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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – POLO GUAÍRA - SP

CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS

5º SEMESTRE

AMARILDO DE OLIVEIRA PIMENTEL RA: 3383550344

DESAFIO PROFISSIONAL

Disciplinas Norteadoras:
Contabilidade e Orçamento Público; Legislação Social, Trabalhista e Previdenciária;
Contabilidade Tributária; Gerenciamento Estratégico de Custos e Laboratório de
Gestão Contábil.

TUTORA EAD: AYRON VINICIUS PINHEIRO DE ASSUNÇÃO

GUAÍRA – SÃO PAULO

2018.
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – POLO GUAÍRA - SP
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS

5º SEMESTRE

DESAFIO PROFISSIONAL

Disciplinas Norteadoras:

Contabilidade e Orçamento Público; Legislação Social, Trabalhista e Previdenciária;


Contabilidade Tributária; Gerenciamento Estratégico de Custos e Laboratório de
Gestão Contábil.

TUTORA EAD: AYRON VINICIUS PINHEIRO DE ASSUNÇÃO

Trabalho desenvolvido para o curso de


Ciências Contábeis, disciplinas norteadoras:
Contabilidade e Orçamento Público;
Legislação social, Trabalhista e
Previdenciária; Contabilidade Tributária;
Gerenciamento Estratégico de Custos e
Laboratório de Gestão Contábil;
apresentado à Anhanguera Educacional
como requisito para a Avaliação na
Atividade Desafio Profissional do 5º
semestre, com orientação do tutor EAD
Ayron Vinicius Pinheiro de Assunção.

GUAÍRA - SÃO PAULO


2018
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estrutura Geral de Custos dos Roteadores MR101 e MR102....................................05


Tabela 2 – Análise do Lucro Líquido do Mês Anterior.......................................................09
Tabela 3 – Análise do Lucro Líquido Produzindo Apenas o MR102................................11
Tabela 4 – Margem de Contribuição Horária de cada Produto .......................................12
Tabela 5 – Análise do Lucro Líquido Incluindo Novo Pedido...........................................13
Tabela 6 – Margem do Retorno Sobre o Custo Incorrido..................................................14
Tabela 7 – Análise do Lucro Líquido Adotando o Novo Preço do MR101.......................15
Tabela 8 – Análise do Lucro Líquido Ideal..........................................................................16
Tabela 9 – Fluxo de Caixa Projetado Para o Próximo Exercício.......................................17

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxo de Caixa do Investimento........................................................................18


SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO.................................................................................................................05
2 - DESENVOLVIMENTO...................................................................................................06
2.1 – O Gerenciamento Estratégico de Custos.....................................................................06
2.1.1 - A Margem de Contribuição Unitária.............................................................................07
2.1.2 - O Ponto de Equilíbrio dos Produtos..............................................................................08
2.1.2 - O Melhor Mix de Produtos............................................................................................09
2.1.3 – Definições Sobre um Pedido Especial de Roteadores..................................................12
2.2 – Exemplificando o Fluxo de Caixa Projetado...............................................................16
2.3 – Detalhamento do ICMS no Estado de São Paulo........................................................19
2.4 – Definição e Contabilização do Recebimento do ICMS nos Municípios....................20
2.4.1 – Contabilização no Reconhecimento da Receita............................................................21
2.4.2 – Contabilização no Recebimento da Receita..................................................................22
2.5 – Convenções Coletivas de Trabalho das Indústrias de Aparelhos Elétricos,
Eletrônicos e Similares............................................................................................................23
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................27
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1 – INTRODUÇÃO

Este trabalho visa esclarecer aos diretores da empresa VIRTUALMOB, instalada no


Estado de São Paulo, a qual é uma importante fabricante de roteadores e que está enfrentando
a entrada de concorrentes no mercado nacional, quais são seus verdadeiros indicadores de
custos como a Margem de Contribuição Unitária e o Ponto de Equilíbrio Contábil, podendo
então visualizar alguns problemas de precificação de seus produtos, pois a empresa dispõe de
apenas uma máquina para produzir dois produtos, daí a necessidade de se conhecer a
verdadeira estrutura de custos para esses produtos para que a empresa possa realizar escolhas
mais rentáveis principalmente quanto o nível de produção dos mesmos, haja vista que a
empresa não consegue atender a demanda mensal por esses produtos e precisa decidir sobre a
possível aceitação ou não de um pedido especial de um desses produtos vendidos pela
empresa realizando após isso um Fluxo de Caixa Projetado para a empresa, além de
especificar a definição, regulamentação e divisão do ICMS no Estado de São Paulo,
evidenciando ainda a contabilização desse imposto por parte dos municípios e demonstrar os
principais direitos e garantias dos trabalhadores da empresa de acordo com a Convenção
Coletiva de Trabalho que a mesma é signatária.

Tabela 1 – Estrutura Geral de Custos dos Roteadores MR101 e MR102


ITENS MR101 MR102

Preço de Venda por Unidade 260 400


Materiais Diretos 120 160

Mão de Obra Direta (R$20/hora) 50 80

Outros Custos Variáveis (R$ 5 por hora/máq.) 20 40

Custo Fixo 20 20

Custo Total por Unidade 210 300


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2 - DESENVOLVIMENTO

Realização de uma pequena abordagem sobre o Gerenciamento Estratégico dos


Custos, utilizando – se para isso do cálculo e análise da Margem de Contribuição Unitária e
do Ponto de Equilíbrio Contábil dos produtos comercializados pela empresa, determinando
com isso o seu melhor mix de produção, um eventual Fluxo de Caixa Projetado para as
entradas e saídas de caixa desse melhor mix de produção e ainda a indicação sobre a possível
aceitação ou não de um novo pedido de roteadores recebidos pela empresa;
Definição do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –
ICMS, sua regulamentação legal, a exemplificação da arrecadação desse imposto no Estado
de São Paulo no último ano, bem como a forma que esse imposto é dividido entre o Estado, os
Municípios e determinados Fundos, além de demonstrar a contabilização do recebimento do
ICMS por parte dos municípios e;
Demonstração de alguns dos principais direitos e garantias dos trabalhadores da
empresa VIRTUALMOB.

