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Julho de 2009
Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Resumo
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Abstract
This project was developed at the water heater factory Bosch Termotecnologia SA,
located in Cacia, Aveiro. The boarded subject was the methodology Total Productive
Maintenance (TPM) falling on the implementation and coordination on the gas conductor’s
tubes production section, so it could follow the lean system of Bosch group.
Naturally, some obstacles have arisen, associated to the instability of the section,
which ended up being exceeded. The section’s problems were identified and analyzed, with
the collaboration of production workers, and improvements were executed in order to
eliminate them. The critical equipments were the main target of the project’s implementation.
The conditions for the execution of the autonomous maintenance were improved, and
afterwards, using the standard, were created the maintenance circuits, and always when
possible, tasks from the preventive were transferred to the autonomous maintenance. These
circuits are based in simple maintenance tasks, like inspecting, cleaning, lubricating and
substitution of degraded components, or little repairs, done by the production workers, freeing
the maintenance technicians to work on more complex tasks.
There has been done work with the purpose of reducing setup times on the stanching
tests workbench. It was given training and encouranjement to motivate the people involved on
the project to ensure its sustainability. Through the project, the section showed a growing
tendency of the OEE.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Agradecimentos
Ao Eng. José Gonçalves pela introdução na empresa e na sistemática TPM modelo Bosch.
Agradeço profundamente ao José Augusto por todo o apoio no terreno, pela partilha dos seus
conhecimentos e forma simpática como o fez. Pela forma desafiante e motivante que me
recebeu, agradeço ao Vítor Varela. Ao Eng. Dário pela colaboração na ligação entre a
manutenção preventiva e autónoma, e pela motivação e desafios. Também agradeço ao João
Novo e Paulo Oliveira pelo apoio e palavras de incentivo. Ainda ao Altino Ventura e ao Sr.
Raul, pois sem eles a implementação de algumas melhorias ter-se-iam prolongado, e pela
simpatia que demonstraram ao fazê-lo. A todo o pessoal da secção, especialmente ao João
Gonçalves, Ana Vieira, Domingos Silva, Carlos Sousa, Fátima Fernandes, José Cruz, José
Dias, Pedro Franco, Márcia Nunes pela forma como me acolheram e facilitaram a integração
na secção, e pela disponibilidade e simpatia. E finalmente à professora Teresa Galvão Dias
pelo apoio de cariz motivacional e por evidenciar que é possível tirar valor de todas as
experiências.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Índice de Conteúdos
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Índice de Figuras
Figura 1 - Robert Bosch no stand da empresa no Motor Show Internacional em Berlim em 1931 ........ 2
Figura 2 – Redução de desperdícios através do TPM (fonte: Fundamentos Kaizen).............................. 5
Figura 3 – O papel do TPM no BPS e os seus princípios (fonte: Documentação Bosch)....................... 6
Figura 4 – Causas de paragens escondidas.............................................................................................. 8
Figura 5 – TPM com sucesso (fonte: Documentação Bosch) ................................................................. 8
Figura 6 – Casa TPM (fonte: Cartões TPM Bosch) ................................................................................ 9
Figura 7 – Descrição dos pilares da casa TPM (fonte: cartões TPM Bosch) ........................................ 10
Figura 8 – Presente (cima) e futura (baixo) disposição dos equipamentos forno, prensa e bancadas de
ensaio de estanquicidade. ...................................................................................................................... 14
Figura 9 – Quadro Matriz de Policompetências .................................................................................... 16
Figura 10 – OEE - Cartão TPM (fonte: documentação Bosch)............................................................. 18
Figura 11 – Parte 1 da folha de cálculo do OEE ................................................................................... 19
Figura 12 – Parte 2 da folha de cálculo do OEE ................................................................................... 19
Figura 13 – Parte 3 da folha de cálculo do OEE ................................................................................... 20
Figura 14 – Indicadores MTBF, MTTR, MWT .................................................................................... 20
Figura 15 – Folha de Ponto anteriormente utilizada (fonte: documentação Bosch) ............................. 21
Figura 16 – Nova Folha de Produção (fonte: documentação Bosch) .................................................... 21
Figura 17 – Folha de registo de defeitos (fonte: documentação Bosch) ............................................... 22
Figura 18 – Quadro TPM / point CIP .................................................................................................... 23
Figura 19 – A melhoria contínua dos processos através da sua confirmação baseada no ciclo PDCA ao
longo do tempo ...................................................................................................................................... 24
Figura 20 – Tipos de manutenção ......................................................................................................... 29
Figura 21 – Documentação da acção do 2º Pilar, 1º Passo (fonte: documentos Bosch) ....................... 30
Figura 22 – Caixa de filtro de apoio à realização da manutenção autónoma ........................................ 31
Figura 23 – Foto antes e depois da melhoria das condições para realização da manutenção autónoma 31
Figura 24 – Kanban de consumíveis (esquerda) e armário onde são utilizados .................................... 27
Figura 25 - OPL Punção de marcação ................................................................................................... 28
Figura 26 – Foto antes e depois da melhoria realizada na saída do forno ............................................. 28
Figura 27 – OPL Alongamento do Tapete do Forno (fonte: documentos Bosch)................................. 32
Figura 28 – Simbologia TPM utilizada nos circuitos MA (fonte: Cartões TPM Bosch) ...................... 33
Figura 29 – Frente e verso de circuito MA e folha de registo de MA (em anexo)................................ 34
Figura 30 – Operador a executar circuito de MA e simbologia standard no equipamento. .................. 34
Figura 31 – Fotos antes (após uma 1ª triagem) e depois do carro de ferramentas de apoio e de algumas
ferramentas colocadas no posto............................................................................................................. 37
Figura 32 – Coluna identificada indicadora do estado do ensaio .......................................................... 38
Figura 33 – Antes e depois do posto A ................................................................................................. 40
Figura 34 – Cockpit Chart Ensaios ....................................................................................................... 41
Figura 35 – Cockpit Chart Forno+Prensa ............................................................................................. 42
Figura 36 – Visão parcial da folha gráfico de evolução de anomalias encontrada em anexo ............... 43
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Lista de abreviaturas
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
1 Introdução Geral
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Figura 1 - Robert Bosch no stand da empresa no Motor Show Internacional em Berlim em 1931
(fonte: www.bosch.com)
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
A companhia, desde sempre, foi guiada pela inovação contando com mais de 3800
patentes e investiu 3.9 biliões em pesquisa e desenvolvimento representando 8,6% das suas
vendas no ano fiscal de 2008. Conta a nível global com cerca de 283.000 associados, gerando
vendas de 45.1 biliões de euros no ano fiscal de 2008.
