NOSSOS FILHOS
UMA VISÃO DA SOCIEDADE INTERNET
Turner, David
Para os filhos dos filhos de nossos filhos :
uma visão da sociedade Internet / escrito por
David Turner e Jesus Muñoz– São Paulo :
Plexus Editora, 1999.
ISBN 85-85689-46-3
Agradecimentos .................................................................................... 9
Introdução ........................................................................................... 11
........ 17
1. A Evolução Histórica da Espécie e seu Paralelo Social
A comunicação define a estrutura social
A espécie comunicativa ....................................................................... 17
A primeira geração infolítica .............................................................. 22
24
2. Há 60 anos...............................................................
Nossa geração e as suas invenções
3. A Razão de Ser da Internet ...................................... 28
Preliminares militares ......................................................................... 28
Bill Gates e os 500 satélites russos ................................................... 30
4. Definição e Descrição............................................. 32
A INTERNET não existe ................................................................. 32
Alguns dos serviços mais comuns .................................................. 35
5. A Idade da Mente.................................................... 44
Implicações e Aplicações .................................................................... 44
Implicações Sociais .............................................................................. 45
Aplicações ............................................................................................. 48
Implicações na Comunicação ............................................................ 52
Implicações no Consumo ................................................................. 54
Implicações no Comércio .................................................................. 56
Implicações Econômicas .................................................................... 63
Implicações Legais .............................................................................. 65
6. Os Meios de Comunicação na Rede ........................ 68
Implicações na Publicidade ................................................................ 72
7. Os Experts em Futuro 80
. ............................................
8. A Revolução Francesa.............................................
87
9. Daqui a 60 Anos....................................................... 93
A Mídia que nos levará até lá ............................................................. 96
98
10. Pós-Data Publicitária.............................................
AGRADECIMENTOS
9
INTRODUÇÃO
12
Mas como será esse futuro? Aí é que está o problema!
A literatura sobre as conseqüências da evolução da
INTERNET costuma visualizar o futuro com ambigüi-
dade e medo, pois as mudanças que enfrentaremos são
transcendentais e são sempre arriscadas as decisões frente a
semelhante desafio. Nós, particularmente, não desejamos
oferecer insegurança, nem ambigüidade, nem temor.
O que este livro oferece, por definição, é uma versão
pessoal, do ponto de vista mais humanista possível, sobre
a evolução da sociedade em conseqüência desta enorme
“liberalização” da comunicação. Se despertarmos polê-
mica atingimos nossa meta. Estamos convencidos da
necessidade de pensar nesse futuro hoje e o pensamento
se nutre e se beneficia do contraste de opiniões.
Esse pensamento é a base da construção do futuro. E
o futuro, como todos nós sabemos, chegará. Como ele vai
chegar depende do nosso enfoque sobre o hoje. Podemos
aguardar os acontecimentos passivamente, ou podemos
agir assertivamente. Nossa posição é contribuir com a
mais preciosa faculdade humana – O Pensamento – para
oferecer uma visão sobre o futuro.
Não queremos gerar controvérsia usando de misticismo
barato, com uma bola de cristal arbitrária. Pretendemos
oferecer uma visão razoável e abalizada. É isso que tra-
zemos nessas páginas. Se temos razão ou não, isso será
constatado por outros, já que na data destas previsões,
com certeza, estaremos os dois mortos e enterrados (se a
engenharia genética não descobrir a cura da morte), mas
enquanto isso achamos que é importante prosseguir com
esse exercício intelectual. E no afã de justificar essa crença
recorremos a antigos mestres da história do mundo.
Roger Bacon escreveu, no século 13:
13
Serão construídos objetos entre os quais grandes
naves com uma só pessoa no comando, que se
deslocarão com uma velocidade maior do que com
uma tripulação inteira. Charretes serão construídas e
se movimentarão com incrível rapidez sem a ajuda de
nenhuma tração animal. Serão criados instrumentos
de vôo e os homens sentados tranqüilamente,
pensando em qualquer assunto, poderão cortar o ar
com suas asas artificiais da mesma forma que os pássaros,
assim como serão criadas máquinas que permitam ao
homem movimentar-se pelo fundo dos mares…
Aí estão. Barcos a vapor, automóveis, aviões e
submarinos. O divertido disso é que estas linhas foram
escritas no século 13. Roger Bacon tinha imaginação, fez
uso dela e acertou. Bem, alguns dirão que isso não é
nada espetacular. Dirão que o mais difícil não é acertar o
fato e sim a época em que ele ocorreu. Nosso amigo Bacon
não marcou nenhuma data para esses eventos.
E dirão que este é o ponto central da questão e mencio-
narão o exemplo de Júlio Verne que falou da televisão
mas DAQUI A MIL ANOS (com mil anos de antece-
dência). Apesar de todas as objeções, também é verdade
que é possível pensar no futuro, por mais distante que
ele esteja e acertar. É nesse sentido que justificamos o
nosso propósito.
Arthur C. Clarke, autor de 2001, 2010 e 3001 entre
outros filmes de sucesso, disse algo que ajuda a disciplinar
nosso processo mental:
Tudo aquilo que é possível na teoria, se tornará
realidade na prática, seja qual for a dificuldade técnica,
desde que assim for desejado.Mas a única maneira de
14
se descobrir os limites do possível é se aventurar um
pouco além, até entrar no terreno do impossível.
15
Life is what happens to you, while
you´re busy making other plans
16
1. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA D
A ESPÉCIE E O
PARALELISMO SOCIAL
AS ESPÉCIES COMUNICATIVAS
PALEOLÍTICO
MESOLÍTICO
NEOLÍTICO
INFOLÍTICO
O PALEOLÍTICO
É o início da Idade da Pedra, caracterizado pela criação
de ferramentas de pedra e pelo domínio do fogo, quando
o homem vivia como caçador, coletor, predador e cons-
trutor de ferramentas. No final desse período surgiram
as primeiras evidências da arte rupestre nas pinturas das
cavernas, que representam as tímidas intenções de uma
comunicação formal.
O MESOLÍTICO
Este é o período de transição entre o paleolítico e o
neolítico. O termo mesolítico marca uma era de coexis-
tência entre sociedades paleolíticas de caçadores e os
grupos neolíticos de agricultores. O progressivo aqueci-
18
mento da Terra faz do nosso planeta um local propício
ao arado e ao cultivo do solo.
O NEOLÍTICO
O INFOLÍTICO
19
maiúscula. Porque os Meios condicionam a sociedade
humana e os Meios determinam o relacionamento e a
evolução da nossa sociedade.
A comunicação pictórica das primeiras culturas do
Homo Sapiens, causou sem dúvida uma autêntica revo-
lução na evolução da espécie. Se o período Paleolítico
dura quase um milhão de anos, as primeiras concentra-
ções sociais e com elas as primeiras experiências em
comunicação do conhecimento, permitem à raça huma-
na evoluir da Idade da Pedra à Idade Tecnológica em
apenas 15.000 anos.
O próximo avanço foi a linguagem escrita. Como e
quando a raça humana começou a desenvolver um sistema
fonético de comunicação? Este é um assunto que merece
ser discutido à parte. Será que foi inventado um sistema
para descobrir o significado de cada desenho ou será que
por meio de imagens explicava-se cada som? Nós não
sabemos.
