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Introdução
Conceitos Básicos
O conceito de sistema é um conceito recorrente. Por exemplo, cada dispositivo pode ser
encarado como um sistema também constituído, por sua vez, de componentes interrelacionados. Por
outro lado, um sistema e seu sistema de controle correspondente podem ser vistos como formando
um sistema de controle maior e se constituem nos componentes deste novo sistema. Nestes casos,
os componentes podem ser chamados de Sub-Sistemas.
Um sistema, para ser estudado, deve ser delimitado. Esta delimitação pode ser representada
por um bloco ou caixa de dois tipos:
Caixa Branca: todos os dispositivos e todas as conexões e relações entre os mesmos são
conhecidas.
Relação Matemática: é realizada quando não houver interesse nos detalhes do funcionamento
interno do sistema e quando for possível estabelecer um mapeamento (função) entre as entradas
e as saídas, que possa ser representado por meio de uma expressão matemática.
Diagrama de Blocos: é realizada quando há interesse em mostrar os dispositivos que o
constituem e o modo como estes estão relacionados. Estes componentes físicos são
representados por Blocos Funcionais (Figura a seguir).
variáveis variável
de . . BLOCO de
.
entrada .FUNCIONAL saída
Bloco Funcional
Tendo em vista como os blocos funcionais são interligados é possível classificar os sistemas
(de controle) como Sistemas de Malha Fechada ou de Malha Aberta. Estes sistemas podem ser
definidos da seguinte forma:
Sistemas de Malha Fechada: São sistemas onde há ligação de pelo menos uma saída de algum
bloco funcional para uma de suas próprias entradas, ou para alguma entrada de outro bloco que
lhe seja anterior. Entende-se por bloco anterior a um dado bloco funcional, qualquer um que
contribua para a formação das entradas do bloco em questão. Este tipo de interligação é
denominado de realimentação.
Sistema de Malha Aberta: São sistemas onde não há realimentação.
Considerando os sinais manipulados por cada sistema particular, os sistemas podem ser
classificados de três modos:
Sistema analógico: formado por dispositivos que manipulam quantidades físicas representadas sob
forma analógica. Nestes sistemas, as quantidades variam continuamente dentro de uma faixa de
valores. Por exemplo, a amplitude do sinal de saída no alto-falante de um rádio pode assumir
qualquer valor entre zero e o seu limite máximo. Os equipamentos de reprodução e gravação de fitas
magnéticas são outros exemplos comuns de sistemas analógicos.
A utilização das técnicas digitais proporcionou novas aplicações da eletrônica bem como de
outras tecnologias, substituindo grande parte dos métodos analógicos existentes. As principais razões
que viabilizam a mudança para a tecnologia digital são:
1. Os sistemas digitais são mais fáceis de projetar. Isto é devido ao fato de os circuitos
empregados nos sistemas digitais serem circuitos de chaveamento, em que os valores exatos da
tensão ou da corrente dos sinais manipulados não são tão importantes, bastando resguardar a
faixa de operação (ALTO ou BAIXO) destes sinais.
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2. O armazenamento da informação é fácil. Circuitos especiais de chaveamento podem reter a
informação pelo tempo que for necessário.
3. Precisão e exatidão são maiores. Os sistemas digitais podem trabalhar com tantos dígitos de
precisão quantos forem necessários, com a simples adição de mais circuitos de chaveamento.
Nos sistemas analógicos, a precisão geralmente é limitada a três ou quatro dígitos, porque os
valores de tensão e corrente dependem diretamente dos componentes empregados.
4. As operações podem ser programadas. É relativamente fácil e conveniente desenvolver
sistemas digitais cuja operação possa ser controlada por um conjunto de instruções previamente
armazenadas (programa). Os sistemas analógicos também podem ser programados, mas a
variedade e a complexidade das operações envolvidas são bastante limitadas.
