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Porto: [Re]Habitar a Cidade

Obsolescência urbana e a readaptação habitacional à cidade contemporânea

Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura


Apresentada ao Departamento de Arquitectura da FCTUC em Setembro de 2013
Sob a orientação do Professor Doutor Nuno Grande
Tiago Antero de Sousa e Silva
Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência urbana e a readaptação habitacional à cidade contemporânea
Agradecimentos

Ao Professor Doutor Nuno Grande pela orientação, pelo apoio e incentivo, e prin-

      
   
      
     

     
    
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A todas as pessoas do dARQ pela formação académica e pessoal ao longo destes
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À minha família, em especial aos meus pais e à minha irmã, pelo apoio constante
    
Por último, um especial agradecimento à “Avó Emília”, por ter sido a minha segun-
  
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ÍNDICE

9 Introdução

21 Industrialização e Urbanização
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37 A Habitação Oitocentista
59 Decadência Urbana

69 Obsolescência e Readaptação
71 Objecto, Modelo e Cidade
89 Identidade e Adaptabilidade
107 Reprogramação Urbana

127 Aplicação e Sistematização


131 Casos de Estudo
135 Ilha
139 Casa
143 Palacete
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159 Ilha
179 Casa
191 Palacete

203 Considerações Finais

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231 Fontes de Imagens


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Introdução

        


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partir de uma intervenção plástica com 1200 tijolos no logradouro de um Palacete obsoleto,

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A proposta surge em forma de muros que acentuam o sinuoso percurso ao longo do
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1 Integrado num fórum criativo priveligiado do ArqOut 2012, o GET SET FESTIVAL 2012, com o tema “decadent
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A identidade de uma cidade é normalmente representada pelas marcas físicas do

  
 
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No terceiro capítulo, procura-se aplicar os pressupostos teóricos levantados ante-


 
      
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Introdução | 15

eventualmente acontecer no futuro, uma espécie de plano estratégico genérico de interven-


 
  


  
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de Nelson Mota, A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico
da Burguesia Portuense no Final do Século XIX, centra-se na habitação burguesa do Por-
to, e foi uma base importante para a compreensão da morfologia e tipologia da Casa e do

      
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foi também preponderante o estudo de Francisco Barata Fernandes, A Transformação e
Permanência da Habitação Portuense – As Formas da Casa nas Formas da Cidade = -
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 , de Jorge Ricardo Pinto, foi essencial para

     
  
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das problemáticas levantadas, tem uma fundamentação forte em alguns autores, nomea-
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Introdução | 17

   de Françoise Choay, e How Buildings Learn: What happens after they’re built,
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essencial a dissertação de mestrado de José Malhó Salgueiro, CoHousing CoWorking – Ví-
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sionamento das propostas, foram importantes os estudos de Nuno Portas e João Branco
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Para além das diferentes obras consultadas para os diferentes temas subjacentes ao
objectivo da dissertação, foram essenciais as conversas com o antropólogo Fernando Matos
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Assim, abordagem proposta contrasta com a simplicidade do seu objectivo, uma
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convencionalidade da proposta e a perspectiva urbana e colectiva em que está assente,

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Industrialização e Urbanização

“A indústria, fonte de todo o mal e de todo o bem, torna-se a verdadeira protago-


nista da transformação da cidade72

2 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  Yx”


22 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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A indústria foi um dos principais marcos da história portuense a partir do século


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num processo de crescimento económico, em grande parte, devido ao comércio do vinho
do Porto para países do norte da Europa, como a Escócia, a Flandres, mas principalmente
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por grandes propriedades, que eram normalmente quintas de famílias aristocráticas abasta-
das, ou da igreja, como é o caso da quinta do Prado, que se tornaria posteriormente, e até
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Assim, o derrube progressivo da muralha acontece na segunda metade do século


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da e Melo, então Presidente da junta de Obras Públicas, à custa de uma relação profícua
com o cônsul britânico, e também arquitecto John Whitehead4, levou a cabo um plano
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26 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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riais industriais, especialmente o ferro, o aço e o vidro, contribuíram para uma nova visão
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28 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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30 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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11 PINTO, Jorge Ricardo – 


 

 

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32 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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 industrial desenvolve-se essencialmente para norte, enquanto a

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34 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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que envolviam o núcleo da cidade, onde naturalmente se inclui a habitação, não fosse esta
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36 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Habitação Oitocentista

