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SECRETARIA DE GESTÃO PÚBLICA

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 4 DE JULHO DE 2014

Estabelece orientações sobre a


aceitação de estagiários no âmbito da
Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional.

A SECRETÁRIA DE GESTÃO PÚBLICA DO MINISTÉRIO DO


PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhe
confere o art. 26, incisos II e III, do Anexo I, do Decreto nº 8.189, de 21 de janeiro de
2014, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008,
publicada no Diário Oficial da União de 26 de setembro de 2008, resolve:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Art. 1º - Estabelecer orientações aos órgãos e entidades do Sistema de
Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC quanto à aceitação de estagiários de
nível superior, de ensino médio, de educação profissional, de educação especial e dos
anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de jovens e adultos.
Art. 2º - O estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório, conforme
determinação das diretrizes curriculares da etapa, da modalidade, da área de ensino e do
projeto pedagógico do curso em que o aluno se encontre matriculado.
§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja
carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.
§ 2º Estágio não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional,
acrescida à carga horária regular e obrigatória do curso.
Art. 3º - O estágio obrigatório será realizado sem ônus para os órgãos e
entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.
CAPÍTULO II
DO ESTÁGIO
Art. 4º - A realização do estágio obrigatório ou não obrigatório, nos órgãos e
entidades de que trata o art. 1º desta Orientação Normativa observará, dentre outros, os
seguintes requisitos:
I - matrícula e frequência regular do estudante, atestados pela instituição de
ensino, em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, de
educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
da educação de jovens e adultos;
II - celebração de Termo de Compromisso de Estágio TCE entre o
estudante, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; e
III - compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as
previstas no TCE.
§ 1º O estágio, como ato educativo supervisionado, deverá ser acompanhado
efetivamente pelo professor orientador da instituição de ensino e por um supervisor da
parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios de que trata o art. 9º, VII, desta
Orientação Normativa e por menção de aprovação final.
§ 2º Juntamente com os relatórios exigidos no parágrafo anterior, o órgão ou
entidade de que trata o art. 1º desta Orientação Normativa encaminhará à instituição de
ensino o certificado de estágio.
Art. 5º - O plano de atividades do estagiário, elaborado em comum acordo
com o órgão ou entidade e a instituição de ensino, será incorporado ao TCE por meio de
aditivos, na medida em que for avaliado o desempenho do estudante.
Art. 6º - Aplicam-se as disposições desta Orientação Normativa aos
estudantes estrangeiros regularmente matriculados em instituição de ensino no País, em
cursos autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário de
estudante, na forma da legislação aplicável.
Art. 7º - O quantitativo de estagiários nos órgãos e entidades corresponderá
a 20% (vinte por cento) da sua força de trabalho, observada a dotação orçamentária.
§ 1º Para fins do disposto no caput, considera-se força de trabalho o
quantitativo de cargos, empregos ou funções públicas de que dispõem os órgãos ou
entidade, o que compreende os servidores estatutários; os ocupantes de cargos públicos;
os empregados públicos, os contratados sob o regime de legislação trabalhista; os
contratados temporariamente pela Lei nº 8.745, de 09 de dezembro de 1993; e os cargos
vagos.
§ 2º Sobre o percentual de 20% do quantitativo máximo de estagiários que o
órgão ou entidade poderá contratar, aplicam-se os seguintes percentuais:
I - 50% para estagiários de nível superior, reservando-se 10% para os
estagiários com deficiência;
II - 25% para estagiários de nível médio, reservando-se 10% para os
estagiários com deficiência;
III - 25% para os estudantes de educação profissional e dos anos finais do
ensino fundamental na modalidade de jovens, com idade igual ou superior a 14 anos e
adultos, reservando-se 10% para os estagiários com deficiência.
§ 3º O percentual de 10% reservado em cada modalidade de estágio será
destinado ao estudante cuja deficiência seja compatível com o estágio a ser realizado.
§ 4º Na hipótese de o órgão ou a entidade contar com unidades regionais em
sua estrutura organizacional, os quantitativos previstos no caput serão aplicados a cada
uma delas.
§ 5º Quando o cálculo do percentual total disposto no caput resultar em
fração poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior.
§ 6º Os órgãos e entidades poderão autorizar a contratação de estagiários de
nível superior e médio profissionalizante acima do limite previsto no caput, observado o
disposto no § 4º do art. 17 da Lei nº 11.788, de 2008, e a competência de que trata o art.
13 do Decreto-Lei nº 200, de 1967, com base na razoabilidade, no interesse público e na
dotação orçamentária.
Seção I
Da Parte Concedente
Art. 8º - Os órgãos e entidades poderão celebrar convênio com as
instituições de ensino para aceitação de estagiários, no qual constarão as atividades a
serem desenvolvidas pelos estudantes, desde que guardem estrita correlação com a
proposta pedagógica do curso.
Parágrafo único. A celebração de convênio de que trata o caput deste artigo
não dispensa a celebração do TCE previsto no inciso II do art. 4º desta Orientação
Normativa.
Art. 9º - Os órgãos e entidades poderão oferecer estágio, observadas as
seguintes obrigações:
I - celebrar TCE entre a instituição de ensino e o estudante, zelando pelo seu
cumprimento;
II - ofertar instalações que tenham condições adequadas de propiciar ao
estagiário o desenvolvimento de atividades de aprendizagem social e profissional.
III - indicar servidor da sua força de trabalho, com formação ou experiência
profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar
e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
IV - para a orientação e supervisão do estagiário de nível fundamental ou
médio, o servidor indicado deve ter, no mínimo, o mesmo nível de formação do
estagiário.
V - contratar seguro contra acidentes pessoais, em favor do estagiário de
estágio obrigatório, cuja apólice seja compatível com os valores de mercado, conforme
estabelecido no TCE;
VI - por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização
de estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da
avaliação de desempenho;
VII - manter à disposição da fiscalização, o Termo de Compromisso de
Estágio - TCE e os Termos Aditivos de que trata o § 3º do art. 10, a fim de comprovar a
relação de estágio sempre que necessário; e
VIII - enviar à instituição de ensino, semestralmente, relatório de atividades
com vista obrigatória do estagiário.
Parágrafo único. A contratação de seguro contra acidentes pessoais, em
nome do estagiário, para o caso de morte ou invalidez permanente, é condição essencial
para a celebração de contrato ou convênio, devendo constar do TCE o respectivo
número de apólice e o nome da Seguradora.
Art. 10 - O supervisor do estágio será designado pelo chefe da unidade em
que o estagiário desenvolver suas atividades, devendo possuir formação ou experiência
profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, observados
os incisos III e IV do art. 9º.
§ 1º O supervisor de estágio deverá possuir, no mínimo, o mesmo nível de
formação do estudante de nível fundamental ou médio.
§ 2º Compete ao supervisor do estágio acompanhar e atestar a frequência
mensal do estagiário e encaminhá-la à unidade de recursos humanos do órgão ou
entidade onde se realiza o estágio.
§ 3º Caso haja alterações relacionadas ao estágio deverá ser elaborado
Termo Aditivo, que será anexado ao TCE, exceto nos casos de mudança do órgão
contratante.
Seção II
Dos Agentes de Integração
Art. 11 - Os órgãos ou entidades podem recorrer aos serviços de agentes de
integração públicos ou privados para atuarem como auxiliares no processo de
aperfeiçoamento do instituto do estágio, mediante condições acordadas em instrumento
jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos
públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.
Parágrafo Único. Para fins desta Orientação Normativa os agentes de
integração públicos ou privados são entidades que fazem a interlocução entre a
instituição de ensino, o estagiário e o órgão ou entidade integrante, inserindo estudantes
