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ão
iç
Ed
Cumuruxatiba
A vida sorri na
Costa das Baleias
Quixotic
Fusion
Dancando
com a luz
O lado
oculto
da lua
Em vídeo de
tirar o fôlego
Bóson de
Higgs
Para meninos de 12 anos 1/11
oásis .
viagem
F
oi exatamente para descobrir coisas como essa
partícula infinitesimal da matéria conhecida
por
como bóson de Higgs que se construiu o grande
Luis
Pellegrini
colisor de hádrons do Cern (Conselho Europeu para
a Pesquisa Nuclear), nas proximidades de Genebra,
Editor Suíça. Com seus 27 quilômetros de diâmetro, ela é
provavelmente a maior máquina jamais construída na
face da Terra.
Luis
Muito se tem falado nos últimos dias sobre a des-
coberta do bóson de Higgs. Quase tudo, porém, foi
Pellegrini explicado em linguagem ainda demasiado científica e
Editor
hermética, difícil de ser entendida por quem não é do
ramo ou pelo menos não possui alguma formação em
ciência contemporânea. Assim, decidimos preparar
uma matéria cujo texto fosse o mais fácil possível. É
nosso artigo de capa: “O bóson de Higgs – Para meni-
nos de 12 anos”.
DESCOBERTA
DE HIGGS
Para meninos
de 12 anos
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DESCOBERTA
A recente descoberta do bóson
de Higgs deverá revolucionar
toda a física nuclear. Neste artigo
tentamos explicar em linguagem
bem fácil o que é essa partícula,
também conhecida como “partícula
de Deus”. Os dois vídeos ao final
facilitam essa compreensão
Imagens: cern
O que é
O
o Bóson de Higgs
http://goo.gl/RgsKG
Particula de Deus
ou bóson de Higgs
http://goo.gl/CcGOa
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DESCOBERTA
Cumuruxatiba
viagem
A vida sorri na
Costa das Baleias
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oásis .
viagem
No sul da Bahia, a Vila de
Cumuruxatiba já brilha como
atração maior da Costa das
Baleias. Mas outras coisas
acontecem por ali: vários recém-
chegados, sobretudo casais
provenientes das cidades grandes,
decidiram assumir muitas
iniciativas com o objetivo de
beneficiar a comunidade
Por Luis Pellegrini
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cionais. Tem a escolinha de navegação a vela para Que fazer para prepará-
as crianças. Tem as lojas/ateliês das duas cera- los para a chegada da
mistas do lugar, Eliana Begara e Renata Homem.
Tem, no amanhecer e no entardecer, a chegada
grande civilização de
dos pescadores com seus balaios cheios de peixe. fora, sem que percam
A lista dos encantos de Cumuruxatiba parece a sua encantadora e
não ter fim. Rapidamente se percebe por que tan- simples identidade?
ta gente da cidade grande, de São Paulo, do Rio,
de Belo Horizonte e Vitória, e até alguns baianos
de Salvador, escolheram se estabelecer ali. Mas Cada um deles, além de desenvolver uma
o que mais chama a atenção é que praticamente atividade profissional condizente com as carac-
todos esses recém-convertidos à cumurumania terísticas do lugar, dedica-se a alguma função ou
preferem não viver apenas no desfrute da sombra obra voltada à cidadania e à preservação ambien-
e da água fresca. tal e cultural do lugar. Parecem ter entendido que,
sem isso, a segurança desse paraíso reencontrado
estará ameaçada. Os 32 quilômetros de estrada de
A ceramista Eliana Begara. Ao lado uma de suas peças terra batida cedo ou tarde poderão ser recobertos
de asfalto, e por ele chegarão as hordas do turismo
de massa com seu habitual cortejo de mazelas e
destruições.
O principal alvo do interesse desses neocu-
muruxatibanos, como não poderia deixar de ser,
é a própria comunidade original do lugar. Quase
todos os seus membros pertencem a famílias de
pescadores, artesãos ou pequeno agricultores que
há séculos vivem ali, até há pouco quase sem con-
tato com o mundo exterior. Que fazer para pre-
pará-los para a chegada da grande civilização de
fora, sem que percam a sua encantadora e simples
identidade? Despertar neles a consciência do valor
do seu próprio patrimônio cultural e histórico foi
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Moradores de Cumuru se reunem
regularmente para discutir os
problemas da comunidade
escolinha de navegação a vela para as crianças da
comunidade. Filhos de turistas podem frequentar
as aulas, pagando uma taxa módica para ajudar na
manutenção dos barquinhos.