“A possibilidade de o espaço doméstico assumir o papel de metonímia do mundo


em que vivemos, consagra-o como um objecto de estudo privilegiado717

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urbana, a habitação surge como tema central, pois é ela no seu vasto conjunto que constitui
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pela residência. Pode-se dizer que não existem ou não existiram cidades em que o aspecto
residencial não estivesse presente.”18
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habitação os principais factores caracterizadores de toda a cidade”@w >  
  

17 MOTA, Nelson – A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico da Burguesia Portuense
do Final do Século XIX  @w
18 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  w”
@w FERNANDES, Francisco Barata – A Transformação e Permanência da Habitação Portuense – As Formas da Casa
nas Formas da Cidade  ”Z
38 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Em Portugal, na era industrial, é o Porto que se encontra num processo de transfor-
mação rápido, assumindo-se como metrópole de vanguarda na segunda metade do século
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   -
tal, sendo que, para o ocidente deslocava-se a alta burguesia aristocrata, onde se incluíam
os “hóspedes” ingleses, e para oriente, instalavam-se as indústrias e os capitalistas retor-
   (
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mente operários), com rendimentos médios (geralmente comerciantes), e com rendimentos

20 PINTO, Jorge Ricardo – 


 

 

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21 Termo que designa os portugueses (geralmente do norte de Portugal) que emigraram para o Brasil e que regressaram

            

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22 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  ”x
40 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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altos (geralmente industriais) – consideramos, em conjugação com outros factores, três


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em maior número na cidade, e porque, em larga medida, o seu modelo tipológico está con-
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que estiveram na sua origem de forma directa, mas também na origem dos outros dois mo-
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fraccionamento da propriedade privada, que assenta fundamentalmente num tipo de lote
estreito no contacto com o arruamento e comprido no sentido do interior do quarteirão”25
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 6o avanço precoce da cidade para fora de
muralhas com uma expansão feita com base na habitação individual, manifesta-se na
adopção de uma métrica de divisão da propriedade que recupera as características dos
lotes da cidade medieval, principalmente as dos quarteirões mais regulares à cota baixa,
com frentes estreitas e um desenvolvimento em profundidade726 = %  
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23 MOTA, Nelson – A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico da Burguesia Portuense
do Final do Século XIX  —@
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42 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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  6As novas urbanizações tenderam a desenvolver-se ao
longo e na proximidade imediata destas linhas de expansão” o que resultou em “bolsas de
terreno não construído entre as ruas principais, posteriormente ocupadas por habitação
de baixa qualidade727
 
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partida uma ocupação do território com edifícios unifamiliares em lotes estreitos e compri-
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os privados devido à venda de terrenos baldios pela administração da Fazenda Real”28
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troem nestes loteamentos vão servir para alojar a média burguesia que se transfere do
 
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com as actividades mercantis ou com a pequena indústria doméstica7Yw Apesar do edifício
ser maior, tal como o modelo medieval, possuía no piso térreo o espaço para uma loja ou
  
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27 8>.>.!  %  <Habitação Popular na Cidade Oitocentista – As Ilhas do Porto  z|


28 MOTA, Nelson – A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico da Burguesia Portuense
do Final do Século XIX  —|
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44 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Contudo, em ambos os períodos, está presente a essência do modelo tipológico
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se encontra dentro do quarteirão, que teve na sua origem a necessidade de alojamento para
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migrou em massa dos meios rurais para a cidade em busca de emprego e consequentemente
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6Desta forma, os burgueses remediados aproveitavam o
imenso logradouro nas traseiras da sua casa para obterem mais rendimento mensal, que
podia ser interessante, pela multiplicação de rendas baixas, por famílias alojadas em ca-
  
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%”33 Para além disso, sen-

30 ibidem  }x
31 ibidem  }x
32 PINTO, Jorge Ricardo – 
 

 

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46 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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trabalhadores no mesmo espaço, tal como a vantagem de os poderem controlar constan-


     
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profundos – as Casas eram construídas face à rua, libertando os terrenos nas traseiras, o
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dimensão e forma dos lotes – estreitos e muito compridos – deu origem ao tipo usual das
ilhas: uma série de pequenas casas construídas lado a lado ao longo dos muros de cada
lote, deixando um estreito corredor lateral para acesso. A junção de diferentes parcelas de
terreno tornou possível o desenvolvimento de modelos mais elaborados de ilhas, nos quais
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esse espaço seja usufruído como espaço de convívio, o que cria laços de familiaridade entre
   
Assim, formou-se e proliferou um modelo de habitação de necessidade, uma ar-
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34 8>.>.!  %  <Habitação Popular na Cidade Oitocentista – As Ilhas do Porto  —Y


