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BRASIL
A FAMÍLIA IMPERIAL Da esquerda para a direita: Carlos, Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro (Crédito:
Divulgação)
/
Germano Oliveira
A teia de interesses e arranjos que move o governo Bolsonaro cou exposta em meio
à brigalhada que o presidente, pessoalmente, seus lhos e partidários armaram em
público nos últimos dias – houve trocas de acusações, xingamentos e chantagens,
que, em alguns momentos, beiraram a infantilidade de alunos de jardim de infância.
De lado a lado, existiu de tudo. Gravações em situações no mínimo constrangedoras.
Numa delas, o presidente Jair Bolsonaro foi pilhado em agrante pedindo a um
parlamentar do PSL que apoiasse o nome do lho à liderança do partido. Do
contrário, tal parlamentar sentiria a vingança presidencial, puro estelionato: “Assina,
senão é meu inimigo”.
Karina Kufa, conforme parlamentares ouvidos por ISTOÉ, era conhecida defensora
dos interesses de Eduardo dentro do partido. Ela recebia salário de R$ 40 mil
mensais, também pagos com dinheiro do contribuinte, mas dividiria o valor com o
deputado, na proporção de R$ 20 mil para cada um. Eduardo também caria com
parte do dinheiro que a advogada recebia do PSL a título de consultorias extras. Em
/
pouco mais de oito meses de
contrato com o partido, ela
recebeu R$ 340 mil. Desse total,
cobrou R$ 100 mil por seu
trabalho na defesa da senadora
Selma Arruda, ameaçada de
cassação de mandato (a
senadora trocou o PSL pelo
Podemos depois de uma briga
com o senador Flávio
Bolsonaro, que berrou com ela
ao telefone).
As chaves do cofre
Os Bolsonaro não se dão por satisfeitos com o domínio territorial que já conseguiram.
Querem agora controlar todo o PSL nacional, dono de um fundo partidário de R$ 150
milhões anuais e de um fundo eleitoral estimado em R$ 500 milhões para os pleitos
de 2020 e de 2022, quando o “Mito” pretende ser candidato à reeleição. Na estratégia
de “tomar o partido na mão grande”, nas palavras do deputado Delegado Waldir ditas
à ISTOÉ, Bolsonaro decidiu que deveria afastar o deputado Luciano Bivar da
presidência nacional. “Primeiro, disse que ele estava queimado para caramba e uma
/
semana depois autorizou uma operação da PF em sua casa para desgastá-lo
publicamente.
Compra de cargos
Dando sequência ao projeto de tomar o PSL de assalto, o capitão reformado deu
início ao processo de substituir os líderes na Câmara e no Congresso, que
demonstravam estar alinhados a Bivar. O primeiro a ser fustigado foi o próprio Waldir.
Ele, por exemplo, cou contra a mudança do Coaf, defendeu a criação das CPIs da
Lava Toga e Fake News, apoiou as medidas anticrime de Sergio Moro e a prisão após
a segunda instância, contrariando o presidente. Dançou. O Planalto articulou para
colocar Eduardo no cargo. Bolsonaro foi gravado por um correligionário dizendo:
“quem car com a gente vai ter cargos no governo” – dá para lembrar Getúlio Vargas
quando pregrava “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. Waldir perdeu, de fato, o posto
para Eduardo. Waldir disse à ISTOÉ que o presidente autorizara o deputado Major
Vitor Hugo e o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, a
oferecerem cargos e dinheiro do fundo partidário a parlamentares do PSL que
apoiassem Eduardo.
A farra por cargos na atual gestão atingiu um ponto tão descarado que até o ex-
motorista do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, saiu de seu esconderijo para
gravar um áudio divulgado por grupos de Whatasapp, no qual indica que continua
in uente na divisão de empregos públicos, com direito à “rachadinhas”. “Tem mais de
500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado… Pode indicar para qualquer comissão,
alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada. Vinte continho pra
gente caía bem pra c…”. E mais adiante insinua que Flávio continua distribuindo
cargos. “Pô, cara, o gabinete do Flávio faz la de deputados pra conversar com ele. Faz
la. É só chegar, meu irmão: nomeia fulano aí, para trabalhar contigo. Salariozinho
bom desse aí, cara, pra gente que é pai de família, p…, cai como uma uva”, diz um /
debochado Queiroz, que
desviou R$ 1,2 milhão dos
funcionários do gabinete de
Flávio quando ele era deputado
estadual no Rio de Janeiro. A
dupla está sendo investigada
pelo MP, mas o STF de Dias
To oli mandou suspender as
apurações, no que é chamado
no Congresso de “acordão” com
o presidente.
/
Milicianos
Joice Hasselmann, quando está calma, parece furiosa; quando se enfurece, vira um
tsunami. Alijada da liderança, ela a rmou ter sido retirada do cargo pelo simples fato
de ter assinado a lista em favor do Delegado Waldir, em detrimento de Eduardo, e
sentiu-se “traída”. Foi execrada publicamente pelos lhos do presidente, e Eduardo foi
o primeiro a detoná-la com a divulgação de um post em que colocava o rosto da
deputada em uma nota de R$ 3 – querendo dizer que ela é falsa. Em um dos memes,
ela aparece obesa, com mais de 200 quilos, de forma chocante. Eduardo fez também
posts relacionando-a a uma porca e uma vaca – como se vê, ele é de um
cavalheirismo incrível. Ela contra-atacou: refereriu-se aos lhos como “moleques” e
usando imagens de “viadinhos”, mas depois se arrependeu e apagou a postagem.
Joice investigou de onde partiam os memes, e descobriu que os três lhos do
presidente usam assessores parlamentares, “pagos com dinheiro público”, que agem
como “milicianos digitais” para alimentar pelo menos 21 per s no Instagram, 1.500
páginas no Facebook e centenas de contas no Twitter. De acordo com ela, a maioria é
de per s falsos que utilizam fake news para atacar quem ideologicamente não
concorda com o bolsonarismo (leia entrevista com a deputada aqui).
Depois que passou a denunciar os lhos do presidente, Joice sente medo de ser alvo
de pesadas represálias e, por isso, passou a “morar” na casa de uma amiga que lhe
ofereceu segurança privada. Outros deputados do PSL, que desa aram Eduardo,
como Junior Bozela (PSL-SP), também temem pela própria vida. Bozela a rma que
funcionários do gabinete de Eduardo ameaçaram-no de morte. Ele chegou a registrar
boletim de ocorrência na Polícia Legislativa e denunciou à ISTOÉ: “Eduardo usa como
seguranças pessoais policiais ligados à milícia carioca”. Agora cou bastante claro o
que a deputada quis dizer quando sabia o “que eles zeram no verão passado”.
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