BOLETIM
Boletim PDG.org Ano 1 Nº 3 1a quinz. nov./2010
GESTÃO SOCIAL EM FOCO
Economia de gestão: o desafio das reuniões de trabalho
Gestão é tema presente na vida de todos. Nossas
atividades pessoais, profissionais e sociais estão
marcadas pelo desafio da gestão. Cada pessoa
precisa aprender a gerenciar tempo, recursos
financeiros, planos de vida, relacionamentos,
formação profissional, trabalhos, agendas
privadas e públicas. Desde cedo, cada um de nós,
mesmo sem se dar conta, faz gestão. É um desafio
cotidiano e sua superação faz diferença no
desenvolvimento da pessoa, do cidadão e do
trabalhador.
No entanto, o que parece corriqueiro e automático
pode ficar difícil e exigir estudos, aprendizagens,
planejamentos, ferramentas e recursos variados.
É só avançarmos do território individual para a
gestão de organizações empresariais, sociais e
governamentais. Os desafios gerenciais ganham
mais complexidade e abrangência. E a gestão
continua sendo artigo de primeira necessidade.
Destaco a presença da gestão na vida de todos
para apontar um risco: overdose de gestão.
Excessos nas formulações sobre o tema e no uso
de ferramentas e recursos gerenciais.
Malabarismos e pirotecnias gerenciais. É preciso
equilíbrio e bom senso no uso das ferramentas,
dos recursos e do tempo investido nos processos
de gestão.
Economia de gestão. No final da década de 80,
ouvi essa expressão de um executivo do setor
público. Ele defendia equilíbrio, parcimônia e foco
para a gestão de organizações. Planejamento,
delegação e monitoramento são os três elementos
centrais para o uso econômico e produtivo dos
recursos gerenciais.
Reuniões: quantas na última semana?
Uma provocação para trazer a discussão sobre
economia de gestão para o cotidiano de nossas
organizações: de quantas reuniões você participou
na última semana? Faça um breve inventário de
suas reuniões. Foram reuniões necessárias?
Geraram resultados? Todos quantos delas
participaram deveriam estar ali? Na maioria das
vezes, esse inventário traz resultados
preocupantes: reuniões desnecessárias, pouco
objetivas, sem resultados consistentes, com a
participação de muita gente, longas e dispersas.
Ou seja, desperdício de gestão.
Há, diante desse quadro, um processo de
descrença e falta de investimento nas reuniões de
trabalho, o que cria um círculo vicioso: reuniões
malplanejadas e malconduzidas, falta de
resultados, descrença e participação decorativa ou
desatenta dos envolvidos. É preciso quebrar esse
círculo e resgatar a reunião de situações de
indigência. É importante fazer reuniões com
planejamento, objetividade e criatividade. Quando
bem organizadas e conduzidas, elas são
poderosos instrumentos de socialização de
informações, intercâmbio de experiências,
decisões compartilhadas, alinhamentos
conceituais, estratégicos e operacionais, solução
de conflitos e pendências.
Passo a passo
dicas para reuniões eficazes.
É importante que a liderança organizacional e
aqueles que estão à frente de reuniões tenham
firmeza e delicadeza para a sua condução.
A seguir, um passo a passo para a boa organização
e condução de reuniões:
Confirmar primeiro a necessidade da
1) reunião. Ela pode ser substituída por outra
forma de deliberação?
Definir uma pauta clara, curta e objetiva.
2) Foco é vital.
Dimensionar o tempo para o equa-
3) cionamento da pauta. Evitar reuniões
longas, às vezes intermináveis.
Ter clareza de quem realmente deve
4) participar da reunião. As demais pessoas
poderão ser informadas ou ouvidas de
outras maneiras.
5) Informar aos participantes da reunião, com
antecedência: pauta, horário, local, data,
tempo de reunião.
Começar a reunião na hora marcada. Não
6) esperar retardatários. Ter e criar disciplina.
Coordenar as exposições e os debates.
7) Buscar
concisão.
Zelar pelo direito de participação de todos.
8) Incentivar
a participação dos mais tímidos,
sem forçá-los a falar.
Evitar conversas paralelas. Combater a
9) dispersão.
Fazer, ao final da reunião, uma síntese do
10) que foi decidido. Socializar e monitorar os
resultados.
Com essas providências, as reuniões vão
melhorar. Fazer reuniões com eficiência e eficácia
é importante para a economia e o bom uso dos
instrumentos de gestão. Evita a banalização de um
importante instrumento de trabalho e fortalece a
crença nos processos gerenciais.
Antônio Pimentel*
*Coach integrante da equipe PDG.org On-Line.
