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CRATO-CE
ABRIL DE 2017
Sumário
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 3
2. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................... 4
3. PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................................................... 5
4. OBJETIVOS........................................................................................................................................... 6
4.1 OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................................................ 6
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................ 6
5. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................................................... 7
6. METODOLOGIA ..................................................................................... Error! Bookmark not defined.
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 13
8. CRONOGRAMA ..................................................................................... Error! Bookmark not defined.
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1. INTRODUÇÃO
Esse projeto tem como objetivo principal promover uma reflexão sobre a prática de
resolução de conflitos consensuais que, apesar de ainda serem poucos utilizadas no Brasil,
poderá indubitavelmente contribuir para um sistema judiciário mais justo, rápido e
eficiente.
Nesse sentido, esse trabalho busca analisar como a mediação de conflitos, instituída
a partir do Novo Código de Processo Civil, poderá contribuir para a redução da
morosidade da justiça brasileira, utilizando-se, para isso dados estatísticos que possam
comprovar a atual lentidão e ineficácia, diante das demandas sociais, do Poder judiciário
brasileiro.
No Brasil, esse tema ganhou destaque sobretudo a partir da resolução 125/2010 da
CNJ que dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos
de interesses no âmbito do Poder Judiciário.
Por se tratar, portanto, de um assunto recente no âmbito jurídico, a mediação de
conflitos ainda possui algumas lacunas que deveram ser discutidas na esfera judicial,
levando em consideração a melhor opção para aqueles que recorrerem às resoluções
consensuais de conflitos.
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2. JUSTIFICATIVA
A presente pesquisa se justifica no atual cenário de inefetividade jurisdicional,
caracterizado, de acordo com Humberto Theodoro Júnior, por uma crise de litigiosidade,
reflexo da ausência de uma cultura para conciliação de soluções extrajudiciais. Nessa
perspectiva, é de suma relevância a busca de acordos que prezem pela celeridade
processual, prezando pelo Princípio do devido processo legal.
Nesse sentido, pode-se vislumbrar nessa pesquisa a importância de se estabelecer
esforços para a criação e ampliação de mecanismos de solução extrajurisdicionais, já
presentes na resolução 125, de 2010, do Conselho Nacional da Justiça. Será feita ainda
uma análise de como a mediação de conflitos poderá contribuir para a redução do
congestionamento do sistema Judiciário brasileiro.
Para isso, se norteará no artigo 125 da Comissão Nacional da Justiça, bem como no
novo Código de Processo Civil, a qual atribui ao Judiciário a necessidade de consolidar
uma política pública permanente de incentivo e de aperfeiçoamento de mecanismos
consensuais de litígios.
Ademais o tema desse trabalho é de grande relevância social e de interesse público,
uma vez que traz contribuições complexas e positivas para o ordenamento jurídico
brasileiro, tendo em vista que a mediação de conflitos pode dar uma maior celeridade a
Justiça e, com isso, viabilizando sua desburocratização.
Considerando os argumentos acima mencionados, optamos pelo tema em estudo,
pois, sobretudo em tempos de crise, é preciso que a Justiça atenda às demandas sociais e
desempenhe sua função primordial de assegurar a todos os direitos fundamentais,
previstos pela Constituição Federal.
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3. PROBLEMATIZAÇÃO
O Estado, por meio do aparelho judiciário, tem conseguido cumprir suas atribuições
com e eficiência e respeito à celeridade no âmbito jurisdicional?
