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POESIA COMO FONTE HISTÓRICA: UMA ANÁLISE DO POEMA A MÃE DO

CATIVO DE CASTRO ALVES

Antonio Tadeu Santos Barbosa1

Para esse artigo, decidimos trazer algumas reflexões analisando uma única poesia de Castro
Alves, chamada A Mãe do Cativo, – que se encontra no livro intitulado Os Escravos,
publicado postumamente no ano de 1883 – para tentar identificar questões relacionadas a uma
ideia maior, que é a de compreender se suas poesias contribuíram para propagar a imagem do
cativo detentor de autonomia para viver em liberdade, ou então, do cativo que não tinha
consciência dos seus atos devido aos maus tratos da escravidão a ponto de serem
representativas das hierarquias raciais em voga no período. A análise das poesias de Castro
Alves enquanto fonte histórica possibilita compreender o contexto histórico e as
representações dos sujeitos sociais construídas pela subjetividade do autor. Assim, para não
haver risco de reproduzir o ponto de vista do autor, tornou-se necessário dialogar com
algumas produções historiográficas que refletem sobre escravidão, raça e hierarquias sociais
nas últimas décadas do século XIX.

Palavras-chave: Castro Alves – poesia – fonte histórica – escravidão.

Introdução
A historiografia brasileira avançou bastante nos últimos trinta anos no que diz respeito
ao tema da escravidão. Com os novos enfoques, abordagens e leituras feitas através de
diferentes e variados tipos de fontes, tornou-se possível refletir de maneira nuançada sobre a
trajetória da população negra brasileira no período colonial e imperial. Atualmente, sabemos
da importância dos documentos judiciais e eclesiásticos e das fontes literárias para o
desenvolvimento de trabalhos que versam sobre a temática citada. Atrelado ao uso das fontes
foram também desenvolvidas metodologias que se mostraram e continuam se mostrando
eficazes, a exemplo, do método indiciário e do método de ligação nominativa. Porém,
principalmente no que diz respeito às fontes literárias, nota-se uma parca presença de
trabalhos que abordam o tema da escravidão fazendo uso da poesia enquanto fonte histórica.2
O presente trabalho objetiva trazer reflexões iniciais sobre uma poesia inserida no
livro Os Escravos, de autoria do poeta Castro Alves, publicado postumamente no ano de
1883. O livro é composto por trinta e quatro poesias que trazem diversas representações dos
escravizados passíveis de serem analisadas, pois demonstram um leque de situações que nos
possibilita refletir sobre a maneira como o poeta visualizava o escravizado no período em que
elas foram escritas.3
Dessa forma, levando em consideração a ideia de Castro Alves ser conhecido como
uma das principais vozes empenhadas em denunciar a escravidão no Brasil, pretende-se,
através da análise da poesia intitulada A Mãe do Cativo, identificar questões relacionadas a
uma ideia maior, que é a de se suas poesias contribuíram para propagar a imagem do cativo
detentor de autonomia para viver em liberdade ou, então, do cativo que não tinha consciência
dos seus atos devido aos maus tratos da escravidão, a ponto de serem representativas das
hierarquias raciais em voga no período.
A maneira como conduziu o processo de escrita das poesias não deixa de ser reflexo
do posicionamento de Castro Alves frente à escravidão, assim como a sua reação diante das
situações visualizadas no cotidiano. Sendo assim, apesar de ter vivido num contexto de
deslegitimação da instituição escravista, presenciara acontecimentos envolvendo escravizados
que nos remetem a desenvolver o questionamento sobre a sua visão acerca desses sujeitos
históricos que, por sua vez, pode ter se estendido, sobremaneira, para suas poesias. Um desses
acontecimentos ocorreu em Curralinho, no ano de 1870, quando estava no período de
convalescência.4
Ao visualizar uma leva de escravizados que estava chegando para ser comercializada,
Castro Alves se depara com uma cativa morena bem clara e questiona ao traficante de
escravizados o que aquela menina estava fazendo ali. Quando Manoel Lefundes diz ser a
menina uma escrava, o poeta questiona a sua afirmação dizendo: “[...]escrava por quê?”. Em
seguida, decide comprar a alforria da cativa e, a julgar pelo discurso de desqualificação
daquele tipo de comércio empreendido pelo traficante, transforma aquele episódio num ato de
denúncia a escravidão. Porém, após alforriar a cativa acaba a deixando sob os cuidados do pai
de um dos seus amigos que, certamente, presenciara o acontecimento.5
Jamais iremos saber qual foi a intenção de Castro Alves quando decidiu deixar a
alforriada sob os cuidados de uma outra pessoa, porém não podemos nos esquivar do contexto
histórico no qual o poeta estava inserido. Aquele era um período no qual as teorias raciais
estavam ganhando espaço na sociedade e aceitação nos meios acadêmicos brasileiros. Assim,
a ideia de inferioridade dos negros se atrelava à justificativa desses sujeitos serem escravos e
não estarem preparados para viver em liberdade devido aos maus tratos da escravidão.6
Diante dessas premissas e tendo consciência que Castro Alves foi um homem do seu
tempo, percebe-se que pode ter acreditado, de fato, que a cativa não estava preparada para
viver em liberdade. Entretanto, podemos refletir que para além das suas poesias terem
contribuído para as ideias acima citadas, muitas das situações descritas nas composições
podem ser remetidas ao cotidiano vivido pelos escravizados, pois trazem diversas e variadas
representações que podem ser analisadas enquanto percepção do sentimento e comportamento
dos cativos diante das suas próprias vivências e da escravidão como instituição propriamente
dita, baseada no ponto de vista do escritor. É o que veremos nas próximas páginas.7