PDG.org em ação
Organização dá seu depoimento
sobre o que tem sido vivenciar o PDG.org
Para a equipe do Instituto Rumo Náutico -
Projeto Grael, tem sido muito valiosa a
participação no PDG.org On-Line. Além da
qualidade do conteúdo sobre a gestão no Terceiro
Setor, direto e esclarecedor, ele trouxe para nós a
oportunidade de trabalhar os módulos em grupo
para alcançar as melhorias nas áreas que
identificamos como deficitárias. Atuamos há doze
anos no Terceiro Setor, com a convicção dos
nossos bons resultados, embora cientes de que
ainda há muito para aprimorar. Ressalto também a
qualidade dos profissionais do PDG.org On-Line,
que têm nos dado suporte, sempre com muita
atenção e competência. O sistema on-line é de
fácil utilização, não tendo havido a necessidade de
suporte técnico. Agradecemos ao Oi Futuro pela
oportunidade que nos foi dada e desejamos
sucesso crescente para o Programa. Bons
ventos!!!
Christa Vogel Grael
Instituto Rumo Náutico
Projeto Grael – Niterói - RJ
PDG.org On-Line
recebe prêmio nacional
O PDG.org On-Line,
empreendimento
social fruto de uma
parceria entre o
Instituto Hartmann
Regueira e o Instituto
Oi Futuro, recebeu o
prêmio ARede de
Inclusão Digital 2010
na categoria Capa-
citação de Terceiro
Setor. Em sua quarta
edição, esse prêmio
foi instituído pela Momento Editorial, para
reconhecer e divulgar as melhores iniciativas de
uso das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) para inclusão social. Mais de
200 projetos da esfera pública, de entidades da
sociedade civil e de empresas privadas se
inscreveram no prêmio este ano.
A entrega do prêmio deu-se na noite de
08/11/2010, no auditório do Instituto Itaú Cultural,
em São Paulo.
“Com o PDG.org, as organizações sociais se
fortalecem, aprimoram sua gestão e conseguem
atender melhor aos seus públicos. Tornam-se
mais conscientes de sua identidade, mais cientes
de 'onde estão, aonde querem chegar e com
quem querem ir' nessa trajetória.” – comentou
Cecilia Regueira, presidente do Instituto
Hartmann Regueira, ao receber o prêmio.
 COMPARTILHANDO CONHECIMENTO
Uma constatação: a Missão é dinâmica
O Centro de Formação Juan Diego nasceu em
2001, por meio de uma iniciativa da igreja católica,
que, por meio da congregação dos Verbitas,
mobilizou-se em direção à causa indígena e
começou a fazer um processo de captação de
recursos principalmente no exterior para a
construção de um Centro de Formação, que, além
de auxiliar em processos de capacitação, seria
uma “casa de passagem”, dado que muitos
indígenas estão constantemente de passagem por
Guarapuava (região central do estado do Paraná e
local da sede do Centro de Formação Juan Diego)
seja para a venda de artesanato nas ruas, seja a
caminho para Curitiba (capital). O Centro possui
uma área construída de 2.790,28 metros
quadrados e é composto por alojamentos,
refeitório e auditório.
A primeira dificuldade enfrentada logo na
construção e debate da proposta continua latente
até os dias atuais e está relacionada ao
preconceito e à discriminação em relação aos
povos indígenas. A superação dessa dificuldade é
construída dia a dia seja nas comunidades
indígenas, que mantêm um profundo sentimento
de invasão cultural, exploração e propriamente de
roubo de terras, cultura, saberes, entre inúmeros
outros pontos que poderíamos citar, e estendem
esses sentimentos para todos os ditos não índios,
seja na sociedade em geral, que costuma rotular e
excluir sem nenhum questionamento ou
conhecimento real da história regional.
Dentro desse complexo, é muito difícil definir uma
Missão organizacional. Podemos citar parte dos
pontos pelos quais passamos para, vivenciando a
explicitação/ revisão da nossa Missão, durante o
PDG. org On-Line, chegarmos a uma definição: o
enfrentamento do preconceito e da discriminação
social; a recuperação da autoestima e do orgulho
da comunidade indígena frente a sua etnia; a
mobilização para o funcionamento das instituições
públicas; como FUNAI, FUNASA, Prefeituras
Municipais, entre outras relacionadas e
responsáveis pelas comunidades indígenas e
aparentemente inertes frente ao declínio dessas
sociedades; a urgência de ações de combate ao
alcoolismo; a urgência de ações de geração de
renda; a absoluta urgência de ações voltadas para
o desenvolvimento humano.
Dentro desse contexto, tínhamos uma equipe de
três pessoas que atendiam 20 comunidades com
cinco projetos diferentes, uma estrutura
administrativa sem nenhum responsável direto,
um grupo de associados que foram reunidos pela
capacidade de mobilização da igreja católica e não
necessariamente pela causa e uma cobrança
enorme da comunidade indígena, em relação às
ações construídas junto ao Centro de Formação e
às ações que deveriam ser empreendidas pelas
instituições públicas. O primeiro passo em relação
Expediente:
Instituto Hartmann Regueira - IHR
Diretora Executiva do IHR: Cecilia Regueira
Tiragem: 200 exemplares
Assessoria de Comunicação do IHR:
comunicacao@institutohr.org.br / (31) 3228-1750
à resolução dos problemas foi dado em 2008
quando um grupo de voluntários que já estavam
ligados ao desenvolvimento dos trabalhos nas
comunidades se juntou por meio da formação da
Associação de Cooperação Técnica para o
Desenvolvimento Humano – Outro Olhar e passou
a trabalhar efetivamente junto ao Centro de
Formação Juan Diego. Essa ação foi definitiva
para a qualidade dos trabalhos por juntar uma
gama de voluntários e de instituições.
