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A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Karina de Oliveira Cota


Bacharel em Ciências Contábeis pela FACSAL – Faculdade da Cidade de Santa Luzia
karina.cota1@gmail.com

Sania Ferreira De Lima


Bacharel em Ciências Contábeis pela FACSAL – Faculdade da Cidade de Santa Luzia
limasania@gmail.com

Recebido em 05/10/2012. Aprovado em 15/12/2012

Resumo

Neste trabalho, cuja temática abordou especificamente uma das inúmeras


ferramentas das Ciências Contábeis, o fluxo de caixa. Foram analisadas trinta e
duas empresas de capital aberto, com ações negociadas em bolsas de valores. Os
objetivos foram apurar a importância e efeitos dessa ferramenta, no resultado final
das ações negociadas no mercado financeiro de determinadas empresas listadas na
Bovespa. A metodologia empregada foi bibliográfica, explicativa e documental. Além
de bibliografias de renomados autores da área contábil e mercado financeiro, sítios
da rede mundial de computadores, a internet, foram também de grande valia. O
resultado das pesquisas permitiu concluir que existe uma correlação entre as
oscilações nas atividades do fluxo de caixa e a variação do preço da ação no
mercado.
Palavras-chave: Fluxo de caixa, mercado financeiro, ações

Abstract

In this work, whose thematic was specifically approached one of the countless tools
of the Accounting Sciences, the cash flow. Thirty two companies of open capital, with
actions negotiated in stocks exchange, were analyzed. The objectives went to
investigate the importance and effects of that tool, in the final result of the actions
negotiated in the finance market certain striped companies in Bovespa. The used
methodology was bibliographical, documentary and explanatory. Besides of
renowned authors' bibliographies in accounting area and finance market, sites of the
world net of computers, the internet, were also valuable. The result of the researches
allowed to conclude that a correlation exists among the oscillations in the activities of
the cash flow and the variation of the price of the action in the stock market.

Key Words: Cash flow, finance market, stock.

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A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Introdução

A natureza deste trabalho foi o levantamento de práticas empresariais, no uso


específico de uma das inúmeras ferramentas das Ciências Contábeis para o
comportamento saudável de uma organização. De posse desta ferramenta, que é
demonstração de fluxo de caixa, partiu-se para um modelo, na qual buscou-se
verificar existência de uma relação entre a liquidez da organização e o valor de seus
títulos emitidos no mercado de capitais, ou seja, suas ações.

A pesquisa se deterá com base em dados contábeis e financeiros de 32 empresas


pertencentes a diversos segmentos de mercado, as quais possuem ações
negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

Justifica-se a escolha do tema pela importância da demonstração de fluxo de caixa,


que hoje é um dos principais instrumentos que possibilita uma visão singular e
representativa da situação econômica da empresa e que permite decisões com a
minimização do risco.

Como objetivo geral, este estudo, buscou identificar a importância e impacto do fluxo
de caixa na negociação das ações de empresas listadas na bolsa de valores.

Especificamente, objetivou-se descrever a importância do fluxo de caixa para o


mercado financeiro, analisar as movimentações contidas nesse demonstrativo a fim
de identifica a existência de resultado positivo ou negativo do investimento no
mercado de capitais e verificar, assim, a existência de uma relação entre o fluxo de
caixa e o valor da ação.

Referencial Teórico

Os teóricos Iudícibus, Marion & Faria (2009) e Marion (2005) acreditam que o
sucesso de uma empresa depende de todos os setores que a compõe. Cada qual
desses setores com sua devida importância. Esse trabalho se deterá em um âmbito
geral na Contabilidade e mais especificamente em um dos instrumentos por ela
usada, o fluxo de caixa.

Frequentemente os responsáveis por determinada empresa tomam decisões, todas


importantes, vitais para o sucesso do empreendimento. Por isso, há a necessidade

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de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada dessas
decisões. Como, por exemplo, comprar ou alugar maquinários, necessidade de
terceirizar determinado serviço, formar o preço adequado do produto.

O 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade 1, realizado em setembro de 1924,


aprovou a primeira definição oficial de contabilidade no Brasil, dispondo o seguinte:
“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e
registro relativo aos atos e fatos da administração econômica”.

A Contabilidade é o instrumento que auxilia a alta administração a tomar decisões,


pois é através dela [da Contabilidade] que se coletam todos os dados econômicos,
mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de
relatórios, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisão. (Iudicibus et al.,
2009; Marion, 2005)

Para Marion (2005) a Contabilidade representa a linguagem dos negócios, mensura


os resultados das empresas, permite avaliar o desempenho e elaborar as diretrizes
para se tomar decisões.

Ainda, segundo o autor

... a Contabilidade surgiu basicamente da necessidade de donos de


patrimônio que desejavam mensurar, acompanhar a variação e controlar
suas riquezas. Daí, poder-se afirmar que a Contabilidade surgiu em função
de um usuário específico, o homem proprietário de patrimônio, que, de
posse das informações contábeis, passa a conhecer melhor sua “saúde”
econômico-financeira, tendo dados para propiciar tomada de decisões mais
adequadas. (Marion, 2005, p. 26).

Já Iudícibus et al.(2009) define o objetivo da Contabilidade como sendo o de


fornecer informações estruturadas de natureza econômico-financeira.

Demonstrações contábeis

A Lei das Sociedades por Ações – Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007, que
alterou e revogou alguns dispositivos da Lei 6.385 e 6404/76 – estabelecem que, ao
fim de cada exercício social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração contábil, as seguintes demonstrações contábeis, para as sociedades

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Disponível em http://www.cfc.org.br/uparq/hist_congressos.pdf

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anônimas (de capital aberto e fechado), e de outras naturezas jurídicas,


principalmente as tributadas pelo Lucro Real.

De acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) os


demonstrativos financeiros da empresa deverão ser publicadas em dois jornais: no
Diário Oficial e num jornal de grande circulação. Outro aspecto importante é que as
demonstrações financeiras de cada exercício devem ser publicadas com a indicação
dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. As notas
explicativas devem complementar, juntamente com outros quadros analíticos, as
demonstrações financeiras.

Balanço patrimonial

O Balanço Patrimonial é a peça contábil que retrata a posição (saldo) de todas as


contas de uma entidade após todos os lançamentos das operações de um período
terem sido feitos, após todos os provisionamentos (depreciação, devedores
duvidosos etc.) e ajustes, bem como após o encerramento das contas de receitas e
despesas terem sido executados. Retrata a situação estática da entidade. Evidencia
os ativos e passivos em ordem de liquidez, apresentando a situação liquida
patrimonial e financeira da entidade. (Iudicibus et al., 2009).

