja horário.

Um momento, não será aqui representado, pelo seu vetor. Trabalhando em um plano, a representação
será feita de maneira a permitir verificar o ponto de aplicação, seu valor e seu sentido. A figura a seguir
mostra um momento de valor igual a 10 kNm, com sentido anti-horário atuando no ponto P.

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7. Equilíbrio de uma barra – cargas concentradas e distribuídas

Equações de Equilíbrio da Estática - Sistema Bidimensional

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Diagrama de Corpo Livre – Analogia Prática/Teórica

Força distribuída

Uma força é distribuída quando sua aplicação em um corpo é feita em mais do que um ponto.
Com relação à distribuição, as forças distribuídas podem ser classificadas em:

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· Forças Distribuídas Volumetricamente: que são aquelas distribuídas pelo volume de um corpo. Por
exemplo, temos a força peso.
· Forças Distribuídas Superficialmente: que são aquelas distribuídas pela superfície de um corpo. Por
exemplo, temos a pressão.
· Forças Distribuídas Linearmente: que são aquelas distribuídas ao longo de uma linha.

Embora, da mesma maneira que a força concentrada, este tipo de força é uma aproximação. Por exemplo,
consideremos uma força distribuída aplicada na parte superior de uma viga retangular, como mostra a
figura a seguir.

Como, a largura onde está aplicada a carga é muito pequena, quando comparada com o comprimento, se
pode considerar que a carga está distribuída apenas ao longo do comprimento da viga, como mostra a figura
a seguir.

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Força Linearmente - Distribuída (Carregamento)

Seja uma força linearmente distribuída onde a função de distribuição é q(x).

A posição equivalente desta força, com relação à distribuição, é o centro de gravidade da distribuição.

A área sob o gráfico da função q(x) é equivalente à força resultante de um carregamento e numericamente
igual à área delimitada pela distribuição. A posição relativa desta força é o centro de gravidade da figura
formada na distribuição. Para compreender esta afirmação, toma-se, por exemplo, uma distribuição
uniforme, como a mostrada na figura a seguir.

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F = q×L
Note que o resultado q×L nada mais é do que a área formada pelo retângulo delimitado pelo gráfico da
distribuição. A posição da força é na metade do comprimento L, pois, é nesta abscissa que se encontra o
centro de gravidade do retângulo. Tal raciocínio pode ser aplicado para outros casos bastante corriqueiros.
Quando a distribuição é uniformemente variável, se encontra:

Desta forma, encontra-se:

Quando a distribuição é uniformemente variável, e seu valor inicial é diferente de zero, se encontra uma
figura semelhante a um trapézio, como mostra a figura a seguir.

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Nesta situação é possível considerar a distribuição como sendo a superposição entre duas e determinar duas
forças, como mostra a figura a seguir.

Assim, determina-se F1 e F2, cujos valores são:

Pelas expressões apresentadas, pode-se notar que a equação dimensional de q é unidade de força por unidade
de comprimento.
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Diagramas de esforços internos

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Exercícios

1) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e C.

2) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

3) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios.

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4) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e C.

5) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

6) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

7) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

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8) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

9) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

10) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

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11) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

12) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

13) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e D.

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14) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e C.

15) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios.

16) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios.

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17) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios.

18) Para a estrutura mostrada na figura determine as reações nos apoios A e B.

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Calcule as reações nos apoios dos diagramas a seguir:

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8. Momento de flexão puro

Classificação das estruturas quanto ao equilíbrio estático.


a) Estruturas ISOSTÁTICAS : Todos os esforços internos e externos podem ser determinados com a
aplicação das equações de equilíbrio estático: Σ Fx = 0, Σ Fy = 0 e Σ M(i) = 0.

b) Estruturas HIPERESTÁTICAS: Quando não é possível a determinação de todos os esforços externos e


internos apenas com a aplicação das equações das equações de equilíbrio da Mecânica Geral recorre-se a
equações de compatibilidade das deformações.
Incógnitas hiperestáticas (ou redundantes): são os esforços externos ou internos que existem a mais do
que aqueles que podem ser determinados com as equações de equilíbrio.

c) Estruturas HIPOSTÁTICAS: Quando o número de vínculos é insuficiente.

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