A orientação global acompanha quase desde o seu início a empresa, sendo que em
1909 trabalhou na construção de uma fábrica Bosch nos Estados Unidos da América.
Actualmente esteja presente em todos os continentes, contando com companhias subsidiárias
e associadas em mais de 60 países, sendo uma delas a Bosch Termotecnologia S.A., presente
em Aveiro, Portugal, inserida no sector dos bens de consumo.
A empresa onde foi realizado o projecto TPM, encontra-se sediada em Cacia, Aveiro.
Surgiu no ano de 1977, utilizando a tecnologia da empresa alemã de Robert Bosch.
Ainda hoje é conhecida por uma das marcas que produz: Vulcano, criada em 1983.
Aliando a qualidade dos seus produtos à estratégia de vendas e assistência pós-vendas obteve
um rápido crescimento, permitindo atingir uma posição de líder no mercado nacional de
esquentadores. Mais tarde, com a aquisição pelo Grupo Bosch, a empresa integra a divisão de
termotécnica, utilizando novas competências e equipamentos. Iniciou-se assim um processo
de especialização dentro do Grupo, permitindo atingir o papel de líder europeu e terceiro a
nível mundial desde 1992.
Além de responsável pelo fabrico e comercialização do produto, é actualmente,
responsável pelas empresas do grupo que fabricam produtos com tecnologia de aquecimento
de água, oferecendo produtos na área dos esquentadores e termoacumuladores, caldeiras e
aquecimento e solar.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
2 Introdução Temática
O termo “Total Productive Maintenance” foi utilizado pela 1ª vez no fim dos anos 60, pela
empresa Nippon Denso, na altura, fornecedora de componentes eléctricos do Grupo Toyota. O
objectivo era colmatar a necessidade de reduzir os desperdícios relacionados com o tempo de
paragem não planeados dos equipamentos, de forma a não afectar a nova técnica produtiva
implementada JIT1, apoiada pelo Kanban2, e outras ferramentas geradoras de fluxo.
Distinguida pelo JIPM, em 1971, a Nippon Denso foi a primeira fábrica a receber o prémio
“Distinguished Plant Award” como resultado da implementação TPM.
1
Produção apenas quando é pedida, o produto pedido e a quantidade pedida pelo cliente.
2
Sistema de sinalização de arranque de uma acção.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
2.2 BPS
O sistema de produção da Bosch tem como objectivos atingir processos acelerados, standard e
lean com o estatuto de best in class. Para alcançar o referido, o BPS considera 8 princípios de
produção e ferramentas testadas e comprovadas. Ao integrar na organização princípios como
a qualidade perfeita, o princípio pull, a orientação para o processo, a transparência, a
standardização, a flexibilidade, a eliminação de desperdícios e o envolvimento dos
colaboradores, pretende-se satisfazer totalmente os clientes e todas as partes envolvidas,
levando ao sucesso do negócio.
Qualidade Perfeita – O objectivo não é detectar as falhas, mas sim produzir bem à primeira e
sem defeitos. A sua concretização só se torna possível através de processos capazes e
devidamente controlados.
Orientação para o processo – Melhorar a forma de adicionar valor, ao orientar conjuntos de
processos. Desenhar, controlar e melhorar processos completos.
Transparência – Processos e equipamentos transparentes facilitam a identificação de
desperdícios, possibilitando a sua eliminação.
Flexibilidade – O mercado actual é cada vez mais exigente, tornando fundamental que as
empresas tenham uma capacidade de adaptação ímpar, de forma a corresponder às suas
expectativas, e assim garantir o sucesso do negócio.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Benefícios e Objectivos
Eliminar as maiores fontes de perdas:
O tempo de produção perdido nas quebras de máquinas e equipamentos, troca de ferramenta,
setups, ajustes, troca de software, ensaios e calibração, e ainda dificuldades de início como
tempos de aquecimento e ensaios, são consideradas perdas de disponibilidade.