Demonstração do resultado do exercício

Entende que a Demonstração de Resultado do Exercício é o reflexo dos efeitos das


decisões operacionais dos administradores da empresa. É um suplemento ao
Balanço Patrimonial pois explica o componente principal de variação na conta
Patrimônio Líquido, bem como permite elaborar diversas análises de desempenho.
(Helfert, 2000).

Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados

A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados poderá ser incluída na


demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e divulgada pela
empresa, pois não inclui somente o movimento da conta de lucros ou prejuízos
acumulados, mas também o de todas as demais contas do patrimônio líquido.
(Jacinto, 1987)

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Demonstração das mutações do patrimônio líquido

E a demonstração elaborada a fim de mostrar as mudanças ocorridas, indicando a


origem e valor de cada acréscimo ou diminuição do patrimônio. A sua importância
tornou-se mais acentuada após novos critérios da lei, pois a demonstração indica
claramente a formação e utilização de todas as reservas, servindo também para
melhor compreensão, inclusive quanto ao calculo dos dividendos obrigatórios.
(FIPECAFI & Ernst & Young, 2010)

Demonstração do valor adicionado

A DVA tem por objetivo principal demonstrar o valor da riqueza gerada pela
entidade, bem como sua distribuição aos colaboradores, financiadores, acionistas e
o governo. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor
Adicionado, o valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma
geral, medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de
terceiros.

Demonstração de fluxo de caixa

É o demonstrativo que espelha a situação atual de caixa da empresa. (Assaf Neto &
Silva, 1997). A DFC apresenta as entradas e saídas das disponibilidades de caixa e
é o principal instrumento de gestão financeira, permite planejar, controlar e analisar
as receitas, investimentos, entradas e saídas de recursos monetários, permitindo
executar programações e projetá-las para longo prazo. (Silva, 2010)

O interesse pelo fluxo de caixa teve início a partir de 1961 com a publicação do
Accounting Procedures Board (APB). Em 1987 foi publicado o Accounting Standards
(SFAS 95) pelo Financial and Accounting. Foi o ponto de partida para, assim,
estabelecer normas para elaboração do relatório. (Sá, 2009)

No início da década de 1980, os órgãos internacionais de regulamentação contábil


iniciaram estudos para introduzir a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), em
substituição à Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), nos
demonstrativos contábeis. O primeiro país a oficializar essa substituição foi o
Canadá, em setembro de 1985. Em outros países, a DFC também foi oficializada

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como, por exemplo, nos Estados Unidos, em novembro de 1987 e no Reino Unido,
em 1991. No entanto, na França e na Alemanha existe a recomendação de
publicação dos dois demonstrativos. (Lustosa, 1997).

No Brasil a DFC foi regulamentada em substituição a DOAR pela Lei nº 11.638/07,


que altera dispositivos da Lei nº 6.404/76 sobre matéria contábil. Posteriormente o
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criou o Pronunciamento Técnico
(CPC 03), que apresenta as normas contábeis a serem seguidas no Brasil, para
elaboração do Fluxo de Caixa.

O Demonstrativo dos Fluxos de Caixa é no mínimo uma indicação das alterações


ocorridas no saldo de caixa do exercício e segregados em três fluxos: i) operacional;
ii) financeiro e iii) investimentos. (Marion, 2005)

Para Silva (2010) o fluxo de caixa deve ser considerado como fundamental e
indispensável como meio para sinalizar os rumos financeiros do negócio.

Esta fundamentalidade pode ser expressa, tendo-se em vista, que é possível uma
empresa apresentar lucro líquido e um bom retorno sobre os investimentos e, ainda
sim vá à falência. O fluxo de caixa não consistente pode acarretar a quebra ou
fracasso da empresa (Goldratt & Cox, 1990; Smith, 1996).

Hendriksen (1982) deixa claro que, com o aumento da complexidade das atividades
operacionais, vem a necessidade de desenvolver as demonstrações do fluxo de
caixa. Entretanto tal complexidade pode provocar disparidades entre quando são
apresentadas as receitas e despesas lançadas e os períodos em que os
correspondentes fluxos de caixa realmente ocorrem. Assim cria-se uma maior
oscilação no fluxo de caixa das empresas, pois os fatores externos, tais como as
inflações ou mudanças no cenário econômico podem afetar mais rapidamente os
fluxos de caixa do que o próprio lucro contábil.

De acordo com Drucker (1992) há muito tempo que uma empresa pode operar sem
lucros por muitos anos, desde que possuam um fluxo de caixa adequado. De fato,
um aperto na liquidez costuma ser mais prejudicial do que um aperto nos lucros.

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Principais finalidades do fluxo de caixa

Para atingir as metas e ter um fluxo de caixa eficaz, determinadas ações e


observações são necessárias. Iudicibus et al. (2009), deixa claro que este
demonstrativo deve ser analisado conjuntamente com os demais e que sua
finalidade é permitir honrar compromissos, identificar liquidez, solvência e
flexibilidade financeira.

Antecipadamente deve-se ter conhecimento do Caixa da empresa e, se necessário


for, fazer eventuais ajustes. Silva (2010) considera que é importante a informação da
forma de trabalho da empresa, se esta apresenta aperto ou folga financeira. Bancos,
clientes, fornecedores, movimento de Caixa, tudo deve ser mantido sob controle no
dia a dia, com valores atualizados e realistas. Desta forma, se conseguirá atingir as
finalidades propostas através dessa ferramenta contábil, que é o Fluxo de Caixa.

Fluxo de caixa e a sua importância

Além da área financeira todos os demais departamentos da empresa devem se


comprometer com os resultados de caixa, por isso os responsáveis pelo fluxo de
caixa devem ficar atentos a alguns tópicos, como

... os prazos de fabricação dos produtos [...], as decisões de compras [...],


políticas de cobrança mais ágeis e eficientes, [...] controle mais próximo
sobre os prazos concedidos, e [...] avaliar cuidadosamente o perfil de seu
endividamento (Assaf Neto & Silva, 1997, p. 71).

O objetivo primário da DFC é disponibilizar informações relevantes sobre a


movimentação financeira de uma empresa, ocorridos durante um determinado
período, facilitando o processo de administração dos recursos disponíveis na
empresa (Iudicibus et al., 2009), ou seja, a DFC registra a origem de todas as
entradas e saídas de dinheiro no caixa em determinado período (Marion, 2005).

Já Kroetz (2000) esclarece que a DFC representa as modificações no saldo das


disponibilidades da entidade durante determinado período. Ressalta que essa
demonstração agrega valores constantes no caixa e nos bancos. Por isso, nota-se
que é importante destacar que, na elaboração da DFC, o conceito de caixa é
ampliado para também considerar os investimentos qualificados como equivalentes
de caixa. Conforme Iudícibus et al. (2009), equivalentes caixa são os investimentos

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de altíssima liquidez, prontamente conversíveis em uma quantia conhecida de


dinheiro e que apresentam risco insignificante de alteração de valor. Deve-se
ressaltar que a definição citada é a adotada pelo IASB.

