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PROGRAMA DA CADEIRA
Conteúdo Programático
CAPÍTULO V – AGLOMERANTES HIDRÁULICOS
a) A cal hidráulica
Composição da matéria prima
Fabricação ou calcinação
Endurecimento da cal hidráulica
Classificação das cais hidráulicas
Aplicação da cal hidráulica na construção civil
Problemas de aplicação
b) O cimento portland
Composição da matéria prima
Descrição do processo de fabrico
Principais componentes do cimento portland
Cálculo dos principais componentes
A. CAL HIDRÁULICA
A matéria-prima para o fabrico deste ligante é a pedra calcária, com uma percentagem
em argila entre 8 e 20 %. A temperatura de cozedura desta rocha (pedra) anda à volta
de 1100º C. Tem características totalmente diferentes das da cal aérea. Pode ser
considerado como o material intermediário entre a cal aérea e o cimento.
A cal hidráulica sempre apresenta os clínqueres que são a matéria-prima dos cimentos.
Assim sendo a cal hidráulica é uma mistura de cal aérea e grãos de clínqueres. A cal
aérea não tem os grãos de clínquer, e a grande diferença entre a cal hidráulica e os
cimentos é que a cal hidráulica toma logo a forma de pó, enquanto que o cimento tem
de ser moído.
A cal hidráulica é usada para substituir o cimento (portland), quando não se pretende
obter tensões muito elevadas, caso de argamassas pobres em revestimento de paredes.
A boa cal hidráulica não deve mostrar aumento de temperatura ou volume durante a
presa, pois indica excesso de cal não extinta.
A sua massa específica média é de 650 kg / m³, tem a cor amarelo claro com tendência
à cinza. Durante a calcinação não deve ir a grandes temperaturas, e a extinção não
deve ser feita com agitação. O endurecimento leva de 4 a 8 dias.
A manipulação da cal é uma actividade perigosa, porque ela liberta grande quantidade
de calor e portanto queima.
B. O CIMENTO PORTLAND
3.1 DEFINIÇÃO
As vezes é usado um único material, “calcário argiloso”, desde que ele contenha o teor
necessário de argila.
Para produzir uma tonelada de clínquer, são necessárias de 1500 a 1800 kg de matéria-
prima.
O calcário é formado pelo carbonato de cálcio Ca CO3 em que cerca de 56% é óxido de
cal CaO e cerca de 44% anidrido carbónico CO2 .
Cimentos Naturais;
Cimentos Artificiais;
Os cimentos correntemente utilizados são cimentos artificiais, cujo fabrico está regulado
por disposições legais dada a grande responsabilidade na sua utilização.
O referido decreto-lei dispõe que os cimentos que têm como componente activo
principal o clínquer e bem assim a sua comercialização devem satisfazer às normas
Portuguesas NP-2064 e NP-2065.
Ainda quanto aos aspectos inovadores das disposições legais, convém destacar as
seguintes:
CLASSES DE RESISTÊNCIA
SIMBOLOS E DESIGNAÇÕES.
Classe 32,5
Classe 42,5
A Classe 42,5 denominada “cimento de alta resistência” em que a tensão de rotura aos
28 dias é de 42,5 Mpa.
Nesta classe o limite mínimo é de 42,5 Mpa e o máximo 62,5 Mpa (este cimento é
fundamental em betões pré-esforçados).
Dos tipos de cimentos apenas constituem inovação o “Cimento Portland Composto” que
é um cimento obtido pela moagem de uma mistura de clínquer portland com quaisquer
dos seguintes componentes – pozolanas, escórias de alto forno e cargas
minerais, em quantidades não superiores a 35% à excepção das cargas minerais que
não podem exceder 15% e adicionadas de quantidades adequadas de gesso e,
eventualmente, de adjuvantes de moagem.
No que se refere a valores especificados teremos como destaque que os cimentos não
podem ter mais do que 0,1% de cloretos.
Este elemento não pode existir acima deste teor dado que é pernicioso para as
armaduras, baixa o Ph, deixando de haver protecção do aço dos varões.
Portanto o que acaba de ser referido só interessa para o caso do betão armado, sendo
fundamental nos pré-esforçados.
