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#686158 CEBRASPE (CESPE) - Agente de Polícia Federal/2018

Texto 12A1AAA

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático,
raciocinaria bem; como mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à
mercê do delegado.
— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz
do mundo. Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante
tantos séculos. A razão matemática é há muito considerada como a razão par excellence.
Edgar Allan Poe. A carta roubada.

In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e outros.

Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto 12A1AAA.

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “algum” manteria a correção gramatical
do texto.


Certo


Errado

Afirmativa CERTA.

Ela diz o seguinte:

→ A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “algum” manteria a correção


gramatical do texto.

Trecho: "Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como mero matemático, não
raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado."

Como conjunção aditiva, a regra geral é a de não empregarmos vírgula antes do "e". Porém,
a vírgula será empregada nos seguintes casos:

1. entre orações com sujeitos diferentes.

Ex: Paulo descascava as batatas, e Maria cortava tudo em cubos pequenos. (sujeito da
oração 1: Paulo; sujeito da oração 2: Maria)

2. para destacar a oração iniciada pela conjunção:

Ex: A menina adormeceu instantaneamente, e sonhou com tudo o que vivera naquele dia. [a
vírgula não é obrigatória, mas pode ser inserida como recurso estilístico de ênfase, bastante
utilizado em textos literários, por exemplo]

3. na figura de linguagem chamada "polissíndeto", que consiste na repetição de um


conectivo com objetivo de destaque.

Ex: Longe do estéril turbilhão da rua,


Beneditino escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! [Olavo Bilac]

No trecho, o "e" separa orações que possuem o mesmo sujeito implícito "ele". Assim, a vírgula
é apenas estilística, uma opção do autor do texto para destacar o sentido da frase. Poderíamos
eliminar essa pontuação sem prejudicar a correção gramatical.

⇒ Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como mero matemático, não raciocinaria de
modo algum e ficaria, assim, à mercê do delegado.

#113931 CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia (PC BA)/2013 (e mais 1 concurso)

Texto para o item

O respeito às diferentes manifestações culturais é fundamental, ainda mais em um país como


o Brasil, que apresenta tradições e costumes muito variados em todo o seu território. Essa
diversidade é valorizada e preservada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversidade
Cultural (SID), criada em 2003 e ligada ao Ministério da Cultura.

Considerando as ideias e aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.


A retirada da vírgula após “Brasil” manteria a correção gramatical e os sentidos do texto, visto
que, nesse caso, o emprego desse sinal de pontuação é facultativo.


Certo


Errado

Questão ERRADA.

No trecho "em um país como o Brasil, que apresenta tradições e costumes muito variados em
todo o seu território" temos a partir do "que" uma oração subordinada adjetiva explicativa,
assim, pela regra, o uso da vírgula é obrigatório para separá-la das demais orações.

Vale lembrar que as orações subordinadas adjetivas são iniciadas por pronome relativo, no
caso "que", e tem por função caracterizar algum nome da oração, no caso "Brasil".
#124284 CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia Federal/2013
Penso que as pessoas não torceram apenas pela condenação dos principais
suspeitos. Torceram também para que a versão que inculpou o pai e a
madrasta fosse verdadeira.
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto, a oração “que inculpou o pai e a
madrasta” poderia ser isolada por vírgulas, sendo a opção pelo emprego desse sinal de
pontuação uma questão de estilo apenas.


Certo


Errado

Gabarito Errado.

De acordo com o trecho (l.4-5) "...Penso que as pessoas não torceram apenas pela
condenação dos principais suspeitos. Torceram também para que a versão que inculpou o
pai e a madrasta fosse verdadeira., percebe-se que a oração grifada é classificada como
subordinada adjetiva restritiva em virtude do pronome relativo, e, além disso, por
entendermos que a versão que as pessoas desejam que seja verdadeira é a de que o pai e a
madrasta fossem culpados. O que configura uma característica importante para o todo-
significativo.

