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PEDRO DE ANDRADE YOUNG

MED EPM - 85

❖ Sistema Circulatório Sanguíneo

- Coração

• Partindo-se “de dentro para fora” do coração, temos a seguinte sequência de camadas  Endocárdio:
endotélio (tecido epitelial simples pavimentoso), camada subendotelial (tecido conjuntivo), estrato
subendocárdio (une camada subendotelial com miocárdio. É onde passam vasos, nervos e ramos do
aparelho condutor do coração). Miocárdio (tecido muscular estriado cardíaco). Epicárdio (membrana serosa
do coração, é a lâmina visceral do pericárdio seroso): tecido conjuntivo propriamente dito denso não
modelado, mesotélio (tecido epitelial simples pavimentoso). Camada subepicárdia (com tecido conjuntivo
frouxo, vasos, nervos e gânglios nervosos).
OBS.: No átrio, observa-se um miocárdio muito desenvolvido, enquanto que no ventrículo observa-se um
epicárdio muito desenvolvido e com tecido adiposo associado (entre o miocárdio e a camada conjuntiva do
epicárdio).
• Esqueleto fibroso do coração: estruturalmente, o coração é formado por um esqueleto fibroso que serve de
apoio ao músculo cardíaco e fixação às valvas, constituindo os septos membranosos, os trígonos e anéis
fibrosos. É composto de tecido conjuntivo denso e, portanto, é rico em colágeno.
• As fibras que compõem o músculo estriado cardíaco do miocárdio, os cardiomiócitos, se dividem em três
tipos: Contráteis. Mioendócrinos, que secretam o fator natriurético atrial, um peptídeo pré-hormônio que
tem por função regular a pressão do átrio. Nodais, que são responsáveis pela contração rítmica do coração.
• Os cardiomiócitos nodais são parte do “sistema condutor do coração”, que tem por função regular a
frequência cardíaca. É composto por nós (sinoatrial e atrioventricular) e feixes (atrioventricular/de His)
formados por fibras de Purkinje.
✓ Essa estimulação elétrica do coração se dá por um estímulo inicial de contração no Nó Sinoatrial,
despolarizando as fibras nodais pelo músculo atrial até o Nó Atrioventrícular, a partir do qual a
despolarização passará para os ventrículos.
• As fibras de Purkinje, diferentemente dos cardiomiócitos, estão localizadas sob o endocárdio, têm maior
tamanho e coloração citoplasmática mais clara devido ao maior teor de glicogênio e o menor número de
miofibrilas.

- Histologia dos vasos sanguíneos:

• Partindo-se “de dentro para fora” dos vasos, temos a seguinte sequência de camadas  Túnica íntima:
endotélio (tecido epitelial simples pavimentoso), lâmina basal, tecido conjuntivo subendotelial (conjuntivo
frouxo), lâmina elástica interna (membrana tubular e perfurada constituída por substância elástica). Túnica
média: fibras musculares lisas (dispostas circularmente e com quantidade variável de material elástico),
matriz extracelular (fibras colágenas e elásticas), lâmina elástica externa. Túnica adventícia: tecido
conjuntivo rico em fibras colágenas e elásticas. Se continua com o tecido conjuntivo dos órgãos adjacentes.
Contém o vasa vasorum e o nervi vasorum do vaso, isto é, os vasos e os nervos que irrigam/inervam o
próprio vaso.
• Artérias têm a túnica média melhor desenvolvida e seu contorno é esférico regular, veias têm a túnica
adventícia melhor desenvolvida e seu contorno é irregular.
• ARTÉRIAS DE GRANDE CALIBRE: túnica íntima bem desenvolvida, com células endoteliais e camada
subendotelial espessas, ricas em fibras elásticas. Túnica média formada por muita elastina em lâminas
elásticas onde se encontram as fibras musculares lisas e a matriz extracelular. Túnica adventícia pouco
desenvolvida.
OBS.: Síndrome de Marfan caracteriza aneurisma da aorta, sendo essa susceptível à ruptura
• VEIAS CAVA: túnica íntima e média muito reduzidas, sendo que a primeira contém fibras elásticas e a última
pobre em fibras musculares e tecido conjuntivo. A túnica adventícia é a melhor desenvolvida, com tecido
conjuntivo e feixes de musculatura lisa dispostos longitudinalmente.
OBS.: As veias de pequeno e médio calibre apresentam valvas em seu interior.
• ARTÉRIA MUSCULAR: túnica média muito desenvolvida, com várias camadas de fibras musculares lisas e
quantidades variáveis de colágeno e elastina.
• ARTERÍOLAS: túnica íntima sem camada subendotelial e com a lâmina elástica interna delgada ou ausente.
Túnica média com 2-4 camadas de fibras musculares lisas e túnica adventícia estreita com tecido conjuntivo
fibroelástico escasso.
• VÊNULAS: parede mais fina que a das arteríolas e com leucócitos. Possui valvas venosas.