Não, dados de uma pesquisa realizada pela Comissão Nacional da Justiça (CNJ),
chamada Justiça em Números, mostrou que o tempo médio para a tramitação de alguns
processos ainda é extenso. Estima-se, portanto, que da distribuição até a baixa do
processo, leva-se, em média, 3 anos e 2 meses, considerando o universo dos processos
baixados em 2015. Mas o tempo do acervo é o dobro, pois levando em conta todos os
casos pendentes de solução em 31/12/2015, verifica-se que estes processos estão
pendentes, em média, há 6 anos e 10 meses. Diante dessa realidade, é importante ressaltar
o que Diego Assumpção,2016, pontua:
“O grande desafio da contemporaneidade é um Poder Judiciário que
priorize a celeridade com o mínimo de sacrifício da segurança no
julgamento. No Estado pós-social, democrático de Direito, em que o
centro decisório da conflituosidade deslocou-se para o Poder Judiciário,
colocando-o numa posição de destaque para a realização dos direitos, a
garantia do acesso à justiça deve ser redimensionada. A universalidade
jurisdicional e uma interpretação, segundo Rodolfo Mancuso, irreal e
exacerbada do acesso à justiça permitiram evidenciar um convite à
demanda,11 que, recebida em uma estrutura saturada, não a resolve,
potencializando ainda mais os conflitos, culminado no que Boaventura
de Souza Santos chamou de explosão de litigiosidade. ”
Assim, em meio a essa crise judiciária, ressurgiu novas práticas para reverter essa
realidade que o Poder Judiciário enfrenta na atualidade, como os métodos de resoluções
consensuais de conflito, regulamentados pelo CNJ e o Novo Código Processo Civil.
Verifica-se, portanto, que a mediação de conflitos ainda não é uma realidade presente no
país, devido à falta de uma preparação adequada aos profissionais de Direito e a falta de
adequação desse novo sistema ao tradicional. Assim, pontuaram Diogo e Fernanda:
“ Apesar da iniciativa do CNJ, é importante lembrar do alerta feito
por Petrônio Calmon de que nada adiantará a criação de um
sistema de resoluções de conflitos sem a preocupação de se
aperfeiçoar a justiça tradicional. Os dois sistemas precisam ser
fortalecidos para que operem simultaneamente, com a finalidade
de oferecer à sociedade uma agenda de opções a que o indivíduo
possa submeter o seu conflito. A falta de planejamento e
coordenação, seja no aprimoramento da atividade jurisdicional,
seja no desenvolvimento dos métodos alternativos, ”provoca o
descontrole, a superposição de tarefas e desperdício de energia,
tendo como resultado final o descumprimento do escopo maior,
que é a solução de conflitos”.(Diego,Fernanda,2016, p.21)
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4. OBJETIVOS
4.1 OBJETIVOS GERAIS
A pesquisa tem como objetivo principal discutir possíveis soluções para a crise do Poder
Judiciário, apresentando, para isso, um novo método de resolução de conflitos que preza pela
pacificação. Com isso, haverá uma melhor eficiência ao sistema Judiciário, tendo em vista que os
litigantes terão uma opção alternativa antes de recorrer ao sistema tradicional de solução de
conflitos que é hoje bastante desgastante e oneroso para quem a recorre.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
Presentes nas relações interpessoais, os conflitos são inerentes ao homem e, portanto, não
devem ser encarados a partir de uma visão unilateral, em que apenas uma das partes envolvidas
se beneficie. Assim, pontua Carlos Eduardo de Vasconcelos:
“Indo mais adiante na busca do compreender a condição
humana, é necessário que nos reconheçamos como seres vivos,
constituídos de forças cósmicas, biológicas, psíquicas,
emocionais, que nos impulsionam em direções contraditórias,
embora fundamentalmente complementares. Em cada um de
nós atuam impulsos aparentemente fragmentadores, de
autoafirmação, e impulsos potencialmente integrativos, de
religação, que, em suas expressões equifinais, se concertam e se
excluem, num contínuo dinamismo. Vivemos, pois, em meio ao
desafio de administrar, de afinar, de compreender e de integrar
essas polaridades, entre nós e em cada um, para que os nossos
conflitos interpessoais, que podem ser construtivos, não
descambem para a destrutividade. ”(CARLOS,2016, P. 21)
Embora os métodos de resolução de conflitos possam ser utilizados como uma ferramenta
para se reduzir a morosidade da justiça brasileira, sua regulamentação ainda apresenta
algumas fragilidades.