Sabemos apenas que os chineses inventam uma lin-
guagem que é desenhada em folhas de seda. Por sua vez,
os egípcios desenvolveram seu próprio sistema
lingüístico-pictórico de hieroglíficos traçados em folhas
de papiro. Hieróglifos desenhados nos escuros corredores
de suas magníficas pirâmides e em outros recintos fune-
rários e de culto religioso. Se o homem paleolítico superior
conseguiu vencer o problema da transmissão da experiência,
as culturas orientais dos últimos milênios antes de Cristo
conseguiram superar o problema da difusão do conheci-
mento. Mas esta difusão é privilegiada, reservada apenas
para as classes do poder político ou religioso, como também
aconteceu nas culturas que surgiram no Mediterrâneo
20
(Grécia e Roma) e posteriormente durante o sombrio
período medieval/cristão europeu (veja “O Nome da Rosa”).
Esta difusão li-mi-ta-da, gera uma situação onde a infor-
mação e o conhecimento ficam nas mãos de uma minoria
que pretende se autoperpetuar numa posição lucrativa, con-
trolando seu acesso. O patrimônio intelectual da humani-
dade fica restrito a poucas bibliotecas e à mercê da insanida-
de bélica perpetuada pelo homem, através dos séculos.
22
Steve Jobs
William Gates (mais conhecido por Bill)
Nicholas Negroponte
Al Gore
E outros como:
23
2. HÁ 60 ANOS
25
polígrafo ou caneta esferográfica; faz-se a primeira cópia
xerográfica; inventa-se o teflón e acontecem importantes
avanços no uso de plásticos aplicados à vida cotidiana,
desde cadeiras até secadores de cabelos. Talvez o mais
irônico é que nesse mesmo ano, 1938, descobre-se a fissão
nuclear e por sua vez um homem chamado Howard
Hughes bate o recorde mundial, dando a volta ao mundo,
em apenas três dias. O recorde anterior, de 1933, conquistado
por Wiley Post, era superior a sete dias.
Olhando para nossos dias atuais, aquilo parece pré-
histórico – uma sociedade quase sem tecnologia às véspe-
ras da loucura coletiva de uma guerra mundial. Somente
60 anos. Que maravilhas nos esperam nos próximos 60
anos? Apenas 60 anos!
26
Algumas datas importantes:
Século 15 Século 18 Século 19 Século 20
Plásticos Aviões
Telefone Parabólica
Microfone Televisão
Linotipia Magnetofone
Computadores
Fotocomposição
Holograma
Satélites
Laser
Vídeo
Microchips
Fax
Controle remoto
INTERNET
Realidade Virtual
27
3. A RAZÃO DE SER D
A INTERNET
PRELIMINARES MILITARES
30
Sistemas de informação
Controladores de custos de energia
Distribuição especializada
Entretenimento
Compra-Venda, entre outras utilidades
31
4. DEFINIÇÃO E DESCRIÇÃO
TRANSMISSÃO
32
Quando? Não temos certeza da data mas na nossa opi-
nião será muito antes do que todos nós supomos.
Nos últimos anos, tivemos o privilégio de viver e pre-
senciar a maior revolução no mundo das comunicações
desde a invenção da imprensa, há quase meio milênio.
Mas esta revolução está tão próxima que normalmente
não temos nem tempo, nem vontade para sentar e pensar
que tipo de vida herdarão nossos filhos e netos.
Um dos maiores problemas que a INTERNET susci-
ta é a sua quantificação. Qualquer número se torna ins-
tantaneamente obsoleto. O ritmo é frenético. O universo
INTERNET cresce mensalmente 10% ou mais. A exten-
são do objeto construído também. Somente como refe-
rência, oferecemos alguns dados históricos, já que por
definição não podemos ter uma idéia do que a INTERNET
é hoje em dia. Incluímos um quadro para que adicionem
novos dados à medida que sejam publicados.
33
A INTERNET atinge mais de 124 países do mundo e
conta com um índice de penetração nos Estados Unidos
de 32%, isto é, um em cada três lares utiliza a
INTERNET.
Esse universo total de 119 milhões de pessoas, somente
dos Estados Unidos, cada vez se expande mais, no mundo
inteiro. Se em fevereiro de 1998 a cifra era de 70%, três
meses depois tinha diminuído para menos de 60%.
Os anunciantes aderiram em massa à INTERNET.
Quase todas as grandes multinacionais têm seu website –
são mais de 2.000 – mas talvez mais significativo ainda, seja
um GRANDE conjunto de micro e pequenas empresas na
Rede.
Todos os meios de comunicação estão se unindo também.
Os meios de comunicação estão rapidamente se transfor-
mando para se adequar a nova linguagem da interação.
Existem mais de 200 canais de televisão, mais de 4.000
revistas, mais de 2.000 jornais e o mesmo número de emis-
soras de rádio, localizáveis na INTERNET. Todos os
filmes de Hollywood têm seu website de pré-estréia na
INTERNET.
Há muitas outras coisas na INTERNET também. De
fato, o benefício real de estar ligado baseia-se no grande
leque de produtos e serviços que são oferecidos através
da INTERNET. Na realidade, uma lista completa desses
produtos e serviços ocuparia vários volumes, mas aqui
nos limitaremos a resumir alguns exemplos da dimensão
da INTERNET.
34
ALGUNS DOS SERVIÇOS MAIS COMUNS:
35
Boletins de informação : O sistema USENET conta com
serviços de informação contínua sobre diversos temas.
Existe informação para todos os níveis, desde esportes
até teoria política incluindo um banco de dados interna-
cional de piadas.
36
Muito bem, mas finalmente,
O que é a INTERNET?
De um ponto de vista intelectual, ou talvez ideológico,
ou sintetizando em um termo mais amplo, humanista,
este enorme conceito/fenômeno que conhecemos com o
nome de INTERNET, pode ser considerado como a
máxima expressão da DEMOCRACIA.
Depois de verter esta informação para você, admirável
leitor, vemo-nos na necessidade de lhe oferecer a página
em branco para relaxar um pouco, para tomar um lanche,
ou pensar numa outra coisa, porque a partir de agora
você vai deixar o livro definitivamente de lado e reclamar
de quem o recomendou, ou pode fazer duas coisas muito
diferentes:
David.Turner@ogilvy.com
jmuñoz@tmp-spain.com
37
Por que a máxima expressão da
DEMOCRACIA?
A INTERNET constitui uma comunidade livre, igua-
litária e fraternal.
Historicamente, a informação era considerada, e de fato
era, uma arma, uma maneira de adquirir poder sobre os
outros... como por exemplo...
PODER MEDIANTE O
CONTROLE DA INFORMAÇÃO
porque
A INFORMAÇÃO É PODER.
38
Alguns exemplos do mundo da ficção que ilustram
estas afirmações:
39
É liberdade.
40
Infelizmente, até os sistemas mais complexos e portanto
mais potentes, são vulneráveis em matéria de segurança.
Pode-se dizer a mesma coisa do software INTERNET.
Quanto mais complexo ele é, mais frágil. Aqui, enfrentamos
uma clássica decisão salomônica: ou ficamos com a criança
inteira, ou não ficamos com nada. Não há meio termo.
