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Os crimes contra a ordem tributária estão disciplinados nos artigos 1º a 3º da Lei 8.137/90,
podendo ser sujeitos ativos o contribuinte, o substituto e o responsável tributário, o terceiro
responsável e o terceiro estranho à relação tributária. Tais crimes jamais podem ser cometidos
por pessoas jurídicas, mas sim, pelos seus diretores, administradores, gerentes ou funcionários
responsáveis, desde que tenham participado do ato de sonegação. Quanto aos sujeitos
passivos, são eles: a sociedade e o Estado (Administração Pública da União, dos Estados,
Distrito Federal e Municípios).
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;
O crime previsto no art. 2º possui a mesma natureza do anterior, sendo, entretanto, condutas
menos gravosas e, até por isso, receberam sanção mais branda. O sujeito ativo é o
contribuinte ou o responsável, ou seja, aquela pessoa que possui uma relação pessoal e direta
ou de responsabilidade (com certo vínculo com a situação que deu origem ao fato gerador) em
relação à obrigação tributária
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar
outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
O art. 3° inaugura a seção II que preve crimes funcionais, ou seja, são praticados por
funcionários públicos no exercício de suas funções. São, portanto, crimes próprios. O sujeito
ativo é o funcionário público, mas nada impede que um particular pratique este crime.
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no
Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda
em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
3. Princípio da insignificância
Esse princípio diz respeito a relevância dos objetos das lides, existe um mínimo para que a
demanda realmente deva ensejar em uma consequência jurídica, se a ofensa for irrelevante ao
bem jurídico protegido. No que diz respeiutp oas crimes tributários a Terceira Seção do STJ, por
sua maioria, entendeu que incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e
de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações
efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. Dessa forma, o
entendimento do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça estão em sintonia
prevendo o limite para acolhimento do princípio da insignificância o valor até vinte mil reais
atinente aos crimes tributários federais e de descaminho.
a Lei 12.382/11 regulamentou a extinção da punibilidade dos crimes tributários nas situações
de parcelamento do débito tributário, não tendo afetado o disposto no § 2º do art. 9º da Lei
10.684/2003, que prevê a extinção da punibilidade em razão do pagamento (em qualquer
tempo).