48 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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regra por capitalistas, industriais e grandes comerciantes, muitas vezes com anterior pas-


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qualidade, incluindo varandas imponentes, elaborado trabalho artístico em interpretações
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base no seu poderio económico, contrariamente a outros tempos, onde era essencialmente

35 PINTO, Jorge Ricardo – 


 

 

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36 PINTO, Jorge Ricardo – 
 

 

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37 MOTA, Nelson – A Arquitectura do Quotidiano – Público e Privado no Espaço Doméstico da Burguesia Portuense
do Final do Século XIX  }x
50 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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 6Existe, portanto, um universo
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ao autor do projecto, mas ao gosto da encomenda738 São edifícios que diferem também na
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do Final do Século XIX  wY
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52 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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V 5
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A quinta do Reimão ou Quinta do Cirne (pois era propriedade da família Cirne Madureira),
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de diferentes raios de um ponto central, em que a via estruturante é, em regra, axial e os
arruamentos laterais mantêm relações de simetria com o eixo, terminando o ponto de es-
coamento das vias numa única praça e, na sua forma perfeita, num único ponto.”<2
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as Casas mais nobres tal como os grandes Palacetes dos burgueses abastados se implanta-
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quente ao funcionamento da estação de Campanhã, que foi em larga medida responsável

40 PINTO, Jorge Ricardo – 


 

 

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54 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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6o desenvolvimento da tipologia residencial ilha, numa rua que no seu longo e
recto tramo sudeste tem apenas uma pequena viela de ligação à rua Gomes Freire, alber-
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vertente de marginalidade. Emergiu, sobretudo por isto, uma leitura de unidade interna
mas de fractura com o resto da cidade, potenciada pelo desenho urbano da rua fechada e
dos lotes compridos que alimentaram a produção de ilhas e a construção do maior “arqui-
pélago” do Porto.”42

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davam entrada para Ilhas, que eram rematadas por um muro que separava inequivocamente
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lote, não fosse a Ilha na sua essência uma construção no logradouro de uma Casa, tudo

   
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de desenvolvimento urbano do Porto, e nesse sentido, são indissociáveis, pelo menos em

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“É a contiguidade e a continuidade das suas modestas habitações, à beira dos seus


canais e das suas ruas, que tornam Florença, Veneza, Ruão e Oxford irredutíveis à soma

 

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56 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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melhor caracteriza os costumes, os gostos e os usos de um povo; a sua ordem, como a sua
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44 Viollet-le-Duc, em ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  @ZZ
58 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Decadência urbana

“E cresce, cresce sempre, porque para a cidade parar é morrer. E porque cresce
em ritmo quase louco, não é mais possível impor um sistema de relações coerente entre os
seus espaços organizados e ela constitui assim mais uma soma de espaços do que um todo
estruturado, que se misturam e confundem funções, em que a desordem é soberana. E por
efeito desta incontrolada rapidez de crescimento, enormes extensões da cidade sofrem um
processo de delapidação e o que hoje era espaço vivo pode ser amanhã espaço morto, o
que ainda hoje era ordem pode amanhã ser desordem.”<J

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volvimento em função do tempo, certamente não obteríamos um segmento de recta único
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mente uma linha irregular com alguns picos de desenvolvimento em períodos de tempo
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45 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  x|


60 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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urbano tendo como principal causa a “destruição da estrutura fundamental da cidade me-
dieval que era baseada na absoluta identidade do local de trabalho com a habitação no
mesmo edifício”46 $%    
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são da superfície urbana, principalmente devido ao derrube da muralha Fernandina e aos
 
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No Porto, este processo foi sentido muito em particular sobre o tecido industrial
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 6Enquanto este movimento periferizador fazia com
que, com cada vez maior evidência, as grandes unidades fabris preferissem afastar-se do
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46 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  Yx”


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62 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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iniciavam um processo de acelerada ruína.”<6 Os motivos para a deslocação periférica das


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Neste sentido, consideramos o legado industrial, não no sentido convencional da


palavra, mas no que a ele se refere um passado, um palco de muitas histórias e aconte-

 
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a transformação de uma cidade sem grande relevância no panorama nacional, para se tornar
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lidade de uma cidade e também a residência de uma boa parte da sua classe rica/média
e popular”51 >
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– Desindustrialização, terciarização e reestruturação territorial – O caso do Porto 
446
50 PINTO, Jorge Ricardo – 
 

 