Existe uma série de medidas que podem ser consideradas
para reduzir a falta de segurança. Elas incluem a eliminação
do sistema de usuários inativos ou caducados, ou a eleição
de passwords e log-in bons e difíceis de descobrir. Também
pode-se eliminar qualquer um que já não seja mais utili-
zado. Inclusive, existe um programa, Tripwire, que permite
detectar níveis de suspeita de atividade na Rede.
Talvez a solução mais fácil, atualmente, seja a instalação
de uma espécie de comporta ou firewall que permita
controlar e limitar entradas e saídas.
Atualmente, o assunto mais “quente”, refere-se às tran-
sações comerciais feitas através do World Wide Web que
implica pagamento em dinheiro. A INTERNET avança
em mão dupla na intenção de proporcionar segurança nas
transações comerciais:
A primeira via, aplicável a todo o campo de segurança
em geral, chama-se criptografia. Enviam-se dados
criptografados para o provedor que os decifra, envol-
vendo até questões de segurança nacional. Nos Estados
Unidos foi feita uma tentativa para trazer para a legislação
a proibição que restringe a exportação sem restrições de
programas criptografados e de tráfego de mensagens
cifradas. Mesmo assim, a INTERNET, como já vimos,
foi criada especificamente para resistir ao controle, e nem
sequer o presidente Clinton foi capaz de impor sua vontade.
41
No fundo o dilema é: se todos os dados estão abertos,
temos problemas de segurança e se todos os dados são
criptografados, também existe risco de segurança. Houston
temos um problema!!
Mas a codificação do arquivo em criptografia não só é
uma forma de impedir que terceiros indesejáveis captu-
rem nossa informação, como também é uma maneira de
divulgar informação de modo controlável. Da mesma ma-
neira que o pay-per-view (canais de televisão a cabo), difun-
de um sinal codificado e vende a chave da decodificação,
os provedores da informação divulgam seus documen-
tos cifrados para terem compradores para a chave ou para
ter controle do banco de dados.
Mas os publicitários, obviamente, têm outros interesses.
Quanto mais gente ver sua mensagem, muito melhor para
eles... eles pensam. Por isso, a criptografia vai ser interes-
sante somente nas transações comerciais.
A liberação da criptografia é provavelmente inevitável
a longo prazo. Não se pode limitar o tipo de documento
a ser cifrado. Os algoritmos utilizados são os mesmos
para as aplicações, são multi-uso. Se você sabe criptografar
o arquivo, você sabe criptografar o correio eletrônico.
Uma vez mais, a INTERNET é contundente – ou tudo
ou nada.
A segunda via, especificamente dirigida para resolver pro-
blemas de segurança nas transações comerciais, é o con-
ceito do dinheiro eletrônico. Um dos problemas do cartão
de crédito, mesmo protegendo sua retransmissão pela
INTERNET, é que depois de sermos reconhecidos pelo
nosso credor, continuamos deixando nosso rastro para
outros. O uso de cartão de crédito deixa marcas eletrôni-
cas indeléveis que podem ser consultadas na reconstrução
42
da nossa vida – uma violação à privacidade histórica. O
dinheiro, ao contrário, é totalmente anônimo.
Existem sistemas efetivos de dinheiro eletrônico ou
ciberdólares/ciberbucks. Estes são créditos que adquirimos
para usar em transações comerciais eletrônicas na Rede.
O dinheiro eletrônico também é anônimo e totalmente
seguro, apesar de criar problemas macroeconômicos que
veremos nos próximos capítulos.
43
5. A IDADE DA MENTE
IMPLICAÇÕES E APLICAÇÕES
44
IMPLICAÇÕES SOCIAIS
46
…Mesmo que existam provedores diferenciados, nenhum
computador é melhor do que outro. Nenhum usuário é
melhor ou pior do que outro. Não importa a idade ou o
aspecto físico. Não importa o status social.
Procurando no anedotário da INTERNET, encontramos
um exemplo da conseqüência deste aspecto que pode ser
negativa. Um homem se apaixonou por outro homem
acreditando que se tratava de uma mulher.
A surpresa veio quando os dois marcaram um en-
contro para um drink.
Ao superar as fronteiras com uma informação que está
ao alcance de todos, a INTERNET contribui com a
nivelação progressiva da sociedade, porque retira da equação
o fator “poder aquisitivo”. Um estudante de Belas Artes
em Assunção possivelmente não pode viajar a Paris e
visitar o museu de Louvre. Com a conexão da
INTERNET passeia-se pelos corredores desse museu
de maneira virtual. Ainda não é o mesmo que estar lá,
MAS estamos chegando perto.
A INTERNET é quase totalmente uma comunidade
democrática e isso se deve a sua própria natureza mais do
que qualquer decisão específica de consciência. Portanto,
devemos tolerar na Rede a presença de elementos indese-
jáveis, de caráter marginal e anti-social, que usam a por-
nografia, o fascismo, a fraude, por exemplo. Estes ele-
mentos encontrarão seu próprio nível natural no sistema.
Depende de todos nós. O conceito da maioria colocará
cada coisa em seu lugar. A INTERNET provê informação
o tempo todo, sem processá-la. Cabe a cada usuário utilizar a
Rede com responsabilidade.
A própria natureza da INTERNET obriga um comércio
honesto, precisamente porque essa honestidade, essa quali-
47
dade, trabalha a favor dos interesses comerciais de quem
os vende. Pela própria natureza da INTERNET sobre-
viverão apenas os produtos e serviços que atraem um
público suficientemente amplo para que a operação resulte
rentável. Se tiverem qualidade, atingirão o nível de aceitação.
A INTERNET será regida pela ética e pelos diferentes
gostos mais do que pela legislação. É nossa, é de todos
nós – e nós faremos dela o que quisermos. De fato, a
proposta de censura na INTERNET por parte do governo
de Bill Clinton fracassou várias vezes. As massas falaram e
quando as massas falam, não existe força ou poder que
resista. Aí está a queda do muro de Berlim, que era um
assunto impensável há alguns anos. Está aí o acordo de
paz da Irlanda do Norte ou do Oriente Médio. Quando o
povo fala numa só voz, impõe sua lei.
APLICAÇÕES
49
indivíduo do planeta a possibilidade de dar sua opinião,
por mais louvável ou escabrosa que seja, a quem queiraescutar.
No entanto, nos atrevemos a afirmar que a
INTERNET vai além do conceito de acesso a um grande
banco de dados. Vai além de uma simples questão de
cultura geral. Há um fator fundamental na INTERNET
que é a idéia de trocar e compartilhar informação. Ocorrem-
nos dois exemplos muito claros na aplicação e desen-
volvimento da INTERNET. São duas áreas de ação que
envolvem diretamente os difíceis desafios que qualquer país
emergente da África, América Latina, Ásia ou Europa
Oriental deve enfrentar com a Educação e Saúde.
Vimos nas páginas anteriores, como o estudante de Belas
Artes em Assunção pode visitar, mesmo que virtualmente ,
o museu de Louvre e isto é muito bom, sem dúvida. Mas
existe um desafio muito mais difícil e básico no campo
da educação que é o desafio de oferecer a muitas crianças
de baixa renda a possibilidade de uma educação básica. Estas
crianças estão distribuídas em áreas pobres e perigosas
das cidades e estão perdidas nas grandes regiões rurais
cada vez mais despovoadas, o que resulta em um problema
de logística quanto ao estabelecimento de escolas.