O fluxo de caixa é um dos instrumentos gerenciais de maior eficiência pois permite o


planejamento e controle financeiro da empresa, constituindo-se assim em elemento
básico e indispensável para o administrador em sua visão de longo prazo (Assaf
Neto & Silva, 1997; Zdanowicz, 2000).

Já Frezatti (1997) inclui o curto prazo ao definir a funcionalidade do fluxo de caixa


também em operações táticas.

Silva (2010) sintetiza estes posicionamentos ao estabelecer que os objetivos do


fluxo de caixa são muitos, mas o principal é a visão geral de todas as atividades
(entradas e saídas) diárias.

Pode-se colocar o fluxo de caixa como a principal ferramenta da gestão financeira,


permitindo que as empresas possam projetar seus recursos financeiros e
operacionais por certo período. Assim é possível com o fluxo de caixa verificar,
planejar e controlar eventuais excedentes e escassez de caixa, para poder tomar
decisões e medidas que venham sanar qualquer situação posterior que venha
prejudicar a empresa (Silva, 2010).

Para a utilização do fluxo de caixa não importa o tamanho ou a natureza operacional


da empresa não é contraproducente administrá-la sem o acompanhamento do Fluxo
de Caixa, especialmente quando se tem certa urgência nas tomadas de decisões de
pagamentos, recebimentos, aplicações, investimentos e assim por diante (Perez
Junior & Begalli, 1999)

A DFC divide-se em três grupos: i) atividades operacionais; ii) atividades de


financiamento; iii) atividades de investimento.

São consideradas atividades operacionais:

Entradas: recebimentos pela venda de produtos e serviços [...]; recebimento


de juros [...] sobre aplicações financeiras em outras atividades; [...] qualquer
outro recebimento [...] de investimento ou financiamento, [...]. Saídas:
pagamentos a fornecedores [...], pagamentos aos governos federal,
estadual e municipal, [...] financiamentos [...] (Iudicibus et al., 2009, p. 352–
353)

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As atividades operacionais do fluxo de caixa indicam como a empresa tem gerado


caixa para amortizar seus empréstimos, manter a capacidade operacional da
entidade, pagar dividendos, dentre outros. Normalmente elas se relacionam com as
transações que aparecem na DRE, e que envolvam atividades relacionadas com a
produção da empresa (Iudicibus et al., 2009).

Devem ser consideradas atividades de financiamento os fundos de caixa


despendidos, pagamento de empréstimos, obrigações de leasing de capital, resgate
de debêntures. fundos de caixa recebidos e empréstimos de curto e longos prazo
(Olinquevitch & De Santi Filho, 1993).

A importância das atividades de financiamento é decorrente para prever as


exigências sobre futuros fluxos de caixa. Elas compreendem as alterações dos
saldos das contas que compõem o passivo financeiro de curto e de longo prazo e
patrimônio liquido. Acredita que o ciclo financeiro representa o tempo entre o
pagamento a fornecedores e o recebimento de vendas (Sá, 2009).

Com relação às atividades de investimento, a terceira das atividades operacionais,


são elencadas certas operações:

... de entrada: recebimento do principal dos empréstimos, [...] pela venda de


títulos de investimento [...] pela venda de participações em outras empresas,
[...] resgate de participações pelas entidades investidas, [...] venda de
imobilizado e de outros ativos fixos utilizados na produção. Saídas:
desembolso dos empréstimos, pagamento pela aquisição de títulos
patrimoniais, pagamento, de terreno, edificações, equipamentos ou outros
ativos fixos utilizados na produção (Iudicibus et al., 2009, p. 353).

Pode-se afirmar que o fluxo das atividades de investimentos compreende as


alterações dos saldos das contas que compõem o ativo não circulante. Por outro
lado, quando sublinha que tais fluxos de caixa representam a extensão em que os
dispêndios dos recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar
resultados e fluxos de caixa no futuro, a norma brasileira deixa claro que o fluxo das
atividades de investimentos representa a porção estratégica do fluxo de caixa (Sá,
2009).

Fatores que afetam o fluxo de caixa

Para se evitar um desvio das previsões e objetivos do fluxo de caixa, faz-se


necessário a preocupação com questões internas e externas em uma empresa.

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Dentre essas preocupações, no âmbito interno pode-se citar as ações para


incrementar a competitividade no mercado. Compras extras, o período entre as
receitas e pagamentos, prazos que por ventura tenha-se extrapolado diante daquele
prazo agendados com os fornecedores, consequências de um endividamento, entre
outras (Silva, 2010).

Com relação às questões externas entende-se que poderão também afetar os


resultados do fluxo de caixa. Dentre elas são os efeitos da inflação, uma possível
retração do mercado e a consequente queda nas vendas, o surgimento de novos
concorrentes, alteração nas Leis que regem o mercado e uma possível
inadimplência por parte dos clientes (Silva, 2010).

Funções do administrador financeiro

O administrador financeiro tem como principais funções, i) a análise financeira dos


registros e demonstrativos financeiros; ii) elaborar o fluxo de caixa da empresa, para
se antecipar de eventuais problemas de liquidez, obtendo tempo hábil para resolvê-
lo; iii) elaborar uma análise econômica financeira das alternativas possíveis de
investimento dos recursos gerados pela atividade operacional da empresa ou de
novos investimentos dos sócios; iv) fornecimento de informação precisa sobre a
situação financeira da empresa, servindo como base para tomadas de decisões nas
atividades de compras, vendas, crédito, cobrança entre outras; v) elaborar um
orçamento financeiro referente á obtenção e a captação, aplicação de recursos, no
curto e no longo prazo; vi) acompanhamento da inadimplência dos clientes; vii)
elaborar uma politica de crédito e cobrança que se encaixe a empresa; viii) adotar
medidas que aperfeiçoe os custos (Silva, 2010).

Formas de apresentação da demonstração do fluxo de caixa

A demonstração do fluxo de caixa pode ser apresentada de duas formas: o método


direto ou indireto e é necessário que a empresa escolha um modelo de fluxo de
caixa que melhor atenda a suas necessidades, pois tais informações devem ser
mais clara e transparente possível, para poder ter a facilidade de analisar as
variações do que foi planejado com o que está realizado. (Silva, 2010) Conforme
representação da FIGURA 1:

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FIGURA 1: Método de Elaboração do Fluxo de Caixa.


Fonte: Sá (2009, p.36)

Nestes dois métodos podem-se enfatizar que:

... o método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos


principais componentes das atividades operacionais como o recebimento
pelas vendas de produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores e
empregados. O saldo final das operações expressa o volume liquido de
caixa provido ou consumido pelas operações durante o período. O método
indireto faz a conciliação entre o lucro liquido e o caixa gerado pelas
operações, por isso é também chamado de método da conciliação (Iudicibus
et al., 2009, p. 575).