2.1 – O Gerenciamento Estratégico de Custos

Embora a empresa VIRTUALMOB esteja no mercado há algum tempo, os gestores


da empresa não tem a dimensão exata de alguns indicadores importantes para uma gestão
eficiente de custos e como sua produção atual é de 8.000 unidades para o MR101 e de
5.000 unidades para o MR102 muito pela limitação de sua capacidade produtiva mensal que
está limitada em 60 horas de máquina disponível para a fabricação dos dois modelos, a
empresa necessita conhecer alguns desses indicadores como a margem de contribuição e o
ponto de equilíbrio para poder calcular a melhor forma de utilizar seus recursos escassos, ou
seja, escolher o melhor mix de produtos para produção e comercialização que irão fornecer o
maior lucro possível, além de descrever dados concretos para subsidiar a aceitação ou não de
futuros negócios.
Sendo assim, para formulação e apresentação de um breve relatório aos diretores da
empresa, calcula – se:
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2.1.1 - A Margem de Contribuição Unitária

Uma das providências elencadas pela consultoria é a evidenciação da margem de


contribuição, que por sua vez tem como definição, o resultado obtido pela diferença do preço
de venda com a soma dos custos e despesas variáveis, ou seja, demonstra quanto sobra do
valor de venda após deduzir seus custos e despesas variáveis, para cobrir os custos fixos e
formar o esperado lucro, porém observa – se que na lista de custos informados pela empresa
falta referenciar os impostos incidentes sobre as vendas, que no caso da empresa
VIRTUALMOB sediada no Estado de São Paulo e tributada pelo Lucro Real devido ao seu
faturamento, recolhe um percentual de 21,25% sobre suas vendas, sendo 12% de ICMS,
1,65% do PIS e 7,6% da COFINS.
Sendo assim, considera – se os impostos sobre as vendas do MR101 no valor de R$
55,25 (260 x 21,25%) e do MR102 no valor de R$ 85,00 (400 x 21,25%).
No caso do Roteador MR101 tem - se uma margem de contribuição unitária
determinada como abaixo:
MCu = PV – (Matéria prima + Mão de obra direta + Outros custos variáveis +
Impostos)
MCu = 260 – (120 + 50 + 20 + 55,25)
MCu = 260 – 245,25 = 14,75 ou 5,67% do preço de venda (14,75 ÷ 260 = 0,0567 x
100 = 5,67).
Já no caso do roteador MR102 temos uma margem de contribuição como demonstrada
abaixo:
MCu = PV – (Matéria prima + Mão de obra direta + Outros custos variáveis +
Impostos)
MCu = 400 – (160 + 80 + 40 + 85)
MCu = 400 – 365 = 35 ou 8,75% do preço de venda (35 ÷ 400 = 0,0875 x 100 = 8,75).
Diz – se então que o Roteador MR101 tem uma margem de contribuição de R$ 14,75
ou 5,67% do preço de venda e que o Roteador MR102 tem uma margem de contribuição de
R$ 35,00 ou 8,75% do preço de venda.
Nota – se que o modelo MR101 ficou com uma margem de contribuição de apenas R$
14,75 e o custo fixo unitário dos produtos apurado no mês foi de R$ 20,00 o que demonstra
que esse produto não está cobrindo sequer seus custos e despesa totais, provavelmente houve
um erro de precificação desse produto, diante disso recomenda – se que a empresa aumente o
preço de venda do MR101 pois o mesmo tem uma demanda de mercado que a empresa não
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consegue atender, ou seja, existe uma procura pelo produto e a empresa não pode ignorar esse
dado e sim aproveitar essa oportunidade de comercialização corrigindo somente o preço de
venda desse produto.

2.1.2 - O Ponto de Equilíbrio dos Produtos

O Ponto de Equilíbrio tem como definição a determinação do momento em que as


vendas da empresa conseguem cobrir os seus totais de fabricação, ou seja, lucro zero e
prejuízo zero, esse dado se torna importante para demonstrar a atividade mínima a ser
desenvolvida pela empresa.
Diante dos dados da Tabela 1 da página 5, verifica – se um custo fixo unitário de R$
20,00 e como sabe – se que a quantidade vendida no mês foi de 8.000 unidades do modelo
MR101 e 5.000 do modelo MR102 perfazendo 13.000 unidades, então temos que o custo fixo
mensal é de R$ 260.000,00 (13.000 x 20).
Tendo essa informação juntamente com os outros dados informados na Tabela 1 da
página 5 e do valor encontrado como Margem de Contribuição, inicia - se os cálculos do
Ponto de Equilíbrio para a venda de cada produto individualmente considerando que só ele
será produzido, para tanto utiliza – se a fórmula matemática abaixo;
PE = Custos Fixos ÷ Margem de Contribuição Unitária
Então usando a fórmula acima, temos para o modelo MR101;
PE = 260.000 ÷ 14,75 = 17.627,12.
Diz – se assim que a empresa terá que produzir e vender 17.628 unidades do modelo
MR101 para cobrir os custos totais de produção.
Já para o modelo MR102 temos;
PE = 260.000 ÷ 35 = 7.428,57.
Do mesmo modo diz – se que a empresa terá que produzir e vender 7.429 unidades do
modelo MR102 para cobrir os custos totais de produção.
Observa – se neste cálculo que como o modelo MR102 tem uma margem de
contribuição maior, a produção e venda deste modelo atinge o chamado Ponto de Equilíbrio
antes do outro modelo, portanto mais vantajoso que o outro, percebe – se também que a
quantidade produzida do MR101 para atingir o Ponto de Equilíbrio é muito grande, isso
devido ao seu preço de venda ser baixo em relação aos seus custos e despesas variáveis
proporcionando uma margem de contribuição do produto muito pequena que não consegue
cobrir os custos fixos de produção.
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2.1.3 - O Melhor Mix de Produtos

