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A Educacao Escolar para Uma Sociedade Sustentavel
A Educacao Escolar para Uma Sociedade Sustentavel
PEDAGOGIA
Capivari-SP
2011
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP
PEDAGOGIA
Capivari-SP
2011
FICHA CATALOGRÁFICA
CDD 370
Dedico este trabalho aos profissionais da educação, na esperança
de que desenvolvam um trabalho eficiente na busca de uma
sociedade ambientalmente sustentável.
À minha sobrinha Nicole, que nesse ano completa quatro anos de
vida e, nas suas descobertas próprias da infância, desperta ainda
mais em mim o desejo de me tornar uma profissional dedicada
aos anos iniciais da educação.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por ter me iluminado e me dado forças quando
pensei em desistir.
Aos meus pais José e Geralda e meus irmãos Ivo e Paulo, pelo apoio em todas as
dificuldades nessa importante fase da minha vida.
À minha sobrinha Nicole, pela compreensão que muitas vezes neguei participar de
suas brincadeiras, por estar ocupada demais na elaboração desse trabalho.
À minha orientadora Alessandra, pela confiança na minha capacidade, incentivo e
orientações para que esse trabalho pudesse ser concluído.
À minha querida professora do Ensino Fundamental, Lúcia Elene Doriguello, uma das
razões da minha paixão pela área de meio ambiente e que me orgulho em ter usado seu
trabalho como referência.
Agradeço também às minhas companheiras nessa árdua jornada de três anos: Camila,
Eliana, Lílian e Lucinéia, participantes de muitos momentos de risos, mas que também me
ajudaram a superar desafios.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que participaram de mais esse sonho, direta ou
indiretamente.
AMBRÓSIO, Noemi Fernanda. A Educação Escolar para uma Sociedade Sustentável.
Monografia de Conclusão do Curso de Pedagogia da Faculdade Cenecista de Capivari –
FACECAP. 40p., 2011.
RESUMO
Este trabalho visa ressaltar a importância de se trabalhar a Educação Ambiental e como esse
tema deveria ser trabalhado de forma eficaz nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para
tanto, a pesquisa baseia-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) dos Temas
Transversais e Meio Ambiente e Saúde, na Constituição Federal de 1988 e na Lei 9795/99,
que dispõe sobre a Educação Ambiental. Apresenta algumas idéias de determinados autores
sobre o tema e discorre sobre a Ecopedagogia, uma das vertentes da Educação Ambiental.
Ressalta, ainda, o significativo papel do professor na tão almejada sociedade sustentável e
dispõe sobre algumas ideias para o trabalho com a Educação Ambiental. Para tanto, foi
utilizada a pesquisa de campo em uma escola municipal dos anos iniciais do Ensino
Fundamental.
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A sustentabilidade diz respeito à sobrevivência no longo prazo de cada espécie, que
depende de uma base de recursos limitada, de acordo com Fritjof Capra (1989, apud
Guimarães, 1995), descrito nos Princípios da Alfabetização Ecológica.
Sabe-se que a educação ambiental é, muitas vezes, confundida com Ecologia.
A Ecologia, para Gadotti (2000), utiliza os conhecimentos dos botânicos, dos
zoólogos, dos microbiólogos e dos geofísicos para estudar as reorganizações, os
desregramentos e os regulamentos dos sistemas.
Já a Educação Ambiental, para Guimarães (1995), enfoca o equilíbrio dinâmico do
meio ambiente e todos os seus componentes, uma interdependência entre todos os elementos
existentes na natureza. Além disso, visa também contemplar as aspirações da população de
melhor qualidade de vida e um mundo ambientalmente sadio.
Diante dessas considerações é que se deu a escolha deste tema para a realização do
presente trabalho. O objeto de estudo será a prática educativa de Educação Ambiental dos
anos iniciais do Ensino Fundamental (1° ao 5° ano). Espera-se também que os profissionais
da educação apropriem-se de algumas idéias simples e eficazes de se trabalhar a Educação
Ambiental com as crianças.
Pensando nas palavras de Gadotti (2000), precisamos ecologizar a economia, a
pedagogia, a educação, a cultura e a ciência. Esse trabalho mostra que o profissional da
educação não deve pensar em colaborar apenas na formação de cidadãos moral e eticamente
corretos, mas ambientalmente corretos também e isso não se dá apenas por palavras, mas
através de gestos, atitudes e hábitos. A esse profissional cabe uma boa parcela nesse quesito
da educação, já que passamos um tempo determinante de nossas vidas nos diversos níveis da
educação (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Superior) e que todos os
profissionais das mais diferentes áreas, como Saúde, Comunicação, Informação e a própria
Educação, passaram pelos anos iniciais do Ensino Fundamental.
A metodologia utilizada nesse trabalho foi a pesquisa bibliográfica, buscando
aproximar diretrizes de diferentes autores sobre o tema, comparando e analisando seus
estudos a propósito da importância da Educação Ambiental no ambiente escolar, além de
análises de algumas leis e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Também foi
utilizada a pesquisa de campo realizada numa escola municipal dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, que desenvolve um projeto sobre meio ambiente.