As perdas de performance são as relacionadas com a redução da velocidade de
trabalho, ou seja um aumento do tempo de ciclo, e operações não produtivas e micro-
paragens. Por fim, enganos de processo, e perdas de qualidade como sucata e re-trabalhos.
O tempo de paragem associado à quebra de um equipamento, é só a ponta que está à
vista do iceberg. Os operadores são o elemento da organização que mais contacto tem com os
equipamentos, portanto com formação suficiente podem reconhecer os alertas das máquinas.
Existem alertas para os quais os operadores das máquinas podem e devem estar atentos, O
anexo J mostra uma OPL de consciencialização que foi colocada na secção, semelhante à da
figura seguinte:
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Segundo o BPS, o TPM for implementado com sucesso, deverão ser atingidos os
pontos demonstrados na figura seguinte:
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
A casa TPM define o standard de implementação do TPM modelo Bosch. Tal como
podemos observar na figura 6, esta tem como base o trabalho em equipa e a melhoria contínua
(CIP), seguindo-se os 5S (Limpeza, Ordem e Disciplina). Assenta em 4 pilares: Eliminação
dos Principais Problemas, Manutenção Autónoma, Manutenção Planeada e Planeamento de
Novos Equipamentos, sendo estes sempre alvo de formação e acompanhamento. A sua
aplicação depende da aquisição de conhecimentos de forma transversal por parte dos
colaboradores. A formação contínua e o apoio a estes são fundamentais na implementação.
Consoante o modelo do TPM utilizado, o número de pilares da casa poderá variar. O caso
mais comum é terem oito pilares, o modelo da Bosch tem quatro, mas, tem duas bases e a
componente envolvente de formação e acompanhamento, acabando por incluir todos os
conceitos. Portanto os diversos modelos ou visões do TPM, acabam por ser semelhantes nos
seus conceitos.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Figura 7 – Descrição dos pilares da casa TPM (fonte: cartões TPM Bosch)
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
-Análise e eliminação dos pontos fracos do equipamento e processos e eliminar as suas causas
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
3 Implementação TPM
Neste momento existem cerca de 80 referências nos registos, que são passíveis de
serem produzidas, muito embora apenas cerca de 30 estão sujeitas a uma produção com maior
frequência. Importa referir que algumas delas apenas são produzidas quando surge um pedido
através do serviço de apoio ao cliente, relacionado com a necessidade de substituição do tubo
em questão para um modelo de esquentador descontinuado. Esta situação deve-se à política da
empresa, que pretende assegurar peças de substituição mesmo quando estes já foram
descontinuados. Esta beneficia a imagem da empresa, no entanto, obriga ao armazenamento
de todas as ferramentas utilizadas no fabrico dos tubos, criando a necessidade de existir uma
forte capacidade de armazenamento e organização destas. Porém, apesar de a capacidade
existir, a organização da secção encontra-se algo em baixo, sendo necessário alterar esta
situação.
Posteriormente concluiu-se que a sua existência era mais lucrativa, mas derivado dos
factores já referidos, deu-se uma natural desmotivação e um desacreditar por parte dos
colaboradores, um certo desleixo no seguimento dos standards e normas de processo, e
alguma despreocupação com o estado dos equipamentos. Para além disso, gerou um
sentimento de frustração por sentirem que pouco ou nada são ouvidos.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Todos os tubos produzidos têm de ser processados no forno e ensaiados nas bancadas
de estanquicidade, sendo que algumas referências requerem um 2º ensaio após serem
zincados3, isso aliado ao facto de a fábrica ter uma filosofia pull e consequentemente lean, a
sua paragem, apesar de existir um stock de segurança, poderá levar à paragem das linhas de
montagem dos esquentadores.
O novo layout altera por completo a forma de produzir da secção, passando a ser
constituída por células de produção, com produção sequenciada de 2 tubos. O operador pega
em 2 tubos que saiem do tapete de arrefecimento provenientes do forno, prensa-os e ensaia-
os. Esta forma de produzir exige cada vez mais disponibilidade dos equipamentos, sendo
ainda mais crucial do que actualmente, com a existência abundante de WIP, uma vez que a
paragem de qualquer dos equipamentos, levará à paragem de toda a secção. Ainda, para se ter
a capacidade necessária à nova forma de produção, será crucial reduzir o tempo de mudança
de referência de diversos equipamentos.
Portanto, a secção 007 é composta por equipamentos críticos que fabricam um produto
essencial à produção de esquentadores e abastece toda a necessidade de tubos da fábrica.
Além disso, existem os problemas acima descritos, relacionados não só com os equipamentos
mas também com a equipa, daí a necessidade de redireccionar esforços no sentido de alterar
esta situação, melhorando tudo o que perfaz a secção, extraindo todo o seu potencial, daí a
aplicação da metodologia TPM.
Forno de Soldadura
Ensaios
Prensa
3
Os tubos são zincados fora da secção.
4
Material ainda não concluído, mas em processamento, ou à espera de processamento
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Célula ABC
C
A
Figura 8 – Presente (cima) e futura (baixo) disposição dos equipamentos forno, prensa e bancadas
de ensaio de estanquicidade.