As empresas que utilizam o método direto devem classificar seus fluxos de


operações: i) recebimento de clientes, incluindo os recebimentos de arrendatários,
concessionários e similares; ii) recebimento dos juros e dividendos; iii) outros
recebimentos de operações, se houver; iv) pagamentos a empregados e aos
fornecedores de produtos e serviços, neste caso, inclui-se serviços de segurança,
publicidade e similares; v) juros e impostos pagos; vi) outros pagamentos das

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operações, se houver. O FASB e o CPC 03 incentivam, mas não obrigam as


empresas a adicionarem outras informações que considere úteis (Iudicibus et al.,
2009).

Deve-se observar que o fluxo de caixa obtido pelo método direto é importante para
demonstrar o processo de formação de caixa de uma empresa. Isso permite uma
projeção diária das entradas e saídas de caixa, pois trata-se de um elemento
insubstituível, quando se há um planejamento financeiro (Sá, 2009).

Já o método indireto do fluxo de caixa baseia-se em dados das demonstrações


contábeis, no qual se utiliza as variações das contas contábeis no inicio e no fim dos
períodos considerados (Sá, 2009).

Na mesma linha de ideia, o autor define que o fluxo de caixa obtido pelo método
indireto parte da observação de que apenas dois fatores têm a capacidade de liberar
ou retirar recursos do fluxo de caixa: o lucro (ou prejuízo) e os fatos que provoquem
variações nas contas do Ativo (menos o disponível) e do Passivo.

Sistema financeiro nacional

Os temas anteriores focaram-se numa das ferramentas disponibilizada pelas


Ciências Contábeis e o uso adequado desta ferramenta permite ás empresas uma
bem sucedida experiência na participação efetiva na economia do país. Já com os
próximos tópicos pretende-se desenvolver um segundo tema, que diz respeito ao
sistema econômico vigente.

Um sistema produtivo forte precisa, antes de tudo, ser organizado e bem


estruturado. Para tal, são necessários alguns fundamentos que servirão para nortear
as instituições financeiras, seja privadas ou públicas, cuja finalidade é a de captar,
distribuir ou transferir recursos (Assaf Neto, 2012)

Fazem parte de organograma denominado Sistema Financeiro Nacional (SFN), o


Banco Central do Brasil (Bacen), Conselho Monetário Nacional (CMN), e a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Gerenciado pelo Ministério da Fazenda,
esses três principais agentes financeiros são responsáveis pela normalização do
mercado. Na outra ponta, atuam os agentes intermediários, ou seja, os bancos

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comerciais ou de investimentos, sociedades de arrendamento mercantil ou de


crédito, financiamento e investimento e associações de poupança FIGURA 2.

FIGURA 2- Organograma do Sistema Financeiro Nacional.


Fonte: Banco Central do Brasil.

O mercado financeiro é composto por tomadores ou agentes deficitários e


emprestadores ou agentes superavitários. Os agentes superavitários são
denominados poupadores, que possui um excesso de fundos e que desejam aplicar
suas poupanças para maximizar seus lucros, investindo em títulos para receber
ganho ao final de determinado período de tempo. Os agentes deficitários são
denominados tomadores, pois não dispõem de excedentes de renda e buscam o
mercado financeiro para obter créditos para complementar suas necessidades
(Andrezo, 2006; Kerr, 2011).

A remuneração destes empréstimos é classificada como juros, ou seja, é a


remuneração dos poupadores. Desta forma, as instituições que fazem essa
intermediação entre operações, captam dos investidores (superavitários) e
repassam aos tomadores (deficitários), cobrando uma taxa de intermediação
(Mellagi Filho & Ishikawa, 2003).

No mercado financeiro são negociados títulos, denominados ativos financeiros, que


podem ser prefixados ou pós-fixados. No primeiro caso, os juros são definidos no
ato do investimento, enquanto na segunda forma, usa-se um índice oficial que

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servirá como indexador e esse índice poderá ser, por exemplo, o Índice Geral de
Preços Médios (IGP-M) (Assaf Neto, 2012).

É possível encontrar diferentes classificações para o mercado financeiro, porém


segundo Gitman (2005) os dois mercados financeiros básicos são o mercado
monetário e o mercado de capitais.

A definição de mercado monetário é:

Neles são realizados operações de curto e curtíssimo prazo, com o objetivo


de controlar a liquidez dos meios de pagamento da economia, via
operações de mercado aberto, de redesconto, depósitos compulsórios. Esse
segmento também é utilizado para a aplicação de saldos de caixa de curto
prazo das empresas. Ele abrange títulos públicos, certificados de depósitos
interfinanceiros (CDI), conta garantida e hotmoney (Kerr, 2011, p. 5).

Já o mercado de capitais pode ser definido como uma relação financeira criada por
varias instituições e condições que permitem aos fornecedores e aos tomadores de
fundos de longo prazo realizar transações (Gitman, 2005).

Entretanto, Assaf Neto (2012) sustenta que além desses dois mercados, o mercado
financeiro é subdividido em mais dois grandes segmentos de intermediação
financeira, que são o mercado de crédito e o mercado cambial.

No mercado de credito se concentram os bancos comerciais. É neste mercado que


é realizada a maior parte das operações de curto e curtíssimo prazo. Já o mercado
cambial é onde são realizadas as operações de compra e venda de moeda
estrangeira (Kerr, 2011).

Mercado de capitais

No atual cenário econômico, notam-se, cada vez mais, empresas tornando pública a
negociação de suas ações. O mercado de capitais assume um papel dos mais
relevantes no processo de desenvolvimento econômico. É o grande elo que liga os
poupadores, e os investidores, ou seja, os carentes que necessitam de recursos e
apresentam deficit de investimento com os que provem de recursos abundantes
(Assaf Neto, 2012).

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A espinha dorsal desse mercado é formada pelas varias bolsas de valores que
oferecem um local para a realização de negócios como debêntures (obrigações) e
ações. (Gitman, 2005).

As bolsas de valores são entidades físicas, constituídas sob a forma de associações,


civis sem fins lucrativos, com responsabilidades e funções de interesse público.
Operadores capacitados negociam títulos e valores mobiliários das empresas, que
são as ações (Assaf Neto, 2012)

Toda movimentação nas bolsas são regidas por leis próprias, por exemplo, a Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976, com sucessivas alterações e a recente Lei nº
12.431, de 27 de junho de 20112.

A 1ª instituição do gênero no Brasil, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, foi criada


em 1845. Outras foram fundadas, como a Bolsa Livre, criada em 1890 e a razão
social alterada em 1895 para Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Em 1960 esta
bolsa passa a ter a denominação de Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA.