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A partir destas reflexões esse trabalho foi organizado em quatro capítulos. No
primeiro, foi realizada a discussão sobre a legislação sobre o tema e também a análise dos
PCNs que abordam o assunto.
No segundo capítulo, foi discorrido sobre algumas idéias de diferentes autores sobre a
Ecopedagogia, uma vertente da Educação Ambiental. No terceiro, houve a descrição e análise
dos dados obtidos na realização da pesquisa de campo. No quarto capítulo, foram
apresentadas algumas ideias para trabalhar a Educação Ambiental.
Objetiva-se que o presente trabalho contribua na ampliação da visão dos profissionais
no que diz respeito à Educação Ambiental, e que os mesmos revejam suas práticas e
participem ativamente na formação de uma sociedade ambientalmente correta. Sendo assim,
espera-se que contribua na melhoria do meio em que vivemos e que nos concede recursos
imprescindíveis à nossa boa qualidade de vida.
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1. LEIS E PARÂMETROS QUE TRATAM A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Este capítulo tem como objetivo discorrer sobre a legislação vigente referente à
Educação Ambiental. Pretende-se também possibilitar reflexões a cerca do que diz os
Parâmetros Curriculares de Meio Ambiente, mostrando as sugestões que o documento aponta
como possíveis de serem realizadas na escola.
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O Art. 2º dispõe que: “A educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.” (BRASIL,
1999)
Este artigo diz que Educação Ambiental deve ocorrer em espaço escolar ou não-
escolar. Portanto, constata-se que a Educação Ambiental deve ser trabalhada em todos os
estados da República Federativa do Brasil (já que é um componente essencial e permanente
da educação nacional), desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
O Art. 3º dessa mesma lei destaca que todos têm direito à Educação Ambiental e que
cabe ao Poder Público, às instituições educativas, aos meios de comunicação de massa, às
empresas e à sociedade com um todo buscar alcançar o objetivo maior da Educação
Ambiental: uma sociedade ambientalmente sustentável, que cobre dos poderes públicos e da
própria sociedade, seu direito de um mundo ambientalmente sadio.
Esta mesma lei, em seu art. 4º descreve os princípios básicos da educação ambiental,
que são os seguintes:
Esse artigo nos leva a refletir que devemos considerar que todos os elementos
presentes no planeta Terra estão interligados, e que devemos nos relacionar com esses
elementos (bióticos – com vida, como árvores, plantas e seres humanos, e abióticos – sem
vida, como a água, o ar e as rochas) harmonicamente, de modo a conservar o meio em que
vivemos.
A ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais devem estar vinculados, já que
para formarmos cidadãos ambientalmente éticos, que são ou serão os profissionais do futuro,
necessitamos da educação. As práticas sociais referem-se às atitudes que a sociedade toma em
relação aos aspectos ambientais (no sentido amplo do termo, já que ambiente não é apenas
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árvores e animais, mas tudo que compõe o ambiente que vivemos e que estabelecemos
relações, desde os seres humanos até os elementos abióticos) e as mesmas devem estar
pautadas na ideia de sociedade ambientalmente sustentável, definida anteriormente.
Dentre os princípios expressos na Lei 9795/99 há o que fala sobre o respeito à
pluralidade e à diversidade individual e cultural. Ou seja, não vale apenas respeitar a natureza,
mas o meio ambiente como um todo, e isso engloba nós, seres humanos. Devemos respeitar a
diversidade de culturas, nos seus diferentes tipos de religiões, etnias e ideias.
Sobre as metodologias e as técnicas de educação voltadas a esse fim, vale destacar
que as mesmas podem ser múltiplas e que devem estar presentes em todas as disciplinas.
Os Temas Transversais eleitos para constituir os PCNs são aqueles que necessitam ser
trabalhados com urgência social, numa abrangência nacional, possibilitando o processo de
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ensino e aprendizagem no ensino fundamental, favorecendo a compreensão da realidade e
estimulando a participação social.
Nesse PCN, há sugestões de como devem ser trabalhados os temas acima descritos:
“Os temas transversais devem ser incorporados nas disciplinas já existentes, pois não foram
criadas novas disciplinas para esses temas.” (BRASIL, 2001, p.15).
Conforme análise do PCN de Meio Ambiente e Saúde, o tema Meio Ambiente está
intrinsecamente ligado à Saúde (tanto que os dois temas estão no mesmo PCN), já que ambos
estão relacionados e envolvem a qualidade de vida da sociedade. Com o ambiente equilibrado,
onde o homem possa interagir positivamente com a natureza, a mesma continuará nos
fornecendo ar puro, alimentos saudáveis e água de qualidade, que são indispensáveis à nossa
saúde.
Segundo o PCN de Meio Ambiente e Saúde, uma sociedade ambientalmente
sustentável é aquela que faz uso sustentável dos recursos presentes na natureza, de forma
qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação.
Um dos princípios para orientar a educação escolar, descrito no PCN de Temas
Transversais está o de “Co-responsabilidade pela vida social”. Isto é, somos participantes e
responsáveis pelo destino da vida coletiva. Cabe a nós deixarmos um mundo melhor para
nossos filhos (ambientalmente falando) e filhos melhores para o mundo, e a educação é base
determinante para tal. Além do mais, não cabe só aos governantes resolver questões de saúde
pública e meio ambiente. É nosso direito cobrar dos poderes públicos as melhorias na saúde e
no ambiente em que vivemos, mas também devemos fazer a nossa parte.