5. Circuitos digitais são menos afetados por ruído. Ruídos provocados por flutuações na tensão
de alimentação ou de entrada , ou mesmo induzidos externamente, não são tão críticos em
sistemas digitais porque o valor exato da tensão não é tão importante, desde que o nível do ruído
não atrapalhe a distinção entre os níveis ALTO e BAIXO.
6. Os circuitos digitais são mais adequados à integração. É verdade que o desenvolvimento da
tecnologia de integração (CIs) também beneficiou os circuitos analógicos, mas a sua relativa
complexidade e o uso de dispositivos que não podem ser economicamente integrados
(capacitores de grande capacitância, resistores de precisão, indutores, transformadores) não
permitiriam que os circuitos analógicos atingissem o mesmo grau de integração dos circuitos
digitais.
A grande maioria das variáveis (quantidades) físicas são, em sua natureza, analógicas, e
geralmente elas são as entradas e saídas que devem ser monitoradas, operadas e controladas por
um sistema. Como exemplo temos a temperatura, a pressão, a posição, a velocidade, o nível de um
líquido, a vazão e outros mais. Via de regra, expressamos estas variáveis digitalmente como quando
dizemos que a temperatura é de 640 (63,80 para ser mais preciso); na realidade, porém, estamos
fazendo uma aproximação digital de uma quantidade analógica.
Para se tirar proveito das técnicas digitais quando lidamos com entradas e saídas analógicas,
três etapas devem ser executadas:
1. Converter o “mundo real” das entradas analógicas para a forma digital.
2. Processar (ou operar) a informação digital.
3. Converter as saídas digitais de volta para o mundo real, em sua forma analógica.
Diagrama em
blocos de um
sistema de con-
trole de tempe-
ratura que neces-
sita de conver-
sões analógico
/digitais para que
se faça uso das
técnicas de pro-
cessamento digi-
tais.
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A necessidade das conversões AD/DA da informação pode ser considerada uma desvantagem,
porque introduz complexidade e maior custo aos sistemas. Outro fator muito importante é o tempo
extra gasto na conversão. Em muitas aplicações, este tempo é compensado pelas inúmeras
vantagens advindas da técnica digital, sendo então muito comum o emprego de conversões AD/DA
na tecnologia atual.
Em determinadas situações, porém, o uso das técnicas analógicas é mais simples e econômico.
Por exemplo, o processo de amplificação de sinais é muito mais fácil quando realizado por circuitos
analógicos.
Hoje em dia, é muito comum a utilização de ambas as técnicas em um mesmo sistema, visando
às vantagens de cada um. No projeto destes sistemas híbridos, o mais importante é determinar quais
partes serão digitais e quais serão analógicas.
Finalmente, é importante observar que, devido aos benefícios econômicos proporcionados pela
integração dos circuitos, as técnicas digitais serão utilizadas com intensidade cada vez maior.
Sinais de Dados: Normalmente, são os sinais do tipo nível (sinal que permanece em um dos
níveis, L ou H, por períodos indefinidos de tempo e que muda de valor apenas a intervalos de
tempo grandes, comparados com a duração do pulso) e constituem em conjuntos ordenados de
bits representados por variáveis do tipo vetor. Em geral, os dados são constituídos por um grande
número de bytes que recebem processamento semelhante. Os sinais de dados podem ser de
entrada ou de saída.
Sinais de Controle: Normalmente, são sinais do tipo pulso (é o sinal que normalmente
permanece em um nível, usualmente L, e que passa para outro nível apenas durante um intervalo
de tempo “muito pequeno”) ou nível e consistem em um pequeno número de bits
representados por variáveis do tipo escalar.
Comandos: São sinais utilizados para selecionar e iniciar processamentos, e podem ser externos
ou internos ao sistema.
Estado: São sinais que informam as condições ocorridas durante o processamento dos dados.
São também denominados de sinais de status.
Um sistema digital pode ser modelado através de um bloco, como indicado na figura a seguir.
Os sinais de entrada e os sinais de saída são representados, respectivamente, por linhas entrando no
bloco e saindo do bloco que representa o sistema. No caso dos dados são usados conjuntos de
linhas representados por linhas duplas, enquanto que, no caso dos sinais de controle são usadas
linhas individuais.
