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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

CAMPUS GARANHUNS
LICENCIATURA EM LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS
LITERATURAS

ELÃINE VITALINO DA SILVA


GABRIEL SEVERO DA SILVA
WEMERSON JONATHAN DE MELO SILVA

O PAPEL DO COMPUTADOR NA FORMAÇÃO DO ESTUDANTE

GARANHUNS-PE
2019
ELÃINE VITALINO DA SILVA
GABRIEL SEVERO DA SILVA
WEMERSON JONATHAN DE MELO SILVA

O PAPEL DO COMPUTADOR NA FORMAÇÃO DO ALUNO

Ensaio apresentado ao curso de Letras da Universidade


de Pernambuco, a ser utilizado como atividade avaliativa
de Literatura brasileira I.

Orientador: Prof. Moisés Monteiro de Melo Neto

GARANHUNS-PE
2019
INTRODUÇÃO

O século XXI se iniciou, no Brasil, assistindo a uma verdadeira revolução


educacional, quando a informação resolveu pular os muros da escola e começou a se espalhar
no mundo digital. Um mundo que, hoje, já é intrínseco ao mundo escolar e ao universo do
conhecimento.

Essa revolução não se deu por partido político ou teorias pedagógicas; aconteceu de
forma natural, em sociedade, em todos nós. De repente, novas habilidades são necessárias e o
professor passa a enfrentar novos desafios, os alunos descobrem outros meios e, por fim, a
sala de aula também passa a ser virtual.

A leitura e a escrita estão fortemente presentes no mundo dos jovens, pois eles nunca
leram tanto como nos tempos atuais, visto que estão conectados, a todo momento, por meios
de comunicação digital, como Messenger, WhatsApp e Facebook. Leitura e escrita também
sofrem influências e mudanças no universo das TIC (Tecnologia da Informação e
Comunicação), proporcionando uma interação cada vez maior entre leitor e o texto, e estão
cada vez mais presentes no cotidiano de nossos alunos e na dinâmica de trabalho da escola.
Entretanto, grande parte dos professores ainda não utilizam os recursos tecnológicos em suas
aulas, por razões diversas, como o próprio desconhecimento do funcionamento e das
possibilidades que eles oferecem como recurso nas atividades pedagógicas.

O ensino de Literatura atual enfrenta pelo menos duas crises no que tange aos seus
aspectos prático e pedagógico. No primeiro, ouve-se a pergunta de alunos e professores: “para
que estudamos isso?”. No segundo, mesmo que não se tenha chegado a uma resposta
satisfatória para o primeiro, ouvem-se as dúvidas dos docentes: “Como trabalhar? Por
movimentos literários, com o texto? E o contexto histórico, tão necessário?”.
DESENVOLVIMENTO

Nos últimos anos, a inter-relação das tecnologias computacionais com a literatura


adquiriu uma dimensão muito significativa, proporcionando ao leitor um aparato de novas
ferramentas digitais que lhe possibilitaram a leitura de jornais, revistas, livros, etc., por meios
das telas de telefones celulares, desktops, laptops, tablets, iPad, e-readers e de outros meios
multimídias aos quais temos acesso. A quantidade de e-books gratuitos existentes hoje na
internet facilita para que o leitor possa ler apenas com um click, fazendo o download dos
textos que ele mesmo seleciona. Através da web, há inúmeras possibilidades de leituras,
porque a interação que ela oferece ao leitor é muito extensa e diversificada, pois a
acessibilidade a blogs e sites de literatura onde muitos escritores divulgam seus textos é
numerosa.

O aluno de hoje tem acesso a um aparato tecnológico que o da década anterior não
teve. Assim, há a demanda de uma nova geração que tem fácil acesso à tecnologia sendo
formada por professores que não tiveram esse saber.