O Parâmetro Curricular de Meio Ambiente e Saúde afirma que:
A cada dia que passa, vemos cada vez mais casos de degradação ambiental. Se a
Educação Ambiental fosse inserida e trabalhada corretamente no currículo escolar, haveria
progressivas mudanças no comportamento da sociedade, o que reverteria o quadro ambiental
atual.
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2. ECOPEDAGOGIA, UM CAMINHO PARA TRABALHAR A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Este capítulo tem como objetivo promover a discussão acerca de uma tendência de
trabalho com a Educação Ambiental – a Ecopedagogia – para uma breve comparação entre a
nova proposta de ensino prevista pelos PCNs e o modelo tradicional. Para tal, serão utilizados
alguns conceitos e idéias dos estudos de Moacir Gadotti, Francisco Gutierrez e Cruz Prado,
autores consagrados que abordam a Ecopedagogia, ou Pedagogia da Terra.
Gadotti (2000) nos diz que:
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção
e construção [...] Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus
sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto
um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
(FREIRE s. d, apud GADOTTI, 2000, p.25, grifos meus).
Freire destaca que tanto aluno quanto professor são sujeitos da ação de educar, onde o
professor é o mediador nesse processo e ambos se interagem, concordando que “ A mediação
pedagógica como educação alternativa propõe alternativas de educação diretamente
relacionadas com os produtos imediatos do processo e com o desenvolvimento das próprias
capacidades.” (GUTIERREZ E PRADO, 2000, p.72).
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Para esses autores, a conversa é a essência do ato educativo e significa diálogo
horizontal, onde haja respeito, tolerância e reconhecimento das contribuições do outro, e isso
implica interação, comunicação e amor.
No modelo tradicional de ensino (ainda presente), o aluno é obrigado a memorizar o
conteúdo. E na preocupação apenas em memorizar o conteúdo, os vínculos e as relações
sociais e com o ambiente são deixados de lado. É nesse ponto que entra a Ecopedagogia, uma
nova forma de aprender e ensinar, para ir além da simples transmissão dos conteúdos
tradicionais de ensino e abranger a ética, os valores que fundamentam nossas relações com o
ambiente em que vivemos, de modo que as futuras gerações tenham acesso aos recursos
naturais para o suprimento de suas necessidades.
Isso só será alcançado se o mundo se desenvolver de forma sustentável. A preservação
ambiental depende da consciência ecológica que, por sua vez, depende da educação.
Para Boff (1993, apud GADOTTI, 2000), sem uma educação sustentável, o planeta
Terra continuará apenas sendo considerado objeto de nossas pesquisas, ensaios e, algumas
vezes, de nossa contemplação. Sendo assim, não será espaço propício à vida, ao aconchego.
Gadotti (2000) diz que a Educação Ambiental tem sido o ponto de partida dessa
conscientização nas escolas, mas sabemos que essa educação deve ir além dos muros
escolares, deve abarcar a sociedade em geral para, se não solucionar, despertar para o
problema da crescente degradação ambiental.
E esse autor concluiu que:
Finalmente, a ecopedagogia não é uma pedagogia escolar. Ela não se dirige apenas
aos educadores, mas aos habitantes da Terra em geral [...] A educação para um
desenvolvimento sustentável não pode ser confundida como educação escolar. A
escola pode contribuir muito e está contribuindo – hoje, as crianças escolarizadas é
que levam para os adultos em casa a preocupação com o meio ambiente - , mas a
ecopedagogia pretende ir além da escola: ela pretende impregnar toda a sociedade.
(GADOTTI, 2000, p.93).
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Analisando a teoria de Piaget, pode-se compreender que o aluno é o centro de todo
processo pedagógico, ele apenas aprenderá o que lhe é significativo. Mas, e sua relação com o
meio ambiente?
Vale ressaltar que é do meio ambiente que o ser humano tira os suprimentos essenciais
à sua sobrevivência.
Sobre o significado da palavra “Ecopedagogia”, temos como fonte o Dicionário
Didático Brasileiro, que define o termo “eco” como advindo do grego oikos, que significa
casa, meio. O termo “pedagogia” refere-se a “ciência da educação”. Assim sendo, os
profissionais da educação são os principais parceiros nessa ideia de preservar a nossa casa, o
Planeta Terra.
A Ecopedagogia implica em uma reorientação dos currículos para que sejam
incorporados alguns princípios e valores baseados em alguns documentos já elaborados, como
os descritos por Gadotti:
A ecopedagogia não quer oferecer apenas uma visão da realidade. Ela pretende
reeducar o olhar [...] Reeducar o olhar significa desenvolver a atitude de observar a
presença de agressões ao meio ambiente, criar hábitos alimentares novos, observar o
desperdício, a poluição sonora, visual, a poluição da água e do ar etc. e intervir no
sentido de reeducar o habitante do planeta. (GADOTTI, 2000, p.132).