A partir de agora, para qualquer governo, é mais eco-
nômico instalar escolas dentro de residências. De uma
conexão futurista na INTERNET usando satélites, com
parabólicas muito pequenas, com um terminal passivo
que no futuro será cada vez mais rudimentar (e barato),
tendo apenas uma tela e um teclado será possível espa-
lhar educação pelos “quatro cantos” do mundo. Com os
programas de software sendo armazenados na INTERNET
e já que as economias de escala facilitarão a criação desses
programas barateando custos, é possível que estas crianças
50
tenham acesso a uma programação básica de educação
centralizada que vai melhorar o nível cultural e portanto
o nível econômico. Imagine o significado dessa contri-
buição para solucionar problemas específicos como o das
crianças segregadas no outback australiano e no sertão
brasileiro!
A comunidade médica foi uma das primeiras a reco-
nhecer e aproveitar o potencial da INTERNET como
banco de dados de informação e fonte de conhecimento.
Digamos assim: nosso mundo é privilegiado porque conta
com excelentes intelectos no campo da medicina em todas
as partes do planeta. No entanto, foi demonstrado que a
interação entre tais intelectos provoca uma espécie de
anomalia matemática onde o total resulta ser maior do
que a soma das partes. Se um médico em Bombaim
encontra vestígios de uma doença até então desconhecida,
se descobre uma reação nova em algum paciente a um
tratamento específico, ele pode consultar ou informar através
da INTERNET e instantaneamente estará em contato com
todos os outros gênios da medicina da atualidade, em
qualquer parte desse planeta. Isto não só ajuda a elevar o
nível geral da prática da medicina no mundo inteiro, como
também contribui de forma decisiva para acelerar os avanços
na área da descoberta de medicamentos e da cura eficaz
para importantes pragas da era moderna como a Aids e o
câncer. O intercâmbio instantâneo de observações, sintomas ,
casos médicos e descobertas só pode contribuir para um
recurso médico cada vez mais eficaz.
Sobre o aspecto mais social da INTERNET, queremos
salientar uma mudança de mentalidade que consideramos
essencial e inevitável que é o armazenamento da informação .
Temos visto que historicamente o acesso à informação
51
foi uma coisa muito restrita e que os detentores da infor-
mação fizeram o impossível para privar de conhecimento
seus consumidores, mantendo-os inferiorizados. A
INTERNET oferece a chave para acabar com este absur-
do, esse nó górdio.
Plagiando John Fitzgerald Kennedy: Não se trata de perguntar o
que a INTERNET pode fazer por nós, mas sim o que nós podemos
fazer pela INTERNET .
Nós que trabalhamos em grandes multinacionais com
suas redes internas de comunicação, sabemos por expe-
riência própria que são muitos os apressados em pedir
informação, mas poucos têm a mesma pressa para repassá-
la. Não vamos aproveitar tudo o que a INTERNET nos
oferece até entender que quem quer receber deve também
aprender a dar. É preciso alimentar a vaca para depois
ordenhá-la!
IMPLICAÇÕES NA COMUNICAÇÃO
52
pendente. Na INTERNET, a responsabilidade da comu-
nicação recai no receptador e não no emissor das mensa-
gens. No website de uma revista como a Penthouse, por
exemplo, existem algumas páginas que pelo seu conteúdo
seriam proibidas ou censuradas em alguns países árabes.
Mas a única coisa que eu posso fazer na INTERNET é
colocar um aviso entre linhas: “se você está conectado
em países árabes, recomendamos que não prossiga nesse
website, pois estará infringindo as suas leis nacionais”. É
difícil imaginar um instrumento mais persuasivo para fa-
zer as pessoas pularem de página, e como seus governos
vão saber? Como averiguar?
A INTERNET, então, permite virtualmente uma total
liberdade de expressão. Cada um de nós pode dizer o que
quiser e o indivíduo será julgado unicamente pelo que dis-
ser, pela opinião que emitir. Por outro lado, cada um de nós
tem total liberdade de seleção. O indivíduo decide se quer
ler as páginas esportivas ou assistir um programa de televi-
são ou receber apenas informação sobre um produto
ou determinado serviço. Isto tem um significado muito
específico para a publicidade e a comunicação em geral.
Ao não respeitar nenhuma hierarquia social, a
INTERNET abre para nós um novo universo de comu-
nicação. Uma pessoa comum, de família modesta, pode
conversar com um cantor famoso, com um repórter, com
ministros ou médicos e estabelecer correspondência com
eles. Uma pessoa que conhecemos na Espanha fala
freqüentemente com uma autoridade da Argentina. O site
do jornal “LA VANGUARDIA” de Barcelona, todas as
quartas-feiras, apresenta uma personalidade pública para
debater temas da atualidade com a participação de todo o
mundo, literalmente. O mais importante não é falar com
53
pessoas famosas e sim a comunicação com intelectos pri-
vilegiados, que descortinam novas perspectivas. Este in-
tercâmbio de idéias, esta interação intelectual, conduzem
a um enriquecimento cultural que fomenta a compreen-
são entre as pessoas de diferentes etnias, ideologias polí-
ticas, filosóficas e religiões.
IMPLICAÇÕES NO CONSUMO
54
ou serviço a um preço muito competitivo, incluindo taxa
de entrega.
Na INTERNET, o consumidor, além disso, localiza
gratuitamente a informação através de diferentes formatos
ou meios. De fato, a maior parte da informação disponível
na INTERNET hoje não tem custo. Ou melhor, somente
o “custo” de preencher um cadastro com os dados pessoais.
Isto é sintomático em uma sociedade desenvolvida e
sofisticada porque realmente o fato de pagar um jornal
para saber o que está acontecendo em nosso próprio país,
pode ser visto como antiético.
No futuro, o consumidor disporá de uma infinidade
de produtos e serviços que lhe permitirão tomar a decisão
mais criteriosa entre várias opções. Para isto terá que
encontrar critérios adequados em cada caso. Na
INTERNET encara-se a informação nua e crua sem o
filtro de assessores e intermediários. Ofertas sofisticadas
requerem um processo de seleção mais requintado.
O leilão e o grupo comprador de pressão. Estes são dois efeitos
da utilização da Rede por parte dos compradores que nor-
malmente navegam pela INTERNET.
O leilão. Consiste na oferta de diferentes websites, ofere-
cendo preços referenciais obtidos em outros leilões. Prá-
tica legal que favorece o comprador extraordinariamente
e exige do vendedor a adaptação da sua política comercial e
sua margem de negociação nessa nova realidade do
mercado.
O grupo comprador de pressão. Se eu quero comprar um pro-
duto determinado, procuro através da Rede um grupo de
pessoas que tenham o mesmo interesse e pesquiso um
preço de atacado e um rappel para encontrar o vendedor
que me ofereça melhores condições.
55
Não se engane, apesar de tudo, o consumidor conti-
nua precisando da figura do Ombudsman e de associa-
ções que o protejam.
IMPLICAÇÕES NO COMÉRCIO
O MEIO É A MENSAGEM
Desde que a simbiose produto-comunicação surgiu na
Rede, estamos dentro de um novo universo onde :
O MEIO É O MERCADO
O grande mercado em que está se convertendo esta
Mídia Universal registra uma explosão acelerada. As esta-
tísticas e as perspectivas fazem supor um futuro imediato e
grandioso.