Forno
O forno é o equipamento da secção que obriga a uma maior atenção devido a diversos
factores:
-Em termos de segurança é o que representa maior perigo seja pelo risco de choque eléctrico,
elevadas temperaturas ou explosão.
-A sua paragem devido a falhas, frequentemente gera sucata, e em grandes quantidades. Esta
situação verificou-se algumas vezes devido ao encravamento do tapete, que leva a que os
tubos fiquem demasiado tempo dentro do forno.
-O seu funcionamento é bastante complexo, sendo que qualquer ligeira alteração de um dos
seus parâmetros possa gerar sucata, ou danificá-lo.
5
Tempo que leva a processar o produto, desde a entrada à saída do processo.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Prensa
As bancadas são o gargalo da produção da secção, visto que todos os tubos fabricados
na secção são ensaiados nestas e, como referido anteriormente, algumas referências voltam a
ser ensaiadas após o processo de zincagem. Para além disso, no Workshop de VSD verificou-
se que seria necessário reduzir o tempo de mudança de referência de forma a ser possível
reduzir os tamanhos de lote com ter capacidade de satisfazer as necessidades de produção. Só
com a redução do tamanho de lote, se consegue que os supermercados6 tenham níveis de
stock reduzidos. Actualmente, existem dois postos onde é ensaiado tubo, o A e o B, sendo o
último duplo.
Para que a implementação dos pilares da casa TPM fosse sustentada, tiveram de ser
criadas condições de forma a tornar a base sólida. Portanto foi necessário cimentar a ordem, a
limpeza e a organização, e introduzir o CIP.
-Não existia point CIP, logo não havia seguimento e confirmação de que os processos eram
realizados de forma standard, limitando a sua melhoria.
6
Stock de abastecimento do elemento seguinte na cadeia, baseado na produção com kanban
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Além disso, a motivação dos colaboradores apresentava-se algo diminuta e não havia
noção de quais eram os seus conhecimentos acerca do TPM. Portanto foi essencial dar o
máximo de conhecimentos sobre a metodologia, e de os motivar, ao fazer entender que são
uma peça fundamental.
Um dos objectivos do BPS é zero acidentes, e para que isso aconteça, é necessário
treinar as pessoas, pois só com o conhecimento de como executar as tarefas em segurança, se
consegue preveni-los.
Matriz de Policompetências
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Para visualizar o impacto que qualquer alteração no equipamento tem nos seus
resultados, recorre-se ao valor da eficiência operacional do equipamento (OEE). Apesar da
tentativa deste ser calculado atempadamente, de forma a possibilitar a comparação do “antes e
depois”, só foi calculado no 2º mês. Pela forma como alguns processos de produção estavam a
ser executados, diferindo do processo standard, criavam um desfasamento entre os tempos de
ciclo10 associados aos processos e os tempos de ciclo reais da tarefa executada de forma
standard. Este facto levou à utilização de tempos aproximados no cálculo do OEE, até à
entrada do point CIP, que tornava o valor do OEE ligeiramente menos fiável. Esta situação
deveu-se à não existência de point CIP, sendo este assunto explorado mais à frente.
O cálculo do OEE é feito com base nos registos de produção dos operadores, no
entanto, a forma como eram realizados, não era adequada para executar o cálculo do OEE.
Além disso a folha onde eram registados também não se mostrou adequada. Para resolver essa
questão, foi criada nova documentação de registo da produção e defeitos, demonstradas no
ponto a seguir, e foi dada formação personalizada on-the-job acerca da nova documentação e
do correcto registo do que se passa no equipamento. Actualmente, a secção pretende ter um
grupo de colaboradores multiflex11, de forma a ganhar flexibilidade. Portanto, o operador
7
Tempo médio entre falhas
8
Tempo médio de reparação
9
Tempo médio de espera pelo técnico aquando de uma avaria
10
Cadência produtiva, ou intervalo de tempo em que se processa um produto
11
Operador com conhecimento para trabalhar em diversos postos.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
O valor do OEE, é registado no quadro TPM, ao ser um dos seus elementos o gráfico
do valor do OEE por turno, para tornar possível acompanhar a sua evolução diária. Os seus
valores são registados no fim do turno pelo seu responsável ou por outro colaborador com a
devida formação ao correcto registo. O seu cálculo é efectuado como indicado na figura que
se segue:
Para o seu cálculo é utilizada uma folha de cálculo apresentada e explicada a seguir:
Nesta primeira parte, inserem-se o dia e o turno, bem como as unidades produzidas. Mostra a
inserção de quantidades produzidas na folha de cálculo do OEE.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Na figura 13, pode-se observar a parte da inserção dos tempos de paragem planeados, do
tempo extra de produção e a verificação do valor obtido do OEE.
MTW MTTR
MTBF
Tempo
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Informação do operador
Tipo de defeito
Registo de quantidades
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
3
4
9 8 7 6
5
2 - Cockpit Chart – Exposição da informação mensal gráfica e numérica dos valores do OEE
com os seus factores, QCO, MTBF, MTTR, MWT e número de avarias.