Com economia em ascensão, antes da virada do século existiam nove bolsas de


valores em atividades no Brasil. Naturalmente sob o efeito da globalização
implantada no sistema econômico mundial, de acordo com o Portal Investidores,
sítio da Bovespa3 celebrou-se no início da década de 2000, “acordo para a
integração das nove bolsas de valores existentes à época em atividade no Brasil,
por meio do qual toda a negociação de renda variável em bolsa, no País passou a
ser realizada na BOVESPA”.

Nos anos seguintes houve reavaliação, com encerramento operacional de algumas


dessas bolsas, resultando em apenas quatro: a própria Bovespa, a Bolsa de Valores
do Rio de Janeiro (BVRJ), onde operava também a BM&F, a Bolsa de Valores de
Minas Gerais, Espírito Santo e Brasília (BOVMESB) e a Bolsa de Valores da Bahia,
Sergipe e Alagoas (BOVESBA), porém sem qualquer atividade de negociação de
valores mobiliários. Contudo, atualmente todas as operações são realizadas
exclusivamente na Bolsa de Valores de São Paulo, o que a torna principal instituição
do gênero no Brasil.

2
Disponível em http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1976/6404.htm,
3
Disponível em http://ri.bmfbovespa.com.br/site/portal_investidores/pt/a_bovespa/mer. aspx

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 15


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Em 2008, houve a união da BM&F e a Bolsa de valores de São Paulo, tornando-se


assim umas das maiores bolsas do mundo em valor de mercado, que por sua vez,
tornou-se BMF&Bovespa.

Para introduzir os principais produtos negociados no mercado de ações, tomou-se


como base o que é oferecido pela bolsa de valores. Na Bovespa são negociadas
ações, opções sobre ações e compra diferida de ações (mercado a termo).

As ações são títulos mobiliários que representam uma fração do capital de uma
organização. Ressalta-se que o acionista não é um credor da companhia, mas um
coproprietário com direito a participação em seus resultados (Assaf Neto, 2012;
Mellagi Filho & Ishikawa, 2003)

Estes títulos também devem ser considerados como valores representativos de uma
parcela do capital social de uma empresa e negociadas no mercado. Eles refletem a
participação dos proprietários da ação no capital da empresa. Essas ações podem
ser classificadas em ordinárias e preferenciais. A primeira tem direito a voto,
enquanto a segunda tem prioridade nos recebimentos de dividendos (Assaf Neto,
2012)

O que rege os valores das ações são as condições do mercado econômico do país e
do mundo, bem como os resultados apurados principalmente pelo fluxo de caixa da
empresa.

O investidor

Um investidor aplica seu dinheiro numa Bolsa de Valores para obter maiores
rendimentos que uma caderneta de poupança ou fundo de renda fixa, por exemplo,
para proporcionar uma renda extra ou mesmo para uma aposentadoria tranquila
(Piazza, 2010)

Muitos cuidados são necessários, desde pesquisar e conhecer sobre o mercado, até
a escolha de uma corretora confiável, que funcionará como o canal entre o investidor
e a bolsa de valores. Existem dois tipos de investidor, o primeiro é o passivo, que é o
precipitante, inexperiente não conhece os termos técnicos do mercado, não tem uma
visão ampla do mercado. O segundo é o ativo, o qual conhece os termos técnicos e
tem noções de como funciona o mercado de capitais (Piazza, 2010)

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 16


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Existem evidencias que o investidor se utiliza frequentemente e em medida cada vez


maior, de dados contábeis. As informações contábeis são de fundamental
importância para evitar as imperfeições de mercado, representada pela Seleção
Adversa (Schadéwitz & Blevins, 1998)

A abertura de informações (disclosure) é um fator crítico para o funcionamento de


um mercado de capitais eficientes. As empresas fornecem informações através de
seus relatórios financeiros, incluindo demonstrativos financeiros, notas de rodapé,
análise e discussão por parte dos gestores, assim como outros tipos de documentos
exigidos pelos órgãos reguladores.

A disclosure é sem dúvida um instrumento importante para as empresas, servindo


para apresentarem seu desempenho estratégico, visão de mercado e principalmente
a preocupação em interagir com os acionistas. È um instrumento essencial para o
investidor que avalia as oportunidades e a real situação da empresa

Pode-se afirmar que os investidores racionais, percebendo os potenciais riscos,


evitam assumir posição acionária em companhias cuja quantidade e qualidade de
abertura de informações é consistentemente abaixo das expectativas (Schadéwitz &
Blevins, 1998).

A informação contábil financeira (tanto da própria empresa como de seus


competidores) é essencial para a avaliação das oportunidades de investimentos em
uma economia, tanto para os próprios gestores tomarem decisão sobre um projeto
de investimento, como para os investidores alocarem seus recursos de forma mais
eficiente entre as diferentes opções disponíveis no mercado. Pode-se destacar ainda
o papel de governança da informação contábil, já que a mesma serve como um dos
instrumentos de monitoramento dos gestores da empresa pelos investidores
externos (Bushman & Smith, 2003).

Pode-se reconhecer que existem cinco componentes que impactam o valor das
empresas e consequentemente o preço de suas ações no mercado: i) a situação da
economia, do mercado de ações, do quadro político e de outras questões
macroeconômicas que afetam cada setor e cada empresa; ii) o crescimento das
operações da própria empresa, refletido em de novos produtos e serviços, aumento
da participação no mercado, eficiências internas e melhoria de produtividade; iii)

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A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

boas práticas de governança corporativa, responsabilidade socioambiental e


desenvolvimento sustentável; iv) melhores resultados financeiros, demonstrados
pelo crescimento nas receitas, nas margens e nos lucros; e v) transparência no
fornecimento da melhor informação possível, de forma que os investidores e
analistas possam entender plenamente os três primeiros componentes (Mahoney,
2007).

É através da análise das demonstrações financeiras que auditores, internos ou


externos, avaliam o desempenho da empresa analisada, o que tornará essa
empresa atrativa ou não para investimentos na Bolsa de Valores. As principais
demonstrações financeiras são: Balanço Patrimonial, Mutações Patrimoniais (ou dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados), do Resultado do Exercício e das Origens e
Aplicações de Recursos.

Ressalta-se,

... é necessário estar alerta quando se analisam certas demonstrações


financeiras; por exemplo, as sociedades cooperativas genuínas não estarão
obrigadas à estrutura que se vai analisar à frente. Assim, às vezes deixam
simplesmente de aplicar o método da equivalência patrimonial, não adotam
necessariamente o Regime de Competência, chegam até o ponto de, às
vezes, não atualizarem suas dívidas em moeda estrangeira à cotação da
data de fechamento etc (Assaf Neto, 2012, p. 77).

Para Mahoney (2007) a relevância dos relatórios financeiros para os investidores


está no balanço patrimonial, na demonstração do resultado e na demonstração do
fluxo de caixa. Apesar dos esforços dos órgãos reguladores em criar padrões
uniformes de divulgação, é a área da empresa conhecida como RI – Relações com
Investidor que define como descrever as situações e a quantidade de informações a
serem fornecidas.