A Mãe do Cativo
A representação de situações específicas existente nas relações experienciadas por
sujeitos escravizados pode ser visualizada em meios aos escritos de Castro Alves, compilados
no livro intitulado Os Escravos. Entre as várias poesias, a intitulada A Mãe do Cativo retrata
uma série de ensinamentos e recomendações para as mães passarem aos seus filhos que se
encontram sob o julgo da escravidão. Vejamos a primeira parte:

Ó mãe do cativo! que alegre balanças


A rede que ataste nos galhos da selva!
Melhor tu farias se à pobre criança
Cavasses a cova por baixo da relva.

Ó mãe do cativo! que fias à noite


As roupas do filho na choça da palha!
Melhor tu farias se ao pobre pequeno
Tecesses o pano da branca mortalha.

Misérrima! E ensinas ao triste menino


Que existem virtudes e crimes no mundo
E ensinas ao filho que seja brioso,
Que evite dos vícios o abismo profundo ...

E louca, sacodes nesta alma, inda em trevas,


O raio da espr'ança... Cruel ironia!
E ao pássaro mandas voar no infinito,
Enquanto que o prende cadeia sombria! ...8

A julgar pelo trecho da composição, a mãe do cativo vive um momento de alegria


quando balança o seu filho na rede. Porém, como contrapartida ao sentimento, seria de muito
mais valia para a mãe cavar uma cova para o filho na relva da selva onde a rede se encontra
atada. No segundo trecho a espécie de recomendação continua: ao invés de fiar as roupas da
criança na choça de palha, seria muito melhor estar tecendo o pano da sua mortalha. Finda as
recomendações, na terceira estrofe inusitadamente cessa o clima de desesperança causada pela
ideia da morte e se inicia uma série de ensinamentos que a mãe teria de passar para o filho.
Entre os ensinamentos, estão os que no mundo existem virtudes e crimes e, talvez por conta
disso, ser brioso e evitar dos vícios o abismo profundo seja importante para dar continuidade a
sua trajetória.
Após, torna-se nítido o despertar da cativa para além da sua condição escrava.
Contudo, para o poeta, é a perda de consciência gerada pelo cativeiro, ou seja, a loucura, que
sacode a alma para o raio de esperança. Conforme se depreende da escrita, o surgimento do
raio de esperança seria algo um tanto irônico, uma vez que, fora consequência das agruras,
das asperezas ocasionadas pela escravidão. Daí a importância da recomendação metaforizada,
nos dois últimos versos, no qual manda os pássaros voar ao infinito mesmo enquanto
estiverem presos em cadeias sombrias.
Em meio às antíteses e contraposições evidentes nessas primeiras estrofes, o que se
percebe é a construção de uma poesia muito mais empenhada em caracterizar o escravizado
enquanto sujeito que necessita se preparar para viver em liberdade seguindo os ensinamentos
de ser brioso e evitar dos vícios o abismo profundo. Dessa forma, surge o raio de esperança
com o sacudir que desperta para o alçar de vôos infinitos, mesmo estando preso em cadeias
sombrias, ou seja, mesmo estando sob o julgo da escravidão.9
As entrelinhas da poesia permitem refletir que se caso a mãe do cativo não seguisse os
ensinamentos, seria melhor cavar a cova da criança ou então tecer o pano da mortalha branca.
Assim, para Castro Alves, de nada adiantaria a vida fora do cativeiro se os escravizados não
estivessem preparados para viver em liberdade. Todavia, fica aqui um questionamento que
não daremos conta de responder nesse momento: qual era a compreensão do poeta em ser
brioso e evitar do vício o abismo profundo? Passemos, então, para a segunda parte da
composição:

Ó Mãe! não despertes est'alma que dorme,


Com o verbo sublime do Mártir da Cruz!
O pobre que rola no abismo sem termo
Pra qu'há de sondá-lo... Que morra sem luz.

Não vês no futuro seu negro fadário,


Ó cega divina que cegas de amor?!
Ensina a teu filho - desonra, misérias,
A vida nos crimes - a morte na dor.

Que seja covarde... que marche encurvado...


Que de homem se torne sombrio reptíl.
Nem core de pejo, nem trema de raiva
Se a face lhe cortam com o látego vil.

Arranca-o do leito... seu corpo habitue-se


Ao frio das noites, aos raios do sol.
Na vida - só cabe-lhe a tanga rasgada!
Na morte - só cabe-lhe o roto lençol.

Ensina-o que morda... mas pérfido oculte-se


Bem como a serpente por baixo da chã
Que impávido veja seus pais desonrados,
Que veja sorrindo mancharem-lhe a irmã.

Ensina-lhe as dores de um fero trabalho...


Trabalho que pagam com pútrido pão.
Depois que os amigos açoite no tronco...
Depois que adormeça co'o sono de um cão.

Criança - não trema dos transes de um mártir!


Mancebo - não sonhe delírios de amor!
Marido - que a esposa conduza sorrindo
Ao leito devasso do próprio senhor! ...

São estes os cantos que deves na terra


Ao mísero escravo somente ensinar.
Ó Mãe que balanças a rede selvagem
Que ataste nos troncos do vasto palmar.10