A Ecopedagogia oferece uma nova perspectiva para a visão da realidade, porém seu
objetivo vai muito além. Ela objetiva reeducar o nosso olhar, para que possamos intervir
positivamente na realidade e nas relações que mantemos com a sociedade e com o meio em
que vivemos.
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Gutierrez e Prado (1999, apud GADOTTI, 2000, p.41) sustentam que a Ecopedagogia,
como teoria da educação é um novo modelo de ensino que promove a aprendizagem do
sentido das coisas a partir da “vida cotidiana.” Nas palavras de Gadotti (2000, p.42), “A
educação deve ser tão ampla quanto à vida.”.
Essas duas afirmações nos levam a concluir que educação e vida estão intrinsecamente
ligadas.
O Relatório Brundtland, reconhecido como uma das maiores autoridades do mundo no
tema meio ambiente, afirma:
A preservação do meio ambiente não pode ser a preocupação e a obra apenas dos
ecologistas [...] e, às vezes, de políticos. O desenvolvimento não pode ser a
preocupação e a obra apenas dos economistas [...] e, mais frequentemente, desta vez,
dos políticos. Uma concertação transetorial, transdisciplinar e transprofissional
impõe-se com muita urgência. (BRUNDTLAND, 1988, apud GADOTTI, 2000,
p.154).
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3. A PESQUISA DE CAMPO E O PROJETO “MEIO AMBIENTE:
CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE”
Esse capítulo tem como objetivo analisar o questionário aplicado para a pesquisa de
campo, bem como o projeto intitulado “Meio Ambiente: Consciência Ecológica e
Sustentabilidade”, destacando alguns pontos relevantes para tal.
A pesquisa foi feita em uma escola municipal dos anos iniciais do Ensino
Fundamental e tem como objetivo analisar como o tema Educação Ambiental é trabalhado
nessa etapa da educação. Para tal, foram distribuídos dez questionários com treze questões
sobre as concepções dos professores acerca da Educação Ambiental. Dos dez questionários,
nove foram devolvidos, sendo que sete foram respondidos e dois entregues em branco.
A primeira e a segunda questão do questionário dizem respeito ao tempo de magistério
e à formação acadêmica das professoras, respectivamente. O tempo de magistério varia de dez
a vinte e três anos.
Sobre a formação das professoras, apenas quatro das sete prosseguiram seus estudos,
avançando até a pós-graduação. Sabe-se que é necessário estar sempre estudando, para
participar e estar sempre atualizado sobre novas propostas pedagógicas. Alguns profissionais
param em um determinado nível de estudo (quando conseguem ingressar no mercado de
trabalho) e isso não é bom, muito menos para os profissionais de educação.
A terceira inquirição refere-se a que série as professoras entrevistadas lecionam no ano
atual. Como o questionário foi distribuído a todas as professoras e obtive um bom retorno, os
anos variam de 1º a 5º ano.
A quarta e a quinta questões referem-se à carga semanal de trabalho e a quantidade de
escolas em que trabalham, respectivamente. A carga semanal de trabalho varia de trinta a
sessenta horas. Sobre a quantidade de escolas em que as professoras trabalham, quatro
responderam trabalhar em duas escolas e três afirmaram trabalhar apenas na escola
pesquisada.
Quanto ao fato de algumas professoras “dobrarem período”, ou seja, trabalhar em dois
períodos, sabemos que isso é a consequência do baixo salário. Se os professores dos anos
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iniciais da educação recebessem um salário digno pelo seu trabalho (são eles que darão a base
para qualquer área profissional que o aluno desejar seguir), isso não seria necessário.
As informações estão na tabela a seguir:
Tabela 1. Tempo de magistério, quantidade de horas semanais, escolas trabalhadas e formação acadêmica das
professoras entrevistadas.
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Bozzini e Oliveira (2006) apud Doriguello (2010) afirmam que a HTPC tem como
principal característica a valorização da escola como espaço de formação para a construção do
trabalho docente. Destacam também que as trocas de experiências oportunizadas nesse espaço
contribuem para o aperfeiçoamento profissional e devem ser utilizados para reflexão da
própria prática pedagógica.1
A oitava, nona e décima inquirição têm por finalidade saber o que as professoras
entendem por Educação Ambiental e a frequência em que o tema é trabalhado. Elas
responderam que o tema refere-se a conceitos relacionados à sustentabilidade, às questões
ambientais, aos cuidados com o ambiente em que vivemos, à reciclagem de materiais, à
biodiversidade, e vêem o aluno como agente transformador da realidade. Quanto à frequência
do tema, todas as professoras afirmaram trabalhar frequentemente, pelo menos uma vez por
semana, pois acham necessário.
A décima primeira questão analisa se o tema é tratado como transversal pela equipe
pedagógica e todas as professoras afirmaram trabalhar o tema em todas as disciplinas,
conforme proposto pelo PCN de Temas Transversais. É relevante a consciência sobre a
transversalidade do tema, pois geralmente o tema é abordado apenas em Ciências. Conforme
proposto no PCN de Temas Transversais, esse tema deve ser tratado em todas as disciplinas
da base nacional.