no ambiente do mercado de trabalho, colaborando para o desenvolvimento de
habilidades, modalidades de atuação e formação profissional desses estudantes.
Seção III
Do Estagiário
Art. 12 - A carga horária do estágio será de quatro horas diárias e vinte
semanais ou de seis horas diárias e trinta semanais, observado o disposto no art. 10, I,
da Lei nº 11.788, de 2008, bem como o horário de funcionamento do órgão ou entidade,
desde que compatível com o horário escolar, devendo ser cumprida no local indicado
pelo órgão ou entidade.
§ 1º A carga horária do estágio dos níveis médio e superior poderá ser
inferior àquela estabelecida no art. 10, II, da Lei nº 11.788, de 2008, com percepção
proporcional do valor da bolsa estágio.
§ 2º O disposto no parágrafo anterior ocorrerá no interesse do órgão ou
entidade e atenderá os requisitos previstos no art. 4º desta Orientação Normativa.
§ 3º É vedada a realização de carga horária diária superior à prevista no
caput deste artigo, ressalvada a compensação de falta justificada, limitada a 1 (uma)
hora por jornada.
§ 4º Na hipótese de falta justificada, o estagiário poderá compensar o
horário não estagiado até o mês subsequente ao da ocorrência da falta, quando
autorizado pelo supervisor do estágio.
§ 5º Poderá o supervisor do estágio, com base na razoabilidade e no
interesse público, definir outras hipóteses em que a falta será considerada justificada,
sem a necessidade de compensação ou de descontos na bolsa estágio.
§ 6º Para fins dessa Orientação Normativa será considerada falta justificada,
em que não se exigirá compensação, aquelas decorrentes de tratamento da própria
saúde, com apresentação de atestado médico.
§ 7º A carga horária dos estudantes do ensino especial e dos últimos anos do
ensino fundamental, na modalidade profissional de jovens e adultos, não poderá
ultrapassar 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) semanais.
§ 8º Fica assegurada ao estagiário a carga horária reduzida pela metade, nos
períodos de avaliação de aprendizagem, conforme estipulado no TCE e mediante
declaração da Instituição de Ensino.
Art. 13 - O valor da bolsa-estágio, no âmbito dos órgãos e entidades de que
trata o art. 1º desta Orientação Normativa, será definido em Portaria a ser publicada pelo
dirigente máximo do órgão central do SIPEC.
§ 1º Até que seja publicado o ato de que trata o caput, o estudante em
estágio não obrigatório, de nível superior ou de nível médio, perceberá bolsa-estágio no
valor de R$ 520,00 (quinhentos e vinte reais) e de R$ 290,00 (duzentos e noventa reais),
respectivamente.
§ 2º O valor da bolsa-estágio de que trata o § 1º do art. 12 desta Orientação
Normativa, será proporcional à jornada definida no TCE.
§ 3º As faltas justificadas com apresentação de atestado médico para
tratamento da própria saúde, o período de carga horária reduzida de que trata o § 8º do
art. 12 e as demais justificativas aceitas pelo supervisor de estágio, não ensejarão a
compensação de horário e não serão objeto de desconto na bolsa estágio.
§ 4º É vedado o desconto de qualquer valor na bolsa-estágio, à exceção dos
valores referentes às faltas injustificadas e às horas não compensadas, na forma do § 4º
do art. 12.
Art. 14 - O estagiário receberá auxílio-transporte em pecúnia por dia
efetivamente estagiado, no valor correspondente a R$ 6,00 (seis reais).
§ 1º Não será concedido auxílio-transporte ao estagiário nas ocorrências de
faltas, mesmo naquelas justificadas, uma vez que não houve o deslocamento.
§ 2º O pagamento do auxílio-transporte será efetuado no mês anterior ao de
sua utilização.
Art. 15 - Na vigência dos contratos de estágio obrigatório e não obrigatório
é assegurado ao estagiário período de recesso proporcional ao semestre efetivamente
estagiado, a ser usufruído preferencialmente nas férias escolares, observada a seguinte
proporção:
I - um semestre, 15 dias consecutivos;
II - dois semestres, 30 dias;
III - três semestres, 45 dias; e
IV - quatro semestres, 60 dias.
§ 1º Os períodos de recesso deverão ser usufruídos durante a vigência do
TCE e aqueles de que tratam os incisos II a IV do caput deste artigo poderão ser
parcelados em até três etapas, a critério do supervisor do estágio.
§ 2º Os períodos de recesso do estagiário que perceba bolsa estágio serão
remunerados.
§ 3º Na hipótese dos desligamentos de que tratam os incisos I a VII do art.
16, o estagiário que receber bolsa-estágio e não houver usufruído do recesso
remunerado, proporcional ou integral, durante a vigência do contrato celebrado, fará jus
ao seu recebimento em pecúnia.
Art. 16 - O estudante será desligado do estágio nas seguintes hipóteses:
I - automaticamente, ao término do estágio;
II - a pedido;
III - decorrida a terça parte do tempo previsto para a duração do estágio, se
comprovada a insuficiência na avaliação de desempenho no órgão, na entidade ou na
instituição de ensino;
IV - a qualquer tempo, no interesse da Administração;
V - em decorrência do descumprimento de qualquer obrigação assumida no
Termo de Compromisso de Estágio - TCE;
VI - pelo não comparecimento, sem motivo justificado, por mais de cinco
dias consecutivos ou não, no período de um mês, ou 30 (trinta) dias durante todo o
período de estágio;
VII - pela interrupção do curso na instituição de ensino a que pertença o
estagiário; e
VIII - por conduta incompatível com a exigida pela Administração.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 17 - A duração do estágio no mesmo órgão ou entidade não poderá
exceder a quatro semestres, salvo quando se tratar de estagiário com deficiência, que
poderá permanecer no mesmo órgão ou entidade até o término do curso.
Art. 18 - O estudante de nível superior contemplado pelo Programa
Universidade para Todos - ProUni e Programa de Financiamento Estudantil - FIES terá
prioridade na concorrência por vagas de estágio na Administração Pública Federal.
Art. 19 - A realização do estágio não acarretará vínculo empregatício de
qualquer natureza e dar-se-á mediante Termo de Compromisso de Estágio celebrado
entre o estudante ou com seu representante ou assistente legal, quando for o caso, e o
órgão ou entidade, com a interveniência obrigatória da instituição de ensino, no qual
deverá constar:
I - identificação do estagiário, do curso e seu nível acadêmico;
II - qualificação e assinatura dos contratantes ou convenentes;
III - indicação expressa de que o Termo de Compromisso de Estágio decorre
de contrato ou convênio;
IV - menção de que o estágio não acarretará qualquer vínculo empregatício;
V - valor da bolsa-estágio, quando houver;
VI - vedação expressa à possibilidade de qualquer espécie de cobrança ou
desconto pelo agente de integração na bolsa estágio;
VII - a carga horária semanal compatível com o horário escolar;
VIII - duração do estágio, obedecido o período mínimo de um semestre;
IX - obrigação de apresentar relatórios semestrais e finais ao dirigente da
unidade onde se realiza o estágio, sobre o desenvolvimento das tarefas que lhes foram
cometidas;
X - assinatura do estagiário, do responsável pelo órgão ou entidade e da
instituição de ensino;
XI - assinatura do representante ou assistente legal do estagiário, quando
houver;
XII - condições de desligamento do estágio;
XIII - menção do contrato a que se vincula o estudante, e do convênio ao
qual se vincula a parte concedente e a instituição de
ensino;
XIV - indicação nominal do professor orientador da área objeto de
desenvolvimento, a quem caberá avaliar o desempenho do estudante no estágio; e
XV - indicação de que o estudante somente terá a carga horária do estágio
reduzida pelo menos à metade nos dias de verificações periódicas ou finais,
condicionada à apresentação de declaração emitida pela instituição de ensino.
Art. 20 - Para a execução do disposto nesta Orientação Normativa, caberá às
unidades de recursos humanos:
I - articular as oportunidades de estágio em conjunto com as instituições de
ensino ou agentes de integração;
II - participar da elaboração dos contratos ou convênios a serem celebrados
com as instituições de ensino ou agentes de integração;
III - solicitar às instituições de ensino ou agentes de integração a indicação
de estudantes que preencham os requisitos exigidos pelo órgão ou entidade ofertante da
oportunidade de estágio;
IV - selecionar os candidatos ao estágio;
V - lavrar o Termo de Compromisso de Estágio a ser assinado pelo
estudante e pela instituição de ensino;
VI - efetuar o pagamento da bolsa-estágio e dos auxílios a que fizerem jus
os estagiários, por intermédio do Sistema Integrado de Administração de Recursos
Humanos - SIAPE;
VII - receber os relatórios, as avaliações e as frequências do estagiário, das
unidades onde se realizar o estágio;
VIII - analisar as comunicações de desligamento de estágios;