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51 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita  @}}
64 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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referidas, juntamente com outras não menos verdadeiras, “produziram um espírito de ini-
ciativa, de inovação, resultante de capital acumulado, que fundamentalmente e irreversi-
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inovação.”53 No entanto, o mesmo processo industrial que moldou o desenvolvimento ter-

       
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do centro urbano por parte das pessoas, principalmente as de uma classe com médios e altos
 
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53 HALL, Peter – Cities in Civilization  xz—
66 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Obsolescência e Readaptação

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70 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 71

Objecto, Modelo e Cidade

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72 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 73

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que, não obstante cada transformação, sempre se impôs “ao sentimento e à razão”, como
princípio da arquitectura e da cidade”60

56 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita  @|}
57 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  @—
58 ibidem,  |x
|w PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica  |”
60 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  ||
74 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 75

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críticos ainda amarrados à aura da obra singular, não vendo a aura do objecto colectivo
na era da sociedade generalizada?61

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tocam-se em vários aspectos, o que torna a relação entre eles um tema tão pertinente como

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A arquitectura é uma disciplina contínua no tempo e, como quase todos os modelos
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em banda com um corredor de distribuição e apenas uma frente das Back-to-back houses
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universalidade da arquitectura enquanto disciplina cujo conhecimento se transfere e trans-
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ção feita por materiais e pessoas locais, e a sua implantação sujeita a condicionantes muito
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Deste modo, estando modelos diferentes sujeitos a condicionantes em comum, é

61 PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica  ||


76 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 77

  
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rentes de formas que o homem criou”63 &      
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mesma memória colectiva, que é ainda mais reforçada pela partilha da mesma posição de

  
     
  
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visão global desta trindade, temos o lugar  ;   
 
    
mesma constituição e pendentes, de serem construídos com as mesmas técnicas e materiais
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vam classes sociais muito diferentes, mistura essa que se perdeu, e que, mais do que nunca,
  
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62 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  YY


63 ibidem,  Yx
78 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Aldo Rossi entende o valor do lugar “como a relação singular e no entanto uni-
versal, que existe entre uma certa situação local e as construções aí localizadas”64 >

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uma imagem global, que mesmo estando num constante processo de mutação, possui des-
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em sentido inverso como hoje parece claro”65 #     


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também o planeamento do património deveria seguir estratégias gerais que ajudassem à sua

64 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  @|@


65 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  |Y
80 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 81

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Neste caso, ganha particular importância a posição política por parte dos arqui-
tectos relativamente à cidade, não fossem os elementos que a constituem sinais de uma

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do ministro da Administração Interna e do secretário de Estado da Habitação e Urbanismo,
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% L66 Neste sentido, trabalhou-se com base numa actua-
ção forte em bairros degradados, construindo novas casas e infraestruturas, sempre com o
suporte das brigadas SAAL, que eram constituídas por técnicos de várias especialidades,
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vam o período revolucionário do 25 de Abril, numa tentativa de combater as desigualdades
 
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seja, a da expansão periférica e industrial do século XIX, entretanto consolidada por fun-

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quarteirão: frente de rua, representativa e burguesa; e o interior, preenchido em pente com
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condições de habitabilidade”67  ; 
 
   
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quitectos formados pela Escola Superior de Belas Artes, que continha um espírito analítico
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66 BANDEIRINHA, José António - Falemos de Casas: Entre o Norte e o Sul,  |w


67 BANDEIRINHA, António José – ^ 
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82 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 83

  


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Para a pessoa comum, um edifício não é, em primeiro lugar, um objecto, é antes

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“A Forma segue o Financiamento”70    
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68 ibidem  Yzw
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RIBEIRO, João Mendes - Acções Patrimoniais – arq|a: Arquitectura e Arte / ‚ }Y}x  Y}
70 (!€ ?
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< How Buildings Learn: What happens after they’re built  |
84 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 85

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possível, mas demasiado condicionado e especialmente dispendioso, quer para recuperar
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Muitos trabalham de forma positiva mas isoladamente, sem estabelecer parcerias, limitan-
 
 
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Neste sentido, o arquitecto assume um papel político importante, nem que seja
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Choay, “a determinação de um presidente de câmara, de um inspector dos monumentos
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ainda mudar o destino de um monumento ou de uma cidade772 A reabilitação urbana im-
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quitecto é mais que o agente criativo, mais que apenas um dos intervenientes do processo
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espaço, mas das políticas de intervenção, visto que é um técnico com uma formação mul-

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Portas, uma solução possível para o “repovoamento” urbano, é apostar num “modelo de
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estar interessados em tirar partido da mudança positiva das condições de suporte, como
as acessibilidades ou os incentivos à reabilitação, desde que o contexto político crie na