Para maximizar o lucro a empresa deve – se utilizar de tantas ferramentas quanto


puder, tendo como parâmetros os indicadores já calculados. Porém, antes de se analisar o
melhor mix de produção, para efeito de comparação, calcula – se o lucro da quantidade
vendida no último mês, as quais foram 8.000 unidades do modelo MR101 por R$ 260,00
unitários gerando uma receita de R$ 2.080.000,00 e 5.000 unidades do modelo MR102 por R$
400,00 unitários gerando uma receita de R$ 2.000.000,00 e como o custo fixo já é conhecido
calcula – se o Lucro Líquido do mês anterior como demonstrado na Tabela 2 abaixo;

Tabela 2 – Análise do Lucro Líquido do Mês Anterior

Descrição Modelo MR101 Modelo MR102

Quantidades Vendidas 8.000 5.000

Receitas por Produto 2.080.000 2.000.000

Receita Bruta 4.080.000

ICMS (12%) 249.600 240.000

PIS (1,65%) 34.320 33.000

COFINS (7,6%) 158.080 152.000

Impostos por Produto 442.000 425.000

Impostos Totais Sobre as Vendas (867.000)

Receita Líquida 3.213.000


Materiais Diretos 960.000 800.000
Mão de Obra Direta 400.000 400.000
Outros Custos Variáveis 160.000 200.000

Custos Variáveis por Produto 1.520.000 1.400.000

Custos Variáveis Totais (2.920.000)

Custo Fixo Total (260.000)

LAIR 33.000

IRPJ (15%) (4.950)

IRPJ Adicional (10%) (1.300)

CSLL (2.970)

Lucro Líquido 23.780

Lucro Líquido Percentual 0,58%


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Após o cálculo do lucro líquido do mês, observa – se que a empresa teve um


desempenho muito ruim, uma margem de lucro de 0,58% sendo similar a taxa de aplicação da
caderneta de poupança, que é uma das menores do mercado, tudo isso devido á produção e
comercialização do modelo MR101 que como está trazendo prejuízo em sua operação,
funciona como uma âncora, puxando o desempenho da empresa para baixo, absorvendo o
lucro apurado pela venda do outro modelo.
Diante do exposto e com essa configuração de custos e preços de venda, entende – se
que a empresa deva paralisar a produção do MR101 que está dando prejuízo em sua operação,
portanto produzir e vender somente o modelo MR102, ficando a empresa liberada para
absorver toda a demanda de mercado existente pelo modelo MR102 a qual a empresa não
conseguia atender, imagina – se então que essa mesma demanda seja de 9.000 unidades pelo
MR102.
Agora, necessita – se analisar se a empresa irá conseguir produzir todas essas 9.000
unidades, para tanto ao analisar os dados da Tabela 1, da página 5, verifica - se que o
MR101 tem um gasto unitário de R$ 20,00 com “Outros Custos Variáveis, R$ 5,00 por
hora/máquina.” provavelmente energia elétrica, o que demonstra que esse modelo demanda
4 horas de utilização da máquina, do mesmo modo o MR102 também tem um gasto unitário
de R$ 40,00 com “Outros Custos Variáveis, R$ 5,00 por hora/máquina.” o que demonstra
que esse produto demanda 8 horas de utilização da máquina, ou seja, em uma hora se
produzirá do MR101 o dobro da quantidade produzida do MR102, e ainda que no mês
anterior produziram – se 8.000 unidades do MR101 e 5.000 unidades do MR102 na
capacidade produtiva total da máquina, com essas informações calcula – se a quantidade
produzida de cada modelo por hora como demonstrado abaixo.
X.Z = 5.0000, onde X é a quantidade de roteadores MR102 produzidos por hora e Z
é o tempo de utilização da capacidade horária disponível da máquina para produzir o
MR102.
2.X.Y = 8.0000, como a quantidade produzida do MR101 por hora é o dobro da
quantidade produzida por hora do MR102, usa – se 2.X, e o Y é o tempo de utilização da
capacidade horária disponível para produzir o MR101 e como esse tempo total de utilização
da máquina é de 60 horas têm – se que:
Z + Y = 60, onde;
Z = 5.000 ÷ X
Y = 8.000 ÷ 2.X, então:
5.000 ÷ X + 8.000 ÷ 2.X = 60, encontrando o MMC temos;
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2.(5.000) + (8.000) = 2.X.60


10.000 + 8.000 = 120.X
120.X = 18.000
X = 18.000 ÷ 120
X = 150, então: 2.X = 300
Então foram produzidas no mês anterior 150 unidades do MR102 por hora e 300
unidades do MR101 por hora, portanto a empresa conseguirá produzir no máximo 9.000
unidades do MR102 (150 unid/hora x 60 horas = 9.000) durante as 60 horas de capacidade
produtiva da máquina.
Posto isso, verifica – se agora como ficaria o lucro da empresa com a produção dessas
9.000 unidades do modelo MR102 sendo vendidas por R$ 400,00 á unidade como
demonstrado na Tabela 3 abaixo;

Tabela 3 – Análise do Lucro Líquido Produzindo Apenas o MR102


Descrição Valor

Quantidades Vendidas 9.000

Receita Bruta 3.600.000

Impostos Totais Sobre as Vendas (765.000)

ICMS (12%) 432.000

PIS (1,65%) 59.400

COFINS (7,6%) 273.600

Receita Líquida 2.835.000


Custo das Mercadorias Vendidas (2.780.000)
Materiais Diretos 1.440.000
Mão de Obra Direta 720.000
Outros Custos Variáveis 360.000

Custo Fixo 260.000

LAIR 55.000

IRPJ (15%) (11.750)

CSLL (4.950)

Lucro Líquido 38.300

Lucro Líquido Percentual 1,06%


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Percebe – se então que ao eliminar a produção do Modelo MR101, dando prioridade


para a produção do Modelo MR102, a empresa aumentou bastante o seu lucro líquido,
saltando de R$ 23.780,00 ou 0,58% de margem de lucro para R$ 38.300,00 ou 1,06% de
margem de lucro.