Funcionando como um conselho, nesse espaço de
diálogo as ações passaram a ser debatidas e
planejadas. É importante registrar que o projeto
“Fortalecer: compartilhando oportunidades”,
desenvolvido em parceria com o Oi Futuro, foi
fundamental, pois, entre outros benefícios,
possibilitou uma atuação com mais qualidade na
comunidade, propiciou também a capacitação
para gestão através do PDG.org On-Line.
...entendemos que a
Missão pode mudar
conforme muda o
trabalho da instituição.
Inicialmente, esse Programa de capacitação nos
deixou bastante em dúvida quanto à efetividade
das ações, mas não demorou a entendermos que
essa efetividade dependeria exclusivamente de
nossa dedicação e visão sobre as ações
propostas. Reconhecido isso, o primeiro passo foi
a definição da Missão, da Visão, dos princípios e
dos objetivos. Para nós, os princípios estavam
muito claros, mas a Missão e a Visão foram muito
mais difíceis de definir. A impressão que tivemos,
nesse momento, foi que teríamos de abrir mão da
nossa ilusão de que poderíamos mudar o mundo
como um todo para lutarmos pela mudança de uma
milésima parte. A aceitação desse fato se deu
quando entendemos que a Missão pode mudar
conforme muda o trabalho da instituição, podemos
ampliá-la, intensificá-la principalmente de acordo
com os resultados que vamos obtendo no decorrer
das ações. De certa forma, essa constatação nos
levou a organizar nossa Missão em etapas e incluí-
las em uma Visão que, reconhecemos, ainda é
muito abrangente e ousada.
Neste momento, após termos percorrido várias
etapas do PDG.org On-Line, temos certeza de que
nossos rumos como instituição estão mais claros e
que nossas ações terão maiores oportunidades de
sucesso e, consequentemente, o motivo maior que
nos move, que é a melhoria das condições de vida
das comunidades indígenas, terá, da mesma
forma, resultados mais positivos.
Juçara Hennerich
www.oindio.org
Concepção e Realização:
PROTAGONISTA PDG.org
Neste espaço, você conhecerá
um pouco cada organização participante do PDG.org
www.pontocine.com.br
O Ponto Cine é a primeira sala popular de cinema
digital do Brasil. Fica em Guadalupe, subúrbio do
Rio de Janeiro. Sua programação é voltada para
filmes de arte, com prioridade para o filme
brasileiro. Mantém ingressos a R$ 3,00 a meia-
entrada e R$ 6,00 a inteira.
Seu foco são crianças, jovens, adultos e idosos
das classes E, D e C, excluídas do circuito
cinematográfico por conta da escassez de salas na
região e/ou pelos altos preços dos ingressos na
cidade.
Tem um modelo de negócio fundamentado na
Promoção Social de Cinema, conceito
desenvolvido a partir da difusão do cinema
brasileiro e formação de plateia para os filmes
nacionais, que conjuga o tripé: venda de bilheteria,
bombonière e captação de recursos.
Para executar seus projetos socioculturais, em
2008 foi reativada a Associação Ponto Solidário,
que, em 2009, torna-se OSCIP e parceira do
Programa Oi Novos Brasis e realiza o projeto Rede
Limpa de Exibição.
Em 2010, com o aval do Minc, torna-se Ponto de
Cultura.
O Ponto Cine é, hoje, o maior exibidor de filmes
brasileiros, Prêmio Ancine 2007, 2008, 2009 e
2010. Tem um público de 95 mil espectadores – 32
mil só de estudantes.
Paralelamente, implantou quatro salas multimeios
e cinco núcleos de exibição em Escolas Públicas -
RJ.
Adailton Medeiros, Sol Pereira,
Thiago Sales, Léo Barros
Equipe de Direção do Ponto Cine
Alinhando conceitos
Franquia social
É o conceito de franquia comercial aplicado ao
Terceiro Setor. Constitui a obtenção (que poderá
ou não ser remunerada) do direito ao uso de uma
marca social (programa, projeto e/ou tecnologia)
de sucesso. Por adotar estratégias, metodologias
e instrumentos já testados e aprovados, é o
mecanismo mais eficaz, eficiente e efetivo para
replicação de ações sociais bem-sucedidas.
COMUNICARTE. Glossário social. Rio de Janeiro:
Comunicarte, 2005. p.68. (Fragmento)
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