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9  


71 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita  @}—
72 CHOAY, Françoise – &&"
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73 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita  @}w
86 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 87

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conjunto de edifícios que partilham a mesma história, o mesmo local, mas acima de tudo,
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uma vontade política, permitem que haja uma resposta colectiva e planeada, que aumenta a
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“Sendo um edifício uma parte de um todo – como pode ser perfeita a parte, se o
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Ora, para actuar sobre um todo é necessário perceber os seus constituintes, a sua
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75 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  |z
88 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Identidade e Adaptabilidade

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círculos e distâncias no espaço como formas mediante as quais representamos o ritmo e
os passos do tempo musical –, também na concepção urbanística é preciso medir o tempo
sobre o espaço.”4;

A cidade está em constante mutação, pois os seus componentes também o estão,


sejam as ruas, os jardins, as praças, os edifícios, ou todo o tipo de estrutura construída e
     
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bre o já construído, uma compreensão total do “antes”, para que o que vem depois não seja
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76 SOLÀ-MORALES, Manuel, citado por Francisco Barata Fernandes


ver FERNANDES, Francisco Barata - Transformação e Permanência da Habitação Portuense – As Formas da Casa nas
Formas da Cidade  Y}”
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 ^ Acções
(>ž )
 ^ Patrimoniais – arq|a: Arquitectura e Arte / ‚ }Y}x  x@
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Aldo Rossi, é a “relação da colectividade com o lugar e com a ideia deste, que nos ajuda a


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da cidade que é a forma desta individualidade”78 A cidade é o lugar da memória, a esfera
onde se processaram todos os momentos e acontecimentos que criaram essa memória que
   
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No caso da habitação em particular, a responsabilidade é redobrada, pois ela é o
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representa então uma ocupação própria de uma época próspera economicamente, com um
  
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claraboia, o vão, a área, a tipologia – é como um capítulo de um livro que conta a história
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+      % 8X 6a cidade pode ser vista metaforicamente como
um texto, um texto colectivo escrito por sucessivas gerações de habitantes e construtores,


   

  


 
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da denominada arquitectura de “star-system”, resultando numa descontinuidade de certos
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uma intervenção singular, como são transformados para responder a problemas mais alar-
gados, não devem ser tratados isoladamente, mas sim encarados como constituintes de um
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78 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  @wx


—w 8>.>.!  %  <Habitação Popular na Cidade Oitocentista – As Ilhas do Porto  —|
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“Dum excessivo individualismo dos mais dotados tem resultado no nosso tempo
uma excessiva e perigosa individualização de formas e um ar demasiado pessoal no modo

     
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das formas que criamos pois que entre o “génio”, abundante na nossa época e ignorado
em tantas épocas passadas, e o homem comum se estabeleceu uma barreira por vezes
intransponível780

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construído, de maneira a poder desenvolver estratégias de intervenção, não só no sentido
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dimensional e funcionalmente desajustados às necessidades contemporâneas, e sendo ao
mesmo tempo a base de uma parte considerável da morfologia da cidade, é na readaptação

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80 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  Y|


81 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  @zz
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 5 9    
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função do novo espaço é uma questão fundamental, reforçando uma nova concepção de
encarar o património “
   
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privilegiando sequências de espaços públicos e sítios mais ou menos heterogéneos mas




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das velhas construções, um implante regenerador.”3= Isto implica uma readaptação mini-

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ciona como uma renovação temporária e imediata da cidade, e que, embora seja a imagem
 

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da Música, ou até no campo da habitação, a casa Milá de Gaudi e a Villa Savoye de Le
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não pode estagnar, necessita de evoluir com o tempo e consequentemente adaptar-se à nova
    
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82 PORTAS, Nuno – Os Tempos das Formas. Vol. I: A cidade feita e refeita  @—x
83 CHOAY, Françoise – &&"
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Mendes Ribeiro, “Cabe ao arquitecto ter a sensibilidade para, através do conhecimento da


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cados e utilidades ao existente, sem o destruir ou anular784

Desde os primeiros desenhos até à sua demolição, os edifícios são adaptados e



    

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particularidades formais baseadas no “locus” em que se insere, importa a sua distribuição

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84 RIBEIRO, João Mendes - Acções Patrimoniais – arq|a: Arquitectura e Arte / ‚ }Y}x  Y}


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acontece no Porto, em que as estruturas dos pisos são de vigas de madeira transversalmente
ao lote, condicionando a sua largura e permitindo maior liberdade no comprimento e na