2.1.4 – Definições Sobre um Pedido Especial de Roteadores

A empresa VIRTUALMOB recebeu um pedido especial, de 2.000 unidades do


Roteador MR101 á R$ 300 cada unidade, portanto R$ 40,00 a mais que o preço de venda
atual que é de R$ 260,00 e com isso que a margem de contribuição unitária neste pedido do
modelo MR101 chegaria à R$ 54,75 (R$ 14,75 + R$ 40,00) passando a não gerar mais
prejuízo em sua operação, viabilizando com isso sua produção.
Contudo, agora se faz necessário avaliar realmente se com essa nova margem de
contribuição, a produção desse modelo é mesmo mais vantajosa para a empresa, para isso
calcula – se a margem de contribuição horária dos produtos lembrando que o MR101
demanda 4 horas/máquina para ficar pronto e o MR102 demanda 8 horas para ficar pronto,
sabendo disso, do valor encontrado como margem de contribuição do MR101 antes e depois
do novo pedido e da margem de contribuição do MR102, levando ainda em consideração as
regras de utilização sobre a Teoria das Restrições, sendo o recurso restritivo o limite de 60
horas/máquina disponíveis para produção dos dois produtos, apura - se o valor da margem
de contribuição hora/máquina de cada produto, de acordo com Tabela 3 abaixo;

Tabela 4 – Margem de Contribuição Horária de Cada Produto

Quantidade Margem de Tempo de Utilização da Margem de Contribuição na


Modelo Restrição
Produzida Contribuição Restrição (em horas)

MR101 1 R$ 14,75 4 R$ 03,69


MR101 1 R$ 54,75 4 R$ 13,69
MR102 1 R$ 35,00 8 R$ 04,38

Portanto ao passo que o preço de venda do MR101 aumentou para R$ 300,00 sua
margem de contribuição unitária aumentou para R$ 54,75 e sua margem de contribuição
horária também aumentou, indo para R$ 13,69 que justifica e muito sua produção para esse
preço de venda, demonstrando assim um bom preço de venda para a empresa adotar.
Agora, realiza – se a previsão do lucro apurado com a aceitação desse pedido de
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2.000 unidades do MR101 e a produção do MR102 no restante da capacidade horária de


produção da máquina que está limitada á 60 horas, então divide – se as 2.000 unidades do
pedido do MR101 pela sua produção horária de 300 unidades que resulta em 6,67 horas e o
tempo restante da capacidade produtiva da máquina que é de 53,33 horas (60 – 6,67)
produzindo aproximadamente 8.000 unidades do MR102 (53,33 x 150).
Posto isso calcula – se o lucro apurado no mês após a aceitação desse pedido,
produzindo e vendendo então 2.000 unidades do MR101 e 8.000 unidades do MR102 como
demonstrado na tabela 5 abaixo;

Tabela 5 – Análise do Lucro Líquido Incluindo Novo Pedido


Descrição Modelo MR101 Modelo MR102

Quantidades Vendidas 2.000 8.000

Receitas por Produto 600.00 3.200.000

Receita Bruta 3.800.000

ICMS (12%) 72.000 384.000

PIS (1,65%) 9.900 52.800

COFINS (7,6%) 45.600 243.200

Impostos por Produto 127.500 680.000

Impostos Totais Sobre as Vendas (807.500)

Receita Líquida 2.992.500


Materiais Diretos 240.000 1.280.000
Mão de Obra Direta 100.000 640.000
Outros Custos Variáveis 40.000 320.000

Custos Variáveis por Produto 380.000 2.240.000

Custos Variáveis Totais (2.620.000)

Custo Fixo (260.000)

LAIR 112.500

IRPJ (15%) (16.875)

IRPJ Adicional (10%) (9.250)

CSLL (9%) (10.125)

Lucro Líquido 76.250

Lucro Líquido Percentual 2,01%


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Nota – se que o aumento do preço de venda do MR101 para este novo pedido resultou
em um aumento de R$ 37.950,00 no lucro líquido em relação ao melhor lucro líquido apurado
anteriormente que era de R$ 38.300,00 ou 1,06% de margem de lucro, saltando para R$
76.250,00 ou 2,01% de margem de lucro, isso somente pela aceitação desse pedido pelo
modelo MR101, ou seja, um aumento de 99,09% no valor do lucro apurado e de 89,62% na
rentabilidade apurada no mês, ou seja, um belo retorno pela aceitação deste pedido por parte
da empresa.
Agora faz- se uma análise sobre qual o retorno para a empresa, do dinheiro aplicado
no custeio dessa produção, para isso considera – se apenas o valor dos custos totais,
desconsiderando o investimento inicial da fábrica, a fim fazer uma comparação do retorno
desse dinheiro gasto com a rentabilidade que esse dinheiro teria em outras aplicações.
Sendo assim, nesse contexto de custos e analisando o mês em que a empresa aceitou o
pedido de roteadores do modelo MR101 vendendo – o a R$ 300,00 a unidade, encontra – se
um retorno sobre o total de produção, conforme demonstrado na tabela 6 abaixo;

Tabela 6 – Margem do Retorno Sobre o Custo Incorrido


Descrição Modelo MR101 Modelo MR102
Materiais diretos 240.000 1.280.000
Mão de obra direta 100.000 640.000
Outros custos variáveis 40.000 320.000

Custos Variáveis por Produto 380.000 2.240.000

Custos Variáveis Totais 2.620.000

Custo Fixo 260.000

Custo Total Aplicado 2.880.000

Lucro Líquido Apurado 76.250

Retorno do Custo Total Aplicado 2,65%

Encontra – se então uma remuneração líquida de 2,65% ao mês sobre o valor aplicado
nos custos de produção, ou seja, dos R$ 2.880.000,00 gastos na produção a empresa ganha R$
76.250,00 líquidos dos impostos sobre as vendas, do IR e da CSLL, é como se a empresa
aplica – se esse dinheiro por um mês e fosse remunerada a uma taxa de 2,65% ao mês, uma
boa rentabilidade mensal.
Agora, somente para efeito de comparação da rentabilidade da empresa, realiza – se o
cálculo do lucro líquido encontrado com as mesmas quantidades vendidas no mês anterior, só
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que agora utilizando – se o preço de venda do MR101 no pedido encomendado, como preço
de venda adotado pela empresa para este produto, sendo assim, com o preço de venda de R$
300,0 para o MR101 a empresa teria um lucro líquido como demonstrada na Tabela 07
abaixo;