OBS.: Artérias de grande calibre ou elásticas ou condutoras: aorta e seus principais ramos (braquicefálica, carótida
comum, subclávia e ilíaca comum); Artérias de médio calibre ou distribuidoras: carótidas, femorais, axilares,
coronarianas, etc.; Artérias de pequeno calibre: arteríolas.

Veias de grande calibre: veia cava superior e inferior; Veias de médio calibre: veias jugulares, braquiais,
femorais, etc.; Veias de pequeno calibre: vênulas.

• CAPILARES: uma camada única de duas ou três células endoteliais apoiadas sobre uma lâmina basal. Isso dá
aos capilares a função de barreira física, impedindo que células sanguíneas e macromoléculas penetrem
passivamente no espaço extra-luminal. Atuam também como barreira metabólica, participam nos processos
imunológicos e inflamatórios, produzindo mediadores químicos da inflamação, participam da interação com
os leucócitos, permitindo a migração deles para os tecidos lesionados através de moléculas de adesão.
✓ Secretam fatores que regulam a vasoconstrição, vasodilatação, crescimento celular, etc.
✓ Se dividem em: contínuo (parede contínua com junções de oclusão entre as células endoteliais. É
encontrado no tecido nervoso, músculos, pele, pulmão e timo. Exceto no sistema nervoso, vesículas
de transcitose ou cavéolas se dispõem na superfície das células endoteliais e são responsáveis pelo
transporte de líquidos e solutos pela parede do capilar.); fenestrado (parede com orifícios com
diafragmas. É encontrado onde há intensa troca metabólica, como rins e intestinos. Nos glomérulos
renais as fenestras não possuem diafragma.); sinusóide/descontínuo (com trajeto tortuoso, amplos
espaços entre as células endoteliais, muitos poros nas células endoteliais, presença de células
fagocitárias nas paredes e lâmina basal descontínua. São encontrados no fígado e órgãos
hematocitopoiéticos, como medula óssea e baço.).
✓ Externamente, ao redor das células endoteliais, existem células com grande capacidade de originar
outras células mesenquimatosas, os pericitos, realizando a reposição das células do tecido
conjuntivo.

❖ Sistema Circulatório Linfático

- Responsável por drenas a linfa (excesso de fluido intersticial) dos tecidos para o sistema circulatório sanguíneo.
Também transporta células do sistema imunológico, imunoglobulinas e quilomícrons.

- Capilares de fundo cego com endotélio e lâmina basal incompleta dão origem aos vasos linfáticos, que dão origem
aos ductos torácico e linfático direito, que, por sua vez, desembocam na veia subclávia e jugular. Os vasos
apresentam valvas, como as vênulas, possuem luz mais tortuosa que a das vênulas, não transportam hemácias e
transportam a linfa graças à contração do tecido muscular adjacente.

• Os capilares não são encontrados em tecidos avasculares, como cartilagem e córnea, no sistema nervoso
central, na medula óssea, no timo e polpa esplênica.
• O ducto linfático direito drena a metade direita da cabeça, do pescoço, do tórax e o membro direito. O ducto
torácico (esquerdo) drena o restante do corpo.
• Os capilares linfáticos das vilosidades intestinais têm por função a captação da gordura, sendo, portanto,
chamados de vasos quilíferos ou lácteos.
- O sistema linfático, ao drenar os tecidos, leva bactérias, células tumorais, vírus e etc. para os órgãos linfáticos, que
participam da resposta imunitária. Isto é, a circulação linfática tem também por função ligar o sistema linfático ao
imunitário.

- O tecido linfoide é uma variedade do tecido conjuntivo e se divide em três tipos: frouxo, onde predominam células
fixas. Denso, onde predominam as células livres (linfoides). Nodular, onde predominam células livres organizadas em
nódulos linfáticos.

