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Município de Caçapava

ESTADO DE SÃO PAULO

Anexo I

Termo de Referência
do
Plano Diretor de Macrodrenagem
do
Município de Caçapava

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Município de Caçapava
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Sumário

1. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS ............................................................................... 4


2. DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO ...................................................................... 6
2.1. Localização ..................................................................................................... 6
2.2. Área ................................................................................................................ 6
2.3. Historia............................................................................................................ 7
2.4. Formação Administrativa................................................................................. 8
2.5. Demografia ..................................................................................................... 8
2.6. Densidade Demográfica .................................................................................. 9
2.7. Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População 2010-2012 ................ 9
2.8. Grau de Urbanização .................................................................................... 10
2.9. Renda per Capta (em reais corrente) ............................................................ 10
2.10. PIB per Capita (em Reais Correntes) ............................................................ 11
2.11. Participação no PIB do Estado (em %) ......................................................... 11
2.12. Coleta de lixo ................................................................................................ 12
2.13. Abastecimento de água................................................................................. 12
2.14. Esgoto sanitário ............................................................................................ 13
2.15. Índice de Desenvolvimento Urbano – IDH ..................................................... 13
3. ITENS A SEREM CONTEMPLADOS NO PLANO ............................................ 15
3.1. Hidrografia e Macrodrenagem ....................................................................... 15
3.2. Sistema de Microdrenagem .......................................................................... 15
3.3. Pontos Críticos .............................................................................................. 16
3.4. População ..................................................................................................... 17
3.5. IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) ................................. 17
3.6. Sistema de Saneamento Básico ................................................................... 18
4. ÁREA ABRANGIDA PELO PLANO .................................................................. 19
5. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS ................................. 20
5.1. Objetivos ....................................................................................................... 21
5.2. Princípios ...................................................................................................... 22
5.3. Estratégias .................................................................................................... 24
5.4. Medidas Não estruturais ............................................................................... 25
5.5. Medidas Estruturais ...................................................................................... 25
5.6. Medidas de Preservação e Restauração do Meio Natural ............................. 29
6. DIRETRIZES BÁSICAS .................................................................................... 30
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7. ATIVIDADES..................................................................................................... 31
7.1. Consolidação do Plano de Trabalho.............................................................. 31
7.2. Preparação das Bases Cartográficas ............................................................ 33
7.3. Levantamento de Dados e Informações ........................................................ 33
7.4. Cadastro do Sistema Existente ..................................................................... 35
7.5. Formulação de Cenários ............................................................................... 36
7.6. Diagnóstico e Prognóstico das Inundações ................................................... 37
7.7. Otimização das Medidas Estruturais de Controle .......................................... 38
7.8. Levantamentos Complementares de Campo ................................................ 39
7.9. Anteprojetos das Medidas Estruturais de Controle ........................................ 40
7.10. Proposição de Medidas de Controle Não estruturais ..................................... 40
7.11. Análises Benefício-Custo .............................................................................. 41
7.12. Elaboração do Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais ................ 42
7.13. Divulgação do Plano e Discussão com a Comunidade ................................. 43
7.14. Elaboração do Manual de Drenagem Urbana ............................................... 44
8. PRODUTOS...................................................................................................... 44
8.1. Banco de Dados Georreferenciado ............................................................... 45
8.2. Relatórios ...................................................................................................... 46

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1. { TC "OBJETIVOS E PRINCÍPIOS" \L 1 }OBJETIVOS E PRINCÍPIOS


O Plano Diretor de Macrodrenagem tem como objetivo fornecer para a prefeitura
subsídios técnicos e institucionais que permitam reduzir os impactos das inundações e criar
as condições para uma gestão sustentável da drenagem urbana.
Para tanto deve:

◦ Definir ações estruturais e não estruturais, integradas ao Plano Diretor Municipal


e ao sistema de saneamento da cidade, para a redução dos riscos de inundação,
redução da erosão e melhoria da qualidade das águas superficiais.

◦ Apresentar um plano de ação global e um plano de ação específico para cada


bacia hidrográfica do município;

◦ Definir as metas de melhorias a serem alcançadas e um plano de investimentos


para se chegar a essas metas incluindo: orçamentos das medidas de controle
propostas, estudos de benefício-custo, identificação de fontes de recursos e da
capacidade de investimentos.
O Plano será fundamentado nos seguintes princípios:

◦ Abordagem interdisciplinar no diagnóstico e na solução dos problemas de


inundação;

◦ Bacias hidrográficas como unidades de planejamento;

◦ Soluções integradas ao meio ambiente;

◦ Soluções economicamente viáveis que apresentem relações benefício/custo


adequadas;

◦ Controle do excesso de escoamento superficial na fonte, evitando a transferência


dos impactos da urbanização para jusante;

◦ Medidas para a redução da erosão do solo em encostas e margens e leitos dos


corpos de água e, consequentemente, do assoreamento do sistema hídrico;

◦ Controle dos impactos, sobre o sistema de drenagem, provocados por novos


empreendimentos;
Prioridade para:

◦ Controle da impermeabilização;

◦ Restrição à ocupação de áreas de recarga, várzeas, das áreas frágeis sujeitas à


erosão, ruptura ou escorregamento;

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◦ Implantação de dispositivos de infiltração ou reservatórios de amortecimento,


evitando-se as obras de aceleração e afastamento das águas pluviais
(canalização);

◦ Incorporação desses princípios na cultura da administração municipal,


principalmente nos setores diretamente responsáveis pelos serviços de águas
pluviais;

◦ Institucionalização desses princípios incorporando-os na legislação municipal, em


especial no Plano Diretor do Município;

◦ Horizonte de planejamento de, no mínimo 20 anos.


O Plano deverá apresentar soluções em nível de planejamento abrangendo tanto
medidas de controle não estruturais como estruturais.
As medidas não estruturais serão constituídas por medidas de gestão a serem
implantadas na administração municipal e posturas legais a serem incorporadas no código
de obras e na legislação municipal de uso e ocupação do solo.
As medidas estruturais, entendidas como sendo as obras destinadas à redução dos
riscos de inundações e de erosão, deverão ser apresentadas na forma de anteprojetos de
engenharia com nível de detalhamento suficiente para que se possa elaborar um orçamento
com uma faixa de incerteza de 25% para mais ou para menos.
O Plano deverá também apresentar um Programa Municipal de Águas Pluviais que
conterá: o orçamento estimativo das medidas de controle, a valoração dos benefícios, o
cronograma físico-financeiro, a identificação da origem dos recursos necessários à
concretização do Plano, medidas para a sensibilização da sociedade e dos gestores públicos
para elevar a disposição a pagar, além de outros elementos essenciais à consistência e à
viabilidade do programa.

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2. { TC "DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO" \L 1 }DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO


2.1. { TC "Localização" \l 2 }Localização
O município de Caçapava está localizado no estado de São Paulo, na sub-região 1 da
Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Está inserida na Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos 2 (UGRHI 2), na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do
Sul. Ao norte confronta-se com o município de Monteiro Lobato, ao sul com os municípios
de Jambeiro e Redencão da Serra, a leste confronta com o município de Taubaté e a oeste
com São José dos Campos. As principais rodovias que cruzam o município são: a rodovia
Presidente Dutra e a rodovia Ayrton Senna.
Posição absoluta:
Latitude: 23º 04' 50" S
Longitude: 45º 43' 37" W

Figura 1: Localização do Município de Caçapava no estado de São Paulo.

2.2. { TC "Área" \l 2 }Área


Conforme a resolução nº 5, de 10/10/2002, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, os valores foram obtidos empregando processos computacionais que
permitiram a fixação das coordenadas dos pontos que integram os perímetros dessas
superfícies territoriais, a partir da consolidação do Arquivo Gráfico Municipal-AGM. O
território municipal ocupa uma área de 369,027km², com grau de urbanização de 85,56%.

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Tabela 1: Área do município de Caçapava.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Código UF Código Município Área (Km2)
UF Município

35 SP 3508504 Caçapava 369,027

2.3. { TC "Historia" \l 2 }Historia


No médio curso do rio Paraíba, em 1705, no local denominado "caa-çapaba", do tupi
"caa"=mato e "çapaba"=clareira, vereda, estabeleceu-se o fazendeiro Paulista, Jorge Dias
Velho, que auxiliado pela sua mulher, Sebastiana de Unhate, construiu uma capela em
louvor a Nossa Senhora da Ajuda.
Permitiu Dias Velho que, em torno da capela, fossem fixando-se outros moradores,
constituindo um povoado, elevado à freguesia em 1813, subordinada a Taubaté.
O centro tornou-se um ponto de dispersão de bandeiras porque daí partiram
desbravadores e fundadores de cidades, como Francisco Barreto Leme do Prado,
descendente de Jorge Dias Velho, que veio ser o Fundador de Campinas, ou Capitão Tomé
Portes D'el Rei, fundador de São João D'el Rei, em Minas Gerais. Outros dirigiram-se para os
sertões mineiros ou de Goiás em busca de terras e metais.
A partir de 1842, por questões de desavenças políticas o povoamento se deslocou
alguns quilômetros além de Caçapava- velha, em sítio mais próximo do rio Paraíba, na
fazenda do cel. João Dias da Cruz Guimarães, que doou terras para construção de outra
capela sob o orago de São João Bastista.
Nessa nova localidade o Capitão João Ramos da Silva, com o apoio do Capitão João
Lopes Moreira e o Major Francisco Alves Moreira, cuidou para o desenvolvimento de
Caçapava, que, em 1855, foi elevado à categoria de Vila, chegando já em 1875, à cidade,
passando a capela de São João Batista a ser a Matriz da paróquia de Nossa Senhora da
Ajuda.
Para isso muito contribuiu a maior proximidade do caudaloso rio Paraíba, que, ao
mesmo tempo em que constituía uma via de comunicação com os outros centros, oferecia
alimento para os habitantes de Caçapava.
GENTÍLICO: CAÇAPAVENSE
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