Tabela 7 – Análise do Lucro Líquido Adotando o Novo Preço do MR101


Descrição Modelo MR101 Modelo MR102

Quantidades Vendidas 8.000 5.000

Preço de Venda 300 400

Receitas por Produto 2.400.000 2.000.000

Receita Bruta 4.400.000

ICMS (12%) 288.000 240.000

PIS (1,65%) 39.600 33.000

COFINS (7,6%) 182.400 152.000

Impostos por Produto 510.000 425.000

Impostos Totais Sobre as Vendas (935.000)

Receita Líquida 3.465.000


Materiais Diretos 960.000 800.000
Mão de Obra Direta 400.000 400.000
Outros Custos Variáveis 160.000 200.000

Custos Variáveis por Produto 1.520.000 1.400.000

Custos Variáveis Totais (2.920.000)

Custo Fixo Total (260.000)

LAIR 285.000

IRPJ (15%) (42.750)

IRPJ Adicional (10%) (26.500)

CSLL (9%) (25.650)

Lucro Líquido 190.100

Lucro Líquido Percentual 4,32%

Percebe – se então que se a empresa já tivesse adotado este preço para o MR101 no
mês anterior teria obtido um lucro líquido de R$ 190.100,00 ou 4,32% da receita bruta,
resultado muito superior ao encontrado no mês anterior com a venda do MR101 a R$ 260,00
a unidade, onde o lucro foi de R$ 23.780,00 conforme Tabela 2 da página 09.
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2.2 – Exemplificando o Fluxo de Caixa Projetado

Após realizar várias previsões acerca do faturamento da empresa com determinados


mix de produtos e ainda com preços diferentes para alguns produtos chega – se ao momento
de realizar um fluxo de caixa projetado para demonstrar as movimentações futuras de caixa
da VIRTUALMOB, ou seja, uma demonstração mais clara das entradas e saídas de caixa da
empresa para o próximo exercício.
Destaca – se ainda que a empresa ao vislumbrar a rentabilidade com o novo preço de
venda do MR101 decide por usa – lo como preço de venda e também atender a demanda de
mercado existente por esse modelo de roteador que é de 10.000 unidades ao mês, sobrando
então da capacidade produtiva da máquina, tempo para produzir apenas 4.000 unidades do
MR102. Posto isso calcula – se agora na Tabela 8 abaixo o lucro líquido Ideal para produção
e venda dessas quantidades de cada produto, assim como seus respectivos custos e despesas,
os quais serão considerados para elaboração do fluxo de caixa projetado para o próximo
exercício.

Tabela 8 – Análise do Lucro Líquido Ideal


Descrição Modelo MR101 Modelo MR102

Quantidades Vendidas 10.000 4.000

Preço de Venda 300 400

Receitas por Produto 3.000.000 1.600.000

Receita Bruta 4.600.000

ICMS (12%) 360.000 192.000

PIS (1,65%) 49.500 26.400

COFINS (7,6%) 228.000 121.600

Impostos por Produto 637.500 340.000

Impostos Totais Sobre as Vendas (977.500)


Receita Líquida 3.622.500
Materiais Diretos 1.200.000 640.000
Mão de Obra Direta 500.000 320.000
Outros Custos Variáveis 200.000 160.000

Custos Variáveis por Produto 1.900.000 1.120.000

Custos Variáveis Totais (3.020.000)

Custo Fixo Total (260.000)


17

(Continuação)

Descrição Modelo MR101 Modelo MR102

LAIR 342.500

IRPJ (15%) (51.375)

IRPJ Adicional (10%) (32.250)

CSLL (9%) (30.825)

Lucro Líquido 228.050

Lucro Líquido Percentual 4,96%

Depois de descobrir a receita que irá ingressar no caixa da empresa mês a mês a título
de Lucro Líquido no valor de R$ 228.050,00, observa – se ainda analisando os dados da
Tabela 8, que ao final de cada mês tem – se uma receita, ou seja, uma entrada de caixa com a
venda dos produtos no valor de R$ 4.600.000,00 e em contrapartida uma saída de recursos no
valor de R$ 4.371.950,00.
Destaca – se que o valor dessa saída de R$ 4.371.950,00 compreende vários fatores
como; R$ 977.500,00 relativos aos Impostos sobre as Vendas do mês; R$ 820.000,00 em Mão
de Obra Direta utilizadas no mês para a produção; R$ 1.840.000,00 para compra de matéria
prima da produção; R$ 360.000,00 com Outros Custos Variáveis de produção gastos no mês;
R$ 260.000,00 com o Custo Fixo Mensal e ainda R$ 114.450,00 para a provisão do Imposto
de Renda e para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido apurados no mês ficando então
com um saldo positivo no valor de R$ 228.050,00.
Assim serão então os desembolsos de caixa e as entradas de caixa em cada mês até o
final do período e admitindo a lógica continuação da empresa como manda o Princípio da
Continuidade, elabora – se o Fluxo de Caixa Projetado para o próximo exercício como se
segue na Tabela 09 abaixo;

Tabela 9 – Fluxo de Caixa Projetado Para o Próximo Exercício


Mês Entradas Saídas Saldo do Mês Saldo Acumulado
Janeiro 4.600.000 4.371.950 228.050 228.050
Fevereiro 4.600.000 4.371.950 228.050 456.100
Março 4.600.000 4.371.950 228.050 684.150
Abril 4.600.000 4.371.950 228.050 912.200
Maio 4.600.000 4.371.950 228.050 1.140.250
Junho 4.600.000 4.371.950 228.050 1.368.300
18

(Continuação)
Mês Entradas Saídas Saldo do Mês Saldo Acumulado
Julho 4.600.000 4.371.950 228.050 1.596.350
Agosto 4.600.000 4.371.950 228.050 1.824.400
Setembro 4.600.000 4.371.950 228.050 2.052.450
Outubro 4.600.000 4.371.950 228.050 2.280.500
Novembro 4.600.000 4.371.950 228.050 2.508.550
Dezembro 4.600.000 4.371.950 228.050 2.736.600