Parece claro que o sucesso da exploração comercial na
INTERNET, em termos de venda eletrônica, está vincu-
56
lado à solução dos problemas de segurança na Rede. É
evidente que a INTERNET oferece grandes oportunida-
des e, na realidade, apesar destes problemas de seguran-
ça, hoje, pequenas e grandes instituições e muitos indiví-
duos estão vendendo volumes mais do que respeitáveis,
via computador.
A propósito de segurança, cada site comercial está
gerando seu próprio sistema criptografado e os webs
informativos da Rede estão divulgando tanta informação
a respeito, que dificultam a tarefa dos fraudadores e “amigos ”
do alheio. No entanto, precisamos das credenciais de quem
pretende vender seus serviços através da Rede.
Como conseqüência, o novo sistema oferece uma grande
vantagem para as Pequenas e Médias Empresas e pessoas
físicas, já que elimina grandes estruturas de distribuição
e comercialização. Por exemplo, duas jovens de Barcelona
lançaram uma oferta de manequins de moda através da
INTERNET e em 15 dias receberam 40.000 consultas.
Na INTERNET o fundamental é a qualidade do
produto ou serviço. Se a qualidade é boa, gera vendas.
Um designer, de Barcelona, oferece desenho personalizado
de logotipos a todo o mercado norte-americano. Se não
fosse a INTERNET essa proposta não existiria.
Sobre as vantagens do comércio da Rede, acreditamos
que o resultado é ainda mais extremo. Se o comerciante
engana o consumidor, vendendo um produto ou um
ser viço defeituoso, a um preço inadequado, este consu-
midor não somente deixará de consultá-lo na Web, como
também vai espalhar o seu dissabor através da Rede. Existem
listas negras para produtos ou serviços sem controle de
qualidade. O inverso também é verdadeiro: se o consu-
midor adquire através de fraude um produto ou serviço,
57
esse fato circulará rapidamente pela Rede e seu nome
fechará portas de acesso. Isto significa que não somente é
desejável que todos os comerciantes, consumidores e usuári-
os da INTERNET sejam honestos em suas transações
comerciais, como também é contraproducente ser de outra
forma. Pela primeira vez, a honestidade e a boa fé são
consideradas qualidades positivas, e absolutamente im-
prescindíveis no desenvolvimento de uma atividade comer-
cial na Web.
Naturalmente, se juntarmos todos os mercados e todos
os fabricantes e empresas de serviço do mundo em um
enorme mercado, teríamos uma feira gigante. Mas por
outro lado a competitividade se fortalece porque cada
empresa passa a competir com todas as empresas do seu
ramo no mundo. Aquele designer de Barcelona está com-
petindo com mais 50.000 estúdios de arte na INTERNET
e quem vai saber qual é o melhor fornecedor?
Parece evidente que o comportamento do consumidor na
hora da compra se altera com a explosão deste novo mer-
cado eletrônico. A INTERNET está revolucionando o
comércio e o marketing em muitos setores econômicos, como
o turismo, a música e a informática, provocando mudanças
profundas em setores inteiros da atividade comercial.
Como sempre acontece, haverá ganhadores, perdedores,
favorecidos e prejudicados.
Os alemães, já com sua tradicional eficiência, têm estu-
dado o assunto. Vejamos o que dizem os professores
Brauner e Bickmann:
58
filmes podem ser assistidos em casa e cobrados no cartão de crédito.
Com a INTERNET e a TV digital, parece que a videolocadora
tem os dias contados.
61
EU PRECISO DA SUA CUMPLICIDADE E
VOCÊ PRECISA CONVERSAR
COMIGO PARA ENCONTRARMOS
JUNTOS NOSSO INTERESSE COMUM
Em último lugar, segundo os professores Brauner &
Bickmann, existem inúmeras áreas comerciais em alta
por causa da INTERNET e da nova era eletrônica.
Não custa lembrar o apogeu dos produtores de software
que estão fazendo fortuna. Os programas de ensino
multiplicam-se para alimentar este esplêndido meio
educativo.
As produtoras de cinema, mais uma vez, perceberam
que a INTERNET, teoricamente, a grande ameaça da sua
existência, na verdade as conduziu para a multiplicação
de oportunidades no mercado para seus filmes.
Os jogos de computadores estão, como nunca, cheios
de variações e variedades. O crescimento vertiginoso do
volume de coisas que podemos encontrar na INTERNET
tem trazido consigo uma nova geração de organizadores daRede.
E as empresas que oferecem serviço de distribuição estão
sendo beneficiadas pela progressiva eliminação do inter-
mediário, ou até mesmo da loja, por causa do novo sistema de
entrega a domicílio.
Os professores Brauner & Bickman fizeram este estudo
em 1996. Hoje o mundo do comércio e conseqüente-
mente do marketing já percebeu estes fe nômenos.
62
IMPLICAÇÕES E CONÔMICAS
63
fazer comércio via INTERNET, vai ser difícil, pela própria
estrutura do invento, estabelecer uma legalização, ou mesmo
no aspecto prático, de qualquer intervenção governamental.
Os monopólios de telecomunicações pelo mundo afora
estão freando a extensão da Rede nesses países, emfunção de
custos e em função de equipamentos, (caso da Embratel
no Brasil) o que significa a perda de oportunidadescomerciais.
O dinheiro então flui para outras direções.
Isto nos leva a uma das questões mais freqüentes so-
bre a INTERNET:
64
Não será isso que vai acontecer com esse novo meio
de comunicação?
IMPLICAÇÕES LEGAIS
MASOQUISMO INTERNAUTA:
65
Uma mulher procurou na INTERNET um voluntário
que a matasse depois de fazer sexo com ela.
66
to da era Gutenberg. Por sua própria natureza e também
pela natureza da Rede, ficou totalmente obsoleta porque:
· Acessar um original qualquer permite cópias com
facilidade absoluta.
· Modificar o original e fazê-lo meu é muito simples.
· Fazer uma cópia é como reproduzir outro original.
· Distribuir cópias não é somente fácil, como também
tão rápido quanto um clique.
67
6. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NA REDE
IMPLICAÇÕES NA PUBLICIDADE
72
O fato é que nós publicitários não aprendemos a explorar
economicamente o Meio, através da nossa inegável capaci-
dade de trabalhar o inconsciente coletivo, ou o corpo
racional social. Ainda desprezamos todas essas caracte-
rísticas da comunicação de massa, que demonstram toda
nossa capacidade persuasiva. Estamos confundindo a
publicidade na Web, pois ainda hoje, a tendência é planejar
essa publicidade ainda no velho estilo da mídia conven-
cional. Inclusive se fala de publicidade interativa. Mas a
verdade é que não podemos continuar falando mais de
publicidade no sentido convencional. Temos que com-
preender que essas peças individualizadas e geralmente
isoladas do seu contexto informativo, que atuam conforme
algumas técnicas isoladas da comunicação jornalística, não
podem ter o mesmo efeito em um meio tão diferenciado
como a Rede. E o conceito publicidade será relativo, com
menos importância no contexto de “COMUNICAÇÃO
COMERCIAL” das marcas.
Geralmente na publicidade, a valorização mais comum da
eficiência da campanha publicitária, é realizada sobre o
número de contatos obtidos. Obviamente, a qualidade
desses contatos, mesmo sendo um elemento fundamental,
é secundária, pelo próprio conceito de “COMUNICAÇÃO EM
MAS SA”.