Ademais conforma aponta dados da CNJ por meio da pesquisa intitulada Justiça em
Números:
“A conciliação ainda ocupa tímido papel como medida de
solução dos conflitos no âmbito da Justiça Estadual. Apenas
9,4% das sentenças terminativas foram homologatórias de
acordo. Na fase de conhecimento do 1º grau o índice é maior e
alcança 14%. Mesmo nos juizados especiais, onde tal prática
deveria ser mais costumeiramente utilizada, o índice de
conciliação na fase de conhecimento foi de apenas 19%.”
A atividade jurisdicional tem como escopo principal a pacificação, porém frequentemente esta é
alcançada apenas pela aplicação da lei, sem, no entanto, levar em consideração os meios alternativos
para a resolução de conflitos. É preciso, portanto, ultrapassar os limites da causa, rompendo com o
positivismo exacerbado e com a dependência estatal.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a mediação de conflitos é desenvolvida desde a vida escolar, já
tendo tem uma grande aceitação da sociedade. Em países que predominavam a tradição do Commom
law, sua implementação se deu de forma mais rápida. Assim, pontuaram Diego e Fernanda, 2016 :
“A partir da década de 1960, os Estados Unidos
experimentavam as revoluções civis, perfazendo um cenário
que fomentou ainda mais o uso dos métodos alternativos para
a solução da conflituosidade – objetivando a harmonização
social –, cujo atrativo era a dispensa das formalidades exigidas
nos tribunais. Nos países vinculados à tradição da civil law,
seguramente a adesão aos métodos alternativos e aos demais
expedientes para a garantia do acesso à justiça não seguiu o
mesmo ritmo que despontava nos países da tradição common
law.6”
Nesse sentido, é de suma importância que a mediação de conflitos seja desenvolvida desde a vida
escolar e acadêmica, pois por meio desse método somos educados a fazer uma autoanálise, por meio do
diálogo.
Este é o objetivo maior da mediação, educar os envolvidos para que possam gerir futuros conflitos.
Para Acland apud Fiorelli, o principal objetivo da mediação é “ construir um processo em que ambas
partes possam educar-se a si mesmo com respeito ao conflito e investigar as várias opções que têm para
resolvê-lo .”(FIORELLI, 2011, p.62)
Nesse diapasão, o uso da mediação de conflitos tem se justificado diante da
impossibilidade do Poder Judiciário de dar fim a todos os processos existentes.
Assim, pontua Fernanda Tartuce:
“[...] falta de informação para os detentores dos interesses em
conflito tendem a levar “à obstrução das vias de acesso à justiça
e ao distanciamento entre o Judiciário e seus usuários”; isso
acarreta não só o descrédito na magistratura e nos demais
operadores do Direito, “mas tem como preocupante
consequência a de incentivar a litigiosidade latente, que
frequentemente explode em conflitos sociais, ou de buscar vias
12
Por outro lado, a atual estrutura do Estado democrático não prevê instrumentos
especiais para solucionar conflitos que vem se multiplicando em suas cortes, preparadas
para resolver conflitos de direito, mas não conflitos de interesses [...](Diego e Fernanda,
2016, p.8)
A adoção dos métodos alternativos têm sido uma estratégia mundial do Judiciário para dirimir a crise
de litigiosidade que vem passando nas últimas décadas. Esse método é essencial por promover uma
cultura de diálogo em que o próprio cidadão é o agente protagonista do sistema judiciário, além de
possibilitar seu aperfeiçoamento ao reduzir o número de processos em tramitação.
Todavia, ainda não há, no Brasil, uma orientação firme quanto à exigência dos esforços para a criação
de mecanismos de resoluções de conflitos. Portanto, é essencial que haja uma resolução clara que
estabeleça a obrigatoriedade a todos os estados de incluir ferramentas processuais com ênfase nas
soluções extrajurisdicionais.
METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
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CRONOGRAMA