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Ao Professor Doutor Nuno Grande pela orientação, pelo apoio e incentivo, e prin-
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A todas as pessoas do dARQ pela formação académica e pessoal ao longo destes
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À minha família, em especial aos meus pais e à minha irmã, pelo apoio constante
Por último, um especial agradecimento à “Avó Emília”, por ter sido a minha segun-
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ÍNDICE
9 Introdução
21 Industrialização e Urbanização
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37 A Habitação Oitocentista
59 Decadência Urbana
69 Obsolescência e Readaptação
71 Objecto, Modelo e Cidade
89 Identidade e Adaptabilidade
107 Reprogramação Urbana
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1 Integrado num fórum criativo priveligiado do ArqOut 2012, o GET SET FESTIVAL 2012, com o tema “decadent
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10 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Introdução | 11
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12 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Introdução | 13
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de Nelson Mota, A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico
da Burguesia Portuense no Final do Século XIX, centra-se na habitação burguesa do Por-
to, e foi uma base importante para a compreensão da morfologia e tipologia da Casa e do
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foi também preponderante o estudo de Francisco Barata Fernandes, A Transformação e
Permanência da Habitação Portuense – As Formas da Casa nas Formas da Cidade=-
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, de Jorge Ricardo Pinto, foi essencial para
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tamentos de método e crítica
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A Alegoria do
16 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Introdução | 17
de Françoise Choay, e How Buildings Learn: What happens after they’re built,
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essencial a dissertação de mestrado de José Malhó Salgueiro, CoHousing CoWorking – Ví-
cios e virtudes dos espaços de vida e trabalho em comunidade
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sionamento das propostas, foram importantes os estudos de Nuno Portas e João Branco
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Para além das diferentes obras consultadas para os diferentes temas subjacentes ao
objectivo da dissertação, foram essenciais as conversas com o antropólogo Fernando Matos
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num processo de crescimento económico, em grande parte, devido ao comércio do vinho
do Porto para países do norte da Europa, como a Escócia, a Flandres, mas principalmente
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6Os velhos muros medievais, erguidos no século XIV por ordem de D. Afonso IV,
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por grandes propriedades, que eram normalmente quintas de famílias aristocráticas abasta-
das, ou da igreja, como é o caso da quinta do Prado, que se tornaria posteriormente, e até
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Assim, o Porto industrial crescia, somando gente e casas ao seu território todos os
6O Porto atraía gente, muita gente, pelo emprego que detinha, pela vanguarda que
ostentava e pelo crescimento industrial forte e comércio vivo”11?%%
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34 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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36 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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habitação os principais factores caracterizadores de toda a cidade”@w>
17 MOTA, Nelson – A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico da Burguesia Portuense
do Final do Século XIX@w
18 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidadew
@w FERNANDES, Francisco Barata – A Transformação e Permanência da Habitação Portuense – As Formas da Casa
nas Formas da CidadeZ
38 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Em Portugal, na era industrial, é o Porto que se encontra num processo de transfor-
mação rápido, assumindo-se como metrópole de vanguarda na segunda metade do século
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da urbe, foram-se naturalmente acentuando as discrepâncias culturais e as assimetrias nas
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tal, sendo que, para o ocidente deslocava-se a alta burguesia aristocrata, onde se incluíam
os “hóspedes” ingleses, e para oriente, instalavam-se as indústrias e os capitalistas retor-
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6o avanço precoce da cidade para fora de
muralhas com uma expansão feita com base na habitação individual, manifesta-se na
adopção de uma métrica de divisão da propriedade que recupera as características dos
lotes da cidade medieval, principalmente as dos quarteirões mais regulares à cota baixa,
com frentes estreitas e um desenvolvimento em profundidade726 = %
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23 MOTA, Nelson – A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico da Burguesia Portuense
do Final do Século XIX@
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42 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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6As novas urbanizações tenderam a desenvolver-se ao
longo e na proximidade imediata destas linhas de expansão” o que resultou em “bolsas de
terreno não construído entre as ruas principais, posteriormente ocupadas por habitação
de baixa qualidade727
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partida uma ocupação do território com edifícios unifamiliares em lotes estreitos e compri-
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troem nestes loteamentos vão servir para alojar a média burguesia que se transfere do
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ser maior, tal como o modelo medieval, possuía no piso térreo o espaço para uma loja ou
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46 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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profundos – as Casas eram construídas face à rua, libertando os terrenos nas traseiras, o
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coamento das vias numa única praça e, na sua forma perfeita, num único ponto.”<2
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vertente de marginalidade. Emergiu, sobretudo por isto, uma leitura de unidade interna
mas de fractura com o resto da cidade, potenciada pelo desenho urbano da rua fechada e
dos lotes compridos que alimentaram a produção de ilhas e a construção do maior “arqui-
pélago” do Porto.”42
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56 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Decadência urbana
“E cresce, cresce sempre, porque para a cidade parar é morrer. E porque cresce
em ritmo quase louco, não é mais possível impor um sistema de relações coerente entre os
seus espaços organizados e ela constitui assim mais uma soma de espaços do que um todo
estruturado, que se misturam e confundem funções, em que a desordem é soberana. E por