3 - Capa TPM – Contem folha da equipa TPM e documentação relativa às reuniões semanais
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Figura 19 – A melhoria contínua dos processos através da sua confirmação baseada no ciclo
PDCA ao longo do tempo
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
O primeiro passo para de darem quebras nos equipamentos, é a deterioração das suas
condições iniciais. Portanto, o primeiro passo na implementação do 1º Pilar consiste na
determinação das perdas e principais problemas. De seguida devem ser analisadas as causas
para que possam ser implementadas acções correctivas.
Segurança
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Anexo C
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Antes Depois
Foi feita uma análise das avarias registadas no sistema informático, e uma indagação
aos operadores dos postos de ensaio de estanquicidade. Chegou-se à conclusão de que era
conveniente existir um armário de consumíveis de auxílio aos postos de ensaios de
estanquicidade. A reposição dos componentes será auxiliada por o conceito Kanban,
explicado de seguida.
Kanban
É uma das ferramentas lean utilizadas no auxílio do sistema pull, tal como os
supermercados e o FIFO, para aumentar o fluxo. O sistema kanban é baseado no conceito JIT
de só repor, ou produzir o, ou os itens quando necessário. Funciona como sinalizador visual
da necessidade de reposição. A ideia nasceu após uma visita do presisdente da Toyota, Taichii
Ohno aos Estados Unidos, onde este, ao entrar numa cadeia de supermercados se deparou
com a forma de reposição dos produtos.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Armário de Consumíveis
Sempre que se dava uma quebra deste, que ocorre com frequência, levava a uma
paragem não programada, e inclusivamente não era registada, que poderia durar entre 15 a 25
minutos. Ao colocar punções de marcação no armário, o punção é prontamente substituído,
reduzindo o tempo de paragem para cerca de 2 minutos. Seguidamente apresenta-se uma OPL
que foi criada para auxiliar os operadores.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Antes Depois
Figura 23 – Foto antes (esquerda) e depois (direita) da melhoria realizada na saída do forno
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
3.6 Manutenção
Apesar de muitas vezes utilizado com esse intuito, a palavra manutenção na realidade
não significa reparação. A definição de manutenção diz ser o acto de manter, sustentar,
suportar, ou mais contextualizado, a actividade relacionada com o manter algo em bom estado
de funcionamento.
Realizada por
Autónoma operadores
Preventiva
Baseada na
Preditiva monitorização
Planeada equipamentos
Eliminação das
Manutenção Correctiva causas
Reparação após
Não Planeada Reactiva avaria
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Para existir esta partilha de tarefas, há que ultrapassar a barreira que existe
actualmente entre as funções designadas de cada membro da organização.
Para dar início ao 2º pilar da implementação, foi realizado uma intervenção geral à
secção de limpeza e inspecção. A intervenção foi realizada com o apoio e envolvência da
equipa TPM, e ainda alguns elementos da administração. Este 1º passo do pilar de
manutenção autónoma tem como objectivo, além de uma limpeza profunda e inspecção dos
equipamentos para identificar problemas, um aproximar e fomentar do trabalho em equipa e
das relações entre as diversas partes da organização.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Para que os operadores executem as tarefas de manutenção é preciso criar todas as condições.
Seguidamente são mostradas algumas alterações efectuadas na secção:
Antes Depois
Figura 27 – Foto antes (esquerda) e depois (direita) da melhoria das condições para realização da
manutenção autónoma
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
-Aumento da vida útil do tapete, sendo este um elemento dispendioso do equipamento e com
duração actual de cerca de 1 ano. (encarquilhamento deste danifica-o)
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
3.6.2 Circuitos de MA
Estes circuitos, tal como os planos de MP, são documentos vivos e como tal devem ser
actualizados com novas tarefas de manutenção que se verifiquem necessárias. É esperada uma
evolução dos mesmos, com a formação adequada e a respectiva evolução dos conhecimentos
dos operadores, para que tarefas ligeiramente mais complexas possam ser adicionadas aos
circuitos de MA. Foram criadas tarefas de manutenção com base temporal ou baseada na
condição do elemento. Seguidamente apresenta-se a simbologia TPM modelo Bosch utilizada
nos circuitos.
Figura 29 – Simbologia TPM utilizada nos circuitos MA (fonte: Cartões TPM Bosch)
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Isto cria uma parceria com uma relação “win-win” entre os técnicos da manutenção e
os operadores, dando os 1ºs conhecimentos e habilidades aos 2ºs, e estes em troca libertam os
técnicos para a melhoria da MP.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
3.7 Os 5S’s
Os 5S’s não são meramente uma iniciativa de limpeza, apesar de à primeira vista o
parecerem pelo facto de obtermos um local de trabalho mais limpo e organizado. São, no
entanto, métodos para remover o “nevoeiro” gerado pela simples desordem no local de
trabalho, visto que este complica a já complexa tarefa de verificar quais são os desperdícios
numa actividade ou processo. Além disso, promovem um melhor ambiente de trabalho, maior
segurança, a prevenção de falhas e reduzem desperdício de tempo de deslocação e procura de
material.
Também podem ser prevenidas falhas nos equipamentos com a ajuda dos 5S’s. Por
exemplo a perda de um O-ring pode levar a que o equipamento comece a verter óleo, e devido
à sujidade acumulada do seu funcionamento ninguém se aperceba e se dê uma quebra do
equipamento decorrente do seu funcionamento sem óleo. Essa quebra poderia ter sido evitada
se o equipamento e as suas proximidades estivessem limpos.