Dona Elizete e seu marido Rui, donos do res-
taurante Catamarã, criaram um ateliê-cooperativa
para ensinar bordados e artesanatos com tecidos
a dezenas de meninas e adolescentes da comuni-
dade. Os produtos são vendidos numa pequena
butique ao lado do restaurante. Metade do que se
arrecada é repartido entre as meninas, a outra me-
tade é para a reposição do material. Luiz e Milena,
a primeira necessidade enfrentada. Várias inicia- donos da Pousada Rio do Peixe, dedicam-se a um
tivas foram tomadas nesse sentido. projeto de reforço escolar, para ajudar a passar
A chef Dolores Lameirão, por exemplo, veio de de ano os alunos que têm dificuldades nos cursos
Angola e levou a Cumuru todo o seu conhecimento regulares. O médico Francisco Begara, por seu
de gastronomia desenvolvido em seu país, e de- lado, desenvolve um trabalho de aconselhamento
pois em Portugal, na França e na Suíça. Foi lá que sanitário para a comunidade e nas comunidades
ela conheceu o suíço Walter Kunzi, com quem se indígenas pataxó.
casou, teve dois filhos, e montou em Cumuruxati- Francisco, por sinal, é o único médico de
ba o restaurante Mama África, um must do lugar. Cumuruxatiba, onde toma conta do dispensário.
Junto a dois outros casais (os dentistas Ricardo e Nascido no Marrocos, formado em São Paulo, ele
Andréia Belucio, donos do Café Gelato, e Luiz Fer-
nando e Helena), Dolores e Walter dão cursos de
culinária e gastronomia para jovens carentes de
Cumuru. A bióloga Juliana e sua amiga Lucinha A chef Dolores Lameirão, veio
dirigem um grupo de danças típicas. O capoeirista de Angola e levou a Cumuru
P de Serra montou um grupo de capoeira.
Aldo, Rogério e Giorgio (navegador italia-
todo o seu conhecimento de
no que depois de girar o mundo se estabeleceu gastronomia desenvolvido em
em Cumuru com a esposa e filhos) criaram uma seu país, e depois na Europa
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O barco Libra II leva os
visitantes para o passeio à
região aonde vivem as baleias
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Quando vi a cabeleira mãe e na filha, e logo depois lá se foi ela, de volta
escura da menina, para a aldeia, carregando a criança.”
exclamei: ‘Ela já Durante a temporada, nos finais de semana, os
grupos de dança, de percussão, capoeira, e oca-
nasceu de cocar!’ sionalmente um outro grupo composto por índios
pataxós, se exibem num espaço especialmente
preparado, num ângulo da pracinha central da
vila. Nessas ocasiões, arma-se um mercadinho de
e a esposa, a ceramista Eliana Begara estão lá há artesanatos regionais no mesmo local. A entrada é
pouco mais de um ano. “Este lugar é um problema franca.
para um médico, pois aqui ninguém fica doente”, Em Cumuruxatiba, a visita ao santuário das
conta. “Quando aparece alguém no dispensário é baleias jubarte é uma aventura à parte. Há milê-
só para tratar de um resfriado ou do hematoma nios elas frequentam as calmas e tépidas águas
de algum moleque que despencou do coqueiro. O da região, perfeitas para a fase de acasalamento,
caso mais grave que enfrentei, há uns quatro me-
ses, foi o parto de uma índia pataxó de 23 anos. Único médico da cidade, Francisco Begara ( à direita )
Ela chegou em avançado trabalho de parto, mas também se ocupa de atividades sociais
logo vi que a criança estava em má posição. Como
em Cumuru não tem maternidade nem hospital,
achei melhor levá-la às pressas para a cidade de
Prado, a uns 50 quilômetros de distância, por
estrada de terra. No meio da viagem, talvez devi-
do aos solavancos do meu pequeno Fiat, o bebê
acertou a posição, e a índia gritou lá do banco
de trás: ‘Doutor, ela tá saindo.’ Parei o carro na
beira da estrada e fiz o parto ali mesmo. Quando
vi a cabeleira escura da menina, exclamei: ‘Ela já
nasceu de cocar!’ Quinze minutos depois a índia
estava com seu bebê nos braços, enrolado nuns
panos que eu levara no carro. Voltamos para o
dispensário, em Cumuru, fiz uma higiene geral na
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parto e amamentação desses cetáceos gigantes. Existem inclusive as
“Elas não vêm aqui para comer, e sim para se baleias exibidas, que
reproduzir”, explica a bióloga Juliana, quando a
bordo do barco Libra nos dirigimos para a área
não só não fogem como
onde as baleias e seus filhotes se concentram. “O dão performances na
restaurante delas é nas águas frias da Antártica, forma de saltos
cheias de camarões krill e de cardumes de sardi-
nhas e outros pequenos peixes, para onde elas vão
a partir do final de novembro. Aqui é só para na-
morar e acasalar e para cuidar dos bebês até que direita e à esquerda. Para saber onde elas estão,
eles estejam fortes o suficiente para acompanhar basta prestar atenção na superfície do mar e, de
as mães nessas longas viagens.” repente, shshsshshs! Lá está o jato d’água que elas
Na zona onde as jubarte se concentram o emitem ao respirar na superfície, e que denunciam
show é contínuo e o piloto do barco mal sabe suas posições. Jato localizador que, por sinal, per-
para onde se dirigir: há baleias navegando à mitia aos baleeiros matarem milhares de jubartes
todos os anos, quase levando-as à extinção. Quan-
do o barco se aproxima, algumas, mais tímidas,
mergulham e fazem aparecer a cauda manchada
Baleias jubarte vivem nas águas de Cumuru de
julho a novembro para a reporução de branco. Outras não estão nem aí. Acostuma-
das à presença das embarcações carregadas de
pessoas, elas parecem saber que tudo que que-
remos delas são algumas fotografias. E existem
inclusive as exibidas, que não só não fogem como
dão performances na forma de saltos (os machos
quando tentam impressionar alguma fêmea), ou
mantêm por vários minuto o rabo fora d’água,
batendo na superfície (as fêmeas, quando querem
enxotar os pretendentes).
O passeio às baleias dura umas quatro horas,
com água e frutas a bordo. Os mais sujeitos a náuse-
as devem tomar algum remédio antienjôo uma hora
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As praias fora de Cumuru são quase vazias e
cheias de recantos idílicos como da foto
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Piscina e restaurante da
Pousada Rio do Peixe,
em frenet à praia de
mesmo nome
antes de embarcar. Uma tempestade estomacal é a (que acontece apenas entre julho e novembro),
forma mais fácil de se estragar o passeio. várias outras excursões podem ser feitas por mar.
A Vila de Cumuruxatiba, pertencente ao mu- Pode-se ir até a Ponta do Corumbau e Caraíva,
nicípio de Prado, no sul da Bahia, inclui o núcleo com parada na aldeia pataxó de Barra Velha, cujo
urbano e arredores. Tem cerca de cinco mil habi- acesso é possível somente por meio de barco.
tantes, aproximadamente 70 pousadas e outros As opções de hospedagem são ótimas. A Pousa-
tantos restaurantes, quase sempre especializados da Rio do Peixe é considerada a melhor, oferecen-
em peixes, camarões, lulas, polvos e lagostas. Para do tudo que um hotel de primeira tem. Mas várias
os padrões das cidades turísticas, os preços são outras nada deixam a desejar, entre elas a Pousa-
bastante razoáveis. da É, a Uai Brasil, a das Cores, todas elas situadas
As praias são muitas, todas bonitas, com na praia. Há também as pousadas Axé e a Clara,
destaque para a Japara Grande e a Japara Mirim, destaques no centro urbano.
a de Imbassaúba e da Barra do Cahy. Elas nunca
estão muito cheias. Mais informação:
Além do passeio de barco para ver as baleias
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ARTE
QUIXOTIC
FUSION
Dançando
com a luz 1/2
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oásis .