Entretanto, colocar tal oração entre vírgulas não prejudica a correção gramatical, mas altera o
sentido original; pois com as vírgulas passa a vigorar a ideia de que as pessoas desejam obter
uma versão que seja verdadeira, não importando qual seria essa versão, passando a
representar uma natureza explicativa.

Portanto, o emprego das vírgulas não configura apenas questão estilística como argumenta a
banca examinadora.

#124303 CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia Federal/2013

menor, uma vez que a condenação está atrelada à confissão do acusado. Problemas de
consciência não os haveria de ter o julgador pela decisão em si, porque o seu veredito era
baseado na contundência probatória do meio de prova “mais importante” — a confissão

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item que se
segue.

Seriam mantidas a correção gramatical e a coesão do texto, caso o pronome “os”, em “não os
haveria de ter”, fosse deslocado para imediatamente depois da forma verbal “ter”,
escrevendo-se tê-los.


Certo


Errado

Gabarito Correto

De acordo com o trecho do texto (l.6) "...Problemas de consciência não os haveria de ter o
julgador pela decisão em si,...", percebe-se que a expressão sublinhada poderia ser
corretamente reescrita da seguinte forma: "haveria de tê-los.

A colocação pronominal nas locuções verbais ocorre, geralmente, sob três formas: Proclítico
ao auxiliar, Enclítico ao auxiliar e Enclítico ao principal, podendo ainda aparecer sob a
construção menos formal: proclítico ao principal. Entretanto, a gramática normativa propala
que caso haja palavra atrativa que exija próclise antes da locução verbal, só poderemos colocar
o pronome na locução de duas formas: proclítico ao auxiliar (os haveria de ter) ou enclítico ao
principal (haveria de tê-los).

#691585 CEBRASPE (CESPE) - Agente de Polícia (PC AL)/2012

Texto para o item

Seu consumo passa a ser uma cópia exagerada, orgiástica, do que entende ser o luxo do rico:
muita roupa, carros, mulheres, uísque (bebida de “bacana”) e muita cocaína (coisa de gente
fina). No entanto, é um iludido: com o ganhar fácil, porque seu consumo orgiástico,
excessivo, o deixa sempre de bolso vazio, a repetir compulsivamente o ato criminoso; com o
poder da arma de fogo, que o deixa viver por instantes um poder absoluto sobre suas vítimas,
mas que acaba colocando-o na mesma posição diante dos quadrilheiros e policiais mais
armados do que ele; com a possibilidade, enfim, de que, apesar de jovem e pobre, vai “se dar
bem” e sair dessa vida de perigos e medos.

Na (1ª ocorrência) a partícula “o” poderia ser corretamente deslocada para imediatamente
depois da forma verbal “deixa” — escrevendo-se deixa-o —; na (2ª ocorrência), entretanto,
deslocamento semelhante — “o deixa” para deixa-o — acarretaria prejuízo para a correção
gramatical do texto.


Certo


Errado
GABARITO "CERTO"

Comemntário

Na (1ª ocorrência), a partícula (pronome oblíquo) “o” faz parte da oração "porque seu
consumo orgiástico, excessivo, odeixa sempre de bolso vazio”. Essa oração é iniciada por
conjunção subordinativa causal "porque".

Conjunção subordinativa atrai o pronome oblíquo para antes do verbo (...porque...o deixa...).
Porém, a inserção do adjetivo "excessivo" entre vírgulas entre a expressão "porque seu
consumo orgiástico" e a forma verbal "deixa", faz com que o pronome oblíquo "o" possa ser
deslocado para imediatamente depois dessa forma verbal: "(...) porque seu consumo
orgiástico, excessivo, deixa-o sempre de bolso vazio".

Na (2ª ocorrência), a partícula (pronome oblíquo) “o” faz parte da oração "que o deixa viver
por instantes um poder absoluto sobre suas vítimas”. Essa oração é iniciada por pronome
relativo "que" (a arma de fogo).

Pronome relativo atrai o pronome oblíquo para antes do verbo (...que o deixa...). Logo, na
(2ª ocorrência), o deslocamento “o deixa” para deixa-o acarretaria prejuízo para a correção
gramatical do text

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