Seiri – Triagem
No 1ºS é feita uma triagem onde se separa e classifica os objectos, desde material
degradado, obsoleto ou sem utilidade, repetido, pouco utilizado, frequentemente utilizado, aos
críticos nos postos de trabalho. O material degradado se tiver utilidade, deve ser reparado e
consoante o seu uso colocar próximo ou afastado da zona de utilização. O material obsoleto
deve ser deitado fora de forma correcta, o sem utilidade deve ser documentado de forma a dar
a conhecer ao resto da organização que está disponível e que podem tomar posse deste se
assim desejarem. O material repetido deve ser guardado num local de armazenamento de
reserva sem necessidade de proximidade do local de trabalho. O frequentemente utilizado
deve estar próximo do local onde é utilizado, e se for crítico, deve estar colocado no próprio
posto de trabalho.
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Seiton – Arrumação
Os objectos devem estar arrumados de forma clara, com local específico. A
identificação pode ser feita através da designação, por cor, desenho ou fotografia. O principal
objectivo é manter tudo sempre arrumado O facto de cada objecto ter o seu local específico de
arrumação torna a
Seiso – Limpeza
A limpeza é o 3ºS, e implica manter tudo limpo e livre de contaminação, um local de
trabalho sem rebarbas, gordura, óleo, resíduos, sucata, e tratar dos cabos ou tubos pendurados
ou do vazamento de óleo das máquinas. Também é nesta fase que se identificam anomalias, e
se repara ou planeia a reparação.
Seiketsu – Normalização
Criar standards dentro da organização de forma a manter tudo limpo e arrumado (os 3
primeiros S’s), sejam os equipamentos ou os corredores de passagem. Deve também ser
simplificadas o mais possível as tarefas de limpeza e inspecção.
Shitsuke – Disciplina
Devem ser tomadas providências para que os 5S se tornem um hábito, criar rotinas, e
fazer auditorias para assegurar que os standards são mantidos.
3.7.1 Melhorias 5S
-Foi feita uma triagem inicial para retirar lixo e material degradado e, uma segunda, para
retirar as ferramentas repetidas, e colocar as necessárias em postos específicos
-Ferramentas foram agrupadas por famílias para serem alocadas a uma gaveta
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
Antes Depois
Figura 32 – Fotos antes (após uma 1ª triagem à esquerda) e depois (direita) do carro de
ferramentas de apoio e de algumas ferramentas colocadas no posto
Ganhos
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
“As luzes geralmente não têm nenhuma indicação do seu significado. Quando perguntamos às
pessoas para explicar o significado, recebemos uma variedade de respostas” (Jeffrey K. Liker
and David Meier)
3.8 QCO
O conceito QCO, versão BPS do método SMED, desenvolvido por Shigeo Shingo, é
um dos diversos métodos de apoio à produção “lean”, conjuntamente com o TPM, utilizados
para reduzir desperdícios nos processos produtivos. O método visa a optimização do tempo de
transformação necessário para o processo produtivo passar de produzir um produto A, para
um produto B, levando a uma redução do tempo em que o equipamento se encontra parado.
Com o conceito “lean” a ser cada vez mais uma realidade nas empresas, ao existir uma
necessidade de redução dos níveis de stock e de melhorar o fluxo de produção, a metodologia
QCO tem cada vez mais um papel fundamental na redução de desperdícios associados às
mudanças de produto e consequente possibilidade do aumento do número de troca destas de
forma a produzir menos unidades de cada referência e atingir os objectivos acima referidos.
A futura alteração de layout, levou a estudos, dos quais advieram novas necessidades,
chegando-se à conclusão que com a produção actual, existe uma necessidade crucial de
diminuição do tempo de mudança de ferramenta nos ensaios, visto que para as condições
actuais, tendo em conta a capacidade real de produção instalada, o número de mudanças de
ferramenta possível de realizar é bastante limitativo. Portanto revelou ser essencial trabalhar
no “QCO” dos ensaios de estanquicidade para garantir a possibilidade de realizar mais
mudanças de ferramenta e consequentemente produzir mais referências diariamente seguindo
a direcção “lean” apontada pelo BPS, atingindo níveis de tubo em supermercado o mais
reduzido possível, de forma a reduzir os desperdícios de stock e área, e transmitir mais
flexibilidade e transparência ao processo.
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O 1º passo passa por avaliar quais as tarefas internas e externas da mudança, sendo
estas as passíveis de executar com o equipamento em funcionamento e parado
respectivamente. Após a avaliação o objectivo é tenta converter as tarefas externas para
internas, não sendo isso possível, este passa por reduzir ao mínimo o seu tempo de execução.
Melhorias:
- Adicionalmente no posto foi colocada informação inserida numa OPL de apoio13, com todas
as referências que cada ferramenta ensaia.
- Criação no posto de ensaio, de prateleiras com local específico de arrumo das ferramentas,
aproveitando para o efeito as cores utilizadas na identificação destas.
- Substituição de parafusos por apertos rápidos e a divisão das guias da bancada de ensaio em
2, de forma a existir uma entrada no meio da bancada para os apertos rápidos.