IX - expedir o certificado de estágio;


X - apresentar os estagiários desligados do SIAPE às instituições de ensino
ou aos agentes de integração; e
XI - dar amplo conhecimento das disposições contidas nesta Orientação
Normativa às unidades de recursos humanos do órgão ou entidade, aos supervisores de
estágio e aos estagiários.
Art. 21 - As unidades de recursos humanos manterão atualizados no SIAPE,
o número total de estudantes aceitos como estagiários de níveis superior, médio, de
educação profissional, de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional de jovens e adultos.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22 - As despesas para concessão da bolsa-estágio e de auxílios somente
poderão ser autorizadas se houver prévia e suficiente dotação orçamentária, constante
do orçamento do órgão ou entidade onde se realizará o estágio.
Art. 23 - O gasto com o auxílio-transporte dos estagiários deverá ser
efetuado na mesma programação utilizada para o financiamento decorrente da
contratação de estagiários, nos termos do Ofício-Circular nº 1 DEAFI/SOF/SRH/MP, de
1º de outubro de 2008.
Art. 24 - As questões omissas serão tratadas pela Secretaria de Gestão
Pública.
Art. 25 - Esta Orientação Normativa entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 26 - Fica revogada a Orientação Normativa nº 7, de 30 de outubro de
2008.

MARILENE FERRARI LUCAS ALVES FILHA

Este texto não substitui o publicado no DOU de 08/07/2014, seção I, pág. 81


MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
Secretaria de Gestão Pública
Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal
Coordenação-Geral de Aplicação das Normas

NOTA TÉCNICA Nº 111/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP


ASSUNTO: Exposição de motivos para edição de Orientação Normativa referente à
aceitação de estagiários no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional.

SUMÁRIO EXECUTIVO

1. O presente expediente trata de proposta de Orientação Normativa a ser


exarada por esta Secretaria de Gestão Pública, com vistas a orientar os órgãos e
entidades integrantes do SIPEC, quanto aos procedimentos a serem adotados no que
tange à aceitação de estagiários no âmbito da Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional, de que trata a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.

2. Aprovação do conteúdo jurídico da proposta pela Consultoria Jurídica do


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que emitiu o PARECER Nº 1793-
1.1.3/2012/DP/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 14 de dezembro de 2012. Deste modo,
encaminhe-se minuta de Orientação Normativa anexa, à aprovação e assinatura da
Senhora Secretária de Gestão Pública, com posterior divulgação aos órgãos e entidades
integrantes do SIPEC.

ANÁLISE

FATORES QUE ENSEJARAM A ELABORAÇÃO DA ON

3. Preliminarmente, deve-se ressaltar que a referida proposta de elaboração


de Orientação Normativa tem por objetivo consolidar e uniformizar os entendimentos
emitidos no âmbito desta Secretaria de Gestão Pública, no que se refere ao estágio de
estudante, em razão de numerosos questionamentos submetidos à análise deste Órgão
Central do SIPEC, acerca das disposições constantes da legislação que rege o assunto.

4. Com o advento da Lei nº 11.788, de 2008, que revogou a Lei nº 6.494, de


1977, o conceito de estágio sofreu uma forte mudança: se antes se apresentava,
simplesmente, na forma de estágio curricular - procedimento pedagógico utilizado
pelas instituições de ensino -, atualmente, o estágio ganhou corpo, tendo por escopo
principal preparar os estudantes - da educação superior, média, especial e dos anos
finais do ensino fundamental na modalidade profissional da educação de jovens e
adultos - para o trabalho produtivo, consubstanciando-se em meio de aprendizagem de
competências próprias da atividade profissional e de instrumento para a
contextualização curricular, isso tudo com o fim último de proporcionar o
desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

5. Nesse sentido, a extinta Secretaria de Recursos Humanos deste


Ministério editou a Orientação Normativa nº 07, de 30 de outubro de 2008, com a
finalidade de orientar os órgãos e entidades integrantes do SIPEC sobre a aceitação de
estagiários, com base na Lei nº 11.788, de 2008.

6. Naturalmente, a partir do surgimento de novas dúvidas, alguns


dispositivos constantes da Orientação Normativa nº 7, de 30 de outubro de 2008, foram
questionados. Diante disso, percebeu-se que não foi possível, na ON mencionada,
antever e abarcar as diversas situações que podem ocorrer em relação ao assunto,
sobretudo quando o administrador está diante de um caso concreto, razão pela qual
necessário se fez a edição de nova Orientação Normativa a ser exarada por esta
Secretaria de Gestão Pública, com vistas a orientar os órgãos e entidades integrantes do
SIPEC quanto aos procedimentos a serem adotados no que tange à aceitação de
estagiários na Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.

ESTÁGIO DE ESTUDANTES

7. Sob o aspecto eminentemente conceitual, convém esclarecer que,


conforme o disposto no artigo 1o da Lei nº 11.788, de 2008, estágio é ato educativo
escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação
para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da
educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
da educação de jovens e adultos. Vejamos:

Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no


ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de
educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos.
§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o
itinerário formativo do educando.
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade
profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do
educando para a vida cidadã e para o trabalho.

8. Ressalte-se que a partir da revogação do art. 6º da Medida Provisória nº


2.164, de 24 de agosto de 2001, pela Lei nº 11.788, de 2008, passou a ser possível a
oferta de estágio aos estudantes de ensino médio não profissionalizante.

9. Destarte, uma vez que o estágio tem por objetivo o aprendizado de


competências próprias da atividade profissional com contextualização curricular, faz-se
oportuno apresentar uma diferenciação dos objetivos do estágio para os estudantes de
nível não profissionalizante e os de nível superior. Vejamos:

10. Relativamente à manutenção do ensino médio no rol de modalidades


passíveis de estágio, por apresentar formação geral, este não tem a finalidade de
aprendizado técnico, mas de preparo para o crescimento profissional, de aquisição de
conhecimentos subjetivos.