A décima segunda pergunta questiona sobre o principal objetivo ao abordar o tema nas
aulas. Todas as professoras assinalaram que o maior objetivo é formar cidadãos
comprometidos com o bem-estar, com a saúde pública e com o ambiente em que vivemos, no
geral.
A questão número treze objetiva saber quais as estratégias pedagógicas utilizadas no
processo ensino-aprendizagem do tema. As estratégias utilizadas são diversas e compreendem
leituras, cálculos, gráficos, tabelas, vídeos, rodas de conversas, ilustrações, pesquisas,
produções escritas, músicas, experiências, jogos, informações sobre desastres ambientais,
piadas, aulas de informática, cartazes e teatro.
Quanto às estratégias utilizadas pelas professoras no processo ensino-aprendizagem do
tema, percebe-se que são bastante diversificadas, o que é muito bom, pois o assunto torna-se
atrativo às crianças.
Chartier (2007) apud Andrade (2010) afirma a importância das inovações didáticas:
1
Disponível em <http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/8mostra/5/89.pdf>. Acesso em 9 out.
2011.
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Os professores das séries iniciais geralmente ignoram as informações validadas
cientificamente, elaboradas pelos pesquisadores distantes do campo escolar,
publicadas segundo as regras que regem as revistas especializadas, que não são
diretamente utilizáveis na sala de aula. Entre as inovações didáticas, eles dão
preferência àquelas que sejam capazes de entusiasmar as crianças e de combater o
fracasso escolar.2
Assim sendo, a boa aula é aquela que atende às necessidades dos alunos, para tanto,
cabe ao profissional da educação investir em práticas que alimentem o entusiasmo deles, que
os cativem e os levem a pensar que o conteúdo a ser aprendido tem importância na sua vida
social.
A escola onde foi realizada a pesquisa de campo do presente trabalho colocou que
desenvolve um projeto3 denominado “Meio Ambiente: Consciência Ecológica e
Sustentabilidade”, que tem como objetivo geral desenvolver nas crianças atitudes de
preservação do planeta Terra.
Como diz Hutchison (2000, p. 73) “as crianças não são apenas os sujeitos passivos de
estruturas e de processos sociais”.
Logo, se não são passivas, são ativas. E como sujeitos ativos, participam da realidade
da sociedade. Sendo assim, podem ser ensinadas a participarem positivamente, como sujeitos
do bem e defensores da natureza.
Logo no início do projeto, há uma frase de um garotinho que diz que tudo que
acontece no mundo, país em que ele vive ou no bairro, acontece com ele, portanto ele precisa
participar nas decisões que interferem na vida dele.
Embasando teoricamente o raciocínio desse garotinho, Orteza e Miranda afirmam que
a criança “age e interage com o ambiente (...) ela participa intimamente das atividades no
mundo...” (ORTEZA E MIRANDA, 1982, apud HUTCHISON, 2000, p. 72).
Froebel concebeu que a criança deve, desde cedo, ver e reconhecer os objetos da
natureza em suas verdadeiras relações e que “sem a orientação adequada do adulto, tudo que o
2
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/es/v31n110/10.pdf>. Acesso em 16 out. 2011.
3
Não cabe aqui nesta pesquisa avaliar se o procedimento metodológico utilizado pela escola é metodologia de
projetos ou centro de interesse. O foco é investigar se a escola trabalha com as questões ambientais e, se sim,
como a escola trabalha.
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mundo natural oferece de mais importante permanecerá escondido da criança.” (FROEBEL,
1912, apud HUTCHISON, 2000, p. 96).
Sendo assim, a criança necessita da mediação de um adulto para estabelecer relações
harmônicas com o ambiente.
Como esse trabalho foca a educação formal, subentende-se que isso fica a cargo do
professor. E ele deverá ensinar a preservar o que o mundo natural oferece de importante à
nossa saúde: água limpa, ar respirável, alimentos saudáveis e como a criança deve fazer para
preservar esses recursos e se relacionar harmonicamente com o meio em que vive.
O projeto acima citado surgiu da seguinte indagação: “O que podemos fazer para
cuidar melhor do nosso planeta e consequentemente termos uma melhor qualidade de vida?”
No final do projeto estão anexadas as fotos das atividades sobre meio ambiente.
Percebe-se que a escola trabalha o tema constantemente, quer durante as aulas, quer nas
apresentações durante os cultos à bandeira.
Os alunos fizeram o plantio de ervas medicinais, aprenderam como ocorre o ciclo da
água durante as aulas de informática, fizeram diversas apresentações e trabalhos sobre o uso
racional da água, a conservação do solo e sobre o Pau-Brasil.
Nas aulas, o tema é sempre abordado, independentemente da disciplina, pois como o
PCN pontua, o assunto deve ser incorporado em todas as disciplinas, sem se tornar uma
disciplina independente.
Os conteúdos a serem trabalhados são divididos para cada ano: os alunos do 1º ano
trabalharão conceitos sobre a extinção das espécies; os do 2º ano sobre a preservação do
ambiente natural; os do 3º ano a rica biodiversidade brasileira; tanto os do 2º ano quanto os do
3º ano saberão quais são os riscos do desequilíbrio ecológico; os do 4º ano conceitos básicos
sobre a água, como saneamento básico e qualidade e sobre os 3Rs (reciclar, reduzir,
reaproveitar) e, no último ano da etapa inicial do Ensino Fundamental (5º ano), os alunos
questões à respeito do desmatamento e reflorestamento.