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2.4. { TC "Formação Administrativa" \l 2 }Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora da Ajuda, por Alvará de 18 de


março de 1813, no Município de Taubaté.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Caçapava, por Lei Provincial nº 20,
de 14 de abril de 1855, desmembrado de Taubaté. Constituído do Distrito Sede.
Recebeu foros de Cidade, por força da Lei Provincial nº 20, de 8 de abril de 1875.
Nas divisões administrativas, referentes aos anos de 1911 e 1933, e nas territoriais
datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como no quadro anexo ao Decreto-lei Estadual nº
9073, de 31 de março de 1938, Caçapava figura, unicamente, como Distrito da sede.
Assim permanecendo nos quadros fixados pelos Decretos Estaduais de nos 9775, de
30 de novembro de 1938, e 14334, de 30 de novembro de 1944, para vigorarem,
respectivamente, no quinquênio 1939-1943 e em 1945-1948.
Em divisão territorial datada de 01-VII-1960, o município é constituído do Distrito
Sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.
Região Administrativa: São José dos Campos
Região de Governo: São José dos Campos
Aniversário: 14 de abril
Santo Padroeiro: São João Batista
Prefeito: Henrique Lourivaldo Rinco de Oliveira - PSDB
Presidente de Câmara: Paulo Roberto Amaral Lanfredi - PRB
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

2.5. { TC "Demografia" \l 2 }Demografia


A população aferida pelo IBGE no censo demográfico de 2010 foi de 84.752
habitantes.
Tabela 2: Evolução da população do Município de Caçapaba, do estado de São Paulo e do Brasil.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Ano Caçapava Est. São Paulo Brasil
1991 66.058 31.588.925 146.825.475
1996 67.837 33.844.339 156.032.944
2000 76.130 37.032.403 169.799.170
2007 80.458 39.827.570 183.987.291
2010 84.752 41.262.199 190.755.799
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2.6. { TC "Densidade Demográfica" \l 2 }Densidade Demográfica


É o número de habitantes residentes de uma unidade geográfica em determinado
momento, em relação à área dessa mesma unidade.

Gráfico 1: Densidade Demográfica.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

2.7. { TC "Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População 2010-2012" \l 2


}Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População 2010-2012
Expressa em termos percentuais o crescimento médio da população em um
determinado período de tempo. Geralmente, considera-se que a população experimenta um
crescimento exponencial também denominado como geométrico.

Gráfico 2: Taxa de Crescimento Populacional do Município de Caçapava 2010/2012.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

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2.8. { TC "Grau de Urbanização" \l 2 }Grau de Urbanização


Percentual da população urbana em relação à população total. É calculado,
geralmente, a partir de dados censitários, segundo a fórmula:

Gráfico 3: Grau de Urbanização do Mun. de Caçapava, Est. de São Paulo e a Região de Governo do Município
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

2.9. { TC "Renda per Capta (em reais corrente)" \l 2 }Renda per Capta (em reais
corrente)
Soma do rendimento nominal mensal das pessoas com 10 anos ou mais residentes
em domicílios particulares ou coletivos, dividida pelo total de pessoas residentes nesses
domicílios.

Gráfico 4: Renda per Capta em reais corrente.

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Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; Fundação SEADE


2.10. { TC "PIB per Capita (em Reais Correntes)" \l 2 }PIB per Capita (em Reais
Correntes)
Total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produtoras, ou seja, a soma dos
valores adicionados acrescida dos impostos, dividido pela população da respectiva
agregação geográfica.

Gráfico 5: PIB per Capita em Reais Correntes.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

2.11. { TC "Participação no PIB do Estado (em %)" \l 2 }Participação no PIB do


Estado (em %)
Percentual com que a agregação geográfica participa no PIB do Estado. PIB é o total
dos bens e serviços produzidos pelas unidades produtivas, ou seja, a soma dos valores
adicionados acrescida dos impostos.

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Gráfico 6: Participação do PIB no Estado.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE
2.12. { TC "Coleta de lixo" \l 2 }Coleta de lixo
Porcentagem de domicílios particulares permanentes urbanos atendidos por serviço
regular de coleta de lixo.

Grafico 7: Porcentagem de domicílios atendidos com coleta regular


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

2.13. { TC "Abastecimento de água" \l 2 }Abastecimento de água


Porcentagem de domicílios particulares permanentes urbanos ligados à rede geral de
abastecimento de água.

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Gráfico 8: Porcentagem de domicílios ligados a rede de água.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

2.14. { TC "Esgoto sanitários" \l 2 }Esgoto sanitário


Porcentagem de domicílios particulares permanentes urbanos atendidos por rede
geral de esgoto sanitário ou pluvial.

Grafico 9: Porcentagem de domicílios atendidos por rede de esgoto.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

2.15. { TC "Índice de Desenvolvimento Urbano – IDH" \l 2 }Índice de


Desenvolvimento Urbano – IDH
Indicador que focaliza o município como unidade de análise, a partir das dimensões
de longevidade, educação e renda, que participam com pesos iguais na sua determinação,
segundo a fórmula:

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IDHM = Índice de Longevidade + Índice de Educação + Índice de Renda


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Em relação à Longevidade, o índice utiliza a esperança de vida ao nascer (número
médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento).
No aspecto educação, considera o número médio dos anos de estudo (razão entre o
número médio de anos de estudo da população de 25 anos e mais, sobre o total das pessoas
de 25 anos e mais) e a taxa de analfabetismo (percentual das pessoas com 15 anos e mais,
incapazes de ler ou escrever um bilhete simples).
Em relação à renda, considera a renda familiar per capita (razão entre a soma da
renda pessoal de todos os familiares e o número total de indivíduos na unidade
familiar).Todos os indicadores são obtidos a partir do Censo Demográfico do IBGE.O IDHM se
situa entre 0 (zero) e 1 (um), os valores mais altos indicando níveis superiores de
desenvolvimento humano. Para referência, segundo classificação do PNUD, os valores
distribuem-se em 3 categorias:
a. Baixo desenvolvimento humano, quando o IDHM for menor que 0,500;
b. Médio desenvolvimento humano, para valores entre 0,500 e 0,800;
c. Alto desenvolvimento humano, quando o índice for superior a 0,800.

Gráfico 10: Porcentagem de domicílios atendidos por rede de esgoto.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Fundação SEADE

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3. { TC "ITENS A SEREM CONTEMPLADOS NO PLANO" \L 1 }ITENS A SEREM


CONTEMPLADOS NO PLANO

3.1. { TC "Hidrografia e Macrodrenagem" \l 2 }Hidrografia e Macrodrenagem


Este item deve contemplar a descrição da hidrografia do município, incluindo um
mapa geral da rede hidrográfica. Deve abranger:

◦ Nome dos principais rios e sua localização;

◦ Relação das estações fluviométricas existentes nesses rios, sua localização e


períodos de observação disponíveis;

◦ Vazões máximas observadas com as respectivas datas, relacionando-as com os


eventos chuvosos correspondentes;

◦ Indicação dos trechos canalizados ou que sofreram intervenções;

◦ Trechos que serão objeto de estudos hidráulicos no Plano Diretor de


Macrodrenagem.
Esta informação é fundamental para a avaliação da quantidade de serviços e
elaboração do orçamento do trabalho. Pode ser apresentada através de tabela contendo:

◦ Nome do rio;

◦ Extensão total;

◦ Extensão em área urbana;

◦ Extensão canalizada;

◦ Extensão do trecho a ser incluído nos estudos hidráulicos do Plano;

◦ Principais bacias hidrográficas com suas respectivas áreas urbanizadas e áreas


totais com a apresentação de mapas com os limites dessas bacias e indicação das
áreas urbanas.

3.2. { TC "Sistema de Microdrenagem" \l 2 }Sistema de Microdrenagem


Descrever o sistema existente de microdrenagem, avaliando seu desempenho,
apontando suas deficiências com as possíveis causas dessas deficiências. Incluir dados
quantitativos tais como extensão de rede, área de cobertura, critérios de projeto adotados
(tais como diâmetro mínimo, posicionamento de captações e sarjetões, etc.).
Apresentar mapa com a indicação dos locais onde o sistema não opera

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satisfatoriamente.

3.3. { TC "Pontos Críticos" \l 2 }Pontos Críticos


Trata-se de um item de fundamental importância para que os agentes financeiros e
os proponentes possam avaliar os problemas a serem enfrentados no Plano.
Os pontos críticos abrangem os locais onde ocorrem inundações crônicas como
também os pontos onde há problemas de erosão e escorregamento devido a deficiências do
sistema de drenagem.
Recomenda-se, quando existirem dados, apresentar o mapeamento dos pontos
críticos relacionando-os à frequência e ao nível de prejuízos provocados pelo evento.
Para uma melhor caracterização desses eventos poderão ser apresentados dados
obtidos junto à defesa civil sobre prejuízos, desabrigados, mortes, número de famílias
afetadas, equipamentos paralisados (transporte público, abastecimento de água, hospitais,
escolas), vias interrompidas, efeitos sobre o tráfego, entre outros.
Uma maneira de ilustrar melhor este item é descrever em detalhes um ou dois
eventos significativos anexando relatórios da defesa civil e reportagens publicadas na
imprensa. Para os locais onde há problemas históricos é interessante apresentar fotografias
e relatos antigos.
Para cada ponto crítico deve-se também, na medida do possível, apresentar um
diagnóstico qualitativo indicando as causas do problema e, no caso de inundação, se é uma
inundação ribeirinha (provocada pela ocupação de várzeas naturais), se é uma inundação
causada pelo aumento de vazões devido à impermeabilização da bacia ou se é provocada
por ambas as causas.
A Figura 2 mostra genericamente como se desenvolvem os pontos críticos de
inundação (PCs) em uma bacia urbana. No Estágio 1 surgem os pontos críticos PC1 e PC2
devido à impermeabilização da bacia e à ocupação ribeirinha. No Estágio 2 a urbanização se
expande para montante e são implantadas obras de canalização para a solução do PC1; o
aumento da área impermeável e a aceleração do escoamento fazem surgir um novo ponto
crítico a jusante - PC4. No Estágio 3 são implantadas novas obras de canalização que
resolvem PC2 e PC3, mas agravam PC4 e fazem surgir um novo ponto crítico - PC5.O Quadro
2 apresenta genericamente como as inundações se desenvolvem com o desenvolvimento
urbano.
Com base nessas informações será possível desenvolver propostas mais objetivas,
com foco nos problemas reais enfrentados pelo município e, quando for o caso, fornecer
elementos precisos para os analistas dos órgãos de financiamento aprovem a liberação de
recursos que viabilizarão o Plano e as ações correlatas.
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Figura 2: Evolução das inundações com a evolução da urbanização


3.4. { TC "População" \l 2 }População
Apresentar neste item dados sobre a população rural, urbana, por distrito e total do
município incluindo:

◦ População atual estimada;

◦ Evolução da população segundo os últimos censos demográficos;

◦ Densidades demográficas atuais e sua evolução;

◦ Estimativas de evolução com base em estudos anteriores, tais como planos de


saneamento;

◦ Distribuição espacial da população no município, se possível ilustrar com um


mapa de densidades demográficas ou imagem de satélite que permita identificar
as áreas onde é maior a concentração populacional;

◦ Taxas de crescimento populacional.

3.5. { TC "IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal)" \l 2 }IDHM (Índice de


Desenvolvimento Humano Municipal)
O índice de Desenvolvimento Humano Municipal reflete a renda, a longevidade e o
nível educacional e é divulgado para os municípios brasileiros no Atlas de Desenvolvimento

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Humano no Brasil do IBGE.


Recomenda-se, neste item apresentar o IDHM e a posição do município em relação
aos IDHMs dos demais municípios da Bacia do rio Paraíba do Sul, do Estado de São Paulo e
do Brasil.

3.6. { TC "Sistema de Saneamento Básico" \l 2 }Sistema de Saneamento Básico


Os serviços de saneamento básico, segundo estabelece a Lei 11.445 de 5 de janeiro
de 2007, englobam o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza
urbana, o manejo de resíduos sólidos, a drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas,
conforme descrito abaixo:
Artigo 3º da Lei 11.445 de 2007 (Lei do Saneamento):
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações
operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades,
infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água
potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos
instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final
adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu
lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição
e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas
pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de
vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas
nas áreas urbanas;

Portanto, é fundamental, para o desenvolvimento do Plano Diretor de


Macrodrenagem, que se conheça os demais serviços de saneamento básico do município.
Neste item recomenda-se apresentar um quadro geral da situação do saneamento
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Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

municipal, principalmente no que diz respeito à coleta e tratamento de esgotos e resíduos


sólidos já que o desempenho desses sistemas está relacionado ao desempenho do sistema
de manejo de águas pluviais e poderá determinar a proposição de soluções integradas.
A aceitação de reservatórios de amortecimento pela população, como solução para o
controle de cheias, por exemplo, depende do controle da poluição da água e do lançamento
de resíduos sólidos na bacia atendida pelo reservatório. Da mesma forma, o controle de
assoreamento em galerias e canais será tanto mais eficiente quanto menor for a quantidade
de lixo presente no sistema de drenagem.
Sugere-se que, neste item, sejam apresentados:

◦ Organização do sistema institucional de gestão do saneamento no município;

◦ Dados sobre saúde, com destaque à incidência de doenças de veiculação hídrica;

◦ Índices de atendimento com base na Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios - PNAD (IBGE), Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento -
SNIS e levantamentos realizados pelo próprio município;

◦ Cobertura do sistema de abastecimento de água, sistema de esgotos e coleta de


resíduos sólidos;

◦ Pontos de lançamento de esgotos sem tratamento na rede de micro e


macrodrenagem;

◦ Cursos de água dotados de coletores-tronco ou interceptores de esgotos;

◦ Localização das estações de tratamento e pontos de lançamento dos efluentes


tratados;

◦ Mananciais de abastecimento de água;

◦ Sistema de disposição final e tratamento de resíduos sólidos.

4. { TC "ÁREA ABRANGIDA PELO PLANO" \L 1 }ÁREA ABRANGIDA PELO PLANO

Neste capítulo deve-se definir a área a ser abrangida pelo Plano.


Normalmente o Plano Diretor de Macrodrenagem deve abranger a totalidade do
município com soluções estruturais e não estruturais para as áreas urbanizadas e soluções
não estruturais para as áreas não urbanizadas passíveis de serem ocupadas no futuro (áreas
de expansão).
A área de abrangência deve considerar não somente os pontos críticos, mas também

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as bacias hidrográficas que contribuem para esses pontos, inclusive as bacias que abrangem
municípios vizinhos. Neste último caso o Plano deve propor soluções intermunicipais
integradas para o controle das cheias provocadas pela expansão urbana e pela ampliação da
capacidade do sistema de drenagem que possam aumentar as vazões que venham a agravar
os riscos de cheias.
Sugere-se nesse capítulo informar as bacias que deverão ser estudadas no Plano com
as respectivas áreas discriminadas em: áreas urbanizadas, áreas não-urbanizadas; áreas
dentro e fora do perímetro urbano; áreas de expansão; áreas de contribuição situadas em
municípios vizinhos.

5. { TC "FUNDAMENTOS DA GESTÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS" \L 1 }FUNDAMENTOS DA


GESTÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS

As diretrizes do Ministério das Cidades (2005) indicam que a gestão das águas
pluviais é realizada através do Plano de Águas Pluviais, cuja estrutura é apresentada na
Figura 3, e de onde se destacam os seguintes componentes básicos:

◦ Dados do sistema;

◦ Concepção;

◦ Medidas de controle;

◦ Produtos;

◦ Programas;

◦ Fatores correlacionados.
A política de águas pluviais se baseia em princípios e objetivos do controle das águas
pluviais; estratégias de desenvolvimento do plano e sua compatibilização com os planos de
desenvolvimento urbano correlacionados; definição de cenários de desenvolvimento urbano
e suas implicações no aumento de riscos de inundações e de erosão. Através desse
instrumento são definidas as METAS a serem alcançadas, caracterizadas pelas reduções de
risco a serem alcançadas pelas medidas propostas no Plano.
A partir das METAS propostas são dimensionadas as medidas de controle que
atenderão a essas metas. Essas medidas são de caráter estrutural e não estrutural conforme
descritas adiante.
As medidas de controle são apresentadas nos planos através dos produtos que
conterão as especificações dessas medidas e envolvem: a regulamentação da drenagem,
propostas para um sistema de gestão, um plano de ação contemplando as medidas de
20
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

controle que deverão ser implantadas por bacia hidrográfica e um manual de manejo de
águas pluviais.
Os programas, que também devem ser formulados por bacia e por tipo de medida,
apresentarão um cronograma físico financeiro associado à propostas para obtenção de
recursos.
As informações levantadas para o desenvolvimento do Plano envolvem: cadastro da
rede pluvial; bacias hidrográficas e suas características físicas (relevo, dimensões, geologia,
pedologia, cobertura vegetal, uso do solo, áreas frágeis, etc.); dados hidrológicos:
precipitação, vazão e sedimentos; Plano Diretor Urbano, Plano Municipal de Esgoto
Sanitário, Resíduos Sólidos e sistema de Gestão Urbana; legislação urbana; sistema
institucional atual de gestão.

SISTEMA DE GESTÃO:
gestão municipal, plano de
recursos hídricos e
instrumentos de gestão

Figura 3: Estrutura do Plano de Águas Pluviais.

5.1. { TC "Objetivos" \l 2 }Objetivos

21
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

O Plano Diretor de Macrodrenagem tem o objetivo de criar os mecanismos de gestão


da infraestrutura urbana relacionado com o escoamento das águas pluviais e dos rios na
área urbana. Este planejamento visa evitar perdas econômicas, e a melhorar as condições de
saúde e do meio ambiente da cidade, dentro de princípios econômicos, sociais e ambientais
definidos pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.
O Plano Diretor de Macrodrenagem tem como meta buscar:

◦ Planejar a distribuição da água pluvial no tempo e no espaço, com base na


tendência de ocupação urbana compatibilizando esse desenvolvimento e a
infraestrutura para evitar prejuízos econômicos e ambientais;

◦ Controlar a ocupação de áreas de risco de inundação através de regulamentação;

◦ A convivência com as enchentes nas áreas onde os riscos podem ser tolerados;

◦ Reduzir o aporte de lixo, esgotos e sedimentos aos corpos de água, buscando


reduzir o assoreamento e melhorar a qualidade das águas no ambiente urbano.
Os condicionamentos urbanos são definidos no âmbito do Plano Diretor Urbano. No
entanto, devido à interferência que a ocupação do solo tem sobre a drenagem existem
elementos do Plano de Macrodrenagem que são utilizados para regulamentar os artigos do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

5.2. { TC "Princípios" \l 2 }Princípios


Os princípios do desenvolvimento de um programa sustentável de águas pluviais são
detalhados a seguir:

◦ O Plano Diretor de Macrodrenagem faz parte do Plano de Desenvolvimento


Urbano da cidade. A drenagem faz parte da infraestrutura urbana, portanto deve
ser planejada em conjunto dos os outros sistemas, principalmente os de: controle
ambiental; controle de erosão e de manejo de áreas de risco; esgotos sanitários;
abastecimento de água, manejo de resíduos sólidos; sistema viário e tráfego;

◦ O volume de escoamento superficial não pode ser ampliado pela ocupação


urbana. Este princípio deve ser aplicado nos novos loteamentos, nas
propriedades onde houver renovação ou reformas e nas áreas onde o
adensamento urbano provocar o aumento da impermeabilização. Dentro desse
princípio deve ser observada a seguinte regra: o desenvolvimento urbano não
deve ampliar as vazões naturais do escoamento. Isto significa que toda
propriedade deve implantar sistemas de armazenamento temporário e de
infiltração dentro dos seus limites de modo que sejam mantidos níveis de
escoamento iguais ou menores que os níveis precedentes, correspondentes ao
22
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

terreno natural. O mesmo deve ocorrer com as obras públicas de drenagem que
devem preferencialmente reter o excesso de escoamento provocado pela
urbanização por meio de dispositivos de armazenamento e de infiltração.

◦ O plano de controle da drenagem urbana deve ser desenvolvido por bacia


hidrográfica. As medidas de controle propostas não devem reduzir o impacto de
uma área em detrimento de outra, ou seja: os impactos de quaisquer medidas de
controle não devem ser transferidos. Caso isso ocorra, deve-se prever uma
medida mitigadora.

◦ O plano deve prever a minimização do impacto ambiental devido ao escoamento


pluvial através da compatibilização com o planejamento do saneamento
ambiental, controle da erosão, controle do aporte de detritos ao sistema de
drenagem e a redução da carga poluente nas águas pluviais.

◦ A regulamentação do plano deve contemplar o planejamento da ocupação das


áreas de expansão e de densificação urbana através de um sistema de
zoneamento que desestimule a ocupação das áreas de várzea, áreas de risco de
inundação, áreas frágeis sujeitas à erosão e escorregamento.

◦ Os instrumentos que serão utilizados para a implantação das medidas de controle


das inundações são, além do Plano Diretor de Macrodrenagem, a legislação
municipal, a legislação estadual e o Manual de Drenagem.

◦ O controle permanente: o controle de inundações é um processo permanente;


não basta que se estabeleçam regulamentos e que se construam obras de
proteção; é necessário estar atento às potenciais violações da legislação na
expansão da ocupação do solo das áreas de risco. Portanto, recomenda-se que:

▪ Nenhum espaço de risco seja desapropriado se não houver uma imediata


ocupação pública que evite a sua invasão;

▪ A comunidade seja estimulada a participar na elaboração dos planos, na sua


implantação, nas suas atualizações futuras e na contínua fiscalização das
medidas de controle propostas.

◦ A educação e a capacitação dos profissionais responsáveis pelo gerenciamento


urbano, da população e dos administradores públicos são essenciais para a
efetividade do Plano Diretor de Macrodrenagem.

◦ Os investimentos necessários à implantação das medidas de controle, à sua


operação e manutenção devem, quando possível, ser rateados entre os
proprietários de imóveis. O critério de rateio deve considerar a proporcionalidade

23
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

das áreas impermeáveis de cada propriedade.

5.3. { TC "Estratégias" \l 2 }Estratégias


As estratégias podem ser estabelecidas considerando o desenvolvimento do Plano e
controle ambiental:

◦ Quanto ao Desenvolvimento do Plano: O Plano Diretor de Drenagem Urbana


pode ser desenvolvido segundo duas estratégias básicas:

▪ Para as áreas não ocupadas: desenvolvimento de medidas não estruturais


relacionadas com a regulamentação da drenagem urbana e ocupação dos
espaços de riscos, visando conter os impactos de futuros desenvolvimentos.
Estas medidas buscam transferir o ônus do controle das alterações
hidrológicas devida à urbanização para quem efetivamente produz as
alterações;

▪ Para as áreas que estão ocupadas: o Plano desenvolve estudos específicos


por macrobacias urbanas visando planejar as medidas necessárias para o
controle dos impactos dentro destas bacias, sem que as mesmas transfiram
para jusante os impactos já existentes. Neste planejamento são priorizados
os usos de armazenamento temporário através de detenções.

◦ Quanto ao controle ambiental: Com relação aos controles ambientais,


caracterizados pela qualidade da água do escoamento pluvial, material sólido transportado e
a contaminação da água subterrânea, as estratégias foram as seguintes:

▪ Para as áreas onde não existe rede de esgoto ou existe grande quantidade de
ligações de efluentes na rede pluvial, as medidas de controle priorizaram o
controle quantitativo. Este tipo de medida utiliza a detenção apenas para o
volume excedente da capacidade de drenagem atual, evitando que o
escoamento em estiagem e o volume da primeira parte do hidrograma
contamine as detenções. Estas áreas de armazenamento são mantidas a seco
durante o ano e somente nos eventos com tempo de retorno acima de 2 anos
são utilizadas. Em alguns casos foi necessário utilizar para riscos menores
devido a baixa capacidade da rede existente.

▪ Quando a rede de esgoto estiver implementada, o Plano no seu segundo


estágio, pode ser implementado, modificando-se o sistema de escoamento
junto as detenções para que as mesmas possam também contribuir para o
controle da qualidade da água do pluvial.
24
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

▪ Para o controle da contaminação dos aquíferos e o controle de material sólido


deverão ser criados programas de médio prazo visando a redução desta
contaminação através de medidas distribuídas pela cidade.

5.4. { TC "Medidas Não-Estruturais" \l 2 }Medidas Não estruturais


As medidas não estruturais envolvem, entre outros, os seguintes aspectos relevantes:

◦ Regulamentação da drenagem urbana: para o controle da drenagem urbana nas


áreas de expansão e nas áreas de densificação urbana dentro dos princípios
citados nos itens anteriores;

◦ Regulamentação das áreas ribeirinhas: restrições, incorporadas à Lei de


Zoneamento, à ocupação das zonas de passagem da inundação (várzeas);

◦ Programa de recuperação das matas ciliares, com prioridade às áreas públicas, e


à criação de parques lineares contemplando tanto os trechos situados no
perímetro urbano como os trechos a montante;

◦ Organização do sistema municipal de gestão das águas pluviais: proposição de


um sistema institucional que defina e organize as instituições municipais
responsáveis pela implementação do Plano Diretor de Macrodrenagem nos seus
diferentes aspectos;

◦ Institucionalização de mecanismos de estímulo à desimpermeabilização e à


expansão de áreas verdes, incluindo um programa de arborização;

◦ Outras medidas de controle que envolvam: legislação, gestão, capacitação


técnica, educação ambiental, plano de ação para situações de emergência,
controle da ocupação de áreas de risco geológico e de inundação e critérios para
licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente impactantes
sobre a drenagem natural.

5.5. { TC "Medidas Estruturais" \l 2 }Medidas Estruturais


Medidas de Controle de Vazões.
As medidas estruturais decorrem do plano de cada sub-bacia urbana, destacada da
sua geografia de fluxo, além de medidas estruturais de proteção contra inundações
ribeirinhas.
A delimitação das bacias urbanas é a primeira ação do plano quanto às medidas
estruturais. Considerando que, para cada sub-bacia será elaborado um Plano, admite-se que

25
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

as mesmas não deverão exportar impactos, o que significa que as vazões de seus exutórios
serão limitadas. Para cada bacia, portanto, será definida uma vazão de restrição que não
deverá ser ultrapassada.
A vazão de restrição de cada bacia é definida em função das suas características e das
condições a jusante. Como princípio geral a vazão de restrição deve ser igual à capacidade
máxima de suporte dos trechos a jusante. A determinação da vazão de restrição obedece às
seguintes etapas básicas, ilustradas nas Figuras 4 e 5.

◦ Determinação da capacidade (C) do trecho de jusante da bacia, que corresponde


à vazão máxima suportada pelo trecho sem que provoque inundações para o
tempo de recorrência pré-estabelecido;

◦ Determinação do hidrograma de cheias da bacia para as condições futuras de


urbanização;

◦ Determinação do volume excedente calculado pela integração do trecho da curva


do hidrograma acima da linha correspondente à capacidade C.

V3
V2
V1

Limite da bacia
Q restrição = C

Figura 4: Representação Esquemática de um Conjunto de Medidas Estruturais de Controle.

No exemplo desta figura, a vazão na saída da bacia é controlada através do


armazenamento temporário dos volumes V1, V2 e V3 ao longo do sistema hídrico da bacia. A
vazão de restrição corresponde à capacidade C do trecho a jusante.

26
Município de Caçapava
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A Figura 5 representa a determinação teórica do volume de um reservatório de


amortecimento lateral (off-line).
O volume mínimo a ser armazenado é igual à área delimitada pelo hidrograma e pela
linha horizontal correspondente à vazão de restrição C.

30

25

20
VOLUME DE CONTROLE = VC
Vazão (m3/s)

15

VAZÃO DE RESTRIÇÃO = C

10

0
0 1 2 3
Tempo (h)

Figura 5: Hidrograma e Vazão de Restrição.

A Figura 6 mostra esquematicamente o fluxograma para a elaboração do Plano por


sub-bacia. Seus principais componentes são:
Dados de Entrada: a qualidade e a confiabilidade dos dados de entrada é condição
fundamental para a o sucesso do Plano. Os dados de entrada devem representar fielmente o
meio físico sobre o qual o Plano é desenvolvido. No item 7 são relacionados os dados de
entrada a serem obtidos.
Caracterização dos Sistemas e Definições: este módulo envolve as definições de
projeto relacionadas com: (a) cenários de análise, atuais e futuros; (b) risco de projeto,
equivalente ao tempo de retorno adotado; (c) divisão das bacias em sub-bacias e
discretização das mesmas para simulação; (d) calibração do modelo e definição dos
parâmetros de simulação.
Simulação e escolha das alternativas:

◦ Capacidade do sistema existente: análise das condições de escoamento na rede,


determinando a capacidade de escoamento em cada seção definida para a rede
de drenagem discretizada na bacia. Nesta fase, já é possível identificar os locais
27
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

críticos devido à variabilidade da capacidade de escoamento que geralmente


ocorre nas áreas urbanas. É comum, por exemplo, existirem trechos com menor
capacidade de escoamento que trechos a montante.

◦ Simulação das condições atuais de urbanização e futura da rede de escoamento


pluvial para os cenários atuais e futuros. Nesta simulação é possível identificar as
seções ou trechos críticos onde a capacidade existente não permite escoar a
vazão simulada. Geralmente esta simulação é realizada com um modelo a
superfície livre, desprezando-se os processos que ocorre sob pressão.

Desenvolvimento Ricos de projeto


urbano - atual e (Tempos de Capacidade do
futuro Recorrência) Sistema Atual

Geologia e Sub-bacias de
pedologia planejamento
Definição de Seleção da
alternativas alternativa
Definição de
Hidrologia: Escolha de parâmetros
precipitação e modelos de hidráulicos e
vazão simulação hidrológicos
Simulação das Verificação
alternativas
Desenvolvimento
Topografia e urbano - atual e
cadastro do futuro
sistema existente
Avaliação Avaliação de
econômica das impactos
Sistema de Cenários de alternativas
esgotos e de desenvolvimento
coleta de lixo urbano
SIMULAÇÕES E SELEÇÃO DAS
CARACTERIZAÇÃO E DEFINIÇÕES ALTERNATIVAS
DADOS DE ENTRADA

Figura 6 - Fluxograma Etapas para Elaboração do Plano para as Sub-bacias.

No sistema de gerenciamento por sub-bacias, cada sub-bacia tem um plano


específico.

◦ Definição das alternativas de controle: formulação das possíveis medidas de


controle através do seguinte:

▪ Identificação em campo dos possíveis locais para reservatórios de detenção;

▪ Avaliação dos volumes disponíveis em função das cotas;

▪ Trechos que podem ser ampliados e seus condicionantes.

◦ Para determinar a combinação ótima o planejador poderá verificar as alternativas


disponíveis:
28
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ESTADO DE SÃO PAULO

▪ Redução do escoamento superficial através de medidas na fonte (geralmente


para futuros cenários);

▪ Detenções em locais em que existem áreas disponíveis ou mesmo em locais


enterrados quando as abertas não forem possíveis;

▪ Ampliação da capacidade de escoamento do sistema.

◦ Simulação das alternativas: simulação das alternativas selecionadas, verificando a


sua eficiência para os diferentes cenários. São definidos vários layout com as
modificações físicas que controlem as inundações existentes. A melhor solução
econômica é a que produz o menor custo de implantação.

◦ Avaliação econômica das alternativas: levantamento dos custos de


implementação das alternativas e escolha da alternativa de projeto e plano de
ação para implementação das medidas.
Os produtos que constituem o Plano Diretor de Macrodrenagem estão discriminados
no Item 8.

5.6. { TC "Medidas de Preservação e Restauração do Meio Natural" \l 2 }Medidas de


Preservação e Restauração do Meio Natural
Incluem-se nessa modalidade ações estruturais que, além de complementar e
melhorar o desempenho das demais medidas estruturais e não estruturais, produzem
considerável melhorias ao meio ambiente urbano.
As bases dessas medidas são a preservação e a restauração, sempre que viável, das
áreas ribeirinhas e da vegetação das bacias hidrográficas.
Na fase de coleta de dados deverão ser identificadas as áreas onde essas medidas
podem ser aplicadas. Essas áreas incluem trechos do sistema hídrico e áreas públicas
passíveis de restauração e de recuperação da vegetação. Podem ser também incluídas áreas
privadas que, dependendo dos recursos destinados à implementação do Plano, possam ser
desapropriadas em função do alto interesse público.
Entre essas medidas, destacam-se:

▪ Recuperação da vegetação ciliar tanto na área urbana como ao longo dos


trechos dos rios situados na zona rural, a montante do perímetro urbano;

▪ Criação de parques lineares para uso como áreas de lazer e de contemplação


que, além de retardar o escoamento e melhorar a qualidade das águas,
impedem a ocupação irregular das áreas ribeirinhas;

29
Município de Caçapava
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▪ Criação de parques isolados integrados a sistemas de amortecimento e


infiltração de cheias;

▪ Implantação de wetlands construídas em áreas de várzeas;

▪ Renaturalização de trechos de córregos sujeitos à erosão, com a


recomposição das matas ciliares;

▪ Além dessas medidas sugere-se um programa de preservação das várzeas


alagáveis existentes através da sua incorporação aos parques lineares e um
programa de arborização e revegetação das áreas urbanas já consolidadas.

6. { TC "DIRETRIZES BÁSICAS" \L 1 }DIRETRIZES BÁSICAS


A Lei 11.445 de 5 de janeiro de 2007 (“Lei do Saneamento”) estabelece o conteúdo
mínimo do Plano de Saneamento, o qual pode ser desmembrado em planos específicos para
cada serviço: abastecimento de água; coleta e tratamento de esgotos; manejo de resíduos
sólidos e manejo de águas pluviais.
O Plano Diretor de Macrodrenagem deverá ser elaborado em conformidade com os
objetivos e princípios descritos no Termo de Referência, atendendo às seguintes diretrizes
básicas:

▪ Os anteprojetos das medidas de controle estruturais serão elaborados, no


que couber, em conformidade com as Normas Técnicas da ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas;

▪ A Contratada deverá manter em suas dependências, espaço para receber os


integrantes da Comissão de Fiscalização da Prefeitura que farão o
acompanhamento dos trabalhos;

▪ Para o acompanhamento dos trabalhos serão realizadas reuniões sistemáticas


na Prefeitura com a participação do Coordenador Geral e membros da equipe
da Contratada envolvidos com as atividades em curso. Caso sucedam
acontecimentos relevantes justificáveis, a Prefeitura poderá convocar, a seu
critério, reuniões extraordinárias com a contratada;

▪ Ao final de cada fase a Comissão de Fiscalização fará uma avaliação dos


resultados do trabalho. A avaliação será encaminhada para a Contratada que,
quando for o caso, deverá proceder aos ajustes, alterações ou
complementações solicitadas pela Comissão;

▪ A Contratada deverá valer-se basicamente dos dados constantes de trabalhos

30
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

existentes ou de outras fontes fidedignas. Todo dado utilizado deverá ter sua
fonte identificada. Caso encontre lacunas, a Contratada deverá preenchê-las,
seja buscando outras fontes, seja adotando hipóteses simplificadoras. No
segundo caso, a contratada deverá propor uma forma de se obter esses
dados no futuro e aferir as hipóteses adotadas;

▪ Os procedimentos metodológicos adotados deverão ser claramente indicados


e sempre justificados. Quando diferentes resultados se destinarem à
comparação, a obtenção dos mesmos deverá ter homogeneidade
metodológica;

▪ Os softwares utilizados na elaboração do Plano deverão ser compatíveis com


os sistemas operados pela Prefeitura, especialmente os softwares para a
modelagem hidráulica e hidrológica. Caso se opte pela utilização de softwares
comerciais, os custos das licenças para uso da Prefeitura não deverão ser
incluídos no preço da proposta. As especificações, custos de compra e de
treinamento deverão ser previamente submetidos à Prefeitura que, a seu
critério, decidirá pela sua aquisição ou não;

▪ As proposições do Plano Diretor de Macrodrenagem deverão ser compatíveis


com os demais planos e programas existentes ou em elaboração que, de
alguma forma, se relacionem com o trabalho;

▪ A Contratada deverá ter sempre presente, as restrições de ordem técnica,


legal e político-administrativa existentes, tais como os limites municipais, as
áreas de preservação ambiental, a jurisdição de cada órgão e a competência
das demais entidades relacionadas à gestão das águas pluviais.

7. { TC "ATIVIDADES" \L 1 }ATIVIDADES
Para a elaboração do Plano Diretor de Macrodrenagem deverão ser cumpridas as
atividades descritas a seguir. Caso julgue importante, a Proponente poderá sugerir
atividades adicionais para aprimorar o Plano, desde que sejam mantidos os objetivos,
princípios e diretrizes deste Termo de Referência.

7.1. Consolidação do Plano de Trabalho


O Plano de Trabalho Consolidado consistirá na formalização do planejamento dos
trabalhos e norteará a condução do Plano do início ao fim. Será precedido de uma reunião, a
se realizar logo após a assinatura do Contrato. Nessa reunião serão consolidados os termos
da Proposta e definidos detalhes sobre a condução do Plano tais como:
31
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

▪ Esclarecimento de possíveis dúvidas e eventuais complementações de


assuntos de interesse, que não tenham ficado suficientemente explícitos
neste Termo de Referência e na proposta da Contratada;

▪ Confirmação dos componentes da equipe da contratada e respectivas


funções;

▪ Apresentação da equipe de acompanhamento e fiscalização da Prefeitura;

▪ Procedimentos para o fornecimento de dados da Prefeitura e demais


entidades envolvidas;

▪ Formas de documentação das atividades e padronização de documentos;

▪ Formas de comunicação entre a Contratada e a Contratante;

▪ Procedimentos de avaliação periódica e outras questões relativas ao bom


andamento dos trabalhos;

▪ Agendamento das reuniões sistemáticas de acompanhamento e outros


eventos relacionados ao desenvolvimento do Plano;

▪ Consolidação do cronograma.
O Plano de Trabalho Consolidado deverá necessariamente refletir o consenso sobre
essas questões entre a Contratada, a Contratante e demais agentes envolvidos.
A apresentação do Plano de Trabalho Consolidado será feita em um relatório
específico. Uma vez aprovado o relatório, o Plano de Trabalho deverá ser apresentado
formalmente à equipe da Prefeitura e aos agentes interessados em um seminário a ser
organizado especialmente para esse fim. Esse evento marcará oficialmente o início do Plano
Diretor de Macrodrenagem.
O relatório do Plano de Trabalho Consolidado conterá:

▪ Descrição detalhada das atividades e subatividades;

▪ Estrutura hierárquica das atividades;

▪ Rede de precedência;

▪ Cronograma de Gant com destaque às datas-marco de entregas de produtos


parciais;

▪ Equipe e organograma, incluindo a equipe da Prefeitura e os representantes


das demais entidades envolvidas no trabalho;

▪ Formas de comunicação;
32
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

▪ Normas para a codificação de documentos;

▪ Programação dos seminários com a data prevista e os temas básicos a serem


abordados;

▪ Procedimentos para a conclusão dos trabalhos: revisões finais, arquivamento,


avaliação final, produção de artigos para publicação, divulgação do Plano e
desmobilização da equipe.
Durante a elaboração do Plano de Trabalho Consolidado, deverão ser identificadas e
iniciadas as atividades que podem ser executadas em paralelo e que não afetam o
planejamento, tais como as referentes à coleta de dados, levantamentos e preparação da
base cartográfica.
Sempre que, durante os trabalhos, for reconhecida a necessidade de mudanças
significativas de rumo em relação ao planejamento inicial, o Plano de Trabalho deverá ser
revisado e formalmente reapresentado.

7.2. Preparação das Bases Cartográficas


Os dados e informações coletadas, bem como os produtos gerados nas demais
atividades do Plano Diretor de Macrodrenagem, deverão ser armazenados e tratados em
bancos de dados georreferenciados utilizando tecnologias de geoprocessamento (Sistema de
Informação Geográfica). Para a realização deste trabalho produtos a serem gerados deverão
ser compatíveis com os sistemas operados pela Prefeitura. Os dados deverão ser
georreferenciados no sistema de referência SIRGAS 2000 com base em marco geodésico
homologado para o município.
Nesta atividade será preparada a cartografia básica de referência para os planos de
informação (layers) georreferenciados dos diversos temas que serão abordados na
elaboração do Plano Diretor de Macrodrenagem.
A base cartográfica abrangerá as áreas de todas as bacias hidrográficas dos rios que
atravessam a Área de Projeto e será montada a partir da composição dos levantamentos
disponíveis. Para as áreas onde não existirem levantamentos planialtimétricos recentes,
poderão ser utilizadas as bases do levantamento sistemático do IGC, na escala 1:10000.

7.3. Levantamento de Dados e Informações


Os dados básicos que deverão ser levantados para a elaboração do Plano Diretor de
Macrodrenagem são descritos a seguir. Outros dados poderão ser necessários em função
das especificidades metodológicas adotadas pela Proponente. Neste caso, esses dados
adicionais deverão ser relacionados e descritos na Proposta.
33
Município de Caçapava
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◦ Características Físicas das Bacias e do Sistema de Drenagem Existente:

▪ Delimitação das bacias e sub-bacias, com as respectivas áreas de


contribuição, vazão de restrição, etc.;

▪ Levantamento de dados pluviométricos, pluviográficos e equações de chuvas


intensas de postos da região; tratamento dos dados, análise de sensibilidade
e determinação dos padrões de chuvas intensas a serem adotados para o
Plano Diretor de Macrodrenagem;

▪ Reservatórios e lagos artificiais: localização, curvas cota-volume e cota-vazão.


Para a determinação deste último parâmetro, se já não houver dados
disponíveis, deverão ser cadastradas as estruturas de descarga;

▪ Cartas geológicas e pedológicas do município;

▪ Mapeamento detalhado dos pontos críticos de inundação associando, quando


possível, os níveis de água de cheias com as respectivas frequências;

▪ Mapeamento dos pontos críticos de instabilidade geotécnica (áreas frágeis)


susceptível à erosão e escorregamento pela ação do escoamento das águas
pluviais;

▪ Levantamento dos prejuízos e ônus causados à população e à administração


pública pelas inundações. Se possível relacionar custos com níveis de
inundação e frequência;

▪ Mapeamento das áreas livres que possam ser utilizadas para a implantação
de sistemas de detenção, retenção ou retardamento do escoamento com
preferência às áreas públicas sem construções;

▪ Mapeamento das áreas e corpos de água destinados à restauração do meio


natural;

▪ Outros dados de interesse.

◦ População:

▪ Populações urbanas e rurais, segundo os censos demográficos do IBGE;

▪ População por setor censitário, segundo o Censo de 2010;

▪ Planta com a delimitação dos setores censitários de 2010;

▪ Estudos de evolução populacional existentes;

▪ População residente em áreas de risco.


34
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

◦ Legislação e Sistema Institucional:

▪ Levantamento e mapeamento da legislação de uso do solo e de preservação


ambiental, pertinentes ao Município, em nível municipal, estadual e federal;

▪ Identificação das linhas de financiamento para a concretização das propostas


do Plano Diretor de Macrodrenagem;

▪ Descrição do sistema institucional de gestão atual das águas pluviais no


município.

◦ Programas de Educação Ambiental e Participação Comunitária:

▪ Levantamento dos programas de educação ambiental em curso no município;

▪ Levantamento das organizações sociais, comunitárias, entidades de classe e


demais agentes potencialmente participantes dos fóruns de discussão do
Plano Diretor de Macrodrenagem.

◦ Planos, Estudos e Projetos Existentes e em Desenvolvimento:

▪ Levantamento e avaliação de planos e projetos existentes, e em


desenvolvimento, que tenham alguma interface com o sistema de drenagem,
tais como: Plano Diretor de Abastecimento de Água e de Esgotos, planos
viários, projetos de drenagem, grandes empreendimentos aprovados ou em
aprovação, planos de ampliação do sistema de abastecimento de água e
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

◦ Outros dados de interesse.

7.4. Cadastro do Sistema Existente


Cadastro do sistema de macrodrenagem abrangendo os trechos que serão objetos
das simulações em modelos matemáticos. A definição exata dos trechos a serem
cadastrados deverá levar em consideração os dados necessários para a modelagem dos
diversos cenários que serão estudados neste Plano.
A precisão do cadastro deverá ser compatível com a precisão dos demais dados de
entrada dos modelos de simulação. Poderão ser utilizados os cadastros existentes
complementados, quando for o caso, pelo levantamento de seções transversais.
O cadastro deverá apresentar uma seção a cada 100 m, intercaladas de seções nos
pontos de mudança de declividade e mudança de seção. Deverá incluir também todas as
singularidades que possam afetar o escoamento, tais como: transições, estreitamentos
bruscos, entradas de afluentes e desemboques.
35
Município de Caçapava
ESTADO DE SÃO PAULO

Também deverão ser cadastrados os trechos críticos do sistema de microdrenagem


que drenam áreas sujeitas a inundação ou que de alguma forma interfiram com o
desempenho do sistema de macrodrenagem.
O cadastro deverá abranger ainda o levantamento de reservatórios, lagos e represas
que interfiram no escoamento.
Os cadastros e nivelamentos deverão ser georreferenciados no sistema de
referência SIRGAS 2000 com base em marco geodésico homologado para o
município.

7.5. Formulação de Cenários


Os cenários formulados nesta atividade deverão possibilitar a avaliação da eficiência
das medidas de controle propostas, otimizar as soluções e fornecer elementos para o
Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais a ser desenvolvido na fase final do Plano.
Em princípio deverão ser estudados os cenários descritos abaixo. No decorrer dos
estudos, a Contratada poderá propor outros cenários que possam contribuir para o
aprimoramento do Plano.

▪ Cenário Atual, no qual será estudado o impacto da urbanização atual sobre o


sistema de drenagem existente. As simulações deste cenário deverão
representar, na modelagem, as situações caracterizadas no diagnóstico;

▪ Cenário Tendencial, no qual será estudado o impacto da urbanização futura


sobre o sistema de drenagem existente. Este cenário representará a
tendência de aumento dos prejuízos provocados pelas inundações
considerando-se a expansão da mancha urbana sem a implantação das
medidas de controle propostas no Plano Diretor de Macrodrenagem.
Fornecerá elementos para os estudos de benefícios quando for aplicada a
metodologia de custos evitados;

▪ Cenários Alternativos de Planejamento, que representarão os efeitos das


diversas alternativas de controle estudadas no Plano Diretor de
Macrodrenagem;

▪ Cenário Proposto que, dentre os Cenários Alternativos de Planejamento, será


o que apresentar maior eficiência considerando-se os critérios de melhor
relação benefício/custo e de menor impacto ambiental.
Os estudos dos cenários futuros deverão ser precedidos de estudos demográficos
que estimarão as populações do município até o horizonte do Plano Diretor de
Macrodrenagem.
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Os resultados dos estudos demográficos serão apresentados em planos de


informação (layers) do banco de dados georreferenciados contendo os seguintes elementos:

▪ Limites da área urbanizada atual com a distinção das diferentes faixas de


densidade;

▪ Limites das áreas urbanizadas projetados para os anos de 2015, 2020 e 2030,
com a distinção das diferentes faixas de densidade;

▪ Distribuição espacial da população para os anos de 2015, 2020 e 2030;

▪ Índices de impermeabilização para os anos de 2015, 2020 e 2030.


Os limites da área urbana atual poderão ser obtidos de imagens recentes de satélite
ou a partir de aerofotos.
A expansão da mancha urbana deverá ser avaliada considerando as projeções dos
estudos demográficos, os novos loteamentos aprovados ou em fase de aprovação, e os
limites de ocupação (umbrais de expansão) definidos pela legislação de uso do solo.
As densidades de urbanização serão inferidas a partir da classificação supervisionada
das imagens ou aerofotos, cruzando-as com as densidades demográficas projetadas a partir
das densidades dos setores censitários, apuradas pelo IBGE.
Os índices de impermeabilização poderão ser determinados a partir da relação entre
área impermeável e densidade demográfica, obtida das imagens ou aerofotos e populações
dos setores censitários. Opcionalmente poderão ser usadas curvas propostas em literatura
especializada, desde que ajustadas às condições específicas do Município.

7.6. Diagnóstico e Prognóstico das Inundações


Nesta atividade será estudado o impacto da urbanização atual e futura sobre o
sistema de drenagem existente (cenário Atual e cenário Tendencial).
O diagnóstico deverá apontar com precisão as causas das inundações e deverá
apresentar: mapeamento das áreas de risco, contornos e cotas das linhas de inundação,
trechos críticos, singularidades do sistema, eventos pluviométricos críticos e custos dos
prejuízos causados pelas inundações.
O diagnóstico deverá também conter a análise da legislação de uso e ocupação do
solo em vigor, como também do sistema atual de gestão das águas pluviais, identificando as
posturas legais mais impactantes e os gargalos institucionais.
O prognóstico mostrará o comportamento futuro das inundações sem a implantação
das propostas do Plano Diretor de Macrodrenagem utilizando, como ferramenta, os modelos
de simulação.
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Os contornos e cotas das linhas de inundação, atuais e prognosticadas, deverão ser


relacionados com os respectivos tempos de recorrência e prejuízos. A partir dessas relações
deverão ser traçadas curvas risco x prejuízos que servirão para avaliar os custos esperados
das inundações futuras.

7.7. Otimização das Medidas Estruturais de Controle


Para o estudo das medidas estruturais e sua otimização, deverão ser utilizados
modelos matemáticos de simulação de cheias.
A modelagem abrangerá os trechos críticos das bacias urbanizadas identificados no
diagnóstico.
Para as bacias rurais, pouco urbanizadas ou onde não tenham sido identificados
problemas relevantes de inundação, o Plano deverá propor ações de preservação e medidas
de controle não estruturais.
A modelagem abrangerá duas etapas básicas:

◦ Preparação do Modelo

▪ Escolha do modelo de simulação deverá ser compatível com os sistemas


operados pela Prefeitura. Deverá ser analisada a viabilidade e a conveniência
da utilização de modelos hidrológico-hidráulicos ou modelos hidrodinâmicos;

▪ Definição dos critérios e parâmetros de simulação, abrangendo: método de


cálculo de transformação chuva-vazão, tempo de concentração (em função
do nível de urbanização, impermeabilização e outras características da bacia),
precipitações críticas (tempo de recorrência, duração, intensidade e
distribuição espacial) e parâmetros para a determinação dos volumes de
escoamento em função do tipo de ocupação das bacias e das características
do solo natural.

◦ A definição do parâmetro Tempo de Recorrência, deverá ser precedida de uma


análise de sensibilidade de riscos, benefícios e custos.

▪ Calibração ou ajuste dos parâmetros com base nos eventos passados, de


forma que o modelo represente, com precisão, os cenários que serão
estudados.

◦ Simulação de Cenários, nesta etapa serão simulados os cenários descritos na


Atividade 5.

▪ Para cada Cenário Alternativo de Planejamento deverão ser avaliados os


custos esperados dos prejuízos produzidos pelas inundações. Estes custos
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serão considerados como custos evitados nas análises de benefício/custo. Os


custos de implantação e manutenção das obras poderão ser inferidos a partir
de curvas de custos obtidas do pré-dimensionamento de obras de diversos
portes e padrões, aferidos com os custos de obras similares implantadas no
município e em outras localidades. O Cenário Proposto resultará do Cenário
Alternativo que apresentar melhor relação benefício/custo e atender às
restrições urbanísticas e ambientais previamente estabelecidas;

▪ As áreas destinadas às obras de amortecimento de vazões deverão ser


preferencialmente selecionadas entre as áreas livres identificadas na fase de
levantamento de informações;

▪ Para os cenários planejados deverão ser avaliados os efeitos das medidas não
estruturais voltadas ao controle do uso do solo. Com este procedimento
pretende-se demonstrar quantitativamente a eficácia dessas medidas e,
assim, incentivar sua implementação;

▪ Para os casos onde a redução das inundações provocadas pelo


extravasamento da macrodrenagem depende da implantação de medidas de
controle em sub-bacias secundárias, cujos sistemas de drenagem não tenham
sido abrangidos pela modelagem, deverão ser impostas vazões de restrição.
Estas vazões correspondem às vazões máximas que essas sub-bacias poderão
gerar sem que a capacidade do sistema principal seja superada. Portanto
deverão ser atendidas nos projetos de obras secundárias de drenagem, não
contempladas diretamente pelo Plano Diretor de Macrodrenagem e deverão
ser incluídas no rol de medidas não estruturais;
Como resultado desta atividade deverá ser definido o Cenário Proposto, com a
relação e caracterização das obras a serem implantadas por sub-bacia de
planejamento.

7.8. Levantamentos Complementares de Campo


Os levantamentos complementares consistirão nos levantamentos planialtimétricos
cadastrais das áreas onde serão implantadas as medidas de controle estruturais definidas no
Cenário Proposto. A precisão dos levantamentos deverá ser compatível com as escalas dos
anteprojetos.
Nos casos em que a estimativa de custos das obras dependerem de uma avaliação
mais profunda, deverá ser programada uma campanha de levantamentos topográficos,
sondagens e ensaios geotécnicos, sem ônus para Prefeitura.

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7.9. Anteprojetos das Medidas Estruturais de Controle


O nível de detalhamento dos anteprojetos será compatível com o nível de
planejamento. Os anteprojetos serão utilizados para a previsão de áreas a serem reservadas
para as medidas de controle (as quais deverão ser incluídas nas medidas não estruturais
como de uso público prioritário) e para a elaboração de orçamentos estimativos que servirão
de referência para o planejamento da implantação dessas medidas que fará parte do
Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais.
Os anteprojetos abrangerão: dimensionamento hidráulico, projeto geométrico,
terraplenagem, estruturas, fundações, instalações elétricas, acessos, paisagismo;
orçamentos das obras, custos de desapropriação, custos de operação e de manutenção, e
demais itens importantes ao planejamento.
Os anteprojetos deverão conter, minimamente:

▪ Relatório descritivo e justificativo;

▪ Memoriais de cálculo;

▪ Desenhos de implantação, terraplenagem, estruturas, paisagismo e demais


informações: plantas, cortes e detalhes, etc.;

▪ Quantitativos e orçamentos;

▪ Especificações básicas.

7.10. Proposição de Medidas de Controle Não estruturais


As medidas de controle não estruturais serão apresentadas tanto para as bacias
urbanizadas como para as não urbanizadas, tendo, portanto, abrangência municipal.
Deverão englobar propostas para:

▪ Aplicação do princípio jurídico pelo qual o proprietário, ao vender sua


propriedade, deve oferecê-la, em primeiro lugar, ao poder público, para as
áreas destinadas ao amortecimento de vazões de cheias;

▪ Propostas de controle do uso e ocupação do solo a serem incorporadas pelo


Plano Diretor do Município que deverão incluir:
Zoneamento das áreas ribeirinhas de inundação;
Restrições à ocupação de áreas frágeis, sujeitas à erosão;
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Controle de vazão máxima nos lotes/loteamentos com a limitação das


vazões geradas na condição de pós-desenvolvimento;
Instrumentos de incentivo à preservação e ampliação de áreas
permeáveis;

▪ Reformulação do sistema de gestão considerando-se as características do


sistema proposto;

▪ Obtenção de recursos através de repasses, financiamentos e tributação


específica;

▪ Legislação voltada ao manejo das águas pluviais e controle de impactos


decorrentes do desenvolvimento municipal;

▪ Bases para um programa de educação ambiental;

▪ Criação de parques lineares ao longo das várzeas de inundação natural ainda


não ocupadas;

▪ Criação de parques nas cabeceiras dos rios principais para proteção dos rios
contra assoreamento e proteção da qualidade da água;

▪ Programa de monitoramento e controle da qualidade das águas pluviais;

▪ Programa de monitoramento de vazões de cheias no sistema de


macrodrenagem;

▪ Programa para a complementação do cadastro dos sistemas de macro e micro


drenagem;

▪ Outras propostas pertinentes.

7.11. Análises Benefício-Custo


As estimativas de custos das obras serão elaboradas em dois níveis:

◦ Para os estudos de alternativas, nos Cenários Alternativos de Planejamento,


poderão ser utilizadas curvas de custos, conforme já mencionado;

◦ Para o Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais, deverão ser utilizados


os orçamentos dos anteprojetos. Neste caso deverão ser considerados, além dos
custos de implantação das obras, os valores presentes dos custos de manutenção
e operação, assim como dos custos indiretos relacionados às medidas não
estruturais propostas.

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Os benefícios deverão ser avaliados por um dos métodos abaixo. Para uma melhor
aferição dos resultados, os dois métodos poderão ser aplicados, a critério da Contratada.

◦ Método dos custos evitados, onde se considera que os benefícios são


equivalentes aos danos evitados pela implementação das medidas de controle;

◦ Método da disposição a pagar que considera os benefícios como iguais a


valorização das propriedades beneficiadas.
Uma vez determinados custos e benefícios para as diversas situações estudadas no
Plano, serão calculadas as relações benefício/custo e taxas internas de retorno para o
horizonte de projeto, 20 anos, e para o tempo de vida útil das obras que pode ser
considerado igual à 30 anos.

7.12. Elaboração do Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais


O Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais será elaborado dentro dos
princípios, objetivos e diretrizes deste Termo de Referência; será o instrumento de
planejamento para a implantação das medidas propostas no Plano Diretor de
Macrodrenagem, sendo fundamental para a obtenção de recursos e para o aprimoramento
do Plano Diretor Municipal.
A primeira parte do Programa Municipal de Manejo de Águas Pluviais deverá indicar
as medidas emergenciais, de curto prazo que poderão ser tomadas pela Prefeitura para
redução imediata dos riscos de inundação, sem que prejudiquem o planejamento e a
implantação das demais medidas propostas.
A segunda parte abordará os seguintes temas:

◦ Metas e prioridades;

◦ Regulamentação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental nos


artigos relacionados com as águas pluviais;

◦ Plano de Ação, contendo:

▪ Proposta para a gestão da Implementação do Plano, com a avaliação do


sistema de gestão atual, definição das entidades que serão envolvidas nas
ações previstas; procedimentos para fiscalização das obras, aprovação de
projetos (considerando a nova regulamentação), operação e manutenção da
rede de drenagem e áreas de risco e fiscalização do conjunto das atividades;

▪ Definição das fontes de recursos e de financiamento.

◦ Etapas de implantação das medidas de controle, com a definição do

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sequenciamento de ações no tempo e espaço, relacionadas com o plano de cada


sub-bacia;

◦ Cronograma físico-financeiro;

◦ Avaliação dos benefícios esperados para cada etapa do Programa;

◦ Programas Complementares de médio e longo prazo a serem desenvolvidos após


a conclusão do Plano Diretor de Macrodrenagem, abrangendo:

▪ Complementação do cadastro da rede de drenagem;

▪ Monitoramento;

▪ Estudos complementares necessários ao aprimoramento e detalhamento do


Plano;

▪ Manutenção;

▪ Fiscalização;

▪ Divulgação, interação com a comunidade e educação.


O Diretor de Macrodrenagem deverá ser apresentado em um conjunto de relatórios
organizados da seguinte forma:

◦ Relatório com as medidas emergenciais de implantação imediata incluindo,


custos estimativos, prazos de implantação, benefícios esperados e elementos
técnicos para instruir o processo de contratação dessas medidas, quando for o
caso;

◦ Relatório geral, contendo a síntese do Plano Diretor de Macrodrenagem e o


detalhamento das ações de abrangência municipal;

◦ Um relatório para cada sub-bacia, com as ações específicas, propostas para cada
uma, dentro do conceito de planejamento por sub-bacia abordado neste Termo
de Referência.

7.13. Divulgação do Plano e Discussão com a Comunidade


A compreensão e a aceitação da comunidade das medidas propostas são
fundamentais para o sucesso do Plano Diretor de Macrodrenagem.
Com esse objetivo deverão ser organizados seminários para divulgar os trabalhos
realizados e estimular a participação dos agentes interessados. Deverão ser realizados ao
menos três seminários:

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◦ No início dos trabalhos onde serão apresentados os responsáveis pela elaboração


do Plano Diretor de Macrodrenagem e o Plano de Trabalho Consolidado;

◦ Na fase de estudos de alternativas, após o diagnóstico, quando serão


apresentadas as principais alternativas estudadas;

◦ Na conclusão da minuta do Plano, quando serão apresentadas as medidas de


controle propostas.
A infraestrutura para a realização dos seminários (sala, projetor, som, etc.) deve ser
providenciada pela Prefeitura.
Após o último seminário, em função das propostas dos participantes, poderão ainda
ser feitos ajustes a serem incorporados na edição do relatório final do Plano.

7.14. Elaboração do Manual de Drenagem Urbana


O Manual de Drenagem Urbana tem como função orientar os profissionais da
Prefeitura, prestadores de serviços e empreendedores, que atuam nas seguintes áreas:

◦ Planejamento e projetos de drenagem urbana;

◦ Planejamento e controle do uso do solo;

◦ Projeto, análise e aprovação de novos empreendimentos.


O manual deverá estabelecer critérios de planejamento, controle e projeto,
abordando, entre outros, os seguintes assuntos:

◦ Variáveis hidrológicas regionalizadas para projetos de drenagem urbana;

◦ Elementos hidráulicos para o projeto de estruturas de controle;

◦ Critérios para a avaliação e controle dos impactos do desenvolvimento urbano


sobre o sistema de drenagem;

◦ Controle da qualidade da água pluvial;

◦ Legislação e regulamentação associada;

◦ Síntese dos planos elaborados para cada sub-bacia.

8. { TC "PRODUTOS" \L 1 }PRODUTOS
Após conclusão de todas as atividades previstas, a contratada compilará as
informações e fornecerá quatro exemplares, em meio digital e impresso, do documento

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final, ou seja, o Plano Diretor de Macrodrenagem do Município de Caçapava.


A precisão dos produtos a serem apresentados será compatível com as escalas de
trabalho adotadas. Os produtos a serem gerados serão entregues em mídia digital,
compatíveis com os softwares utilizados na Prefeitura e na forma impressa nos formatos A1,
A2, A3 e A4. Para efeito de avaliação prévia, sugerem-se as seguintes escalas de trabalho, as
quais poderão ser modificadas no decorrer dos estudos, em comum acordo com a equipe de
acompanhamento da Prefeitura.

◦ Áreas urbanizadas: escala 1:10000;

◦ Demais áreas do município: escala 1:10000;

◦ Plantas gerais das bacias: escala 1:10000;

◦ Seções transversais e singularidades cadastradas: escala 1:100 ou 1:200;

◦ Anteprojetos - plantas: escala 1:100, 1:200 ou 1:500;

◦ Anteprojetos – seções e perfis: escalas entre 1:50 e 1:200;

◦ Anteprojetos – detalhes: escala a ser definida em função do tipo de detalhe.

8.1. { TC "Banco de Dados Georreferenciado" \l 2 }Banco de Dados Georreferenciado


O banco de dados georreferenciado, produzido no Plano Diretor de Macrodrenagem,
deverá complementar o banco existente na Prefeitura com as informações pertinentes:

◦ Limite municipal e limites dos distritos; hidrografia, limites das bacias e sub-
bacias;

◦ Sistema viário principal;

◦ Curvas de nível (5 em 5 metros);

◦ Limites das zonas definidas na lei municipal de uso do solo e áreas de


preservação, ou com restrições de uso, definidas nas legislações estadual e
federal;

◦ Parques e áreas verdes existentes;

◦ Uso do solo com destaque às manchas urbanas, distribuição espacial da


população (densidades demográficas) e dos níveis de impermeabilização para os
anos 2015, 2020 e 2030;

◦ Mapeamento dos parâmetros hidrológicos de escoamento superficial; carta


obtida da interpretação das cartas geológicas e pedológicas do município com o
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mapeamento das diversas tipologias hidrológicas de solo;

◦ Localização das seções e singularidades cadastradas; áreas de risco de inundação


atuais e futuras, segundo o diagnóstico e a modelagem de cenários;

◦ Localização das medidas estruturais de controle propostas;

◦ Áreas de preservação propostas;

◦ Zoneamento proposto para as áreas ribeirinhas sujeitas à inundação;

◦ Outras informações de interesse para o planejamento das intervenções definidas


no Plano Diretor de Macrodrenagem.

8.2. { TC "Relatórios" \l 2 }Relatórios


No Tabela 3 a seguir, estão relacionados os produtos a ser entregue, a contratada
deverá entregar, em meio digital e impresso, dois exemplares de cada produto. O conteúdo
dos relatórios deverá ser compatível com as atividades correspondentes, conforme
especificadas neste Termo de Referência. Os prazos de entrega deverão ser avaliados em
função da realidade de cada atividade.
Está previsto um relatório para cada fase concluída do Plano (relatórios R1 a R11), um
relatório específico para o Plano de Trabalho Consolidado (PTC) e relatórios mensais de
andamento. Estes últimos deverão conter apenas a relação das atividades realizadas no mês
e a estimativa, em porcentagem, do avanço de cada produto.

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Tabela 3: Relação de Produtos

Código Relatório
PTC Plano de Trabalho Consolidado.
R1 Dados e Informações Coletadas e Definição da Base Cartográfica.
R2 Formulação de Cenários, Diagnóstico e Prognóstico das Inundações.
R3 Estudo de Alternativas e Medidas de Controle Estruturais.
R4 Medidas de Controle Não estruturais.
R5 Levantamentos Complementares de Campo.
R6 Anteprojeto das Medidas de Controle Estruturais.
R7 Análises Benefício-Custo.
R8 Programa Municipal de Drenagem: 1 relatório com as medidas
emergenciais, 1 relatório geral e 1 relatório para cada sub-bacia.
R9 Manual de Drenagem Urbana.
R 10 Banco de Dados Georreferenciados.
R 11 Síntese das atividades de divulgação do plano.
RMA Relatórios Mensais de Andamento com a síntese das atividades
realizadas em cada mês.
N = número de meses de duração prevista pelo Plano.

____________________________
Henrique Lourivaldo Rinco de Oliveira
Prefeito do Município de Caçapava

___________________________
Eng. Civil Agenor Micaeli dos Santos
Responsável Técnico

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