Se a função da escola é “reconstruir conhecimento, considerando que o conhecimento


se difunde no mundo atual em grande parte a partir da forte presença dos meios de
comunicação” (Spritzer; Bittencourt, 2009, p. 155), cabe ao professor determinar as formas de
reconstrução do conhecimento, selecionando os meios mais adequados ao seu contexto de
atuação. A atuação do professor é essencial. Ainda segundo Spritzer e Bittencourt (2009, p.
142), “é o docente quem transforma um texto de divulgação em um texto didático. É o
docente quem recorta capítulos, sugere enfoques, seleciona conteúdos, mesmo quando exista
um plano institucional e normas que determinem sua tarefa”.

Os recursos tecnológicos, nessa perspectiva, servirão de mediação entre o


conhecimento e o aluno, oferecendo novas oportunidades de percepção e apreensão,
possibilitando uma conexão entre o entendimento dos especialistas e a compreensão que se
desenvolve dos estudantes.

O trabalho com o texto literário em sala de aula aborda não apenas aspectos estéticos,
ou seja, relativos aos recursos de criação literária, do texto como objeto de arte: a leitura pode
proporcionar a análise de elementos políticos, culturais, linguísticos... Nesse sentido, ensinar
Literatura significa também formar uma visão crítica acerca da história, do homem e do
mundo.

Santos e Silva (2011) apontam alguns caminhos para que o professor possa escolher a
melhor forma de atuar nas aulas de Literatura:

Internet - a criação de uma página da turma em redes sociais ou mesmo um blog ou e-


mail coletivo para troca de materiais já proporciona uma interação diferente e a possibilidade
de troca e divulgação de arquivos digitais relacionados às aulas de Literatura.

Lista eletrônica/Fóruns literários/grupos - são algumas sugestões para interação


via web da turma, além de possibilitar a troca de arquivos já mencionada. O professor pode
sugerir um clube de leitura online, por exemplo, em que os alunos dividirão com outros
leitores impressões sobre as leituras realizadas, sugestões de livros ou sites, filmes etc.

Blogs literários - meio eficiente de divulgação dos trabalhos dos alunos, de vídeos
relacionados aos temas, além de permitir a participação ativa dos alunos, que podem fazer
comentários e sugerir publicações. Ao publicar textos e imagens produzidos pelos alunos, o
professor dá visibilidade ao que é produzido, incentivando e motivando uma maior produção
por parte deles.

Existem também alguns sites que os alunos podem ter acesso facilmente e que serão
extremamente úteis para utilização tanto para estudos de Literatura em casa quanto em sala de
aula, são eles:

 http://www.soliteratura.com.br/ - Conteúdos literários, seguidos de exercícios


e jogos.
 http://www.literaturadecabeca.com.br/ - Conexão com sites de editoras,
resenhas de livros lançados recentemente, além do conteúdo clássico sobre
Literatura.
 http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/ - Obras literárias com dados sobre
autores e fatos históricos associados a obra.

Assim, reafirma-se a necessidade de pensar estratégias de utilização das tecnologias


disponíveis nas diversas áreas do conhecimento. Entre essas áreas, situa-se a literatura,
parceira secular da educação. Dada sua importância no processo de formação do ser humano,
a leitura do texto literário deve ser atividade constante na escola, mas, para que tenha êxito na
sua tarefa de formar leitores, o professor precisa lançar mão de estratégias inovadoras que
aproximem o leitor do texto. A utilização das tecnologias nas atividades pode assumir
importante papel nessa aproximação, considerando o fascínio que elas exercem sobre os
jovens.

Diante de alunos nativos digitais, cercados por aparelhos tecnológicos e professores


que têm a percepção de que tecnologia e ensino literário podem conversar harmonicamente
em sala de aula, é preciso retomar que estratégias estão sendo desenvolvidas para aproximar
tecnologia e leitura na escola diante de algumas dificuldades físicas que permeiam as escolas
como: difícil acesso à internet, computadores com acesso reduzido, proibição de uso de
celular, dentre outras.

Leitura e escrita também sofrem influências e mudanças no universo das TIC


(Tecnologia da Informação e Comunicação), proporcionando uma interação cada vez maior
entre leitor e o texto, e estão cada vez mais presentes no cotidiano de nossos alunos e na
dinâmica de trabalho da escola.