- Nódulo linfático é uma estrutura temporária formada por um aglomerado de células: um centro germinativo onde
predominam linfoblastos e uma região periférica onde predominam linfócitos B e T.

• Tonsilas são agregados de nódulos linfáticos e funcionam como barreira à entrada de germes patogênicos.
Exemplos de tonsilas são as faríngeas (adenoide), as palatinas (amídala) e as linguais.

- Linfonodos ou gânglios linfáticos são órgãos encapsulados espalhados pelo trajeto dos vasos linfáticos. Têm por
função filtrar a linfa, sendo o local de defesa do organismo, onde há muitos nódulos nos quais os linfócitos se
multiplicam. Esses aumentam de volume (“enfartam”) quando há infecções bacterianas, por fungos, micoplasmas e
nos tumores, retratando assim o que ocorre na intimidade dos tecidos.

• São uma rede celular formada por células reticulares e fibras reticulares. Os macrófagos residem nas fibras
reticulares e fagocitam corpos estranhos. Com isso o linfócito capta a informação, se reproduz nos nódulos
(linfonodo hipertrofia) e vai para o corpo.
• Têm forma de rim, apresentando um lado convexo e um côncavo, também chamado de hilo, pelo qual
penetram as artérias, saem as veias e saem os vasos linfáticos.
• Sua porção cortical é constituída por tecido linfoide frouxo, com células reticulares e macrófagos fixos, além
de alguns nódulos linfáticos. Sua porção medular é constituída por cordões medulares (tecido linfoide
denso) e seios medulares (tecido linfoide frouxo). A linfa que vem dos seios da cortical atinge os seios
medulares e comunicam-se com os vasos linfáticos eferentes. Sua porção paracortical ou cortical difusa está
entre a parte profunda da cortical e a medular, contendo linfócitos T e apresentando tecido linfoide denso.

- As vênulas pós-capilares no tecido linfoide são revestidas por epitélio simples cúbico, quando o normal é epitélio
simples pavimentoso. Isso permite a regulação do tráfego e a recirculação de linfócitos nos tecidos linfoides e não
linfoides, uma vez que as células cúbicas apresentam moléculas de adesão (seletinas e adressinas) e são capazes de
reter e realizar a diapedese dos linfócitos do sangue para os vasos linfáticos.

- Baço é uma cápsula muscular com concentração de nódulos linfáticos e rico em macrófagos. Tem por função filtrar
o sangue, armazenar o sangue, defesa imunológica e formação de linfócitos, hemocaterese (destruição de
hemácias), armazenamento de ferro e produção de bilirrubina.

- Timo é um órgão linfático sem nódulos linfáticos que tem por função captar e capacitar linfoblastos T em
linfócitos T. Esses linfócitos são responsáveis pela rejeição celular, pela estimulação da produção de anticorpos pelos
linfócitos B e pela inibição da resposta imunológica. Esse órgão involui com a idade.

❖ Sistema Respiratório

- Fossas nasais:

• Mucosa: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado + lâmina própria de conjuntivo frouxo rico em
glândulas e vasos.
• Vestíbulo: epitélio estratificado pavimentoso não cornificado sobre uma lâmina própria de conjuntivo. Rico
em pelos e glândulas cutâneas.
• Área respiratória: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, rico em células caliciformes, que produzem
o muco. A lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo é rica em vasos e glândulas mucosas e serosas.
• Área olfatória: rica em neurônios bipolares.
- Seios paranasais: cavidades ósseas revestidas de epitélio respiratório (tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico
ciliado rico em células caliciformes e células basais).

- Parte nasal da faringe: epitélio respiratório e epitélio pavimentoso estratificado não cornificado.

- Laringe:

• Tubo formado de peças cartilaginosas unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico.
• Epiglote: cartilagem elástica. A superfície da face ventral é epitélio pavimentoso estratificado, a superfície da
face dorsal é epitélio estratificado na metade superior e respiratório na metade inferior.
• Cricoide, aritenoide, tireoide: cartilagem hialina.
• A mucosa forma dois pares de pregas, as vestibulares e as vocais. O epitélio das pregas vocais é pavimentoso
estratificado com lâmina própria de conjuntivo elástico. O epitélio das pregas vestibulares é
pseudoestratificado cilíndrico ciliado com lâmina própria de conjuntivo rico em glândulas.