No desaperto do marcador de “tubo sem fuga”, ajuste com deslocamento deste até à outra
ponta da bancada para alterar guia em que está e regresso para perto da ferramenta B.
- Substituição da porca de aperto por apertos rápidos e a divisão das guias da bancada de
ensaio em 2, de forma a existir uma entrada no meio da bancada para os apertos rápidos.
13
Em anexo
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Ganhos:
Existiram ganhos na troca de ferramenta num total de cerca de 40% do tempo total de
cada mudança, sendo que para isso contribuíram maioritariamente o facto de as ferramentas
se encontrarem no posto onde são utilizadas e da fixação desta ter sido substituída por apertos
rápidos, em conjunto com todos os outros pormenores. Estes pormenores no entanto ainda
melhoraram a arrumação das ferramentas, levando a ganhos de 5S’s.
Antes Depois
Conceito Jidoka
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Verifica-se que nos ensaios o valor do OEE tem vindo a evoluir positivamente, e pela
análise dos factores de perdas, a velocidade tem aumentado, juntamente com um aumento
ligeiro da qualidade e da disponibilidade. À primeira vista, esta evolução positiva, pode
parecer estranha pelo facto de os pedidos de intervenção terem aumentado, como se pode
verificar no gráfico de avarias. No entanto, se forem analisados os indicadores MTTR e
MWT, chega-se à conclusão que as anomalias eram simples, com intervenções prontas e
incisivas. Além disso, as paragens relacionadas com as trocas dos consumíveis, como os
punções de marcação, passaram a ser extremamente rápidas, com uma redução de cerca de
90%.
Na análise dos indicadores da saída do forno, nota-se também uma ligeira tendência
positiva, contrapondo, mais uma vez, com o número de intervenções efectuadas. Tal como
nos ensaios, as anomalias foram pouco complexas e muitas delas resolvidas prontamente, daí
o valor do MTTR ser tão baixo. No mês de Julho, por diversas vezes o tapete do forno
encravou, representado cerca de metade das avarias que aparecem no gráfico. Foi analisada a
causa do problema, e chegou-se à conclusão que existia uma lomba no interior deste,
provocando um elevado número de encravamentos no tapete. O problema já tem agendado
uma intervenção, aquando da paragem em Agosto, para efectuar a manutenção preventiva
anual. Única altura do ano em que se encontra à temperatura ambiente, visto que, mesmo
quando não está em utilização ao fim-de-semana e durante a noite, não é completamente
desligado, pois a sua inicialização é bastante dispendiosa em termos energéticos.
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4.1 Introdução
A introdução do “TPM” não vai resolver todos os problemas. São as pessoas, que em
equipa, com os devidos conhecimentos os vão resolver. Além disso, uma vez que tem origem
oriental poderão surgir barreiras culturais quando transposta para o ocidente. Este capítulo
apresenta algumas dessas dificuldades e as condições chave para a implementação e
sustentabilidade de um projecto TPM.
Tal como num algoritmo, alguns dos passos poderão ter que ser repetidos até que o
objectivo seja atingido. Quando um passo é executado e se verifica que o resultado não é o
esperado, existe a necessidade de o repetir. No entanto, torna-se muito mais difícil
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Manutenção Autónoma – TPM Modelo Bosch
implementá-lo devido à maior apreensão das pessoas, levando a uma menor colaboração,
alegando “que já foi tentado anteriormente e não deu resultado”.
O TPM é feito pelas pessoas, daí que a sua implementação deve ter sempre em conta
as relações interpessoais. Apesar dos seus resultados positivos, quando existem atritos, a
tendência poderá ser tanto para a melhoria, ou para o deteriorar dos relacionamentos. Por se
tratar de grupos de pessoas de diferentes áreas da organização, a comunicação entre os
mesmos pode ser débil, acabando por levar a problemas de gestão, de cumprimento de prazos
e obtenção de resultados.
É uma pessoa que acredita que o TPM é a melhor solução para melhorar a
comunicação da gestão e que irá activamente espalhar e dar a conhecer o TPM a outras
pessoas na empresa, a sua inexistência, poderá ser uma barreira para o sucesso do TPM.
-A frequente rotação dos colaboradores, seja qual for a sua função dentro da empresa.
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-Percepção de “mais trabalho com o mesmo salário” por parte dos operadores.
O facto de o especialista sair do projecto numa fase em que a sua sustentabilidade não
estava assegurada pode levar a que as pessoas que permanecem no projecto não estejam
motivadas o suficiente para continuar com as mudanças necessárias.
Se não fizerem parte do projecto pessoas suficientes que partilhem a crença de que a
mudança era realmente necessária, dificilmente este terá sucesso. Isto pode ocorrer porque as
razões para o fazer não são apelativas. Ou, porque lidar com as dificuldades de
implementação ser mais complicado do que conviver com as ineficiências.
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Uma empresa com vontade de implementar o TPM, pretende reduzir e sempre que
possível eliminar desperdícios, mas isso só se torna possível quando as pessoas têm
consciência que os equipamentos e processos podem, e devem, ser melhorados
continuamente.
Portanto, é de extrema importância que as pessoas envolvidas, directa ou
indirectamente com o processo produtivo, entendam a filosofia, e saibam pô-la em prática,
porque só assim a implementação terá sucesso.