No caso dos betões simples, os cloretos podem ir até 1,3% (isto é betões sem
armaduras).
NOTA IMPORTANTE:
Este caso do teor de cloretos passou a ter grande importância dada a viragem que
modernamente se tem vindo a efectivar para só se montarem fornos por via seca, os
fornos são mais curtos porque o cru entra no forno a cerca de 900º C, uma vez que ele
é aquecido aquela temperatura pelo aproveitamento dos gases da saída do forno
(razões de economia de energia).
A energia é factor preocupante dado que a indústria do cimento é das mais energivoras
por ser responsável de cerca de metade do custo de produção do cimento.
Ao combustível carvão, seguiu-se o fuel-oil, mas dados os seus elevados custos (anos
70 e 80), as fábricas de uma maneira geral voltaram ao carvão, mas a situação terá de
ser revista tendo em atenção os baixos custos do petróleo e perspectivas futuras.
Na maior parte dos Países Europeus, desde a crise energética, adoptou-se a solução
pela via seca para o fabrico do cimento.
Preparo da Mistura;
Cozedura;
Moagem;
Passamos a caracterizar cada etapa.
Preparo da mistura
Além disso a mistura deve ficar homogénea e dividida, com elevada superfície, para
garantir um maior contacto entre os componentes.
Cozedura
FORNO DE RAMSOME
Este forno, inventado por Ramsome em 1885, e em uso desde 1890, dá produtos de
melhor qualidade, com custo operacional menor e produção até de 60 toneladas por
hora, embora a sua instalação seja onerosa e exija mais combustível.
Ambos são cilindros de chapas de aço reforçado, revestidos internamente com tijolos
refractários, e animados de rotação. São colocados quase horizontalmente, com uma
Arrefecimento
Moagem
Por isso, antes de pulverizado, deve ser adicionado o terceiro componente do cimento.
O clínquer é conduzido para a moagem final que o transforma em cimento portland,
recebendo antes uma certa quantidade de um regulador de presa.
Na sua falta é usado o ácido sulfúrico ou até outros produtos químicos que, ao mesmo
tempo que retardem a presa, aumentem a resistência do cimento. O radical SO³, como
se vê, é o retardador de presa, indispensável para o cimento portland comum.
Para evitar o seu espalhamento existem aparelhos colectores que aspiram o ar sobre as
máquinas e o deixa passar por filtros especiais, que o deixam passar retendo as
poeiras. Outro processo mais actual para a colecta de poeiras é feito por ionização do
ar e do pó por um colector eléctrico Cottrell.
O cimento pode ser também vendido a granel, neste caso são fornecidos em tambores
ou transportados em caminhões tanques.
O armazenamento do cimento deve ser em lugar bem coberto e bem fechado de modo
a evitar a penetração de humidade que vai ocasionar a hidratação do cimento.
Não é recomendável guardar cimento por um período de tempo superior a três meses
para se evitar o risco de sua deterioração.
A sílica, alumína, ferro e cal reagem no interior do forno dando origem ao clínquer,
cujos compostos principais são os seguintes:
O cimento portland misturado com uma certa quantidade de água, de modo a obter-se
uma pasta de consistência plástica, começa a perder esta plasticidade depois de um
certo tempo.
O tempo decorrido desde a adição da água ao cimento até o início das reacções com os
constituintes é denominado tempo de início de presa , o qual é determinado de acordo
com as normas, devendo ser no mínimo de uma hora.
Temperaturas próximas de 0ºC retardam a presa e pouco baixo desse valor paralisam
as reacções do cimento.
Certos sais aceleram a presa tais como o cloreto de cálcio, o cloreto de sódio, alcalinos
como a potassa e como retardadores de presa podemos citar o gesso, carbonato de
sódio, óxido de zinco, açúcar, ácido fosfórico, etc.
normal, com carga de 300 gramas. A consistência normal da pasta é determinada com
a penetração da sonda de Tetmaier, de formato cilíndrico, cujo diâmetro mede 1 cm.
A medida da presa do cimento pode ser detectada por medidas das velocidades de
propagação do som ou pela variação da resistência eléctrica sob uma corrente de alta-
frequência, através da pasta.