11. O estágio deverá contribuir para a formação integral do estudante,


treinando-o para situações reais da vida cotidiana, ajustando-o no processo de
aprendizagem social e cultural e permitindo seu envolvimento no mundo do trabalho de
forma gradual e compatível com seu aprendizado curricular. Nessa fase não se trata
somente de acumular conhecimento, mas de desenvolver capacidade para se adaptar a
qualquer situação, e resolver problemas não técnicos. Este tipo de aprendizado se dá
somente na prática do dia-a-dia, em situações reais, e deve acontecer antes mesmo do
aprendizado de qualquer profissão.

- De nível médio

12. Assim, o estágio de nível médio tem como objetivo precípuo o de


possibilitar o desenvolvimento do aluno nas habilidades básicas exigidas no mundo do
trabalho, e não o aprendizado de uma profissão específica.
- De nível superior

13. Estabelece a Lei nº 11.788, de 2008, no seu art. 2º, § 3º, que as atividades
de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas
pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no
projeto pedagógico do curso.

14. No que tange ao estagio de nível superior, o seu objetivo é no sentido de


proporcionar ao estudante a possibilidade de adquirir conhecimento na área em que irá
trabalhar no decurso de sua carreira, ou seja, o estagiário de nível superior deverá
adquirir noções de uma profissão específica, eis que no estágio se transpõem as teorias
obtidas no meio acadêmico, a fim de alcançar práticas profissionais relativas ao
ambiente onde ele efetivamente atuará.

15. Percebe-se que, com relação à educação superior, em especial, a norma


adota por princípio a vinculação ao estágio, fortemente, ao efetivo cumprimento de
projeto pedagógico do curso, entendendo, inclusive que, uma vez não respeitado esse
princípio com relação às atividades de extensão, monitoria ou de iniciação científica,
estar-se-ia, desde logo, frente a uma situação irregular de estágio.

16. A Lei nº 11.788, de 2008, em seus arts. 3º, inciso III, e 7º, inciso I,
reforça o princípio de identidade entre o desenvolvimento do estágio e o conteúdo
pedagógico do curso. As atividades desenvolvidas no estágio deverão estar
mencionadas, claramente, no termo de compromisso e deverá haver compatibilidade
horária do curso com a atividade profissional. Assim, nos termos da lei, deve existir
clara e expressa sintonia entre as atividades exaustivamente referidas no termo de
compromisso e as atividades efetivas de estágio.

17. Importa destacar que, o estágio não se afigura como o "primeiro


emprego" do estudante, para que o mesmo obtenha "experiência", e, finalmente se insira
no mercado formal, uma vez que o estágio visa ao aprendizado de competências
próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o
desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho, sendo válido caso
atenda os requisitos materiais que asseguram o cumprimento de seus objetivos de
natureza educacional complementar.

18. Até por isso, o estágio não caracteriza vínculo de emprego de qualquer
natureza, tratando-se de uma atividade complementar ao aprendizado do estudante, não
podendo, portanto, ser considerada atividade remunerada.

19. Em suma, o estágio de estudante é regido por legislação própria e, desde


que observados os requisitos legais e as obrigações contidas no termo de compromisso
de estágio, não estabelece vínculo empregatício, bem como não serão devidos encargos
sociais, trabalhistas e previdenciários aos estagiários, em observância às determinações
da Lei nº 11.788, de 2008.

ESTÁGIO OBRIGATÓRIO OU NÃO OBRIGATÓRIO

20. Destaque-se que o estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório,


conforme dispõe o art. 2º da Lei nº 11.778, de 2008. Vejamos:

Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme


determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e
do projeto pedagógico do curso.
§ 1o Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja
carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.
§ 2o Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional,
acrescida à carga horária regular e obrigatória.
§ 3o As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na
educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser
equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.

21. Isto posto, verifica-se que o estágio obrigatório é aquele definido como
pré-requisito no projeto pedagógico do curso, para aprovação e obtenção do diploma, e
pelo aprendizado intelectual que será adquirido, possibilitará o estudante obter
conhecimentos teóricos e práticos imprescindíveis à atividade profissional e à
contextualização curricular.

22. Significa dizer que, o estágio obrigatório é de interesse da instituição de


ensino e, consequentemente do estagiário. Nesse sentido, a Administração Pública é
apenas figura colaboradora destes, sempre que lhes oferecerem instalações e meios para
que o estagiário se aperfeiçoe na profissão pretendida.
23. Quanto ao estágio não obrigatório, trata-se daquele desenvolvido como
atividade opcional, ou seja, cuja carga horária não é condição imprescindível para
aprovação e obtenção de diploma, por isso somente pode acrescer à carga horária
regular e obrigatória do estudante.

24. Assim, com vistas a atrair e incentivar os estudantes no desenvolvimento


dessas atividades opcionais que possibilitarão conhecimentos práticos na área em que se
pretende atuar, é que a Administração Pública instituiu a bolsa estágio ajuda mensal
em dinheiro que não constitui contraprestação financeira pelas atividades
desenvolvidas, ao contrário, tem por finalidade única, auxiliar o estudante a subsidiar
parte das despesas extraordinárias daí decorrentes.

25. Em suma, conclui-se que a finalidade precípua do estágio é a de


proporcionar a complementação do ensino e da aprendizagem, por meio da participação
do estudante em situações reais de vida e de trabalho, propiciando-lhe conhecimentos
teóricos e práticos imprescindíveis à sua inserção no meio profissional, social e cultural,
razão pela qual há de se desconstituir a natureza de atividade remunerada do estágio.

26. Feitas essas considerações essenciais, passa-se à exposição dos objetivos


e do alcance dos dispositivos da Orientação Normativa ora proposta.

PRESSUPOSTOS CONSTANTES DA ORIENTAÇÃO NORMATIVA

Capítulo I - Das Disposições Iniciais

27. O Capítulo I da Orientação Normativa apresenta o escopo da norma, qual


seja, orientar os órgãos e entidades do SIPEC quanto à aceitação de estagiários de nível
superior, de ensino médio, de educação profissional, de educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de jovens e adultos.

28. Informou-se no art. 2º o conceito de estágio obrigatório ou não


obrigatório, qual seja: a) Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do
curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma; b) Estágio
não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga
horária regular e obrigatória do curso.
29. Por seu turno, o art. 3º ressalta que o estágio obrigatório não trará
qualquer ônus aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, suas autarquias
e fundações, por se tratar de carga horária definida no projeto do curso, o qual é
requisito para obtenção do diploma pelo estudante, reafirmando o interesse das
instituições de ensino e do estudante, ao passo em que expõe a administração, neste
caso, somente como facilitadora dessa etapa obrigatória do ensino.

Capítulo II Do Estágio

30. A nova Orientação Normativa estabeleceu, ainda, os requisitos


necessários à realização do estágio obrigatório ou não obrigatório no âmbito dos órgãos
e entidades integrantes do SIPEC, quais sejam: o atesto da matrícula e frequência
regular do estudante; celebração de Termo de Compromisso de Estágio TCE;
compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no TCE.

31. Destaque-se que o estágio deverá ter acompanhamento efetivo das


seguintes partes envolvidas: I professor orientador da instituição de ensino e; II
supervisor da parte concedente.

32. Para tanto, o acompanhamento efetivo do estágio deve ser comprovado


por vistos do estagiário nos relatórios de atividades do estágio, como forma de garantir
ao estudante o desempenho das atividades referidas no termo de compromisso e as
atividades efetivas de estágio.

33. No que se refere aos conceitos termo de realização


cumpre-nos esclarecer que o termo de realização do estágio tem por finalidade
a indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de
desempenho, enquanto o certificado de estágio tem por objeto aferir o estágio realizado
pelo estudante.