Todos os alunos (1º ao 5º ano) desenvolverão ações que visem a cuidar do meio
ambiente para melhorar a qualidade de vida, proteger as plantas e animais, fazer a coleta
seletiva, monitorarão e economia e o desperdício da água na escola, a minimizar a poluição e
a combater o aquecimento global.
É relevante o fato de o projeto afirmar que o público alvo do mesmo não é apenas os
alunos (corpo discente), mas também o corpo docente, demais funcionários, pais e
25
comunidade. Para abranger a comunidade, as apresentações ficam abertas para quem quiser
assistir.
Uma informação contida no projeto não é coerente: entre suas ações, está a de preparar
receitas alternativas, porém as merendeiras ou nutricionistas não participaram da elaboração
do projeto. Como está escrito, participaram apenas a direção, vice-direção, coordenação e
professores. Como profissionais das áreas de alimentação e saúde, crê-se que seriam de
grande valia para a elaboração de receitas alternativas, essas receitas poderiam fazer parte da
merenda escolar.
Analisando os questionários respondidos pelas professoras e o projeto elaborado pela
equipe pedagógica, fica claro que a Educação Ambiental é trabalhada na escola pesquisada,
pois atende a vários princípios básicos descritos na Lei 9795/99 (discorrida no primeiro
capítulo desse trabalho). Dentre os princípios destacados, está “o pluralismo de idéias e
concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade”, que conforme
observado é cumprido pela equipe pedagógica.
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4. IDEIAS PARA A REALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Nesse capítulo, serão mostradas algumas ideias simples e eficazes para trabalhar a
Educação Ambiental, baseadas no livro “50 Coisas Simples que as Crianças Podem Fazer
para Salvar a Terra”, de John Javna e na concepção de Genebaldo Freire Dias, autor do livro
“Atividades Interdisciplinares de Educação Ambiental: Práticas Inovadoras de Educação
Ambiental”.
Para Javna (1990, p. 8), “... as crianças não só desejam, como estão ansiosas para fazer
sua parte. Mas precisam de informação, encorajamento e – o mais importante – da
consciência de que têm o poder para influir nas coisas”. Ou seja, as crianças querem ajudar a
salvar nosso planeta, mas precisam da orientação do professor e este, por sua vez, precisa
informá-las como fazer isso.
Dias (2009) afirma que avançamos muito em gerenciamento dos recursos naturais,
mas na Educação Ambiental formal, entretanto, os avanços foram tímidos e os professores
ainda encontram muitas dificuldades para ter acesso à formação ambiental e aos recursos
instrucionais especializados. No que diz respeito ao gerenciamento dos recursos naturais,
papel geralmente desempenhado pelos profissionais da Gestão Ambiental, o autor acha que
estes estão fazendo o seu papel na preservação do meio ambiente. Porém, o outro lado citado
pelo autor (educação formal), fica a desejar em termos de Educação Ambiental.
O presente capítulo tem por objetivo mostrar que a prática da Educação Ambiental
parece complexa, mas pode ser simples e, ao mesmo tempo, eficaz.
Javna (p.24-25) fala que o simples ato de comprar brinquedos que duram mais
influencia na preservação dos recursos naturais, já que a cada vez que um brinquedo quebra e
a criança o substitui por outro, novos recursos naturais serão consumidos. Os professores
podem incentivar seus alunos a brincarem com brinquedos que seus pais ou avós brincaram, a
olharem se os objetos têm longa durabilidade ou ainda confeccionarem brinquedos com
materiais recicláveis.
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Nesse mesmo raciocínio com os brinquedos, a criança também pode ser incentivada a
passar os brinquedos que não querem mais adiante. Fazendo assim, outras crianças terão
oportunidade de possuir o brinquedo e mesmo que tenham condições de comprá-lo, não
precisarão, logo, estarão poupando os recursos naturais. Nesse caso, a equipe escolar pode
organizar uma feira de compras e trocas de brinquedos usados.
Esse mesmo autor diz que alimentar as minhocas com os restos de materiais orgânicos
dará origem ao húmus, que é a matéria orgânica depositada no solo, resultante da
decomposição. Essa atividade pode ser desenvolvida no ambiente escolar, na construção de
uma horta, por exemplo. Deve-se esclarecer às crianças que eles usarão os restos alimentares
nessa atividade, entretanto, não poderão desperdiçar a comida, colocando mais do que de fato
comerão.
Outra ideia é o fato de economizar água, um recurso que está se tornando escasso em
muitos lugares, em decorrência da sua poluição e desperdício. O autor fala que as crianças
devem economizar água na hora de escovar os dentes e os educadores devem atentar-se a essa
higienização, explicando como não desperdiçar a água e qual a sua importância para a saúde,
alimentação e higiene.