efeito desta incontrolada rapidez de crescimento, enormes extensões da cidade sofrem um
processo de delapidação e o que hoje era espaço vivo pode ser amanhã espaço morto, o
que ainda hoje era ordem pode amanhã ser desordem.”<J
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volvimento em função do tempo, certamente não obteríamos um segmento de recta único
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– Desindustrialização, terciarização e reestruturação territorial – O caso do Porto
446
50 PINTO, Jorge Ricardo –
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51 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita@}}
64 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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inovação.”53 No entanto, o mesmo processo industrial que moldou o desenvolvimento ter-
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do centro urbano por parte das pessoas, principalmente as de uma classe com médios e altos
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66 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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que, não obstante cada transformação, sempre se impôs “ao sentimento e à razão”, como
princípio da arquitectura e da cidade”60
56 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita@|}
57 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade@
58 ibidem,|x
|w PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica|
60 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade||
74 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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quarteirão: frente de rua, representativa e burguesa; e o interior, preenchido em pente com
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condições de habitabilidade”67;
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84 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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as acessibilidades ou os incentivos à reabilitação, desde que o contexto político crie na
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71 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita@}
72 CHOAY, Françoise – &&"
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86 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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75 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço, |z
88 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Identidade e Adaptabilidade
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os passos do tempo musical –, também na concepção urbanística é preciso medir o tempo
sobre o espaço.”4;
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gados, não devem ser tratados isoladamente, mas sim encarados como constituintes de um
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102 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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maioria dos edifícios, vernacular7w@
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<How Buildings Learn: What happens after they’re built@}|
104 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Obsolescência e Readaptação | 105
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é, readaptar é continuar, é reabilitar um edifício prevendo um novo uso, um novo programa
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106 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência e Readaptação | 107
Reprogramação Urbana
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“O programa de design não determina uma forma estética, mas restringe o nú-
mero de formas possíveis ao estipular o nível de “performance” operacional que deve
satisfazer7w|
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Portas considera o programa uma síntese já arquitectónica, “uma síntese que orga-
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sobretudo, do nosso poder de comunicar com os outros7100
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<How Buildings Learn: What happens after they’re builtx
100 PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica|z
112 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência e Readaptação | 113
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mais que uma mera reacção a um determinado programa7101
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grupo de pessoas possui dependências privadas mas onde também partilha um conjunto
de espaços comuns e destinados à socialização entre os mesmos7106 No fundo, tratam-se
104 SALGUEIRO, José Malhó – CoHousing CoWorking – Vícios e virtudes dos espaços de vida e trabalho em comuni-
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120 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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111 PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica||
124 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência e Readaptação | 125
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No entanto, arquitectura é também desenho, é colocar em prática conceitos e ideias,
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136 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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138 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Trata-se de um Palacete neoclássico, de estilo inglês que, embora seja imponente,
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146 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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148 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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152 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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154 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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206 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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te segundo esta metodologia que segue esta dissertação, analisando o particular para propor
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210 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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218 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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232 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Fontes de Imagens | 233
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^Ensaio de uma Ilha: um estudo sobre a habitação
social contemporânea@
Fig. 59®
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236 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Fontes de Imagens | 237
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Fig. 72®PINTO, Jorge Ricardo –
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Fig. 85®Imagem de autoria própria
Fig. 86®Imagem de autoria própria
Fig. 87®Imagem de autoria própria
Fig. 88®Imagem de autoria própria
Fig. 89®Imagem de autoria própria
Fig. 90®Imagem de autoria própria
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Livro de Plantas de Casas nº 150
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Livro de Plantas de Casas nº
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Livro de Plantas de Casas nº
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Fig. 107®Imagem de autoria própria
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