O fluxo de caixa é considerado uma das ferramentas mais eficazes e utilizadas por
analistas de investimentos. O seminário promovido pelo IBRI em 2008 comprovou
que os analistas buy and sell side dão ênfase a modelos de avaliação que priorizam
o fluxo de caixa descontado e utiliza este método como ferramenta de análise.

Mahoney (2007) define o analista sell side como o profissional que atuam em
bancos e corretoras de valores, fazendo a prospecção de investimentos e
recomendando a compra ou a venda de ações, acompanhando de perto o
desempenho e o comportamento das empresas e suas ações. Dessa forma, o

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 18


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

trabalho desse profissional demanda informações pontuais e mais detalhadas,


significando uma maior necessidade de contato muito próximo e constante com a
área de RI.

Metodologia

Segundo Vergara (2006), existe diversos tipos de pesquisas. A classificação


utilizada para este estudo será a da presente autora, que propõem dois critérios
básicos, quanto aos fins e quanto aos meios de investigação.

Na subdivisão ‘quanto aos fins’, foi utilizada a pesquisa explicativa, a qual segundo
Vergara (2006) tem como objetivo o esclarecimento dos fatores para a ocorrência de
um determinado fenômeno.

Quanto aos meios de investigação foram utilizadas as pesquisas bibliográficas e


documentais. A pesquisa bibliográfica segundo Rummel (1972) é quando utiliza
materiais escritos. Para Vergara (2006) é considerada com um estudo sistematizado
que tem seu desenvolvimento baseado em material publicado em livros, revistas,
jornais, redes eletrônicas ou em qualquer material que seja de fácil acesso para o
publico em geral e, neste estudo, foi empregada para a elaboração de todo o
referencial teórico.

Em relação à pesquisa documental, Gil (1999) relata que a diferença em relação à


pesquisa bibliográfica é quanto à natureza da fonte, uma vez que, a primeira vale-se
de materiais que não receberam nenhum tratamento analítico, ou que poderão sofrer
algum tipo de adequação ou transformação de acordo com o objetivo do estudo.

Vergara (2006) deixa claro que para a efetivação da pesquisa documental deve-se
utilizar, independente da natureza, documentos internos de órgão públicos e
privados, e de posse de pessoas. Gil (1999) ressalta que uma das vantagens desse
tipo de pesquisa está em proporcionar uma visão mais clara do problema e por
constituir uma fonte estável e rica de dados.

Deste modo, esta pesquisa pode ser classificada como explicativa, tendo em vista,
que a questão problema busca identificar uma relação entre o fluxo de caixa e o
valor da ação e quanto aos meios, esta pesquisa pode ser classificada como
documental por empregar documentos emitidos pelas próprias empresas, baseando-

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A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

se na leitura e interpretação dos fluxos de caixa e cotação do valor das ações


divulgados pelas empresas analisadas.

Como amostra desta pesquisa foi utilizado um grupo de 32 empresas de capital


aberto, com ações cotadas na BM&FBovespa: Ambev, Anhaguera, Braskem, Cedro,
Cemig, Cielo, Copel, Coteminas, Duratex, Embratel, Estácio, Gerdau, Globex,
Hypermarcas, Ibovespa, Itautec, Klabim, Kroton, Light, Magnesita, Marcopolo,
Marfrig, MMX, Natura, OGX, Petrobrás, Positivo, TAM, Telemar, TIM, Usiminas,
VALE, Valefert e VIVO.

Como instrumentos de pesquisa foram utilizados os Demonstrativos de Fluxo de


Caixa e a cotação histórica das ações das empresas definidas na amostra.

A pesquisa foi desenvolvida por meio de informações online. Em primeiro momento,


foi retirado diretamente do site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 4, as
informações referentes ao FCO(Fluxo de Caixa Operacional, FCI(Fluxo de Caixa de
Investimento e FCF(Fluxo de Caixa de Financiamentos), dados obtidos dos
trimestres de março, junho de 2010 e março e junho de 2011 de cada empresa
listada. Os dados para o período analisado do valor da ação foram retirados do site
de relacionamento com investidores de suas respectivas empresas.

Em seguida, foi aplicada uma estatística de associação, de modo a identificar uma


relação entre os valores levantados pela questão problema.

Apresentação dos dados e analise dos resultados

Com base nos dados pesquisados, foi elaborada uma tabela com os respectivos
valores de fluxo de caixa gerado pelas atividades e seu respectivo valor da ação em
determinado período.

Como ferramenta de analise, foi utilizado o método de correlações, que segundo


Gitman (2005) é uma medida estatística que identifica relação, a qual pode ser
negativa, quando duas series se movimentam em direções opostas ou positiva
quando as séries analisadas se deslocam em sentidos iguais. Para Triola (2005)
existe uma correlação entre duas variáveis quando uma delas está, de alguma
forma, relacionada com a outra.

4
Disponível em http://www.cvm.gov.br/

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 20


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

As tabelas apresentadas a seguir, demonstram a variação dos valores dos fluxos de


caixa e o preço das ações. Para a sua elaboração foi criado uma variável dummy, a
qual, apresenta os seguintes valores: 0 (zero) para empresa cuja variação foi
negativa e 1 (um) cuja variação foi positiva, tanto dos fluxos de caixa, quanto do
valor de fechamento da ação. Analisou-se inicialmente a movimentação semestral
do fluxo de caixa em relação ao preço da ação.

TABELA 1: Variação do fluxo de caixa operacional e do preço da ação.

Janeiro – Julho 2010 Janeiro – Julho 2011


% Empresas FCO Preço Ação % Empresas FCO Preço Ação
28% 0 0 19% 0 0
31% 1 1 38% 1 1
6% 0 1 3% 0 1
34% 1 0 41% 1 0
Fonte: Próprias autoras.

Com base nos dados obtidos pela Tabela 1, de janeiro a junho de 2010 e 2011, 34%
e 41% respectivamente das empresas aumentaram seu fluxo de caixa e o preço da
ação caiu. Esta relação pode levar a vários motivos, entretanto segundo Gitman
(2002), aumento nas duplicatas a receber e em estoques, resultando em grandes
saídas de caixa e pode indicar problemas de credito ou de estocagem,
respectivamente.

TABELA 2: Variação do fluxo de caixa de investimento e do preço da ação.

Janeiro – Julho 2010 Janeiro – Julho 2011


% Empresas FCO Preço Ação % Empresas FCO Preço Ação
56% 0 0 53% 0 0
0% 1 1 0% 1 1
38% 0 1 41% 0 1
6% 1 0 6% 1 0
Fonte: Próprias autoras.

Os valores informados pela Tabela 2 é referente ao Fluxo de Caixa de Investimento.