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Todavia, apesar de Amesterdão ser uma cidade tecnicamente avançada, e estando
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100 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 101

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Contudo, a adaptação em Amesterdão não passa apenas pelas ideias, mas também,
  
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102 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 103

 

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104 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 105

  
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é, readaptar é continuar, é reabilitar um edifício prevendo um novo uso, um novo programa
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106 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência e Readaptação | 107

Reprogramação Urbana

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depende do bom senso, mas também de uma sensibilidade inscrita na longa duração das
tradições urbanas e dos comportamentos patrimoniais7wz

Para além de todas as condicionantes que há num projecto para uma construção de
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108 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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obras novas, é tanto mais, para projectos de reabilitação, onde o programa é precisamente
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mação de um espaço é a primeira acção, que condiciona qualquer outra opção de projecto
 
 

“O programa de design não determina uma forma estética, mas restringe o nú-
mero de formas possíveis ao estipular o nível de “performance” operacional que deve
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como ferramenta que aparece na forma de uma lista de requisitos, antecipando os espaços
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Portas considera o programa uma síntese já arquitectónica, “uma síntese que orga-
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Nuno Portas considera de “meta-programa”, que consiste basicamente num operador inter-
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110 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 111

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em diferentes tempos – “Função reforma a forma, perpetuamente7ww

Situamo-nos então numa lógica diferente, onde o programa é encarado – ou pelo


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100 PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica  |z
112 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência e Readaptação | 113

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mais que uma mera reacção a um determinado programa7101

O resultado arquitectónico é então uma consequência a um programa, uma ideia de


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Le Corbusier escreve na carta de Atenas: “^  

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lises rigorosas feitas por especialistas. Prevê as fases no tempo e no espaço. Congrega
 

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espirituais7103 Subentende-se já uma manifestação de defesa das capacidades do arquitecto
e das tarefas que lhe devem competir, pois sendo criador da forma, é o único que a conse-
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O programa como pré-projecto, como primeiro trabalho de proposta, assume-se

   
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um bom funcionamento dos edifícios ajuda a criar um bom funcionamento da cidade – que

101 KOOLHAAS, Rem - Amsterdam: an architectural lesson  @@@


102 CANNAVÒ, Paola – ‰ "& 
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114 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 115

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como público-alvo ideal uma camada mais jovem, mais concretamente, estudantes univer-

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como garagens ou elevadores, de forma a preservar o legado construído e evitar a sua des-

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116 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 117

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dos Unidos e no Canadá, onde é visto pelo mercado imobiliário como um crescente fenó-
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Estes dois conceitos emergentes consistem em formas de ocupação que procuram
um equilíbrio entre o privado e o social, “uma forma de comunidade intencional onde um
grupo de pessoas possui dependências privadas mas onde também partilha um conjunto
de espaços comuns e destinados à socialização entre os mesmos7106 No fundo, tratam-se

104 SALGUEIRO, José Malhó – CoHousing CoWorking – Vícios e virtudes dos espaços de vida e trabalho em comuni-

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118 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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120 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Casa: Rua do Bonjardim


Obsolescência e Readaptação | 121

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mente pelo próprio proprietário, que é construtor civil, e que posteriormente arrendou as
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 Actualmente, funciona como uma pequena residência que ocupa
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inclusivamente alguns estudantes de Erasmus, e segundo o senhorio, tem gente em lista de
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107

À semelhança da “Ilha da escada”


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familiaridade e entreajuda que é muito positivo para os estudantes, e permite-lhes habitar
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arquitecto Nuno Valentim, e que aloja hoje uma comunidade de sacerdotes e estudantes de

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122 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Obsolescência e Readaptação | 123

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mais tarde ou mais cedo à desadequação, torna-se importante repensar a forma de o pen-
 
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arquitecturas de valor histórico que se pretende preservar (como é, ou deveria ser, o caso
da trindade habitacional deste estudo), o programa que se projecta raramente é o último,
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um plano é baseado na previsão, a estratégia é desenhada para responder a condições de
mudança imprevisíveis7110

 

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“Assim, quanto mais um meta-programa busca o arquétipo do sentido e necessidades de
espaço, se liberta do detalhe contingente para se aproximar de invariantes, se expressa em

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1 7111 Uma intervenção pouco profunda e muito
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110 ibidem  @—}
111 PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica  ||
124 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Obsolescência e Readaptação | 125