Na Rede, a relação entre o comunicador e o receptor é
brutal, essencial, e definitivamente individual, porque
o mais importante é a qualidade, a pro funda riqueza
dos contatos muito mais do que os números envolvidos.
Quando um fabricante reúne grupos de consumidores
para pesquisar a aceitação de um novo produto ele não
estabelece um custo por mil para essa operação porque
73
sabe que a riqueza, a profundidade do contato é muito
mais importante que qualquer consideração quantitativa.
Assim acontece na INTERNET. Sem qualidade, não
há quantidade. A indústria publicitária irá aprender várias
lições de humildade e sinceridade na sua estratégia de
planejamento através da Rede.
Ainda hoje, muito planejamento feito nos websites prega
o que é tecnicamente factível e o que é criativamente atraente.
Aqui encontramos um perigo claro e constante. Pagando-se
todas as prestações para ter um website na INTERNET,
corre-se o risco de obter um produto altamente complexo ,
requintado e sem nenhuma audiência. O abandono do
consumidor ocorre devido à baixa capacidade da sua
conexão e à correspondente lentidão na abertura das
páginas repletas de fotografias a cores e com imagens em
movimento. Afinal existem muitos outros endereços para
pesquisar. Uma das queixas mais comuns segundo as
pes quisas de audiência da INTERNET se relaciona com
a lentidão dos websites.
Na televisão, um comercial pega carona na audiência já
conquistada de um programa de sucesso.
Na INTERNET, ao contrário, o site de propaganda é o
veículo que precisa criar e manter um número de navegadores
(ou visitantes). O segredo real da INTERNET, tanto para
o usuário particular como para os anunciantes, está em
saber utilizá-la e fazê-la funcionar.
Há uma profunda mudança no esquema da comunicação.
Resumindo, segue em formato molecular o esquema
desenvolvido pelos meios tradicionais de comunicação:
74
EMISSOR
MENSAGEM
MEIO
RECEPTOR
MENSAGEM
EMISSOR RECEPTOR
MEIO
MOTIVAÇÃO
PERSUASÃO
EU FALO PARA VOCÊ
E VOCÊ ME ESCUTA,
75
Agora isso é assim:
CUMPLICIDADE
INTERESSE/DIÁLOGO
EXPLORAREMOS JUNTOS OS
INTERESSES COMUNS
Ou seja, estamos falando de um novo mundo para a
comunicação de marcas, de produtos, de empresas.
Na infância assistimos filmes de TARZAN, onde a
gente via um mapa da África, coberto na sua grande ex-
tensão por uma mancha cinzenta acompanhada da seguinte
legenda:
TERRITÓRIO INEXPLORADO
76
meio, mas um meio sobre o qual não se tem ainda todos
os dados, mas que é e será de grande interesse para suaclientela.
A lógica pode encobrir o efeito desta falta de dados. É
importante se abster de enviar mensagens fora de contexto,
em particular mensagens publicitárias mais ou menos
dis simuladas.
Nos meios convencionais, notadamente na televisão,
tenta-se surpreender o consumidor para que ele receba a
mensagem mesmo antes de percebê-la. Esta técnica não
serve para a INTERNET, pois é contraproducente e pode
gerar rejeição. É quase igual com a publicidade por fax.
Neste sentido, a World Wide Web ou o fenômeno
INTERNET torna-se responsável.
E os navegadores da Rede também. Para concretizar o
contato, é preciso que o receptor de nossa mensagem queira
nos contatar. É isso a INTERATIVIDADE. A INTERNET
é uma ferramenta magnífica para o desenvolvimento da
personalidade das marcas. Uma colocação na Rede é como
a nossa empresa. Temos que criar uma estratégia de
comunicação para a INTERNET de acordo com a nossa
estratégia global de comunicação. Uma ação na Web que
esteja integrada na estratégia global da comunicação de
uma empresa pode apontar para o seguinte:
1 . Prospecção – Testar conceitos, slogans ou estratégias
antes de investir em todos os meios à nossa disposição.
2 . Incógnita – Provocar o interesse das pessoas por uma
nova campanha.
3 . Grupo de assalto – Utilizar a INTERNET para anunciar
a campanha integral que será lançada na mídia.
4 . Ação de retaguarda – a presença na Web pode perdurar
até o final de uma campanha.
77
5 . Venda – A capacidade interativa da Rede permite
transformar uma eventual venda, em venda real e o anun-
ciante deve estar disposto a investir neste processo.
6 . Pesquisa – Avaliação pós-campanha mediante respostas
interativas dos usuários e consumidores na Rede.
78
no seu próprio meio. Em um meio que será desenvolvido
pelos próprios usuários e que permite comunicar toda a
informação possível, desde que encontre alguém para
absorvê-la, a função publicitária recobrará seu significa-
do original de informar.
79
7. OS EXPERTS DO FUTURO
81
O S COMPUTADORES
82
O homem cria uma coisa que logo escapa das suas mãos. Portanto,
sempre teremos uma certa desconfiança da excessiva
dependência do homem. Os jovens de hoje não pensamassim.
Eles acreditam que a informática é a maior expressão
da inteligência do homem – um invento fantástico que
permite ao homem eliminar a pior desvantagem da sua
própria natureza: o erro humano! Eles vêem a informática
como uma ferramenta que nos facilita a vida para dispor-
mos de mais tempo livre para nós mesmos e para o de-
senvolvimento intelectual – A Era da Mente! Portanto,
os comentários da juventude sobre a informática se ori-
entam para a organização do transporte, da segurança, da
economia de recursos energéticos, do intercâmbio da in-
formação e do conhecimento. Resumindo, eles vêem na
informática aspectos positivos. Talvez devamos aprender
com esta visão!
A TELEVISÃO
83
consumidor terá um menu completo de todas as televi-
sões do mundo, o que permite montar seu próprio canal,
com sua própria programação, em função do gosto pes-
soal de cada indivíduo.
A IMPRENSA
O RÁDIO
84
vés de um sistema futurista de instalação de viva-voz e
controle remoto. Também prevêem uma rádio com ima-
gens (ou seja televisão) com um fator visual tridimensional
como se realmente estivessem ali e um grau máximo de
interatividade. Agregando a realidade virtual, vamos nos situ-
ar de novo no universo do terceiro milênio como de-
monstra nosso querido Star Trek entre outros.
O CINEMA
O MEIO EXTERNO
85
AS COMUNICAÇÕES
86
8. A REVOLUÇÃO FRANCESA
87
Se analisarmos a história, como pesquisadores do
futuro que somos, podemos ver que no final de cada
século, se produz uma espécie de psicose, como se a
mudança do dígito centenário provocasse um desloca-
mento, uma profunda dúvida sobre um futuro que se faz
mais palpável, mas também mais incerto dentre essas
pas sagens. Os franceses chamam-no o mal de siècle. Seja o
que for, a verdade é que cada virada de século vem marcada
por uma espécie de incerteza coletiva, um medo geral.
No entanto, paralelamente, se produzem laços na
his tória da raça humana. Podemos mencionar o ano de
1492 com o descobrimento do Novo Mundo; a indepen-
dência dos Estados Unidos em 1776 e a Revolução Francesa
em 1789; a perda das colônias espanholas no ano de 1898
ou a já mencionada queda do muro de Berlim em 1989.