34. Ainda quanto aos requisitos mencionados, alterou-se o prazo para a


apresentação dos relatórios de atividades de bimestral para semestral -, em razão de
diversas reclamações e sugestões de órgãos e entidades, no sentido de que o prazo
bimestral é muito curto para tal apresentação e para a mensuração qualitativa das
atividades e evolução do estudante.
35. Destaque-se que o plano de atividades do estagiário, deverá ser elaborado
em comum acordo entre o órgão ou entidade e a instituição de ensino, e será
incorporado ao TCE por meio de aditivos, na medida em que for avaliado o
desempenho do estudante.

36. Considerando que o certificado de realização de estágio é o documento


do qual dispõe o estudante para comprovar sua experiência como estagiário em
determinado órgão, integrando seu currículo acadêmico, entendeu-se por bem, nesta
Orientação Normativa, não replicar o conteúdo do § 2º do art. 4º da ON nº 07, de 2008,
segundo o qual não era necessária a expedição de certificado na hipótese de
desligamento antecipado. Na novel orientação deverá, sempre que o aproveitamento do
estudante for satisfatório, expedir-se o correspondente certificado, e mesmo não se
aplicando na hipótese de aproveitamento insatisfatório, já que por se tratar de estágio,
não compete à administração atestar o mau desempenho do estudante.

- Do quantitativo de estagiários

37. Outro aspecto de extrema relevância, abordado na minuta de Orientação


Normativa refere-se ao quantitativo de estagiários nos órgãos e entidades, que
corresponderá a 20% (vinte por cento) da sua força de trabalho, observada a dotação
orçamentária, incluídos os estudantes de estágio obrigatório e não obrigatório, pois a
havendo distinção
quanto à natureza do estágio.

38. Sobre o quantitativo máximo de 20% (vinte por cento) de estagiários que
o órgão ou entidade poderá contratar, aplicam-se as regras dispostas no art. 7º da
minuta, as quais devem ser interpretadas conforme quadro abaixo que apresenta
situação hipotética. Vejamos:

- Quadro de Pessoal do órgão ou entidade = 1.000 pessoas


- 20% do Quadro de Pessoal = 200 pessoas

- Quantitativo de estagiários que podem ser contratados = 200


De nível superior Proporção
50% = 100 estagiários 90 estagiários
10% para estagiários com deficiência = 10 estagiários 10 estagiários com deficiência
Total de estagiários = 100
De nível médio Proporção
25% = 50 estagiários 45 estagiários
10% para estagiários com deficiência = 5 estagiários 05 estagiários com deficiência
Total de estagiários = 50
Para os estudantes de educação profissional e dos
anos finais do ensino fundamental na modalidade Proporção
profissional de jovens e adultos, com idade igual ou
superior a 14 anos.
25% = 50 estagiários 45 estagiários
10% para estagiários com deficiência = 5 estagiários 05 estagiários com deficiência
Total de estagiários = 50
QUANTITATIVO FINAL = 200 ESTAGIÁRIOS

40. O foi utilizado nesta Orientação


Normativa, para fins de cálculo do quantitativo de estagiários que podem ser
contratados, foi definido como o quantitativo de cargos, empregos e funções públicas do
órgão ou entidade da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional do
Poder Executivo.

41. Ademais, foi excluída a (prevista no §1º da


ON nº 7, de 2008), que por ser de difícil entendimento e aplicabilidade, causou vários
questionamentos por parte dos órgãos e entidades integrantes do SIPEC. Desse modo, a
intenção é considerar como quadro de pessoal o somatório da força de trabalho do órgão
ou entidade, o que compreende: os servidores estatutários, os ocupantes de cargos
públicos comissionados; os empregados públicos, contratados sob o regime da
legislação trabalhista e ocupantes de emprego público; os contratados para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público (estes exercem função, sem
estarem vinculados a cargo ou emprego público); e os cargos vagos.

42. A intenção da Administração ao estabelecer esse conceito é no sentido


de fomentar melhorias e possibilitar a aplicação do conhecimento obtido nos bancos
escolares a um maior número de estudantes e assim facilitar sua inserção no mercado de
trabalho.

43. No entanto, caso algum dos grupos de agentes públicos elencados no


item 41 da presente Nota Técnica não esteja inserido no sistema SIAPE, ainda assim
o com
vistas a definir o quantitativo de estagiários que podem ser contratados.
44. A presente minuta de ON delega competência aos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional para a contratação de
estagiários de nível superior e médio profissionalizante, acima do limite estabelecido,
em observância ao disposto no § 4º do art. 17 da Lei nº 11.788, de 25 de setembro de
2008. Para tanto, deve ser observada a razoabilidade, o interesse público e a dotação
orçamentária, com vistas a oportunizar maior quantitativo de vagas de estágio, em razão
das demandas dos órgãos e entidades do SIPEC, bem como para atender à
inquestionável função social e educacional do estágio, sem comprometer, obviamente, a
lisura e a observância ao princípio da legalidade.

Seção I Da parte concedente

45. A Seção I da minuta de ON estabelece que os órgãos e entidades poderão


realizar convênio com as instituições de ensino, para a aceitação de estagiários, no qual
constará as atividades a serem desenvolvidas pelos estudantes, desde que guardem
estrita correlação com a proposta pedagógica do curso. Todavia, a celebração de
convênio não dispensa a celebração do Termo de Compromisso de Estágio.

46. Vale salientar que é de extrema importância manter a correlação entre a


proposta pedagógica do curso e as atividades que serão desempenhadas pelo estudante,
cuja finalidade é o seu aprendizado e sua preparação para o mercado de trabalho.
Ressalte-se que o estagiário não se agrega à força de trabalho do órgão ou entidade.

47. Conforme mencionado anteriormente, o encaminhamento do relatório de


atividades do estagiário será feito semestralmente, a fim de que o supervisor do estágio
possa acompanhar efetivamente o aprendizado e o desenvolvimento das atividades que
forem confiadas aos estudantes sob sua responsabilidade. Ademais, a realização do
relatório de atividades do estagiário é uma ação que demanda tempo considerável, em
razão do quantitativo de estagiários e da força de trabalho disponível para sua
efetivação.

48. Com a finalidade de garantir a correta aplicabilidade da norma, foi


mantida a redação constante do art. 9º da Lei nº 11.788, de 2008, ao art. 9º da presente
minuta de ON, que trata das obrigações que os órgãos e entidades deverão observar para
oferecer estágio. Vejamos:

Art. 9º - Os órgãos e entidades poderão oferecer estágio, observadas as


seguintes obrigações:
I celebrar TCE entre a instituição de ensino e o estudante, zelando pelo seu
cumprimento;
II ofertar instalações que tenham condições adequadas de propiciar ao
educando o desenvolvimento atividades de aprendizagem social e profissional;
III indicar servidor da sua força de trabalho, com formação ou experiência
profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para
orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
IV designar servidor da sua força de trabalho com formação igual ou superior
à do estudante de nível fundamental para supervisionar suas atividades de
estágio;
V contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja
apólice seja compatível com os valores de mercado, conforme estabelecido no
TCE;
VI por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização de
estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da
avaliação de desempenho;
VII manter à disposição da fiscalização o Termo de Compromisso de Estágio
TCE e os Termos Aditivos de que trata o de que trata o § 3º do art. 10, a fim
de comprovar a relação de estágio; e
VIII enviar à instituição de ensino, semestralmente, relatório de atividades
com vista obrigatória do estagiário.