Assim, não será viável conceber-se um processo de reprogramação de modelos


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Aplicação e Sistematização

“dados de programa não são independentes das soluções de arrumação relativa


ou organização do espaço que se encarem, ou seja, das inter-relações e articulações, e
estas variam por seu turno com as culturas e formas de habitar, não redutíveis a modelos
únicos7112

112 PORTAS, Nuno – Funções e Exigências de Áreas da Habitação  Y


128 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Embora o objecto de estudo deste trabalho seja em última análise o edifício e a


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edifícios decorrente da constante mutação arquitectónica e social da cidade, e ao papel do
     
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No entanto, arquitectura é também desenho, é colocar em prática conceitos e ideias,
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inerentes aos objectivos do trabalho, de forma a criar uma espécie de linha orientadora que
 
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um espaço obsoleto, e como essa nova função se assume como primeira acção projectual
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130 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Casos de Estudo

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cional oitocentista abordada neste trabalho, escolhemos três edifícios concretos – um para
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escolha dos casos de estudo para este trabalho não foi leviana, nem muito menos aleatória,
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113 ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade  @|—


132 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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castanho o Palacete
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Assim, os três casos escolhidos situam-se num raio de distância inferior a 300
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corremos aos Livros de Plantas de Casas (LPC) do Arquivo Histórico da Cidade do Por-

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licenciamentos urbanísticos, a obrigatoriedade da apresentação de documentação L
 
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134 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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com mansardas tenham sido substituídas ao longo do tempo por pisos completos, como se
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formação decorrente das necessidades evolutivas dos moradores, e não é desconsiderada
136 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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138 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Casa

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e portanto, a eleição de um caso que se enquadrasse nas características tipológicas siste-

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A Casa escolhida como caso de estudo situa-se na Avenida Rodrigues de Freitas,

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Trata-se de uma construção burguesa típica da época liberal, com uma composição
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140 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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como elementos escultóricos, são tudo elementos normalmente presentes na Casa burgue-
sa, e que obrigam necessariamente a um grande cuidado, de forma a que se consiga reutili-
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Casas portuenses:

“A readaptação destes edifícios parece ser a estratégia a seguir. As casas bur-


guesas, são inclusive construções com uma grande capacidade de se adaptar. As casas

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a soluções muito simples e genéricas para se adaptarem sucessivamente, às diferentes
condições7114

114 PORTAS, Nuno - Falemos de Casas: Entre o Norte e o Sul,  @Y”


142 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

F @Z|& V  




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Palacete

As Casas e os Palacetes, são construídos originalmente para o burguês oitocentista


      
 
       
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termédias onde se torna difícil distinguir se estamos a lidar com um Palacete pequeno ou
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rando a habitação burguesa estreita e alta, normalmente de duas frentes, que ocupa um lote
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144 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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Faculdade de Belas Artes), o Palacete escolhido possui apenas três frentes, encontrando-se
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O Palacete escolhido como caso de estudo situa-se na Avenida Rodrigues de Frei-

 
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grande alteração na habitação: a transformação de um telhado de quatro águas num piso
em estilo “Mansard”115
Trata-se de um Palacete neoclássico, de estilo inglês que, embora seja imponente,
apresenta fachadas sóbrias, com alguns apontamentos ornamentais nos vãos essencialmen-

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a porta de entrada no piso 0, três janelas de sacada no piso 1 que partilham uma varanda, e

  
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quartos, e por isso mesmo é apenas acessível por uma escada secundária que percorre todos
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Como vemos, é um edifício simples mas com enormes condicionantes, o que obri-
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115 Tipo de construção de cobertura tornada famosa por François Mansart, e que consiste num piso com cobertura de
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146 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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ser preservadas e que condicionam uma intervenção, e por isso mesmo, serão todas tidas
 
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Actualmente o edifício encontra-se em bom estado de conservação, sendo parte
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obsolescência dos Palacetes não é de perto semelhante ao das Casas, principalmente pela
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148 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Ensaio de soluções

Na reabilitação de um edifício cuja função original se tornou obsoleta, interessa-


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quando necessitam de ser reforçadas ou restaurados, respectivamente, tenta-se respeitar a

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edifício uma sobreposição harmoniosa de momentos construídos, qualquer transformação,
      
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funcional prematura adaptando-se, por folga inicial e concepção apropriada a mais de
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Exigências Infraestruturais

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116 PORTAS, Nuno – A Funções e Exigências de Áreas de Habitação  —


150 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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absorver as novas tecnologias infraestruturais7117 Neste sentido, desenvolvemos, para
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Exigências de Áreas