Nessa parte, Castro Alves deixa evidente quais ensinamentos a mãe tem que passar
para o filho. Entretanto, logo nos dois primeiros versos da primeira estrofe, recomenda não ser
necessário acordar a alma que dorme com o verbo do mártir da cruz. Aqui ele se refere a Jesus
Cristo, e pode ter visualizado os seus ensinamentos como uma estratégia um tanto rebelde
para os escravizados conquistar a liberdade. Assim, depreende-se da poesia que a rebeldia
pode não ser o meio mais eficaz para se livrar do julgo da escravidão. E, nos dois últimos
versos dessa mesma estrofe, parece ratificar essa ideia quando sinaliza que o pobre que rola
no abismo sem termo, ou seja, sem responsabilidade, sem seguir os ensinamentos, não precisa
ser sondado, observado, pois é melhor morrer e ter uma morte sem luz. Então, diante de um
contexto no qual os cativos elaboravam estratégia para a conquista da liberdade, Castro Alves,
nesse trecho da poesia, constrói um discurso dando conotação a uma espécie de resistência
acomodada, conformada aos moldes da lógica senhorial e legitimada no ponto de vista da
instituição escravista.11
Dando sequência a ideia da morte ocasionada por não seguir os ensinamentos,
questiona a mãe cativa lhe perguntando se não vê no futuro o seu negro calvário. O
questionamento abre brechas para pensarmos que Castro Alves esteja visualizando, no
período em que escreveu esta poesia, escravizados tomando iniciativa para conquistar a
liberdade. E muitas das estratégias arquitetadas pelos cativos foram elaboradas em formato de
sublevação, o que certamente transmite uma conotação de rebeldia para a imaginação do
poeta a ponto dele finalizar a segunda estrofe enfatizando que a desonra, misérias e a vida no
crime são ensinamentos que estão relacionados à morte na dor.12
Nas duas próximas estrofes, Castro Alves descreve de maneira um tanto minuciosa
como o cativo deve se comportar. Para o poeta, é necessário o escravizado saber lidar com as
agruras da escravidão. Daí a necessidade de ser covarde e marchar encurvado se tornando até
um sombrio réptil e, se cortarem a sua face, não tremer de pejo ou de raiva. Segue as
recomendações construindo uma visão conformista da condição escrava, afirmando que se
acaso lhe arrancarem do leito, terão que habituar os seus corpos ao frio das noites a aos raios
do sol, que na vida só lhe cabe a tanga, roupa, rasgada e, na morte, um lençol roto,
esfarrapado.
Chega até insinuar a se ensinar que morda, mas logo recomenda que perfidamente se
oculte. Certamente essa situação remete a ideia do escravizado sorrateiramente poder tirar
proveito de algo que lhe traga benefício, mas nada que possa exceder o limite imposto pela
instituição escravista, pois logo deve traiçoeiramente se ocultar, talvez para a ação também
não servir de exemplo para outros cativos. Influenciados, poderiam arquitetar estratégias que
externalizam rebeldia, comportamento não recomendado pelo poeta, afinal de contas a
sociedade baiana ainda seguia impactada com as consequências geradas pela mais conhecida
de todas das rebeliões escravas, a Revolta dos Malês.13
Segue afirmando que não deve ter medo ao ver seus pais desonrados e nem suas irmãs
manchadas. Que mesmo após o açoite no tronco, lhe deve ser ensinado as dores de um
doloroso trabalho que irão lhe pagar com um pão pútrido, sem qualidade. Na penúltima
estrofe, reafirma o conformismo enfatizando como o cativo, em diferentes momentos de sua
vida, deve se comportar diante das agruras da escravidão.
Para a criança, diz não tremer diante dos transes de um mártir, ou seja, para não se
agitarem como que influenciados por situações vividas pelos chamados heróis quando,
angustiados, tentaram transformar as estruturas sociais. Aos mancebos, moços na juventude,
que não sonhem delírios de amor. Aqui o delírio de amor pode ser interpretado como se
existisse uma linha demarcada até para se amar, que teria de ser dentro dos limites impostos
pela condição escrava. Ou também por ter visualizado a impossibilidade do negro amar uma
mulher branca devido à sua própria condição de negro e/ou escravizado, bem como pelo seu
lugar social ocupado na sociedade baiana oitocentista, afinal de contas a miscigenação gerava
degeneração social.14
Quando é citada a recomendação para o marido, parece que o poeta se esforça em
deixar evidente qual seria esse limite, que foi citado anteriormente: o cativo teria que sorrindo
conduzir a sua esposa para o leito devasso do próprio senhor. O limite estaria na consolidação
da condição da propriedade do senhor. Ou seja, mesmo sabendo que tem uma esposa, o cativo
teria de respeitar o legítimo direito de propriedade do seu senhor.
Finaliza, de maneira fulminante, afirmando que só são esses os ensinamentos que
devem ser passados aqui na terra para o cativo que, miserável, aqui vive. Para na terceira e
última parte concluir numa única estrofe e com uma rima que sintetiza de maneira elementar a
sua ideia:
Ó Mãe do cativo, que fias à noite
À luz da candeia na choça de palha!
Embala teu filho com essas cantigas...
Ou tece-lhe o pano da branca mortalha.15

Como já detalhado nas primeiras páginas desse texto, para Castro Alves as cantigas –
ensinamentos – caso não sejam passadas para a criança cativa não haveria alternativa que não
fosse ter que tecer o pano da branca mortalha, ou seja, confeccionar a vestimenta usada para o
seu enterro.