Isto sem incluir a data de nascimento (1969?) do principal
protagonista deste livro: a INTERNET. Assim podemos
perceber uma intensificação da atividade mental no final
de cada século que empurra determinadas pessoas ou
comunidades a vencer ou perder seus medos e consegui-
rem impressionantes conquistas.
Mas esta vez, estamos no final do milênio. Os temores
são ainda maiores. Existe medo pela famosa questão da
compatibilidade Y2K, essa história de que todos os
computadores do mundo podem entrar em colapso da
noite para o dia quando seu férreo sistema matemático
não lhes permitir aceitar a transição de 99 para o 00. Se
não acertarem isto, sábado dia 1o de janeiro do ano 2000
será lido por muitos de nossos colegas DIGITAIS como
segunda-feira dia 1o de janeiro de 1900, realmente esse é
um grande problema!
88
Os ingleses estão em crise decidindo como chamarão
este ano pois o nineteen hundred deve PASSAR A twenty
hundred ou two thousand?
Além do mais, especialmente durante este último século,
existem visões do futuro, entre elas duas notáveis, duas
que apontavam datas: 1984 e 2001. 1984 foi uma estranha
sensação entre alívio e irrealidade. Mas o ano 2001, está
sendo considerado como uma autêntica data do futuro e
agora, nós estamos a ponto de entrar aí, de entrar no
futuro. A idéia se impõe.
Realmente todas estas dúvidas desestabilizam as pessoas.
Paralelamente, as conquistas e os avanços também são
maiores em todos os campos:
· O bloco soviético desmorona e a democracia se impõe
paulatinamente. A democracia, como disse Churchill, é o
pior sistema político com exceção de todos os outros.
· Os palestinos são reconhecidos como nação, com
bastante dificuldade, e naturalmente através de choques
com os israelitas.
· Os irlandeses decidem resolver a situação pela via
do diálogo pacífico, uma via semeada de pedras e obstáculos
mas a intenção está aí.
· Os bascos também decidiram pela mesma via no
processo de reconciliação com a Espanha.
· Russos e norte-americanos se uniram no espaço
· Acontecem importantes avanços na medicina e na
luta contra o câncer e a Aids.
Cada vez mais se descobre mais e mais sobre este universo
interminável que nos rodeia.
Tudo isto somente nos últimos dez anos!
Voltando à nossa tese, dizemos que o significado profundo
da INTERNET, a maior implicação deste fenômeno, é
89
que ele estabelece uma sociedade, virtual talvez, mas
grande, regida quase totalmente pelos princípios es-
senciais da democracia.
Essa sociedade deve permitir aos filhos dos filhos de
nossos filhos evoluir para uma nova sociedade muito
mais inteligente, baseada nos valores perseguidos pela
nossa raça durante tantos séculos.
A INTERNET é nossa nova Revolução Francesa porque nos
oferece a possibilidade de basear nossa civilização nos
conceitos de liberdade, igualdade, e fraternidade.
O usuário da INTERNET tem a LIBERDADE quase
total em matéria de dar e receber opinião. Ninguém obriga
ninguém a concordar com nada. Ninguém obriga a calar
ou falar para dar sua opinião, porque ninguém é obrigado a
escutar. O usuário da INTERNET tem muita liberdade
na hora de acessar informação. Há muita informação na
INTERNET e toda ela é livremente acessível e sem custo.
Por isso nosso usuário, finalmente, se encontra na posição
de poder formar sua própria visão do mundo inteiro
baseado em informações que ele mesmo acessou. Para
utilizar uma vez mais a frase imortalizada pela tripulação
de nave SS Enterprise, cada um de nós terá a liberdade To
boldly go where no-one has gone before (de chegar onde ninguém
antes chegou). O mesmo briefing original que deu origem
à INTERNET, falava de uma totalindependência – liberdade.
A pseudo-sociedade que reúne a INTERNET, não tem
nenhuma estrutura hierárquica baseada em ingresso, sexo,
cor ou religião. Um anúncio da empresa norte-americana
MCI nos Estados Unidos, em 1997, resumia essa questão
muito bem. Segue aqui o áudio desse comercial:
90
There is no race.
There is no colour.
There is no infermities.
There are only minds.
Não existe raça, não existe cor, não existem doenças,
existem somente as mentes.
Não existem diferenças na INTERNET. Não importa
se somos feios, gordos, católicos, baixinhos, judeus,
chineses, asiáticos, muçulmanos, tortos ou mancos. A
única coisa que interessa é o que dizemos, são os nossos
pensamentos. É o fator intelectual que de fato constitui o
fator diferencial da raça humana das outras espécies.
Como conseqüência do item anterior, a INTERNET
pode gerar uma nova sociedade mais unida, maisFRATERNAL.
Com as possibilidades quase infinitas de comunicação
oferecidas pela INTERNET, vamos encontrar pessoas
que nos entendam e que ao mesmo tempo, possamosentender.
Como diz o ditado, “conversando a gente se entende”.
Poderemos formar pequenas comunidades ou fraternidades
com pessoas, que pensem igual. Dito de outra maneira,
teremos oportunidade de fazer amizade com pessoas de
todas as partes do mundo. E todo este contato enriquecerá o
conhecimento sobre os desafios a serem enfrentados neste
planeta. Seremos muito mais conscientes das responsabili-
dades coletivas da raça humana.
Uma pesquisa de audiência da INTERNET já indica
que o usuário é muito mais consciente de questões de
política e também de questões muito mais amplas e
importantes como os recursos da energia, a conservação
das espécies e a poluição.
91
Esta progressiva conscientização das pessoas, a nível
individual, de que os problemas deste mundo devem ser
enfrentados coletivamente por todos os seres humanos,
poderá conduzir a este ideal compartilhado por tantos
místicos e visionários – A unificação de todas as pessoas em uma
grande irmandade mundial.
92
9. DAQUI A 60 ANOS
93
menor? Já existe tecnologia de conexão da INTERNET
por satélite.
Façam um esforço mental. Imaginem o resultado da
combinação INTERNET com a tecnologia portátil wearable
technology e os sistemas informáticos ativados pela voz.
Isto é, comunicação total e contínua!
Obviamente que esta nova sociedade, utópica para
alguns e infernal para outros, traz consigo, como em
qualquer sociedade, novas obrigações sociais.
Cada pessoa tem que desenvolver uma responsabili-
dade mútua com todas as outras pessoas, pois a interação
entre indivíduos tenderá a ser cada vez maior.
Falamos de uma democracia real e autêntica. A velha
crítica do comunismo todos somos iguais, mas alguns mais iguais
que os outros, nos faz lembrar um princípio muito impor-
tante, porque uma democracia, por definição, é para todos. Portanto,
os filhos dos filhos de nossos filhos terão que desenvol-
ver uma mentalidade mais tolerante em relação a todas as
pessoas, todas as ideologias e todas as opiniões. Eles
terão que aceitar que existem minorias interessadas na
pornografia, no terrorismo e no crime. No entanto, em
um novo mundo com um governo do povo, pelo povo e para o
povo, essas minorias devem encontrar o que merecem e
não devem representar um perigo iminente.
A nova sociedade deve gerar novos conflitos na área
trabalhista. Hoje, em alguns países industrializados, é
impossível manter a semana de 35 ou 40 horas.