De Janeiro á Junho houve redução do fluxo de caixa e o preço da ação. Observa-se
que isso aconteceu para 56% das empresas em 2010 e 53% em 2011. Como as
atividades de investimentos estão ligadas ao longo prazo, identifica-se uma
preocupação do investidor com esta relação temporal da empresa, ou seja, com
porção estratégica do fluxo de caixa.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 21


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

A Tabela 3 se refere ao Fluxo de Caixa de Financiamento e o preço da ação no


mesmo período. Analisando os dados pode-se observar que em 2010 houve uma
dualidade nos resultados, ou seja, 31% das empresas analisadas o FCF reduziu e o
preço da ação também. Em outros 31% das empresas analisadas houve aumento
do fluxo e redução no valor da ação. Já em 2011, 41% das empresas aumentaram
o fluxo de caixa e o preço da ação caiu. As operações de elevação do fluxo de caixa
de financiamento resultam de empréstimos e aumento do capital próprio. Segundo
Sá (2009) o fluxo de caixa das atividades de financiamento representa a porção
tática do fluxo de caixa.

TABELA 3: Variação do fluxo de caixa de financiamento e do preço da ação.

Janeiro – Julho 2010 Janeiro – Julho 2011


% Empresas FCO Preço Ação % Empresas FCO Preço Ação
31% 0 0 19% 0 0
22% 1 1 22% 1 1
19% 0 1 19% 0 1
31% 1 0 41% 1 0
Fonte: Próprias autoras.

Conforme os Gráficos 1 e 2 foi possível verificar que existe uma correlação entre os
valores dos fluxos de caixa e o valor da ação, com maior destaque para o fluxo de
caixa gerado pela atividade operacional da empresa.

60%

40%

20%

0%
FCO FCI FCF

Positiva Negativa
GRAFICO 1- Correlações entre a variação dos fluxos de caixa e a
variação do preço das ações para o ano 2010.
Fonte: Próprias autoras.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 22


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

60%

40%

20%

0%
FCO FCI FCF

Positiva Negativa
GRAFICO 2- Correlação entre a variação dos fluxos de caixa e a
variação do preço das ações para o ano de 2011.
Fonte: Próprias autoras.

De posse destas informações, pode-se observar que no ano de 2010, 59% das
empresas pesquisadas apresentou uma correlação positiva no fluxo de caixa
operacional, 56% no fluxo de caixa de investimento e 50% no fluxo de caixa de
financiamento. Já em 2011 esta correlação mostrou-se menor em todos os fluxos da
empresa. Portanto, conforme dados acima, existe uma correlação, ou seja, as duas
variáveis estão de alguma forma relacionadas.

Considerações finais

Este trabalho estabelece como resultado a existência de uma correlação entre o


fluxo de caixa e o valor da ação no mercado de capitais. Porém, essa correlação não
pode ser caracterizado como causa e efeito, pois não existe relação de dependência
entre as variáveis analisadas. Deve-se evitar a conclusão de que a correlação
implique em uma causalidade, pois as duas variáveis estudadas podem ainda estar
afetadas por condições externas, no caso uma terceira variável oculta.

Observou-se ainda que os empresários estão arriscando mais, contudo a atividade


operacional da empresa esta financiando seus investimentos. As empresas estão
menos conservadoras, ou seja, sua capacidade de pagamento de dívidas em curto
prazo está maior e assim investem o seu capital. Os empresários estão preferindo
investir para aumentar a rentabilidade e continuidade do negócio. Visto que as
empresas estão crescendo, os investidores buscam ações no mercado que deem
maior retorno numa negociação e mais segurança de recebimentos.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 23


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Com a utilização da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelas empresas, pode-se


confiar mais em sua estrutura financeira o que pode indicar dois valores: i) a
minimização do risco em relação ao recebimento de dividendos ou bônus; ii) uma
maior segurança para o investidor. A Demonstração do fluxo de caixa contribui para
a identificação de empresas com menor nível de risco e maior probabilidade de
retorno.

A presente pesquisa demonstra assim a importância da analise das demonstrações


contábeis, sobretudo do fluxo de caixa. Estes instrumentos fornecem uma rápida
visão intuitiva da situação da empresa e evidenciam também as tendências da da
empresa.

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APÊNDICE A - Valor do fluxo de caixa e preço médio das ações para o período
de 31/03/2010.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 26


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Período de 31/03/2010
Empresas
FCO FCI FCF Ordinárias Preferenciais
Telemar 1.869.548 (1.477.451) (401.058) 34,40 27,63
Embratel 517.207 (267.426) (282.893) 13,19 12,76
TIM 153.469 (790.460) (270.638) 6,83
OGX 29.341 (610.151) 1.672 16,65
Petrobrás 9.676.257 (16.013.202) 4.188.214 37,55 33,24
Cielo 439.880 (63.823) (718.881) 37,67
Ambev 1.884.148 (227.284) (142.186) 25,66 30,47
Natura 182.611 (26.002) (89.653) 33,93
Marfrig 67.121 (1.398.965) (160.236) 20,13
Hypermarcas 135.396 (177.854) 185.101 21,63
VALE 2.465.127 3.032.871 1.508.911 52,76 45,38
Cemig 1.156.282 (1.175.168) 81.130 16,98 23,07
Usiminas 417.239 (791.083) (184.119) 30,50 29,59
Gerdal 775.260 (481.104) (566.972) 21,20 28,07
Braskem 958.301 (262.235) (500.200) 11,16 12,61
Duratex 244.188 (68.994) 33.125 12,42
Magnesita 103.700 (5.839) 16.594 14,25
Marcopolo 93.178 (28.518) (71.704) 3,26 3,75
TAM (369.041) 13.819 499.026 27,16 27,96
Cedro (7.437) (6.075) 14.147 12,51 11,10
Coteminas 34.120 (3.738) (35.796) 6,08 5,76
Estácio 31.971 2.853 (621) 20,79
Kroton (21.057) 167.229 (145.375) 16,60
Globex (111.721) (6.639) 146.328 13,39
Itautec (62.488) (7.335) 76.649 45,00
Positivo (123.149) (8.356) 125.732 16,63
Copel 196.079 (206.486) 16.807 35,13 34,34
VIVO 392.871 (451.046) (394.543) 44,38 43,91
Light 331.078 (160.204) (46.769) 20,93
MMX (147.192) (30.067) 1.164.477 13,53
Valefert 209.089 (127.767) (68.021) 25,00 16,87
Klabim 227.171 (45.055) 123.722 5,32 5,04

APÊNDICE B - Valor do fluxo de caixa e preço médio das ações para o período
de 30/06/2010.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 27