Considerações finais
Como já foi dito anteriormente, o livro Os Escravos, publicado postumamente no ano
de 1883, é a compilação de 34 poesias que trazem diversas e variadas representações dos
cativos escritas por um homem que viveu no seu tempo. Assim, o questionamento elaborado
para ser perguntado às fontes - se as poesias de Castro Alves contribuíram para propagar a
imagem do cativo detentor de autonomia para viver em liberdade ou, então, do cativo que não
tinha consciência dos seus atos devido aos maus tratos da escravidão a ponto de serem
representativas das hierarquias raciais em voga no período – não será respondido nesse
momento, pois entendemos que a análise de uma única composição pode não representar a
maneira como ele contribuiu para propagar um tipo específico de imagem do cativo.
Porém, a julgar pela poesia analisada, percebe-se de maneira contrastante a
representação de um cativo que teria que se conformar com a sua condição e respeitar os
limites impostos pela instituição escravista. Partindo dessa premissa e levando em
consideração que Castro Alves foi um poeta que ficou conhecido pela denuncia à escravidão,
podemos inferir das entrelinhas da poesia A Mãe do Cativo, que o projeto para o fim da
escravidão pensado pelo escritor estaria intimamente relacionado com a ideia defendida por
setores da elite brasileira, os quais comungavam que a instituição teria que ser terminada de
maneira lenta e gradual e obedecendo, por sua vez, a concepção de propriedade, daí a
importância em ter que, também, idenizar os senhores. A defesa da propriedade atrelada ao
esforço para que a mãe do cativo ensine ao seu filho a não rebeldia – em outras palavras a não
questionar a instituição escravista – é elucidativa dessa questão.16