- Traqueia:

• Mucosa: epitélio respiratório com lâmina própria de conjuntivo frouxo elástico rico em glândulas.
• Submucosa formada por conjuntivo rica em glândulas seromucosas e nódulos linfáticos.
• Peças cartilaginosas de hialina em forma de “C” onde as extremidades se unem por ligamentos fibroelásticos
e por feixes de músculo liso.
• Externamente, é revestida por um tecido conjuntivo frouxo que compõe a camada adventícia.

- Brônquios: histologia semelhante à da traqueia, mas o epitélio respiratório passa de pseudoestratificado cilíndrico
ciliado a epitélio simples cilíndrico ciliado nas porções mais distais. A musculatura lisa se organiza em feixes em
hélice. Se ramificam em brônquios lobares, segmentares e em bronquíolos.

- Bronquíolos: o epitélio simples cilíndrico ciliado dos brônquios passa a epitélio simples cúbico, ciliado ou não, nos
bronquíolos. Não há mais cartilagem, glândulas e nódulos linfáticos e as células caliciforme diminuem até se
ausentarem. A lâmina própria ainda é de conjuntivo frouxo elástico e abaixo da mucosa ainda há fibras musculares
lisas organizadas em feixes em hélice, sendo essas mais desenvolvidas nos bronquíolos que nos brônquios. Se
ramifica em bronquíolos terminais.

- Bronquíolos terminais: suas estruturas são semelhantes às dos brônquios, porém com a parede mais delgada. A
partir dos bronquíolos terminais estarão presentes as células de Clara, que secretam proteínas que protegem o
revestimento bronquiolar contra determinados poluentes do ar e inflamações.

- Bronquíolos respiratórios: é a transição entre a porção condutora do ar e a porção respiratória. O epitélio simples
varia de cilíndrico baixo a cúbico, com cílios na porção inicial. O músculo liso e as fibras elásticas estão desenvolvidos
e suas paredes apresentam expansões saculiformes capazes de realizar trocas gasosas, os alvéolos.

- Ducto alveolar: o revestimento é de epitélio simples cúbico com células muito baixas e paredes descontínuas. As
fibras colágenas e elásticas continuam com a parede alveolar, numa espécie de sistema de sustentação.

- Alvéolos: as paredes comuns a dois alvéolos recebem o nome de septo interalveolar, que é formado por duas
camadas de epitélio simples pavimentoso separadas por um interstício com capilares, fibras reticulares e elásticas,
fibroblastos, macrófagos e substância fundamental amorfa.

• No septo interalveolar haverá células endoteliais, células epiteliais de revestimento (pneumatócito I) e


células septais (pneumatócito II). Essas foram originadas de células de Clara que migraram.
✓ Células endoteliais: células numerosas, com núcleo alongado e contínuas (o endotélio não é
fenestrado).
✓ Pneumatócito I: núcleo achatado, pouco REG, microvilos curtos e desmossomas. Tudo isso para
facilitar as trocas gasosas.
✓ Pneumatócito II: são mais raras, possuem núcleo maior, REG desenvolvido e microvilos na
superfície. Possuem corpos multilamelares (citosomos) que contêm fosfolipídeos, proteínas e
glicosaminoglicanos. Essas células secretam uma fina película de surfactante de natureza proteica
(substância tensio-ativa entre o ar alveolar e a parede alveolar).
• Entre o ar e o capilar, então, haverá uma camada de surfactante, epitélio alveolar (simples pavimentoso),
lâmina basal do epitélio, lâmina basal do capilar e endotélio do vaso.

- Pleura: serosa que envolve o pulmão, formada por uma parte visceral e outra parietal. É composta por mesotélio e
uma fina camada de conjuntivo rico em fibras elásticas e colágenas.

- ASMA: é reversível. Um mastócito sensibilizado por um alérgeno “chama” o eosinófilo, que fagocita o antígeno.
Isso resulta em um edema do tecido por aumento da secreção de muco pelas células caliciformes dos brônquios,
provocando o fechamento da via respiratória e uma menor entrada de ar.

ENFISEMA: é irreversível. Toxinas no pulmão aumentam a quantidade de macrófagos no órgão. Esses liberam sinais
quimioatrativos que aumentam a quantidade de neutrófilos no lúmen e interstício. Os neutrófilos liberam elastase,
mas a antitripsina α1 o neutraliza. Se há um estímulo persistente para a presença de neutrófilos, a elastase não é
totalmente neutralizada e consegue quebrar as fibras elásticas dos alvéolos, causando o enfisema.

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