Agora demonstra – se o fluxo de caixa do investimento, lembrando que para a maioria


dos custos da produção a empresa pode aguardar o recebimento das vendas, como salários,
custos fixos, e outros, já a matéria prima deve ser adquirida no início do período, com isso a
empresa precisa de capital de giro no valor das matérias primas de R$ 1.840.000,00 para
iniciar sua produção, capital de giro este que deve retornar à empresa no final do exercício
somando uma entrada de R$ 2.068.050,00. Para tanto, é necessário encontrar uma taxa de
juros referencial para ser comparada ao retorno do investimento, taxa esta que pode ser a Taxa
Selic ou ainda Taxa de Juros Básica da Economia, a qual é muita utilizada pelo mercado
financeiro a título de análise dos investimentos e que na data de 17 de Outubro de 2018,
conforme informação disponibilizada pelo Site do Banco Central do Brasil está estipulada em
6,40% ao ano e será utilizada como nossa TMA (Taxa Mínima de Atratividade) e comparada
com a TIR (Taxa de Retorno do Investimento). Posto isso elabora – se o fluxo de caixa do
investimento na Figura 1 abaixo;

Figura 1 – Fluxo de Caixa do Investimento


2.068.050
228.050
228.050

228.050

228.050

228.050

228.050
228.050

228.050
228.050

228.050
228.050

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 (Meses)
1.840.000

TMA 6,40% ao mês


19

Após a constatação dessa seqüência de entradas e saídas de caixa e com a utilização de


uma calculadora financeira como a HP–12C encontra – se um VPL (Valor Presente Líquido)
no valor de R$ 904.709,74 já com o retorno do capital de giro para o caixa da empresa, e uma
TIR (Taxa Interna de Retorno) de 12,39% demonstrando que haverá um retorno acima da taxa
usada como referencial que no caso foi a Taxa Selic de 6,40% ao ano.

2.3 – Detalhamento do ICMS no Estado de São Paulo

O ICMS, Imposto sobre Operações Relativo à Circulação de Mercadoria e sobre


Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação é um
imposto de competência estadual e está regulamentado pela Constituição Federal, no seu
Artigo nº 155, II e § 2ª e pela Lei Complementar nº 87 de 1996 que complementa os
dispositivos constitucionais e traz regras gerais para a cobrança do ICMS, valido para todos os
Estados.
Já no Estado de São Paulo foi instituído pela Lei nº 6.374/89 e teve seu Regulamento -
RICMS/SP aprovado pelo Decreto 45.490/200.
Sabe – se que o ICMS é um imposto indireto e não cumulativo; indireto, pois tem
como contribuinte de direito o emitente da nota fiscal, más o contribuinte de fato é o
consumidor final que vai pagar o imposto que está dentro do valor da nota fiscal das
mercadorias e também é um imposto não cumulativo, ou seja, compensa - se o que for devido
em cada operação relativa à circulação de mercadoria ou prestação de serviços (de transportes
interestaduais e intermunicipais e de comunicação) com o montante cobrado nas operações
anteriores, pelo mesmo ou outro Estado ou ainda pelo Distrito Federal, conforme Artigo 155,
§§ 2º, inciso I da Constituição Federal.
No Estado de São Paulo, onde está instalada a VIRTUALMOB, a alíquota de ICMS
para operações com empresas de outros Estados e do Distrito Federal é de 12% e alíquota
para operações entre empresas dentro do Estado é de 18%, salvo os produtos que possuem
suas alíquotas definidas em lista específica, de acordo com os Artigos 52 a 55 do RICMS –
SP, aprovado pelo Decreto nº 45.490/00 e no Artigo 34 da Lei nº 6.374/89.
No caso, no Estado de São Paulo as indústrias de equipamentos e produtos de
informática têm que recolher a título de ICMS sobre o valor de seus produtos uma alíquota de
12% sendo que no momento não existe nenhum benefício fiscal para esse setor da indústria
paulista, haja vista que a redução da Base de Cálculo do ICMS instituída pela Lei 1254/1996
de 12% para 7% para produtos de informática como os roteadores que a empresa produz, foi
20

revogada pela Resolução CAMEX/MDIC 125, de 15/12/2016, voltando a vigorar a alíquota


de 12%.
A receita com o recolhimento do ICMS é uma das maiores receitas da administração
pública estadual, sendo que no ano de 2017, de acordo com os dados informados no Site da
Secretaria da Fazenda do Governo do Estado de São Paulo, essa receita totalizou um montante
de R$ 126.263.367.477,57 assim divididos;
- Parte do Estado R$ 75.680.071.078,09.
- Parte dos Municípios R$ 31.533.365.690,88.
- Parte FUNDEB R$ 18.920.017.769,52
- Adicional ICMS – FECOEP R$ 129.912.939,08.
Portanto percebe – se que além de arrecadar, o estado ainda distribui parte da
arrecadação do ICMS para seus municípios, para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB e ainda para
o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza no Estado de São Paulo – FECOEP.

2.4 – Definição e Contabilização do Recebimento do ICMS nos Municípios

Como descrito anteriormente, de acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu


art. 158, parágrafo IV, pertencem aos Municípios “vinte e cinco por cento do produto da
arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação”
ou seja, do total arrecadado pelo Estado com o ICMS 25% são distribuídos entre seus
municípios segundo alguns critérios, os quais compõem o chamado Índice de Participação
dos Municípios, sendo eles;
- Valor Adicionado, correspondendo a 76% do IPM com base na relação percentual
entre o valor adicionado em cada município e o valor adicionado total do Estado nos dois
exercícios anteriores ao da apuração
- População, correspondendo a 13% do IPM com base no percentual entre a
população de cada município e a população total do Estado, de acordo com o último
recenseamento geral realizado pelo IBGE.
- Receita Tributária, correspondendo a 5% do IPM com base no percentual entre o
valor da receita própria de cada município e a soma da receita tributária própria de todos os
municípios paulistas.
- Área Cultivada, correspondendo a 3% do IPM com base no percentual entre a área
21

cultivada de cada município, no ano anterior ao da apuração, e a área cultivada total do