A inserção de recursos tecnológicos na leitura literária cria novas possibilidades na produção


e no consumo dos textos, segundo define Silva:

Com efeito, a literatura gerada por computador (LGC),


infoliteratura ou ciberliteratura são termos que designam um
procedimento criativo novo, nascido com a tecnologia
informática, em que o computador é utilizado, de forma
criativa, como manipulador de signos verbais e não apenas
como simples armazenador e transmissor de informação (2011,
p. 5).

Assim, temos um novo cenário de produção e divulgação da arte literária. É


importante que o professor, possa mostrar e trabalhar esses recursos com os alunos: novas
formas de ler e de produzir. O discurso literário que permanece e se reinventa, se adapta às
novas demandas culturais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O texto literário, dependendo de como é trabalhado pelo professor, pode proporcionar


diversas possibilidades de leitura e interpretação. As novas tecnologias de informação e
comunicação são ferramentas importantes para ampliar essas possibilidades de trabalho, na
medida em que proporcionam diversos modos de ler e recriar o texto literário.

Spritzer e Bittencourt (2009, p. 158) afirmam que “novas formas de ensino deveriam
ser resgatadas pelos docentes relacionadas aos modos como o interlocutor recebe e
compreende as mensagens dos diferentes meios”.

Cabe ao professor, identificar novos recursos para aprimorar suas aulas, incentivando
e motivando a participação na leitura e na escrita do aluno de forma ativa.

Infelizmente, as escolas ainda estão em déficit quanto à construção de conhecimento


proporcionado pelas novas tecnologias, o que acaba sendo um processo moroso e pouco
visado. Porém, é papel do professor conhecer a realidade do aluno e saber entender que as
tecnologias fazem parte de suas vidas, e que é de extrema relevância usá-las em favor da
educação.

No universo atrativo das telas dos computadores, em que os chats, as homepages, as


visitas ilimitadas aos sites, os downloads, os blogs e os e-mails ganham destaque, a leitura
literária pode ficar confinada a um grupo restrito de leitores, se o objeto literário não for
atualizado de forma interativa e dinâmica. Os leitores devem encarar a obra como um objeto
de prazer estético, emocional e intelectual, usando-a para satisfazer suas necessidades. Nesse
sentido, a obra torna-se para o leitor um meio de conhecimento, de diversão, uma forma de
buscar sua identidade, influenciando sua própria vida.
REFERÊNCIAS

BARBOSA, Alberto. H. D. S. Coelho. O ensino de literatura e o uso de recursos


tecnológicos no Ensino Médio. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, 2017.
FREITAS, Míriam Gomes de. A literatura no contexto na revolução digital, 2017. Disponível
em: <https://conhecimentoliteratura.com.br/a-literatura-no-contexto-na-revolucao-digital>.
Acesso em: 13 mai. 2019.
SARAIVA, Juracy Assmann; ALLES, Seli Blume; MÜGGE, Ernani. A tecnologia aliada à
leitura de textos literários. Informática na Educação: teoria & prática, Porto Alegre, v. 20, n.
4, p. 130-145, ago. 2017.
SCHEUER, Eliana Cristina. Literatura, Ensino e Tecnologia: possibilidades de aprendizagem
em sala de aula. 2015. Dissertação (Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens
e suas Tecnologias) – UNOPAR, Londrina.
SILVA, Cristina Débora Santos e. Ensino e aprendizagem em hipermédia: perspectivas e
desafios. Disponível
em: <http://revistas.unievangelica.edu.br/index.php/pensareagir/article/view/242>. Acesso em
08 mai. 2019.
SPRITZER, Ilda Maria de Paiva Almeida; BITTENCOURT, Paulo C. Tecnologias da
Informação e Comunicação. Curso de Especialização em Educação Tecnológica – Módulo II.
Rio de Janeiro: Cefet/RJ, 2009.

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