Plantar árvores é uma atividade que as crianças adoram e acham gratificante ao vê-las
crescer. Para que elas observem juntas o crescimento das plantas, podem fazer o plantio na
escola, orientadas pelo professor. Javna (2003) diz que nada pode substituir as árvores – é por
isso que elas são tão importantes, então, precisamos manter o mundo cheio de árvores e nós
podemos ajudar a fazer com que isso aconteça. Podemos plantar uma árvore. Isso pode ser
feito no Dia Árvore (21 de setembro), de modo que todo dia 21 de setembro será
“aniversário” da árvore que as crianças plantaram. Vale ressaltar que o professor deve lembrar
as crianças de molharem as plantas frequentemente. Não basta apenas plantar árvores, mas
zelar pelo seu crescimento.
Sabemos que as crianças são ótimos veículos de informação. Portanto, os professores
podem ensinar os alunos a ensinarem seus pais. Como Javna (2003) ressalta,
Psiu! Quer saber de um segredo? Os seus pais realmente se importam com o que
você pensa... muito embora às vezes eles finjam que não. Portanto, eis uma chance
de ajudar a salvar a Terra: ensinando a eles algumas coisas importantes, que talvez
não conheçam. (JAVNA, 2003 p. 124, ).
Sabemos que as questões ambientais se tornaram alarmantes nos últimos anos, logo,
muitos pais ainda têm hábitos que não condizem com o atual sentimento de proteção à Terra.
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As crianças, por nascerem em um tempo onde essas questões são comumente tratadas,
desenvolveram hábitos ambientalmente corretos. Cabe aos educadores incentivar as crianças a
passar esses hábitos adiante.
Sobre a reciclagem, Javna (2003) atesta:
Se a escola não tiver meios para adquirir os containeres especiais para reciclagem, o
autor fala que os alunos podem utilizar caixas de papelão com placas informando quais
materiais serão depositados ali.
Além das atividades citadas acima, o autor dá ainda dicas de como poupar os recursos
naturais, preservar oceanos, rios, lagos e córrego, proteger os animais, manter a Terra verde,
usar a energia com inteligência, espalhar as informações e trabalhar com ecoexperiências.
Segundo esse autor, a prática escolar deve ir além da escola, deve abarcar o meio
social no seu contexto mais amplo, abrangendo nossas relações sociais e com o meio em que
vivemos. E uma dessas relações é a que estabelecemos com o trabalho, e esta deve ser
desenvolvida da forma mais ambientalmente correta possível.
Sobre a prática trabalhista, o autor indica os procedimentos para a realização de uma
pesquisa com diversos profissionais: listar as profissões e convidar alguns profissionais de
diferentes áreas para visitar a escola e falar sobre suas atividades. Os profissionais podem
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dizer como aprenderam a profissão, quais as dificuldades que encontraram para aprendê-la e
exercê-la, quais os riscos e benefícios, qual a relação da profissão com o meio ambiente e
quais as medidas que tomam para reduzir os impactos ambientais.
Dias (2009) afirma que o professor deve discutir com os alunos o fato de algumas
profissões terem se adaptado aos padrões ambientais atuais, como é o caso da extração da
madeira e a mineração. Deve também destacar o surgimento de novas áreas profissionais
ligadas à gestão ambiental e redução de problemas ambientais nas empresas, como é o caso da
legislação ambiental, tecnologias limpas, controle de poluição, educação ambiental,
engenharia ambiental e outras.
Outra atividade que as crianças gostam de fazer é a análise de contas de energia
elétrica.
Dias (2009) pondera que:
Sobre essa visão, o autor sugere alguns procedimentos para inserir o consumo
consciente da energia elétrica nos conteúdos escolares: os alunos fazerem a análise de suas
contas, destacarem os equipamentos que consomem mais energia, listarem as mudanças de
hábitos para reduzir o consumo e listar os danos ambientais causados na construção e
operação de uma usina hidrelétrica (como a interferência na vida animal e vegetal, por
exemplo).
Além desses procedimentos citados pelo autor, o professor pode também dividir a sala
em grupos para que os alunos pesquisem sobre a geração de energia por fontes renováveis,
como o Sol e os ventos, denominadas “energias limpas”. Essas fontes não causam impactos
ambientais como as hidrelétricas.
Dias (2009) indica uma atividade para examinar a qualidade da água que bebemos:
amarrar um pano branco na boca de uma das torneiras da escola e deixar por uma semana,
sem interromper seu uso. Depois, convidar um técnico da companhia de água e esgoto da
cidade para fazer uma palestra e analisar o pano que foi utilizado na experiência. Dependendo
da cor que o pano ficou, questionar que medidas estão sendo tomadas para melhorar ou
preservar a qualidade da água.
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Essa atividade faz com que as crianças tenham conhecimento da qualidade da água
que é utilizada pela população, além de seu direito de cobrar do poder público e da população
a melhoria ou preservação da qualidade dessa água.
Outra atividade que desperta a atenção dos alunos é a leitura da Carta Escrita em 2090
(anexada no final desse trabalho), que fala sobre a escassez da água. Dias (2009) indica essa
carta para trabalhar a leitura silenciosa e a interpretação. Após ler e interpretar o texto, a
classe pode discutir a possibilidade de a sociedade chegar à situação descrita na carta e
transformar essa informação em um gráfico – quantos acreditam e quantos não acreditam
chegar nessa situação. Além dessa atividade, o autor sugere o trabalho de indagação às
crianças sobre quais medidas tomar para evitar o quadro catastrófico tratado na carta.