estado, levantada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
- Reservatório para Operação de Energia, correspondendo a 0,5% do IPM com base
no percentual entre a área total, no Estado, dos reservatórios de água destinados à geração de
energia elétrica e a área do município que foram alagadas por esses reservatórios, existentes
no exercício anterior, levantadas pela Secretaria de Energia.
- Área Protegida, correspondendo a 0,5% do IPM em função do percentual de
espaços territoriais especialmente protegidos existentes em cada município em relação a
esses mesmos espaços especialmente protegidos no Estado, observados os critérios
estabelecidos por lei específica.
- Fixo, correspondendo a 2% do IPM com base no resultado da divisão do valor
correspondente a esse percentual pelo número de municípios do Estado existentes em 31 de
dezembro do ano anterior ao da apuração.
Verifica – se com isso que como a maior parte do IPM é relativa ao Valor
Adicionado, com 76%, os municípios mais industrializados recebem um montante maior de
repasses relativos ao ICMS.
Quanto à inscrição dessa receita no orçamento municipal, o Artigo nº 165, § 5º da
Constituição Federal, dispõe que a LOA, Lei do Orçamento Anual deverá abranger o
Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimentos e Orçamento da Seguridade Social e nesse
contexto, dentro do Orçamento Fiscal, estarão evidenciadas todas as receitas tributárias,
ordinárias, originárias e derivadas, bem como todas as despesas da administração direta e
indireta e inserida nas receitas tributárias do orçamento fiscal estão às transferências
correntes, que são valores recebidos do Estado referentes à Cota Parte do ICMS, IPI, IPVA,
transporte escolar e merenda escolar como também recebidos da União como FPM, ITR,
PNAE e PNTE. Portanto os valores recebidos a título de repasses de ICMS estarão
evidenciados no orçamento municipal e inseridos nas transferências correntes, que fazem
parte das receitas tributárias do orçamento fiscal, exigido pela Lei do Orçamento Anual.
No que diz respeito a sua contabilização, como exemplificado no MCASP, Manual
de Contabilidade Aplicada ao Setor Público da Secretaria do Tesouro Nacional, consideram
– se dois momentos, o reconhecimento e o recebimento da receita, assim contabilizados;

2.4.1 – Contabilização no Reconhecimento da Receita

Aqui realiza – se o seguinte lançamento á crédito de uma Conta de Variação


22

Patrimonial Aumentativa que é a Conta Cota Parte ICMS do grupo 4 do Plano de Contas
Aplicadas ao Setor Público (PCASP) e A débito de uma Conta Patrimonial do Ativo
Circulante do grupo 1 do PCASP com atributo permanente como se segue;
C - Cota Parte ICMS (VPA).
D - Cota Parte do ICMS a Receber (P).

2.4.2 – Contabilização no Recebimento da Receita

Já no momento do recebimento do imposto realiza – se vários lançamentos de acordo


com sua natureza, ou seja, Patrimonial, Orçamentária e de Controle, como se vê a seguir;
Por afetar o patrimônio da entidade, realiza – se o lançamento do recebimento desse
imposto em contas de natureza Patrimonial onde primeiramente faz – se um lançamento á
crédito da Conta Cota Parte do ICMS a Receber do Ativo Circulante com atributo
permanente e debita - se a Conta Cota Parte do ICMS a Receber do Ativo Circulante com
atributo financeiro, ambas do grupo 1 do PCASP para que os valores possam então ser
movimentados como se segue;
C - Cota Parte do ICMS a Receber (P).
D - Cota Parte do ICMS a Receber (F).
Após esse lançamento pode – se então realizar o lançamento á crédito da Conta Cota
Parte do ICMS a Receber do Ativo Circulante com atributo financeiro e a débito na Conta
Banco Movimento ambas pertencentes ao grupo 1 do PCASP como abaixo;
C - Cota Parte do ICMS a Receber (F).
D – Banco Conta Movimento (F).
Agora para atender a legislação e para coerência com a Lei Orçamentária Anual,
também realiza – se os lançamentos em contas de natureza orçamentárias as quais irão
apurar ao final do exercício o superávit ou o déficit financeiro da entidade, sendo então
lançado á crédito da Conta Receita Realizada com Recebimento de ICMS do grupo 6 do
PCASP e debitado da Conta Receita a Realizar com Recebimentos de ICMS do grupo 5 do
PCASP como se segue;
C - Receita Realizada com Recebimento de ICMS.
D – Receita a Realizar com Recebimento de ICMS.
Já para o lançamento de natureza de controle realiza – se um lançamento á crédito da
Conta Controle da Arrecadação da Administração Financeira do grupo 8 do PCASP e um
lançamento a débito da Conta Controle da Arrecadação da Administração Financeira do
23

grupo 7 do PCASP como se segue;


C - 8.2.4.1.4.01.00 Controle da Arrecadação da Administração Financeira.
D – 7.2.4.0.000.00 Controle da Arrecadação da Administração Financeira.
Assim completando todos os passos da contabilização desse evento dentro da
estrutura do PCASP.

2.5 – Convenções Coletivas de Trabalho das Indústrias de Aparelhos Elétricos,


Eletrônicos e Similares

Entre os representantes dos trabalhadores de determinada categoria como os


trabalhadores da VIRTUALMOB e as entidades representantes dos empregadores desse
segmento realizam - se acordos ou convenções coletivas, no Estado de São Paulo a última
Convenção Coletiva de Trabalho válida para o período de 01º/11/2017 á 31/10/2018 acordada
entre o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétrico, Eletrônicos e Similares do Estado de
São Paulo – SINAEES-SP representando as indústrias e a Força Sindical representando os
trabalhadores dispuseram sobre vários benefícios e garantias, dentre eles podemos destacar;
- Abono especial de 15% do salário vigente em 31/10/2017 pagos em 3 parcelas de
5%, sendo uma parcela a cada 2 meses e um aumento salarial de 1,83% sobre o salário
vigente em 31/10/2017 a ser majorado a partir de 1º/08/2018 observando o teto salarila de R$
8.868,54 aumentando assim o piso salarial das empresas com até 100 empregados, com 101
até 350 empregados e acima de 350 empregados para R$ 1.412,75; R$ 1.535,38 e R$
1.765,92 respectivamente.
- Especificação dos valores a serem pagas a títluo de horas extaordinárias, sendo que
quando prestadas de segunda a sábado; até 25 horas extras mensais 50% de acréscimo sobre à
hora normal de trabalho, de 25 até 40 horas extras mensais 60% sobre à hora normal de
trabalho, de 40 a 60 horas extras mensais 80% sobre à hora normal de trabalho e acima de 60
horas extras 100% sobre à hora normal de trabalho, já quando prestadas aos domingos,
feriados e dias pontes será realizado o pagamento de 100% em relação as horas normais e
quanto a remuneração do trabalho noturno prestado entre 22 horas e 05 horas 35% sobre o
valor da hora normal.
- As empresas que oferecem serviços de transporte e alimentação somente poderão
reajustar esses serviços à época dos reajustes salariais e na mesma proporção desses reajustes,
salvo quando a empresa promover melhorias nos serviços oferecido, situação esta passível
reajuste independentemente de vinculação aos reajustes salariais, salientando que de qualquer
24