Para além da componente infraestrutural, a introdução de programas em tipos de


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adequação das áreas disponíveis no edifício, às áreas necessárias para responder aos espa-
      
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 6as quantidades de espaço ou equipamento

 
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rísticas antropométricas e mecânicas das acções7118

Para a consideração de valores de áreas, tomamos como referência dois estudos


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118 PORTAS, Nuno – Funções e Exigências de Áreas da Habitação  —
152 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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para a habitação, como para cada divisão, as áreas e regras de articulação para um bom fun-
 
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parar os valores de áreas, tanto das propostas entre si, como das propostas com os níveis
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veículo do conceito que transporta a informação de uma forma mais simples, mas por isso
  
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que servem para demonstração e que representam não a verdadeira forma dos objectos
154 | Porto: [Re]Habitar a Cidade

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mas as relações que contém e o seu funcionamento interno em condições de simplicidade


que uma representação exacta e total não permitiria.”@@w
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vestigação que teve como objectivo o estudo das cores da habitação burguesa portuense, da
qual resultaram algumas paletes de cores dominantes em fachadas, portas, aros ou janelas
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Estrutura das Propostas

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156 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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equilibrar este modelo através da redistribuição das pessoas pela aglutinação de espaços ou
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duas células de habitação originais, e uma solução mista CoHousing T1 + T0, que agrega

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estes dois momentos estão dividos em duas folhas, na Casa, devido à sua menor dimensão,

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Ensaios - Ilha
Ensaios - Casa
Ensaios - Palacete
Considerações Finais

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“para mudarmos o mundo, é essencial que o compreendamos primeiro7121 Esta simples
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204 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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transformação e desenvolvimento urbano, associados a uma velocidade inerente a toda



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sociedade, que possuía, desde os mais precários operários, aos burgueses comerciantes, até
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estruturas físicas que funcionam como agente mnemónico, ativando a ligação às heranças
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Desta forma, a arquitectura com valor patrimonial começa a adquirir um valor nem sempre
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que está ali a base da identidade, e que apenas com esse suporte se pode seguir em frente
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122 TÁVORA, Fernando, em PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica  @Z
206 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
  "  – YZ—

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 8L  V 6caminhemos, sim, do geral para o particular mas que
o estudo do geral não invalide o estudo do particular, pois que um não pode viver sem o
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destes extremos, aparentemente opostos mas realmente complementares7123 Š  -
te segundo esta metodologia que segue esta dissertação, analisando o particular para propor
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Num primeiro momento, numa perspectiva urbana do problema, procura-se es-


tabelecer estratégias de readaptação funcional, que devem estar assentes em políticas de
reabilitação que permitam combater a força da especulação imobiliária, colocando os inte-
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propostos devem ser sensíveis à aceitação social, tornando-se passíveis de ser bem sucedi-
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vão contra uma cidade fragmentada, e promovem uma maior mescla social, o que é sem-
  
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que uma camada mais jovem da população – estudantes e jovens trabalhadores – se integra
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123 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  @w


208 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
  "  – YZw

Num segundo momento, numa perspectiva mais operativa, de intervenção no ob-


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Neste sentido, a escolha de casos de estudo reais tem o propósito de “dissecar” a “carapa-
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perspectiva urbana e social viável, pode, em princípio, ser aplicada a qualquer edifício que

124 PORTAS, Nuno – A cidade como arquitectura: apontamentos de método e crítica  @|z
210 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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das propostas é o reabitar do tecido urbano consolidado portuense, e com isso promover
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125 TÁVORA, Fernando – Da Organização do Espaço,  Y@


212 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
  "  – Y@x

suir áreas generosas, a Casa consegue ser mais equilibrada, com 327 m2  L

 


 
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pequena a possuir 18 m2 .
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está uma visão pessoal, não só como cidadão, mas fundamentalmente como futuro interve-

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uma visão que assenta em princípios de responsabilidade urbana e social, e que em última
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214 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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como um instrumento em benefício dos outros homens, da sociedade a que pertence7
(Fernando Távora, em Da Organização do Espaço  —z“
216 | Porto: [Re]Habitar a Cidade


&/>?   "   ^ Os Brasileiros – Emigração e Retorno no Porto Oitocentis-


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228 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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230 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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Fontes de Imagens | 233

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Fontes de Imagens | 235

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236 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
Fontes de Imagens | 237

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Fig. 89® Imagem de autoria própria
Fig. 90® Imagem de autoria própria
Fig. 91® Imagem de autoria própria
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238 | Porto: [Re]Habitar a Cidade
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