49. A seguir, o art. 10 da minuta de ato normativo propiciou um maior


esclarecimento quanto às atribuições do supervisor de estágio, em consonância com o
disposto no inciso III do art. 9º da Lei nº 11.788, de 2008. Vejamos:

Art.10 - O supervisor do estágio será o chefe da unidade em que o estagiário


desenvolver suas atividades, desde que possua formação ou experiência
profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário.

50. A ON nº 7, de 2008, determinava que o supervisor de estágio fosse o


chefe da unidade onde o estagiário realiza suas atividades. No entanto, no art. 10 da
nova minuta de ON, a Administração Pública buscou otimizar a supervisão e
acompanhamento das atividades realizadas pelo estagiário tendo em vista as diversas
obrigações a que estão sujeitos os chefes destas unidades.

51. Em relação ao grau de escolaridade do supervisor de estagiários de nível


fundamental e médio, o § 1º do art. 10 da minuta do ato normativo esclarece que o
supervisor de estágio deverá possuir, no mínimo, o mesmo nível de formação do
estudante de nível fundamental ou médio.
52. Por fim, o § 3º do art. 10 mantem a redação anterior de que, caso ocorram
alterações relacionadas ao estágio, essas devem ser anexadas ao TCE, na forma de
termo aditivo, ressalvadas as hipóteses de alteração do órgão contratante, ou seja, nos
casos em que haja desligamento do estagiário em um órgão e celebração de novo Termo
de Contrato de Estágio para atividades de estágio em outro órgão ou entidade integrante
do SIPEC.

Seção II Dos Agentes de Integração

53. Assim, no artigo que compõe a Seção II, intentou-se possibilitar que os
órgãos ou entidades integrantes do SIPEC recorram aos serviços de agentes de
integração públicos ou privados para atuarem como auxiliares no processo de
aperfeiçoamento do instituto do estágio, mediante condições acordadas em instrumento
jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos
públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.

54. O ato normativo ora proposto, entende por agentes de integração públicos
ou privados as entidades que fazem a interlocução entre a instituição de ensino, o
estagiário e o órgão ou entidade integrante do SIPEC, inserindo estudantes no ambiente
do mercado de trabalho, colaborando para o desenvolvimento de habilidades,
modalidades de atuação e formação profissional desses estudantes.

55. Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem


estagiários para a realização de atividades não compatíveis com a programação
curricular estabelecida para cada curso, assim como estagiários matriculados em cursos
ou instituições para as quais não há previsão de estágio curricular, conforme determina
o § 3º do art. 5º da lei nº 11.788, de 2008.

56. Por fim, quanto às possíveis hipóteses que possam surgir quanto à
aplicação da legislação referentes à saúde e segurança do trabalho, entende-se que estas
já estão abrangidas no seguro contra acidentes pessoais contratados em favor do
estagiário.
57. A respeito do assunto - legislação relacionada à saúde e segurança do
trabalho -, cumpre-nos colacionar o que dispôs a Consultoria Jurídica do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, no item 8 do PARECER Nº 0041-
3.33/2014/ACS/CONJUR/MP-CGU/AGU.

8. Oportuno registrar que a legislação relacionada à saúde e segurança no


trabalho, a qual o estagiário possui direito em razão do disposto no artigo 14 da
Lei nº 11.788/08, é aquela que determina os cuidados necessários para a
promoção da saúde e da prevenção de acidentes no trabalho, considerando,
especialmente, os riscos provenientes de fatores relacionados aos ambientes,
condições e formas de organização do trabalho.

Seção III - Do Estagiário

58. Em consonância com o disposto no art. 10 da Lei nº 11.788, de 2008, o


art. 10 da minuta do ato normativo possibilitou a flexibilização da jornada realizada pelo
estagiário, devendo o valor da bolsa estágio ser proporcionalizado conforme a carga
horária estabelecida. No entanto, tal flexibilização ocorrerá no interesse do órgão ou
entidade e atenderá os requisitos previstos no art. 4º da minuta de Orientação
Normativa.

59. Sobre a compensação de horários não estagiados, a autorização para tal


compensação, antes delegada ao chefe da divisão, passa à competência do supervisor do
estágio.

60. Destaque-se que a jornada de estágio somente poderá ser excedida se,
além de justificada, for devidamente autorizada, por escrito, pelo supervisor do estágio.
Nesse sentido, somente a apresentação de justificativa não é suficiente para autorizar a
compensação de horário.

61. A nova minuta de ON possibilitou a compensação das horas não


estagiadas, cuja justificativa tenha sido aceita e a compensação autorizada pelo
supervisor do estágio, limitada a 1 (uma) hora a mais na jornada diária do estagiário.

62. Em consonância com o § 2º do art. 10 da Lei nº 11.788, de 2008, foi


assegurado ao estagiário a redução da carga horária pela metade nos dias em que houver
verificação periódica ou final, condicionada à apresentação de declaração da instituição
de ensino.

63. Poderá o supervisor do estágio, com base na razoabilidade e no interesse


público, definir outras hipóteses em que a falta será considerada justificada, sem a
necessidade de compensação ou de descontos na bolsa estágio. Diante disso, esta
Coordenação-Geral - CGNOR exarou a Nota Técnica nº 68/2013, onde expôs o seguinte
entendimento quanto à interpretação a ser dada ao referido dispositivo:

I a lei não definiu as justificativas que devem ser aceitas para autorizar
a compensação das ausências do estagiário;
II a aceitação de justificativas para autorizar a compensação das
ausências do estagiário é ato discricionário do supervisor do estágio, que
deverá adotar critérios possíveis de serem cumpridos e compatíveis com
os interesses da Administração Pública;
III o estagiário somente poderá compensar as ausências, se as
justificativas forem aceitas e autorizadas pelo supervisor do estágio; e
IV caso o estagiário não compense a ausência conforme acordado com
o supervisor do estágio, esta não será considerada como falta justificada
tendo seu valor descontado na bolsa-estágio.

64. Quanto à compensação de horário não estagiado, decorrente de


tratamento da própria da saúde, foram necessários maiores esclarecimentos acerca do
assunto. Nesse sentido, destacamos as conclusões extraídas da referida Nota Técnica nº
68/2013, onde a Coordenação-Geral de Aplicação das Normas- CGNOR assim
estabeleceu:

I a única justificativa capaz de autorizar a compensação das ausências,


sem a necessidade de anuência do supervisor do estágio, é o atestado
médico apresentado pelo estagiário, desde que para o tratamento da
própria saúde; e
II neste caso, as faltas serão automaticamente consideradas para fins de
cálculo da bolsa-estágio.

65. No entanto, caso a apresentação de atestado médico para tratamento da


própria saúde esteja ocorrendo de forma excessiva e que venha a prejudicar as
atividades de estágio, bem como a avaliação do estagiário, em razão das longas
ausências do estagiário, a chefia imediata poderá limitar sua aceitação, analisando caso
a caso, por meio de decisão administrativa, que seja comprovadamente fundamentada,
de forma clara e coerente, bem como rescindir o compromisso de estágio.
66. Deve-se salientar que o entendimento supra foi corroborado pela
Consultoria Jurídica deste Ministério, por meio do PARECER Nº 1793-
1.1.3/2012/DP/ONJUR-MP/CGU/AGU, nos seguintes termos:

10. No art. 12, além da pequena alteração de redação sugerida no caput,


recomenda-se incluir §3º, remunerando-se os seguintes, para dispensar da
compensação de horário as faltas justificadas por meio de atestado médico,
em atenção ao que consta do Parecer nº 1332-3.24/201/RA/CONJUR-
MP/CGU/AGU. Vale ressaltar, que, ainda de acordo com o citado parecer, o
conceito de faltas justificadas não se restringe às amparadas por atestado
médico, cabendo à chefia imediata, para a sua definição, adotar critérios
razoáveis e observar o interesse público. Nada impede, conforme também já
assinalado na referida manifestação, que o Órgão Central do SIPEC, em
juízo de mérito administrativo, estabeleça critérios objetivos para a questão,
inclusive na própria minuta em análise.