E finalmente tal como os equipamentos, deverá ser feita manutenção, neste caso, da
motivação das pessoas, mesmo após a obtenção de resultados. Exigir-se que se melhore o que
tinha feito, por diversas vezes até atingir o objectivo final.
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Uma das condições fundamentais a ter sempre presente é a segurança dos técnicos e
operadores na realização das tarefas de manutenção e processos.
As tomadas de decisões devem ser feitas lentamente mas de forma consensual, considerando
todas as hipóteses. Pelo contrário, a implementação das decisões, deve ser feita o mais
rapidamente possível.
Não deverão ser forçadas a participar na implementação, ainda mais crítico quando
colocadas na posição de coordenadoras de implementação, pessoas que não acreditam na
filosofia e que não entendem porque é necessária a mudança. Tem de ser dada oportunidade
às partes envolvidas no projecto de TPM de pertencer, ou não, ao processo. Não devem ser
obrigados a participar, pois, neste caso, corre-se o risco da sua participação atrapalhar a
implementação através do boicote, e afectar inclusive outros participantes. Além disso,
quando num grupo de pessoas pertencentes a uma secção, existe uma percentagem que tem
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vontade de participar, os que não querem participar, se não forem forçados inicialmente,
acabarão provavelmente por mudar de ideias.
-Dar conhecimento às pessoas “do porquê” que têm que executar uma tarefa e não
apenas “faz”
“Eu não sabia porque é que estava a martelar os parafusos, tornando a tarefa mais
aborrecida que o necessário. Isto, por sua vez, convenceu-me a saltar parafusos ocasionais –
especialmente os que eram difíceis chegar – para que pudesse completar o trabalho mais
rapidamente. Depois percebi porque é que estava a martelar parafusos – eu estava a conferir
os soltos, e isto era uma inspecção de manutenção preventiva muito importante. Após aquele
dia, nunca saltei um parafuso, porque fazia sentido fazê-lo agora que sabia o porquê de o
fazer, e que tipo de impacto, uma falha poderia ter na segurança da tripulação e na operação
do navio.” (Idhammar)
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5 Conclusões
Além disso, esta forma de ver os projectos TPM pelas auditorias, poderá de certa
forma criar atritos entre as secções, gerando um conflito entre a forma de ver os projectos e as
boas relações que deveriam existir de forma a existir uma concorrência saudável e um
espalhar das “boas práticas” e conhecimentos relacionados com este.
No entanto, para combater estes efeitos, a administração está a tentar criar fortes
alicerces de conhecimento através de muita formação dada aos seus colaboradores relacionada
com o Bosch Production System e o TPM. Conhecimentos esses fundamentais ao suporte da
sustentabilidade de todos projectos TPM.
Mas, ainda assim, alguns destes problemas poderiam ser resolvidos se fosse criada
uma equipa TPM, que ficaria responsável pelo esforço inicial de implementação dos
projectos, pelo acompanhamento, apoio e actualização destes, e ainda encarregues de fazer
estudos específicos relacionados com manutenção preventiva e preditiva, elevando assim o
TPM para outro patamar.
Quanto à secção 007, seria interessante efectuar estudos mais aprofundados dos
defeitos ocorridos, dando continuidade à documentação criada para o efeito. E também
efectuar um estudo de no forno de optimização da sua situação quando não está em utilização,
dos gastos energéticos (gás, electricidade) e da vida útil do tapete.
Com toda informação reunida mais facilmente se conseguiria obter melhores dados
para fazer estudos de manutenção preventiva para determinar as frequências óptimas de
substituição de componentes mais débeis dos equipamentos, e fazer estudos de manutenção
preditiva. Sem informação do que passa no equipamento dificilmente se consegue melhorá-lo.
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7 Bibliografia
Livros consultados:
Steven Borris, “Total Productive Maintenance – Proven strategies and techniques to keep
equipment running at peak efficiency”, McGraw-Hill, 2006
Bill N. Maggard, “TPM THAT WORKS: the theory and design of Total Productive
Maintenance”, Allyson Park: TPM Press Inc., 1992
Y. Sugimori, K. Kusunoki, F. Cho and S. Uchikawa, “Toyota Production System and Kanban
system – Materialization of just-in-time and respect-for-human system”, 1977
eBooks:
Dennis McCarthy e Dr. Nick Rich, “Lean TPM: A Blueprint for Change”
Fontes computorizadas:
http://www.strategosinc.com/jidoka.htm
Significado Manutenção:
http://dictionary.reference.com/search?q=maintenance
http://ardictionary.com/Maintenance/615
Manutenção Preventiva:
http://en.wikipedia.org/wiki/Preventive_maintenance
Manutenção:
http://www.cimm.com.br/portal/verbetes/listar_letra_mm?q=m
TPM:
http://progressive-packaging.co.in/info/?m=20090313
SMED:
http://www.plant-maintenance.com/articles/The_Power_of_SMED.pdf
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Bosch:
http://www.bosch.com.br/br/responsabilidade_social/fundacao/index.html
http://www.vulcano.pt/index.php?headline=50&visual=5&id=07#229
Idhammar, “Know Why Training”:
http://www.idcon.com/article-know.htm
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8 Anexos
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Anexo D – M1
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Anexo H – Registo MA
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007 A
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