É uma excelente sugestão para trabalhar a Educação Ambiental, pois a Carta Escrita
em 2090 traz uma responsabilidade à população de preservar esse recurso natural
indispensável à vida: a água.
O autor também aponta uma atividade denominada “Conhecendo as Plantas
Medicinais”. Ele indica os procedimentos para o desenvolvimento de tal atividade: a primeira
ação é convidar alguém para apresentar as ervas medicinais da região aos alunos e solicitar
que essa pessoa traga amostras, digam para que servem tais ervas e contem as histórias delas.
Depois, os alunos devem montar um viveiro na escola com algumas dessas ervas e as mesmas
poderão ser usadas na escola ou distribuídas à comunidade.
Dias (2009) destaca a importância de se conhecer as ervas medicinais:
Muitas plantas estudadas por cientistas podem curar doenças. Existem pessoas que
conhecem as ervas e raízes que curam (plantas medicinais). O saber dessas pessoas é
um patrimônio cultural da comunidade, muito valioso, e precisa ser reconhecido e
preservado. (DIAS, 2009, p.145).
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O autor, justificando a atividade a seguir, dispõe que essa simples ação demonstra os
impactos socioambientais causados pelos desflorestamentos: erosão, perda da fertilidade do
solo, assoreamento e inundações.
Na atividade proposta, os alunos deverão encher duas garrafas pet com água. Em
seguida, escolher um local pouco inclinado, uma com vegetação e outra sem. Após a escolha
do local, dois alunos deverão derramar a água nas duas áreas diferentes (na mesma altura e ao
mesmo tempo). A partir da observação dos fatos, elaborar hipóteses sobre o ocorrido. Essa
atividade objetiva comprovar que a vegetação é a maior protetora do solo.
Para mostrar aos alunos que a paisagem e os aspectos socioambientais mudam com a
passagem dos anos, Dias (2009) sugere uma entrevista com algum morador antigo da cidade.
Para tal atividade, o autor indica alguns procedimentos: convidar um morador antigo
para uma conversa informal sobre como era a cidade – clima, população, vegetação, animais,
rios, nascentes, costumes, festas, tradições, meios de transportes, educação, saúde, esportes,
violência e poluição.
A partir desses levantamentos, observar os pontos positivos e negativos da
modernização. Posteriormente, pesquisar sobre as formas de preservar os aspectos positivos e
transformar os negativos.
Sobre essa conversa informal com os moradores antigos, Dias (2009) afirma que é
preciso ouvir as pessoas que vivem na cidade há mais tempo, pois seus depoimentos são
documentos vivos que precisam ser reconhecidos e guardados. Além do merecido respeito, os
idosos precisam ser reconhecidos como fontes de cultura, que nos transmitem os
conhecimentos acumulados pela humanidade.
Esse capítulo não se destina a mostrar ideias prontas para o trabalho com a Educação
Ambiental, já que cada atividade pedagógica deve ser adequada ao contexto social do aluno.
Essas ideias são apenas provas que a Educação Ambiental pode ser trabalhada de forma
simples, de modo que sejam utilizados recursos acessíveis, e ao mesmo tempo, eficaz, de
modo que os alunos percebam a importância de preservarmos nossos recursos naturais para
satisfazer as nossas necessidades, poupando-os para as futuras gerações.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
_______. Lei 9795/99. Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de
Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Senado Federal, 1999.
_______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde. 3. ed. Brasília, DF:
Senado Federal, 2001.
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JAVNA, J. Trad.50 Coisas Simples que as Crianças Podem Fazer para Salvar a Terra. 11.
ed. Tradução Reynaldo Guarany Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
QUESTIONÁRIO - Direcionado aos professores de uma escola municipal dos anos iniciais
do Ensino Fundamental.
1 - Tempo de magistério:
2 - Formação Acadêmica:
3 - Série que leciona no ano de 2011:
4 - Qual a sua carga horária semanal de trabalho?
5 - Você trabalha em mais de uma escola? ( ) Sim. Quantas?____ ( ) Não.
6 - Você participa das HTPCs? ( ) Sim. ( ) Não.
7 - Como é a HTPC?
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( ) uma vez por bimestre
( ) uma vez por semestre
( ) nas datas comemorativas
( ) quando o coordenador solicita.
12 – Qual é o maior objetivo de se trabalhar esse tema (meio ambiente) nas séries iniciais do
Ensino Fundamental?
( ) formarmos cidadãos comprometidos com o bem-estar, com a saúde pública e com o
ambiente em que vivemos, no geral;
( ) para que os alunos compreendam os níveis tróficos da cadeia alimentar;
( ) para que os alunos compreendam os processos da fotossíntese e a importância desse
processo de produção de alimento para a planta;
( ) não acho importante. Trabalho esse tema apenas porque isso é imposto.
13 - Quais estratégias pedagógicas você utiliza em suas aulas para trabalhar o tema “Meio
Ambiente”?
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ANEXO
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