67. Assim, os dispositivos acima mencionados trataram da discricionariedade


do supervisor do estágio para decidir acerca da aceitação de justificativas de faltas que
não ensejarão a compensação de horas e tampouco serão descontadas da bolsa estágio.

68. Em suma, não ensejará a compensação de horário e não serão objeto de


desconto na bolsa estágio as faltas para tratamento da própria saúde, o período de carga
horária reduzida de que trata o § 8º do art. 12 da minuta de ON e as demais justificativas
aceitas pelo supervisor de estágio, conforme critério de conveniência e oportunidade da
Administração. No entanto, caso o estagiário comece a apresentar atestado médico de
forma demasiada ou por períodos muito longos, atrapalhando a rotina das atividades de
estágio, a Administração Pública possui a opção de rescindir o contrato de estágio.

69. Outro ponto a merecer destaque é a possibilidade de movimentação de


estagiários dentro das unidades do órgão ou da entidade. De início, cabe ressaltar que é
do órgão ou da entidade a discricionariedade para dispor acerca do quantitativo de vagas
disponibilizadas entre suas unidades administrativas, bem como dos métodos de escolha
e contratação de seus estagiários.

70. Sendo assim, desde que observada a força de trabalho, a razoabilidade, o


interesse público e a discricionariedade da Administração Pública, o órgão poderá
remanejar ou redistribuir as vagas de estágio não ocupadas, com vistas a atender
eventuais demandas de outras unidades ou de órgãos que compõem sua estrutura,
contribuindo assim com o aproveitamento das oportunidades de estágio por um número
maior de estudantes e com a finalidade de preparar os educandos para a vida cidadã e
para o trabalho.

71. No entanto, não se pode perder de vista que a partir da manifestação de


interesse entre as partes envolvidas a instituição de ensino, o estudante e a parte
concedente do estágio todos os direitos e as obrigações acordadas, dispostas na
legislação vigente, estarão discriminadas no Termo de Compromisso de Estudante
TCE, que indica, inclusive, as atividades que serão desenvolvidas pelo estagiário e que
devem guardar estrita relação com a proposta pedagógica do curso bem como o local
onde o estagiário vai desenvolver tais atividades.

72. Todavia, o remanejamento do estagiário já contratado, mesmo que para


outras unidades ou órgãos que compõem a mesma estrutura, carece de previsão legal,
razão pela qual não será permitido.

73. Ademais, uma vez contratado o estagiário, há que se observar as


disposições do § 4º do art. 10 da minuta de ON que preveem alterações relacionadas
apenas ao estágio e que, se ocorrerem, ensejarão a elaboração de Termo Aditivo,
enquanto que, a movimentação do estagiário de um órgão para outro, ainda que seja de
interesse das partes envolvidas, acarretará na mudança do órgão contratante, portanto,
de outro contrato.

74. Isso porque a contratação de estagiários está condicionada às disposições


legais e às obrigações constantes do TCE, dentre as quais destacam-se: i) a
compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no TCE; ii)
o plano de atividades do estagiário, que será elaborado em comum acordo com o órgão
ou entidade e a instituição de ensino e iii) o local onde serão desenvolvidas as atividades
de estágio, determinadas pela parte concedente do estágio.

75. Portanto, as atividades de estágio devem ser realizadas de acordo com o


constante no Termo de Compromisso de Estágio, inclusive no que concerne ao local
constante no TCE, no qual o estagiário deverá realizar as atividades de estágio para o
qual foi contratado, cabendo às partes envolvidas a instituição de ensino, o
estudante e a parte concedente do estágio zelar pelo seu cumprimento.
76. Assim, caso seja interesse do estagiário e da parte concedente do estágio
que o estudante desenvolva atividades em outro órgão ou entidade, ainda que se trate de
órgão ou entidade subordinada (exemplo do órgão seccional para o setorial) a única
solução legal viável é que o estágio seja encerrado e que o estudante se submeta a novo
processo seletivo no órgão que tenha interesse no desenvolvimento de suas atividades
de estágio.

77. A partir de então, se houver interesse das partes envolvidas do


estudante, em se desligar da oportunidade de estágio atual e se submeter a novo
processo seletivo em outro órgão ou entidade; e do órgão ou entidade, em
promover processo seletivo para sua contratação o estagiário poderá ser desligado,
observando-se as disposições do art. 15 da minuta da ON.

- Do valor da bolsa estágio

78. No que concerne à alteração do valor da bolsa estágio, este ocorrerá por
meio de Portaria do órgão central do SIPEC. Assim, enquanto não houver alteração do
valor e até que seja publicado o referido ato normativo, o estudante em estágio não
obrigatório, de nível superior ou médio, perceberá bolsa-estágio no valor de R$ 520,00
(quinhentos e vinte reais) e de R$ 290,00 (duzentos e noventa reais), respectivamente.
Destaque-se que tais valores são os estabelecidos pela Orientação Normativa nº 7, de
2008.

79. Ressalte-se, por oportuno, que o valor da bolsa-estágio, de que trata o §


1º do art. 12 desta minuta de ON, será proporcional à jornada definida no Termo de
Compromisso do Estágio TCE.

- Do auxílio-transporte

80. Quanto ao pagamento do auxílio-transporte, o valor atualmente


concedido é de R$ 6,00 (seis reais) por dia estagiado. A alteração deste valor só poderá
ocorrer a partir da edição de ato normativo a ser publicado pela Secretaria de Gestão
Pública. Portanto mantém-se inalterado o valor do auxílio-transporte pago atualmente.
- Do recesso

81. Sobre o direito de usufruto do recesso, cumpre destacar que compete ao


supervisor do estágio gerenciar sua fruição pelo estagiário, devendo ocorrer durante a
vigência do TCE, e, em se tratando de contrato que tenha duração superior a dois
semestres, os períodos de recesso poderão ser parcelados em até três etapas, a critério do
supervisor do estágio.

82. Segue quadro demonstrativo, com o fito de ilustrar como se dividirão os


períodos de recesso a que o estagiário fizer jus, conforme o contrato celebrado:
Período de recesso devido ao
Total dos dias de recesso que o
Duração do contrato de estágio estagiário de acordo com o
estagiário deverá ter usufruído
celebrado entre as partes contrato celebrado
ao final do contrato celebrado
(por semestre/em dias)
01 semestre
15 dias 15 dias
(período mínimo previsto)
02 semestres 15 + 15 30 dias
03 semestres 15+15+15 45 dias
04 semestres
(período máximo de estágio
15+15+15+15 60 dias
permitido no mesmo órgão ou
entidade)

83. Frise-se que o recesso é direito de todo estagiário, independente do


estágio ser obrigatório ou não obrigatório. No entanto, é devido o pagamento de bolsa
estágio apenas durante o usufruto de recesso de estágio não obrigatório.

84. Importante observar que, o usufruto do recesso remunerado não será


objeto de opção para percebimento posterior em pecúnia, salvo, na hipótese de o
estagiário não usufruir o recesso durante a vigência do TCE, quando do seu
desligamento, nas situações elencadas nos incisos I ao VII do art. 16 da minuta de ON.