Na América Latina hoje quase a metade da população tem
menos de 20 anos, e já existe a inversão da pirâmide das
idades nas regiões emergentes do mundo. Isso obrigará
as comunidades a buscarem novas fórmulas que se apóiam
no trabalho parcial onde duas ou três pessoas compartilham
94
o mesmo cargo para assegurar o ingresso de novos
trabalhadores dessa população. Sendo assim, obviamente,
desta síndrome trabalhista vai surgir uma nova sociedade
dirigida para o lazer, em que cada pessoa disporá de
mais tempo livre.
Tudo isto será um novo desafio para a raça humana!
A vida no ano 2058 poderá ser marcada pela semana
de três dias em lugar de cinco e se as matemáticas não
falharem, isto significa também um final de semana de
quatro dias. Finalmente uma sociedade orientada para o
lazer e o tempo livre. É evidente e patente que essa nova
sociedade nos levará a uma série de novas necessidades
difíceis de imaginar. Mas existe um fator absolutamente
crucial.
A verdade é que mais uma vez, Einstein tinha razão.
O que marca e delimita nosso mundo, o que é absolu-
tamente inevitável e irreversível, é o tempo e não o espaço. A
distância pode ser superada e de fato está sendo superada:
os sistemas de transporte são cada vez mais numerosos,
mais eficientes e mais velozes; as telecomunicações nos
permitem entrar em contato com pessoas, inclusive as
que estejam fora do planeta, em questão de segundos; a
distância, então, já não significa tanto problema em termos
de tempo. Dito de outra maneira, a espera do vôo demo-
ra mais do que o próprio vôo.
Neste mundo futuro que estamos vislumbrando, ou
quase intuindo, a distância não é o problema de base. O
grande desafio é o que fazer com o tempo adicional que
cada pessoa terá para si própria. O que vão fazer com
todo este tempo adicional?
A resposta é óbvia e muito simples. Irão utilizá-lo.
95
O tempo será utilizado para aprender, já que terão
o recurso quase perfeito de documentação e conhecimen-
to. O tempo livre será utilizado para investigar e desco-
brir. Irão nutrir seus intelectos através de um instrumen-
to perfeito de educação que une uma quantidade enorme
de informação com um sistema de acesso fácil e quase
sem custo.
E seguramente vão utilizar esse sistema para se co-
municar entre si.
96
do indivíduo de poder se movimentar com todas suas
fer ramentas de comunicação e acesso à informação.
Agregue-se a isso um meio exterior cada vez mais
centralizado na tecnologia audiovisual. Talvez o máximo
exponente do fenômeno da convergência dos meios
tradicionais para um só meio que deve somar mais do
que o total das partes. Um mundo de comunicação
totalmente livre, inclusive o fator custo e a sociedade
resultante disso pode parecer alguma civilização futurista
tirada das páginas de Isaac Azimov ou de Arthur C. Clarke.
97
10. PÓS-DATA PUBLICITÁRIA
98
néricas, pois estaríamos falando em termos assustadora-
mente militares. É necessário falar com as pessoas como
pessoas e não como targets.
Já falamos!!! INTERNET não é um novo meio. É o
novo meio que engloba e absorve todos os outros meios.
Existe convergência entre diferentes mercados e também
impera o mesmo fenômeno no mundo dos meios. Na
INTERNET existem websites de revistas com seqüências
de vídeo e também existem websites de canais de televisão
com páginas de texto. Onde está a antiga segmentação?
Onde traçamos agora a linha entre um meio gráfico e um
meio audiovisual?
Uma coisa parece óbvia:
99
sos: Nike, Aston Martin, Coca-Cola, McDonalds, Levi
Strauss, Benetton. Algumas destas marcas estão come-
çando a ser quase mais importantes que a própria mensa-
gem como a Nike ou a Benetton.
No mundo do próximo milênio, e principalmente na
INTERNET, as marcas passarão a ser mais importantes
que o Meio. Transformaram-se em próprios veículos de
comunicação. Vocês já viram o website da Coca-Cola? A
pergunta é eloqüente. Não estamos perguntando se já
viram o anúncio da Coca-Cola em algum meio de comu-
nicação porque o website da Coca-Cola:
É o veículo
É o meio.
A convergência se completa. O círculo se fecha:
A marca é o meio,
a marca é o mercado.
Daí a enorme importância de uma boa marca. Nosso
trabalho consiste em sermos os guardiões das marcas dos
nossos clientes-anunciantes. Temos que ajudá-los a de-
senvolver a personalidade da marca de uma forma con-
sistente e coerente assim como assegurar que cada marca
conserve sua importância para seus consumidores. Algu-
mas marcas já fazem parte integral de nossas vidas – o
que dificulta imaginar um mundo sem Coca-Cola ou
McDonalds ou Rolls Royce ou Levi´s. Muitas marcas já
100
pertencem à linguagem que utilizamos no dia-a-dia de
nossa vida como termos genéricos do tipo do produto
que assinam: Hoover, Sellotape, Gilete, Modess, Zorba,
Cotonete, Bom Bril, Maizena, Leite Moça, (marcas
muito conhecidas no Brasil) Dymo, Delco e muitas
mais.
Atrevemo-nos a dizer que aquelas marcas que não con-
seguem essa cumplicidade emocional e afetiva com os
consumidores simplesmente tenderão a desaparecer, pre-
cisamente porque perderam essa capacidade de contatar
com seus consumidores que em 2058 serão
101
Esta obra foi composta em Adobe
Garamond. A impressão, sobre papel
Off set 75g/m2, foi feita pela gráfica
Palas Athena para a Plexus Editora Ltda.
em São Paulo – dezembro de 1999.
102
A I N T E R N E T já mudou hábitos nestes poucos anos de
vida. criando rena nova cultura, levando-nos a m u d a r de
c o m p o r t a m e n t o no mundo dos negócios, enfim, obrigan-
do-nos cada vez mais a modificar nossa visão do mundo.
da sociedade e do mercado. Essa visão pode ser analisa-
da conceitualmente. E a isto este livro se propõe.
L e m b r e m - s e de que o que e afirmado aqui e agora, neste
livro, evolui d e p r e s s a demais e já estava superado, com
certeza, antes mesmo de termos t e r m i n a d o o texto, pois
a velocidade do desemvolvimento tecnológico é enorme.
O conceito I N T E R N E T promete no futuro a possibili-
dade de p a r t i c i p a r de uma c o m u n i d a d e virtual composta
de pessoas de todos os pontos de nosso planeta. Isto é um
avanço muito g r a n d e na ciência das comunicações. Dito
de outra maneira, a I N T E R N E T c o n t r i b u i r á na formação
da sociedade do século 21 como o telefone o fez no sécu-
lo 20. O que este livro oferece, por definição, e uma ver-
são pessoal, do ponto de vista mais humanista possível.
sobre a evolução da sociedade em c o n s e q ü ê n c i a desta
e n o r m e "liberalização" da comunicação. Se despertar-
mos polêmica, atingiremos nosso objetivo. Estamos con-
vencidos da necessidade de p e n s a r nesse futuro hoje e o
pensamento se benificia do contraste de opiniões.
A nossa meta foi estudar o efeito que o mundo digital
está nos cansando e mais ainda.., que c a u s a r á em nossas
v i d a s e s o b r e t u d o na v i d a dos filhos de n o s s o s filhos.
APOIO: