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Blocos

Pós graduação em Estruturas


de concreto e Fundações
Aula 2 - Blocos
l Docente:
l Eng. Me. André Luís L Velame Branco
l Graduação:
l Engenharia Civil –
Escola Politécnica – UFBA
l Mestrado:
l Engenharia de Estruturas – EESC - USP
l Atuação:
l Professor, Projetista e Consultor de Cálculo
Estrutural
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l Bibliografia:
l Livros de Concreto Armado
l P.B.FUSCO, Estruturas de concreto – Solicitações Normais
l P.B.FUSCO, Técnica de armar as estruturas de concreto
l R.C.Carvalho, Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto
armado (volume 2)

l Normas essenciais
l NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto
l NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas
l NBR 7480 – Barras e fios destinados a armaduras para concreto armado
l NBR 6120 – Cargas para o cálculo de edificações
l NBR 6122 – Projeto e execução de fundações

l Normas auxiliares
l NBR 6123 – Forças devido ao vento em estruturas
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l Introdução:

l Conceituação:

Elementos em forma de paralelepípedo utilizados como fundação


superficial ou como coroamento de elementos de fundação
profunda ou indireta.

Ø Elemento de fundação superficial;

Ø Elemento de transição.
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l Características:

l Fundação superficial (rasa):


l Utilizados como elemento de transmissão direta das
cargas da superestrutura ao solo.

Ø O capítulo 7 da ABNT NBR 6122 – 2010 prescreve para os blocos


de fundação as mesmas considerações das sapatas;

Ø Uso de concreto simples ou ciclópico è tensões de tração


resistidas exclusivamente pelo concreto.

l Elemento de transição:
l Utilizados como coroamento de elementos de fundação
profunda.
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l Blocos de fundação:

l Conceituação:
l (item 3.3 ABNT NBR 6122 – 2010):

Elementos de fundação, em concreto armado, dimensionados de


modo que as tensões de tração sejam resistidas pelo concreto,
sem necessidade de armadura.

Ø Elementos de grande rigidez;

Ø Dimensionamento conforme item 7.8.2 ABNT NBR 6122 – 2010 e 24.6.2


ABNT NBR 6118 – 2014.
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l Indicação:

l Garantia das condições básicas:


l Execução rápida sem emprego de equipamentos
específicos e de transporte;

l Terrenos pouco compressíveis;


l Solicitações de baixa intensidade:
Ø Nk≤ 500 kN;

Ø Ausência de momentos fletores (M k= 0)


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l Dimensionamento:
l Definição das dimensões:
l Em planta:
N+P P ≈ 0,1 ⋅ N
σsolo = ≤ σ adm
Asapata
l Definição da altura de modo que o bloco seja rígido:

 0,7 ⋅ (A - a ) β ≥ 60º ou
π
rad
h ≥  (A - a ) 3
 2 ⋅ tan β
h médio ≥ 20cm
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l Dimensionamento:
l Verificação de tensões:
l As tensões de tração devem ser resistidas pelo concreto:
Ø Condição básica - (item 7.8.2 ABNT NBR 6122 – 2010 ):

tan β σ adm
≥ +1 f ct = 0,4 ⋅ f ctk ≤ 0,8MPa
β f ct

Ø Tensões de tração - (item 24.6.2


ABNT NBR 6118 – 2014):

Vsd ≤ Ac ⋅τ wRd τ wRd = 0,3 ⋅ f ctd

ü Os diagramas de tensão devem ser obtidos de forma similar aos de


sapatas.
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l Dimensionamento:
l Detalhamento:
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l Blocos sobre estacas:

l Conceituação:
l (item 22.7.1 ABNT NBR 6118 – 2014):

Estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e aos


tubulões as cargas de fundação, podendo ser considerados rígidos
ou flexíveis por critério análogo ao definido para sapatas.

Ø Elementos de uniformização e distribuição das cargas da superestrutura;

Ø Tensões de tração absorvidas pela armadura;

Ø Dimensionamento conforme item 22.7.3 ABNT NBR 6118 – 2014.


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l Condições gerais:
l Estacas bi-rotuladas;
l Todas as estacas de um mesmo bloco assentadas na mesma
profundidade:
l Garantir que as estacas:
Ø Tenham a mesma carga;
Ø Trabalhem uniformemente.

l O bloco transfere toda a carga para as estacas:


l Não há transferência direta de carga para o solo.
l O bloco deve ter altura suficiente para ancorar arranque dos
pilares;
l Bloco extremamente rígido.
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l Geometria:
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l Geometria:
ü Dimensões em planta:

a = l + 2⋅u  R + cob + φ

u ≥ D
b = 2⋅u  2 + c

ü Lastro de concreto não


estrutural: l ≥ 5cm

ü Penetração: 3 ≤ p ≤ 10cm

ü Afastamento: 10 ≤ c ≤ 20cm
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l Tipos de blocos:

l Classificação quanto à rigidez (item 22.6.1 ABNT NBR 6118 – 2014):


l Critério análogo ao definido para sapatas;
l Conceito de rigidez relativo ao elemento estrutural;

Ø Critério de rigidez atual:

h≥
(a−a ) p

3
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l Tipos de blocos:

l Classificação quanto à rigidez:


l bloco flexível (item 22.6.2.3 ABNT NBR 6118 – 2014):

Ø Condição: h <
(a − a )
p

3
Ø Pouco indicado na prática;

Ø Análise mais complexa:

ü Para distribuição de cargas nas estacas;

ü Para obtenção dos esforços nos tirantes;

ü Necessidade da verificação da punção.


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l Tipos de blocos:

l Classificação quanto à rigidez:


l Bloco rígido (item 22.6.2.2 ABNT NBR 6118 – 2014):

Ø Condição: h ≥
(a − a )p

3
Ø Comportamento (item 22.7.2.1 ABNT NBR 6118 – 2014):
ü Trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente
concentradas nas linhas sobre as estacas (reticulado definido pelo eixo
das estacas, com faixas de largura igual a 1,2 vez seu diâmetro);

ü Forças transmitidas do pilar para as estacas essencialmente por bielas


de compressão, de forma e dimensões complexas;

ü Trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não


apresentando ruínas por tração diagonal, e sim por compressão das
bielas, analogamente às sapatas.
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l Rigidez:

l Bloco rígido (Critério de Blévot e Frémy - 1967): 45º ≤ θ ≤ 55º

Ø Bloco de 2 estacas:
0 ,50 ⋅ (l-0 ,5 ⋅ ap ) ≥ d ≤ 0,71 ⋅ (l-0 ,5 ⋅ ap )

Ø Bloco de 3 estacas:
0 ,58 ⋅ (l-0,5 ⋅ ap ) ≥ d ≤ 0,825 ⋅ (l-0 ,5 ⋅ ap )

Ø Bloco de 4 estacas:
0 ,71⋅ (l-0 ,5 ⋅ ap ) ≥ d ≤ 1,00 ⋅ (l-0,5 ⋅ ap )

Ø Bloco de 5 estacas:
( ) (
0 ,71⋅ l ⋅ 2-0 ,5 ⋅ ap ≥ d ≤ 1,00 ⋅ l ⋅ 2-0 ,5 ⋅ ap )
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l Campo de tensões:

Re
F t=
tan θ

Re
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l Verificação das bielas de compressão:

l Tensão na biela na base do pilar:


Fd
σ c ,biela , p= ≤σ c ,lim
Ap ⋅ sen 2θ

l Tensão na biela junto à estaca:


Fd
σ c ,biela ,e= ≤σ c ,lim n=número de estacas
n ⋅ Ae ⋅ sen 2θ

l Tensão limite:
Valores de k
n 2 3 4 5
σ c ,lim= k ⋅ f cd
k 1,26 1,58 1,89 2,21
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l Rigidez:

l Bloco rígido (Critério de Fusco):

θ ≥ 40º ⇒ aceitável

θ ≥ 45º ⇒ desejável
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l Verificação das bielas de compressão:

l Tensão na biela na base do pilar:


Fd
σ c ,biela , p= ≤ f cd 1
Aamp , p ⋅ sen 2θ

l Tensão na biela junto à estaca:


Fd
σ c ,biela ,e= ≤ f cd 2 n=número de estacas
n ⋅ Aamp ,e ⋅ sen θ
2

l Tensões limites:
f cd 1 = 0,85 ⋅ α v 2 ⋅ f cd f ck
αv2 = 1 − ; f ck em MPa
250
f cd 2 = 0,60 ⋅ α v 2 ⋅ f cd
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l Dimensionamento:
Fd = γ n ⋅ γ f ⋅ Fk
l Tração no tirante:
n=número de estacas
Re F 1
F td = = d⋅
tan θ n tan θ l=menor distância entre estacas

l Componente decomposta na direção das estacas:


Fd (l − 0,5 ⋅ a p )
Ø Bloco de 2 e 3 estacas: F td = ⋅
n 2
0,9 ⋅ h
Fd (l − 0,5 ⋅ a p )
Ø Bloco de 4 estacas: F td = ⋅
8 0,9 ⋅ h
Fd (l − 0,5 ⋅ a p )
Ø Bloco de 5 estacas: F td = ⋅
10 0,9 ⋅ h
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l Dimensionamento:

l Determinação da armadura principal:


Ftd
A S , princ = A S ,dist ( x , y ) = 0,2 ⋅ AS , princ
f yd
l Ancoragem:
A S ,cal φ f yd A S ,cal
l b ,nec = α1 ⋅l b ⋅ = α1 ⋅ ⋅ ⋅ ≥l b ,min
A S ,ef 4 f bd A S ,ef

1,0 → barras sem gancho


0,7 → barras tracionadas com gancho, 0,3 ⋅l b
 
α 1=  l b,min = 10 ⋅ φ
 com cobrimento no plano normal 100mm
 
ao do gancho ≥ 3 ⋅ φ
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l Dimensionamento:

l Tensão de aderência:

f bd = η1 ⋅η 2 ⋅η3 ⋅ f ctd

1,0 → barras lisas



η 1= 1,4 → barras entalhadas 0,21
f ctd = ⋅ f ck
2/3
2,25 → barras nervuradas
 γm

1,0 → zona de boa aderência 1,0 → φ < 32mm


η 2=  
η 3=  (132 − φ )
0,7 → zona de má aderência  100 → φ ≥ 32mm
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l Detalhamento:
l Armadura principal:

l Única eficaz para aumentar a capacidade resistente do bloco;


l Constante em toda extensão do vão entre estacas;
l Devidamente ancorada;
l Mais de 85% nas faixas definidas pelas estacas;
l Usar dobras de 135º ou 180º para Φ≥ 20mm;

l Armaduras adicionais:

l Limitar fissuração e eventuais esforços de torção;


1
AS , pele = ⋅ AS , princ AS ,sup = 0,2 ⋅ AS , princ
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l Detalhamento:
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l Detalhamento:
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l Detalhamento:
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l Detalhamento:
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l Blocos sobre 1 estaca:
l Geometria:
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l Blocos sobre 1 estaca:
l Geometria:
l Dimensões em planta:

a ≥ D + 2⋅c 10 ≤ c ≤ 20cm

l Definição da altura de modo que o bloco seja rígido:

0,75 ⋅ (a - ap )
0,75 ⋅ (a - D )
h≥
1,2 ⋅ D

40cm
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l Blocos sobre 1 estaca:
l Geometria:
l Penetração da estaca:

l Concreto: 5 ≤ p ≤ 10cm

l Metálica: 20 ≤ p ≤ 30cm

l Travamento:

l Obrigatório o travamento do bloco com vigas de amarração em


ambas as direções;

l Estacas com pequenos diâmetros ou não armadas.


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l Blocos sobre 1 estaca:
l Comportamento estrutural:
• Blocos parcialmente carregados;
• Fluxo das tensões de compressão longitudinal
ao elemento;
• Tensões de tração perpendicular às tensões de
compressão (fendilhamento);

• Estado multiaxial de tensões.


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l Dimensionamento:
l Esforços:
l Força no tirante:

 a - ap 
FT = 0,25 ⋅ (N + P ) ⋅  
 a 

l Fendilhamento:

 D - ap 
FF = 0,30 ⋅ (N + P ) ⋅  
 D 
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l Dimensionamento:
l Armaduras:
γ n ⋅ γ f ⋅ FT
l Horizontal (por face): ASh =
f yd

γ n ⋅ γ f ⋅ FF
l Fretagem: AS , fret =
f yd

l Vertical:

 γ n ⋅ γ f ⋅1,05 ⋅ N k  420MPa
ASv = 0,008 ⋅   f sd ≤ 
 0,85 ⋅ f cd + 0,008 ⋅ f sd   f yd
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l Dimensionamento:
l Verificação da tensão de tração:
l Tração atuante:

γ ⋅γ ⋅ F  FT
f td = n f ≤ f ctd F = máx 
a.d  FF

l Tração resistente:

0,21
f ctd = ⋅ f ck
2/3

γm
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l Detalhamento:
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l Blocos sobre “n” estacas (generalização):
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l Blocos sobre “n” estacas (generalização)::
l Hipóteses básicas:
l Rigidez infinita do bloco;

l Válida consideração da superposição de efeitos;

l Material obedece a Lei de Hooke.

l Carga nas estacas:

N M x ⋅ y i M y ⋅ xi
Ni = + +
ne ∑ y i 2
∑ i
x
2

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