ARTE
Quixotic Fusion (Fusão Quixotesca)
é um grupo de artistas que
combinam acrobacias aéreas,
dança, teatro, filme, música e
efeitos visuais. Assista-os executar
três peças de dança arrebatadora
no palco do TED-Ideas Worth
Spreading, em 2012
Vídeo: TED-Ideas Worth Spreading
C
Quixotic Fusion:
dançando com a luz
http://goo.gl/JafxG
ASTRO
DA LUA
Em vídeo de
tirar o fôlego
Na ilustração, o Lunar
Reconaissence Orbiter
sobrevoa a face oculta
da Lua. Ao fundo
apareçe a Terra
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oásis .
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ASTRO
O Lunar Reconnaissance Orbiter, luz durante a fase da lua nova. A Lua fica
espaçonave robótica lançada totalmente escura apenas em períodos de
eclipse total lunar, quando a sombra da
pela Nasa, que atualmente está Terra impede que os raios solares ilumi-
orbitando a Lua, não para de nem o satélite. Claro, a Lua na verdade
mandar imagens extraordinárias é toda escura, uma vez que não tem luz
própria. Toda face iluminada se deve à luz
do nosso satélite. Confira no vídeo solar. O lado escuro é, na verdade, um lado
não visível da Lua, quando a observamos a
Imagens e video: NASA partir da superfície terrestre.
O hemisfério oculto da Lua foi fotogra-
O
fado pela primeira vez pela sonda espa-
cial soviética Luna 3 em 1959, e primei-
ramente observado por olhos humanos
durante a missão Apollo 8 na órbita da
Lua em 1968. O hemisfério possui diversas
o lado oculto
da lua crateras, resultado de vários impactos na
http://goo.gl/9Z1JA sua superfície.
O Lunar Reconnaissance Orbiter (Or-
bitador de Reconhecimento Lunar, LRO)
lado oculto da Lua (também é uma espaçonave robótica lançada pela
chamado de lado negro ou Nasa, que atualmente está orbitando a
lado escuro do nosso saté- Lua. O lançamento não tripulado do Lunar
lite) é o hemisfério lunar Precursor Robotic Program (Programa de
que não pode ser visto da Terra devido Precursores Robóticos Lunares) ocorri-
ao fato de a translação e rotação lunares do em 18 de junho de 2009, é a primeira
possuírem o mesmo tempo de duração. É a missão dos Estados Unidos para a Lua em
chamada órbita síncrona. Contudo, sabe- mais de dez anos. O LRO é a primeira mis-
-se que toda a superfície da Lua recebe são do programa Vision for Space Explora-
iluminação do Sol, em períodos distintos, tion (Visão para Exploração Espacial) dos
sendo que seu chamado lado escuro recebe Estados Unidos. Para cumprir com sucesso
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ASTRO
os objetivos do “The Vision”, incluindo
a exploração humana da Lua, o LRO vai
orbitar nosso satélite, pesquisar os seus
recursos, e identificar possíveis locais de
pouso para uma próxima nova expedição
tripulada. A sonda será capaz de forne-
cer um mapa 3D da superfície lunar e já
forneceu algumas das primeiras imagens
de alguns equipamentos do projeto Apollo
deixados na Lua. O foguete Atlas V usado
para lançar o LRO também carregou o
Lunar Crater Observation and Sensing
Satellite (Satélite de observação e sensore-
amento de crateras lunares - LCROSS), que
é projetado para detectar a presença de
água quando o estágio superior do veículo
de lançamento atingir uma cratera lunar.
Juntos, o LCROSS e o LRO formam a van-
guarda do returno à Lua do Lunar Precur-
sor Robotic Program da Nasa. As primeiras
imagens feitas pela LRO foram publicadas
em 2 de julho de 2009.
O Lunar Reconnaissance Orbiter, da
Nasa, forneceu novas imagens da Lua que
revelam dados antes completamente des-
conhecidos da sua superfície.
A face oculta da Lua ( na
foto ) permaceu invisível
para nós até o advento
da tecnologia espacial
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ASTRO