- Da apresentação de exame médico para contratação de estagiário

85. Com a finalidade de garantir a correta aplicabilidade da norma, não será


exigida a apresentação de exame médico para a contratação de estágio, uma vez
que este se destina à comprovação de aptidão em caso de exame admissional, o que não
se configura no caso do estágio.
- Das hipóteses de desligamento de estagiários

86. Estabeleceu-se, por fim, as hipóteses de desligamento do estágio, quais


sejam: automaticamente, ao término do estágio; a pedido; decorrida a terça parte do
tempo previsto para a duração do estágio, se comprovada a insuficiência na avaliação de
desempenho no órgão, na entidade ou na instituição de ensino; a qualquer tempo, no
interesse da Administração; em decorrência do descumprimento de qualquer obrigação
assumida no Termo de Compromisso de Estágio TCE; pelo não comparecimento, sem
motivo justificado, por mais de cinco dias consecutivos ou não, no período de um mês,
ou 30 (trinta) dias durante todo o período de estágio; pela interrupção do curso na
instituição de ensino a que pertença o estagiário; e, por conduta incompatível com a
exigida pela Administração.

87. Destaque-se que as faltas justificadas não deverão ser computadas para
fins do disposto no inciso VII do art. 16 da minuta de ON, que trata do não
comparecimento do estagiário, sem motivo justificado, por mais de cinco dias
consecutivos ou não, no período de um mês, ou 30 (trinta) dias durante todo o período
de estágio.

Capítulo III Das Disposições Gerais

88. Em consonância com o art. 11 da Lei nº 11.788, de 2008, o art. 17 que


compõe o capítulo III da minuta de ON, estabeleceu que o prazo máximo de duração do
estágio na mesma parte concedente não poderá exceder a quatro semestres, exceto
nos casos relativos ao estagiário com deficiência, pressupondo o legislador a
necessidade de dedicação do educando em tempo superior a dois anos, considerando a
natural dificuldade de aprendizado, decorrente da situação especial.

89. Ressalta- na minuta de


ON, está assentada na Convenção sobre Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência
da ONU,
portanto, entende-se que se trata do termo mais apropriado para se referir às pessoas que
apresentam tal condição.

- Dos estudantes contemplados com os Programas Universidade para Todos


ProUni e de Financiamento Estudantil FIES.
90. Por fim, objetivou-se, estimular a contratação de estudantes
contemplados com os Programas Universidade para Todos ProUni e de
Financiamento Estudantil FIES. Ademais, caberá aos órgãos e entidades do SIPEC
manter atualizadas as informações referentes aos estudantes contemplados pelos
programas mencionados.

91. O art. 21 da ON nº 7, de 2008, prevê ainda, a prioridade na realização


de estágio aos estudantes contemplados com os Programas Universidade para Todos
ProUni e de Financiamento Estudantil FIES.

92. Observe-se, no entanto, que tal disposição trata da realização do estágio


e não da seleção do estagiário. Portanto, os estudantes contemplados pelo Programa
Universidade para Todos - ProUni e Programa de Financiamento Estudantil FIES, que
participem dos processos seletivos oferecidos pelo órgão ou entidade integrante do
SIPEC devem obter êxito em todas as etapas que venham a compor o certame, sendo
aprovados ao final, para só então reivindicarem a prioridade em questão.

93. Neste sentido é o entendimento deste Departamento de Normas e


Procedimentos Judiciais de Pessoal DENOP/SEGEP/MP, exarado por intermédio da
Nota Técnica nº 56/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 21 de março de 2014.

94. Em observância às disposições do art. 3º da Lei nº 11.788, de 2008,


buscou-se informar que o estágio não caracteriza vínculo de emprego de qualquer
natureza, tratando-se de uma atividade que objetiva complementar o aprendizado do
estudante, o qual se dará mediante Termo de Compromisso de Estágio.

95. A seguir, os incisos I ao XIII do art. 19 da minuta de ON, estabeleceram


o que deverá constar no Termo de Compromisso de Estágio TCE celebrado entre o
estudante ou com seu representante ou assistente legal, quando for o caso, e o órgão ou
entidade, com a interveniência obrigatória da instituição de ensino.

96. Destaque-se que não deve o estagiário ser submetido a tarefas


totalmente desvinculadas do conteúdo pedagógico do curso e das atividades do
estágio estabelecidas no termo de compromisso. Ademais, salienta-se que a figura do
supervisor do estágio deve estar estritamente atrelada à do orientador da instituição de
ensino, a quem compete orientar os passos do estudante, visando seu melhor
aproveitamento e desenvolvimento para posterior desempenho no mercado de trabalho.
97. Outro aspecto importante, foi a fixação expressa das competências das
unidades de recursos humanos quanto à realização do estágio. No que tange ao relatório
mencionado no art. 20, inciso VII, desta minuta de ON, torna-se oportuno explicitar que
o estágio constitui um importante aspecto na formação do estagiário, motivo pelo qual o
referido relatório do estágio deve ser pormenorizado, relatando a experiência e
salientando toda a aprendizagem adquirida, ou seja, deverá conter a descrição sucinta e
organizada das tarefas executadas, as dificuldades encontradas, os conhecimentos e
domínios adquiridos, com a intenção de fazer a ligação entre a prática e os
conhecimentos teóricos obtidos na instituição de ensino.

98. Caberá, ainda, às unidades de recursos humanos manter atualizados no


sistema SIAPE o número total de estudantes aceitos como estagiários de níveis superior
e médio, de educação profissional, de educação especial e dos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional de jovens e adultos.

Capítulo IV - Das Disposições Finais

99. Informou-se também que os casos omissos serão tratados por este Órgão
Central do SIPEC. Assevere-se, no entanto, que serão analisados somente os processos
que contiverem a devida manifestação do Órgão Setorial sobre todos os aspectos
processuais e meritórios incidentes no processo, segundo a legislação aplicada à matéria
em apreço, concluindo, ao final, por uma solução aplicável ao caso, conforme disposto
na Orientação Normativa nº 7, de 2012.

100. Por fim, propõe-se a revogação da Orientação Normativa nº 07, de 30 de


outubro de 2008, uma vez que esta já não abarca a atual compreensão da Administração
acerca do importantíssimo instrumento de fomento educacional e social que é o estágio.
CONCLUSÃO

101. Diante do exposto, sugere-se o encaminhamento da Minuta de


Orientação Normativa, que estabelece orientações sobre a aceitação de estagiários no
âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, à Senhora
Secretária de Gestão Pública, para aprovação e assinatura.

À deliberação da Senhora Diretora.

Brasília, 04 de julho de 2014.

SEBASTIANA ALVES LOPES SILVIA CONCEIÇÃO DE SOUZA


Matr. 466366 Matr. 1744703

CLEONICE SOUSA DE OLIVEIRA


Chefe da Divisão de Direitos, Vantagens,
Licenças e Afastamentos DILAF - Substituta

De acordo. À apreciação da Senhora Secretária de Gestão Pública.

Brasília, 04 de julho de 2014.

ANA CRISTINA SÁ TELES D`ÁVILA


Diretora de Departamento de Normas e
Procedimentos Judiciais de Pessoal DENOP - Substituta

Aprovo. Publique-se a Orientação Normativa em anexo. Determino que


se faça divulgar nos meios eletrônicos disponíveis desta SEGEP, para amplo
conhecimento das diversas unidades de recursos humanos dos órgãos federais.

Brasília, 04 de julho de 2014.

MARILENE FERRARI LUCAS ALVES FILHA


Secretária de Gestão Pública - Substituta

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