Notas

1
Mestre em História Regional e Local – UNEB. Professor de História da rede municipal de ensino do município
de Santa Teresinha-BA.
2
Sobre os avanços da historiografia brasileira no tema da escravidão, existem várias obras fruto de pesquisas
desenvolvidas nos último 30 anos. Citaremos aqui apenas algumas: AZEVEDO, Célia Marinho de. Onda Negra
Medo branco: o negro no imaginário das elites século XIX. São Paulo: annablume, 2004; CHALHOUB,
Sidney. Visões da Liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia
das letras, 1990; MACHADO, Maria Helena P. T. O Plano e o Pânico: os movimentos sociais na década da
abolição. Rio de Janeiro/São Paulo: UFRJ/EDUSP, 1994; SILVA, Eduardo; REIS, João José. Negociação e
Conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: companhia das letras, 1999; WISSENBACH, Maria
Cristina Cortez. Sonhos Africanos, Vivências Ladinas: escravos e forros em São Paulo (1850-1880). São
Paulo: Editora Hucitec USP, 1998. Sobre o método indiciário e o método de ligação nominativa ver,
respectivamente, GINZBURG, Carlo. O Queijo e os Vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido
pela inquisição. São Paulo: Companhia das letras, 1987 e FRAGA FILHO, Walter. Encruzilhadas da
Liberdade: história e trajetória de escravos e libertos na Bahia. Campinas. Editora da UNICAMP, 2006. Entre
muitos historiadores que usaram a literatura como fonte histórica, uma das principais obras é a de CHALHOUB,
Sidney. Machado de Assis, historiador. São Paulo: ed. Companhia das Letras, 2003. Encontrei apenas um
artigo de duas pesquisadoras que escreveram sobre o uso da poesia como fonte para o ensino de História. Ver:
GOMES, Emanuella Albuquerque Tissiane; PEREIRA, Auricélia Lopes. Diálogo entre literatura e história: o
poema enquanto fonte histórica no ensino de História. In: IV Encontro de Iniciação à Docência da UEPB/II
Encontro de Formação de Professores da Educação Básica. João Pessoa-PB. Disponível em:
http://www.editorarealize.com.br/revistas/eniduepb/trabalhos/Modalidade_1datahora_21_10_2014_13_08_10_id
inscrito_402_0c2a9c523f9a035e5dc573ab3cef6ba6.pdf. Acesso em: jul. 2018.
3
É possível encontrar o livro no site Domínio Público. Ver: ALVES, Antonio Frederico de Castro. Os Escravos.
Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf>. Acesso em: fev 2018.
4
Curralinho foi uma vila baiana do império brasileiro que hoje é o atual município de Castro Alves-BA.
Vejamos: Em 1873, Curralinho é elevada a freguesia. Em 1880, por lei provincial de n° 1987, de 26 de junho, foi