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Período 30/06/2010
Empresas
FCO FCI FCF Ordinárias Preferenciais
Telemar 3.294.098 (2.335.335) 1.454.910 37,04 26,20
Embratel (282.893) 1.273.577 (1.114.864) 12,29 11,05
TIM 704.141 (1.005.890) (424.304) 7,13
OGX (374.251) (802.496) 2.476 16,72
Petrobrás 22.934.939 (35.651.439) 7.769.652 29,71 25,60
Cielo 540.713 (122.070) (721.882) 34,17
Ambev 4.250.538 (683.413) (1.706.845) 29,00 33,63
Natura 453.237 (97.336) (400.452) 37,59
Marfrig (11.131) (1.475.308) 475.974 16,75
Hypermarcas 174.834 (403.023) 1.165.128 23,05
VALE 9.158.676 (10.774.652) 193.338 40,59 35,00
Cemig 1.523.321 (2.863.575) 678.681 17,05 23,62
Usiminas 746.708 (1.506.598) 1.290.431 23,19 23,37
Gerdal 1.760.513 (782.572) (1.182.206) 16,86 23,02
Braskem 1.279.415 (1.745.054) 819.831 10,29 12,07
Duratex 417.057 (146.400) 145.814 13,27
Magnesita 103.422 (19.991) 48.698 10,40
Marcopolo 281.231 (37.865) (179.259) 3,54 4,46
TAM (24.279) (165.767) 47.605 24,03 24,10
Cedro (14.452) (11.212) 33.428 14,76 12,14
Coteminas 32.286 (59.365) 17.650 4,58 4,66
Estácio 16.267 (6.558) (30.328) 19,70
Kroton (33.586) 191.408 (147.699) 13,35
Globex (206.359) (21.548) 230.872 12,80
Itautec 30.399 (16.751) 59.788 45,55
Positivo (93.959) (19.642) 155.585 16,36
Copel 322.533 (513.290) (147.683) 32,60 35,39
VIVO 1.629.252 (726.539) (1.005.210) 78,69 42,18
Light 638.182 (281.647) (392.910) 18,27
MMX (173.817) (74.535) 1.195.125 10,52
Valefert 139.732 (303.008) 5.082 21,06 13,41
Klabim 380.007 (118.419) (12.285) 5,55 4,66

APÊNDICE C - Valor do fluxo de caixa e preço médio das ações para o período
de 31/03/2011.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 28


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Período 31/03/2011
Empresas
FCO FCI FCF Ordinárias Preferenciais
Telemar 1.585.328 (2.151.195) 3.918.243 36,64 27,27
Embratel 116.061 (749.577) 713.843 8,20 7,89
TIM (1.058.708) 459.059 (196.574) 8,18
OGX 7.271 (832.034) 856 19,65
Petrobrás 12.923.606 (9.395.005) 9.704.333 31,99 27,89
Cielo 926.556 (101.216) (838.106) 33,78
Ambev 1.235.566 (573.272) (1.889.903) 37,83 44,42
Natura 102.738 (32.201) 239.956 44,98
Marfrig (353.860) (283.988) (50.245) 14,57
Hypermarcas 31.221 (891.581) 295.413 21,48
VALE 10.853.960 (1.420.899) (3.713.050) 50,39 44,54
Cemig 473.835 (696.037) (24.249) 22,58 29,49
Usiminas (1.272.523) 981.472 52.640 28,00 19,75
Gerdal 913.161 (378.380) (502.407) 15,49 19,98
Braskem 153.250 (321.586) (67.532) 16,51 20,85
Duratex 165.162 (222.088) (57.900) 14,24
Magnesita 186.367 (21.170) (116.821) 8,60
Marcopolo 46.289 (28.882) (120.525) 6,10 6,78
TAM (105.005) (109.333) (233.596) 29,18 30,36
Cedro (9.366) (14.908) 19.459 14,24 12,53
Coteminas (42.119) (39.057) 23.978 4,89 4,69
Estácio 15.397 (22.334) 748 25,97
Kroton 11.579 (9.963) (192) 21,04
Globex 499.339 (42.061) 441.035 27,00
Itautec 33.694 (3.114) (23.285) 40,00
Positivo 131.619 (21.558) (184.392) 7,67
Copel 195.770 (174.542) 18.144 37,90 42,64
VIVO 826.005 (646.357) (337.567) 60,24 59,34
Light 10.058 (166.028) 14.544 26,49
MMX (342.795) (189.185) (98) 10,26
Valefert 133.193 (155.820) 129.153 23,50 15,84
Klabim 151.564 (113.603) (134.193) 5,81 6,33

APENDICE D - Valor do fluxo de caixa e preço médio das ações para o período
de 30/06/2011.

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 29


A importância do fluxo de caixa no mercado de capital

Período de 30/06/2011
Empresas
FCO FCI FCF Ordinárias Preferenciais
Telemar 3.178.166 (4.937.680) (164.616) 27,15 23,95
Embratel 708.517 (1.411.973) 655.808 9,50 9,50
TIM 575.606 (913.914) (740.748) 8,90
OGX (441.428) (1.271.093) 3.965.853 14,59
Petrobrás 27.172.032 (28.484.478) 6.575.864 26,04 23,52
Cielo 1.046.988 (207.532) (837.009) 38,09
Ambev 3.659.447 (1.025.205) (3.160.456) 41,94 50,19
Natura 285.239 (129.064) (94.319) 38,14
Marfrig (250.297) (534.706) 963.205 15,40
Hypermarcas 170.663 (895.582) 1.071.819 14,70
VALE 21.121.760 (6.677.419) (6.452.401) 40,31 42,52
Cemig 1.771.361 (1.480.708) (233.238) 25,50 31,67
Usiminas (1.126.995) 512.889 121.540 23,48 13,70
Gerdal 39.070 (754.030) 879.558 14,17 16,19
Braskem 1.157.857 (835.797) (650.004) 18,30 22,29
Duratex 334.670 (343.644) 152.569 13,08
Magnesita 272.202 (46.906) (115.097) 7,60
Marcopolo 105.709 (45.230) (57.525) 6,71 6,97
TAM 26.501 (379.587) 233.502 32,10 33,50
Cedro (23.802) (26.944) 44.419 13,53 13,47
Coteminas (151.950) (99.104) 255.040 4,41 4,25
Estácio 17.011 (9.624) 9.235 20,00
Kroton 16.572 (17.737) (8.156) 20,25
Globex (702.939) (148.391) 885.654 24,00
Itautec 21.104 (6.626) (13.454) 35,01
Positivo 189.985 (33.184) (173.271) 7,20
Copel 447.436 (589.963) 24.429 37,12 40,51
VIVO 2.161.846 (1.166.037) (1.569.212) 65,79 71,80
Light 167.003 (376.706) 132.459 29,36
MMX (584.954) (172.272) (84.205) 8,38
Valefert 289.447 (362.455) 143.093 24,00 23,61
Klabim 359.805 (179.018) (124.712) 5,86 5,63

1-30 ∙ jul./dez. 2012 ∙ n. 1 ∙ v. 1 ∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 30

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