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Dados de Dados de
Entrada SISTEMA Saída
DIGITAL
Sinais de
Controle
Para examinar a organização interna de um sistema digital, o modelo apresentado pode ser
detalhado. Neste modelo, as funções de processamento dos dados e de processamento dos sinais de
controle são separadas em duas diferentes estruturas, denominadas de Estrutura de Processamento
(EP) e Estrutura de Controle (EC).
Sistema Assíncrono: Neste tipo de sistema, uma nova sub-tarefa é iniciada imediatamente após
o término da sub-tarefa que a precede no fluxo de dados. Para tanto, cada sub-tarefa deve
produzir um sinal de status que sinalize seu término para a Estrutura de Controle, de forma que
esta possa comandar o início da sub-tarefa seguinte.
Sistema Síncrono: Neste tipo de sistema, há um sinal de controle geral, normalmente um sinal
periódico do tipo pulso denominado relógio (clock). Os pulsos ocorrem regularmente a cada
período T. Todas as sub-tarefas ou eventos ocorrem em sincronismo com algum pulso, ou seja, o
pulso é usado para comandar o início das sub-tarefas. Não é necessário sinalizar o término das
sub-tarefas pois, durante o projeto do sistema, deve ter sido definido o tempo máximo de duração
de cada uma delas. A Estrutura de Controle deve se encarregar de fornecer o comando de início
de cada sub-tarefa em sincronismo com o pulso que ocorre no instante apropriado.
Os sistemas mais utilizados são os sistemas síncronos, pois permitem que se conheça
exatamente os instantes de ocorrência dos eventos. Isto possibilita que se detecte e se corrija falhas
no projeto ou de operação mais facilmente. Por outro lado, em geral, os sistemas assíncronos são
usados para comunicação entre sistemas síncronos.
Sistema paralelo: Neste tipo de sistema, todos os bits de cada vetor de dados são processados
simultaneamente.
Sistema Serial: Neste tipo de sistema, os bits de cada vetor de dados são processados
individualmente, ou seja, de modo seqüencial.
A escolha de um sistema serial ou paralelo deve levar em conta o compromisso entre custo e
velocidade. O sistema paralelo é mais rápido, porém, mais caro, pois utiliza a duplicação de
dispositivos para poder realizar o processamento simultâneo. Por outro lado, o sistema serial é mais
lento, porém mais barato, pois utiliza o compartilhamento de dispositivos para processar um bit de
cada vez.
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O processamento realizado pelos sistemas digitais é, em grande parte, representado pelo
processo de “tomada de decisões” que consiste na dedução lógica de uma resposta em função das
condições de entrada. O processamento digital é, portanto, governado pelas regras da Lógica,
segundo as quais as condições de entrada e a decisão de saída só podem assumir um entre dois
valores: Falso ou Verdadeiro. A falsidade ou veracidade da saída (decisão) é deduzida da falsidade
ou veracidade das entradas (condições) tendo em vista o relacionamento lógico entre estas. As
saídas são, então, Funções Lógicas das entradas.
Nos modernos sistemas digitais, quase todos os circuitos apresentam-se na forma integrada
(CI). Dada a grande variedade disponível de CIs lógicos, tornou-se possível a construção de sistemas
digitais complexos bem menores e mais confiáveis do que os sistemas equivalentes construídos com
componentes discretos.
Estudaremos os principais tipos de circuitos lógicos que normalmente são utilizados em
sistemas digitais.
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Exercícios Propostos
EP.1 – Qual a diferença entre sistemas do tipo Caixa Preta e Caixa Branca ?
EP.4 – Qual a diferença entre sistemas do tipo Malha Fechada e Malha Aberta ?
EP.8 – Qual a diferença entre sinais binários do tipo Pulso e do tipo Nível ?
EP.11 – Descreva as vantagens apresentadas pela transmissão paralela e serial de dados binários.
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