elevada a categoria de vila, instalada em 11 de janeiro de 1883. Informações do livro do Memorialista Aurino de
Azevedo Teixeira. Ver: TEIXEIRA, Aurino de Azevedo. Informações Históricas sobre a Cidade de Castro
Alves. 1990.p.05.
5
Sobre a leva de escravizados para ser comercializada em Curralinho, trata-se de um relato contado por Davino
da Silva Figueredo – escrivão da comarca de Curralinho no século XIX e amigo de Castro Alves – passada para
o jornalista Loureiro Souza no ano de 1935. Ver: MATTOS, Waldemar. A Bahia de Castro Alves. 2º ed. São
Paulo: Instituto Progresso Editorial. S. A., 1947.p.108.
6
Ver: SCHWARCZ, Lilia M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-
1930. São Paulo, Cia. das Letras, 1993. Principalmente o capítulo 2 do livro.
7
Sobre a atitude de Castro Alves diante do episódio da leva de escravos, ver: BARBOSA, Antonio Tadeu
Santos. Vidas cruzadas sobre os ossos do ofício: trabalhadores livres e cativos nas últimas décadas da
escravidão. Curralinho-BA (1860-1888). Dissertação (Mestrado em História)-Programa de Pós-Graduação em
História Regional e Local, Santo Antonio de Jesus-BA, 2013.p.43-44.
8
ALVES, Antonio Frederico de Castro. Op. Cit. S/P
9
Nessa parte da poesia, em especial, parece que Castro Alves reafirma a idéia, já problematizada noutro
trabalho, do cativo não estar preparado para viver em liberdade. Ver: BARBOSA, Antonio Tadeu Santos.
Op.Cit.
10
ALVES, Antonio Frederico de Castro. Op. Cit. S/P
11
Sobre a elaboração de estratégias e projetos para a conquista da liberdade, ver, entre outros trabalhos, o de
BARRETO, Gisely Nogueira. Armadilhas no caminho da liberdade em Nazareth (1860-1888). Dissertação
(Mestrado em História)-Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local, Santo Antonio de Jesus-BA,
2013. Principalmente o capítulo 3.
12
Sobre rebeliões, levantes, sublevações escravas ocorridas no Brasil imperial, a mais conhecida é a Revolta dos
Malês. Ver: REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil. A história do levante dos Malês de 1835. São Paulo:
Companhia das Letras, 2003
13
Idem..
14
Ver: SCHWARCZ, Lilia M. Op. Cit. Principalmente a introdução do livro.
15
ALVES, Antonio Frederico de Castro. Op. Cit. S/P
16
Sobre a defesa do término da escravidão de maneira lenta e gradual por setores da elite brasileira, ver, entre
outros trabalhos, o de PENA, Eduardo Spiller. Pajens da casa imperial: jurisconsultos, escravidão e a Lei de
1871. Campinas, Ed. da UNICAMP, 2001.

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