modo a empresa sempre deve oferecer serviços aos seus colaboradores com condições de
segurança, higiene e conforto conforme legislação vigente.
- Especificação para empresas que realizam revistas em funcionários que as façam em
lugar adequado e por pessoas do mesmo sexo, evitando constragimentos.
- Garantia aos funcinários estudantes a realização de estágio na própria empresa, desde
que em cargos compatíveis com a formação profissional do empregado.
- A empresa disponibilizará em casos de falecimento de empregado além das verbas
recisórias e do saldo de salários um salário nominal em caso de morte natural e dois salários
nominais em caso de morte por acidente de trabalho, salvo se a empresa mantiver seguros de
vida para os empregados em valores superiores aos estipulados acima.
- Quando o final do expediente ocorrer no período noturno para empresas que não
fornecem transporte coletivo, obrigatoriamente este horário deverá coincidir com os horários
cobertos por serviço de transporte público.
- Para empresas com 100 ou mais funcionários trabalhando no período noturno, estas
deverão manter plantão ambulatorial também nesse período e as empresas com menos de 100
funcionários estão obrigadas a manter somente um veículo para atender eventuais
emergências.
- Direito as mães empregadas de converter suas pausas para amamentação de seus
filhos previstas no Artigo 396 da CLT em ausências seguidas correspondentes a 8 dias de
trabalho.
- Especificação que em casos de interrupção da jornada de trabalho por
responsabilidade da empresa, por caso fortuito ou força maior, não poderão ser descontadas
ou compensadas posteriormente, salvo se houver comunicação prévia à entidade sindical
representativa da categoria profissional indicando os motivos e o modo de compensação e
ainda ser aceita pela entidade sindical.
- Garantia de uma indenização correspondente a 20 dias de salário acrescido de mais 1
dia de salário por ano ou fração superior a 6 meses de trabalho aos empregados demitidos sem
justa causa ou demitidos que tenham mais de 45 anos de idade e garantia a estabilidade do
emprego diante demissões por justa causa para funcionários que estiverem a 12 meses da
aquisição do direito à aposentadoria que tenham pelos menos 5 anos serviço na empresa e
para funcionários que estiverem a 18 meses da aquisição do direito à aposentadoria que
tenham pelo menos 10 anos de serviço na empresa, já inexistindo a justa causa o contrato
somente poderá ser rescindido por mútuo acordo ou por pedido de demissão ambos assistidos
pelo sindicato da categoria.
25

- As empresas devem priorizar, desenvolver e implantar os Equipamentos de Proteção


Coletiva, além de fornecer gratuitamente equipamentos de proteção individual, óculos de
segurança graduados de acordo com reeita médica, resitentes à natureza do trabalho,
vestimentas adequadas ao trabalho para trabalhadores dos setores produtivos e de manutenção
e que esta vestimenta seja fornecida após análise preliminar de riscos ou análise global do
Programa de Prevenção de Riscos Ambientes que determinará sobre a higienização das
vestimentas por parte da empresa, impedindo a contaminação do funcionário e de seus
familiares.
- A obrigatoriedade de que prensas mecânicas e maquinas operatrizes deverão dispor
de mecanismos de segurança que impeçam a ocorrência de acidentes com os empregados que
operam essas máquinas.
26

3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho baseou – se principalmente nos dados sobre custos de produção


informados pela própria empresa, informações estas que foram utilizadas de acordo com o
conhecimento profissional na área contábil, evidenciando a Margem de Contribuição Unitária
e o Ponto de Equilíbrio dos produtos comercializados pela empresa, para que a mesma tivesse
em mãos informações relevantes e fidedignas sobre seus custos de produção a fim de poder
escolher o melhor mix de produção para seus dois produtos que utilizam a mesma máquina,
demonstrando inclusive que um desses produtos estava com uma precificação muita abaixo da
necessária, também com essas informações a empresa pode descobrir se aceitaria ou não um
novo pedido de um de seus modelos de roteadores sem prejudicar a rentabilidade de toda sua
operação, já de posse do melhor mix de produção e do efeito da aceitação desse novo pedido
de roteadores, elaborou – se um Fluxo de Caixa Projetado para o próximo período
considerando a melhor situação de rentabilidade encontrada para empresa demonstrando
assim as entradas e saídas de caixa incorridas pela empresa com essa previsão de produção e
comercialização.
Após isso especificou – se a definição, regulamentação legal e a divisão do ICMS
arrecadado no Estado de São Paulo, demonstrando ainda, como é calculado o chamado Índice
de Participação dos Municípios, que é fator de divisão do ICMS que o estado repassa aos
municípios além de demonstrar como se daria a contabilização desse imposto por parte dos
Municípios no momento da arrecadação e do recebimento.
Em um último momento ainda elencou – se os principais pontos da Convenção
Coletiva de Trabalho vigente firmada entre o sindicado que representa os empregados das
empresas de mesma categoria profissional que a VIRTUALMOB e o sindicato que representa
as indústrias desse mesmo ramo de atividades, demonstrando assim alguns direitos e garantias
específicas dos trabalhadores que prestam serviços para empresas signatárias dessa
Convenção Coletiva de Trabalho.
27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http://unianhanguera.edu.br/anhanguera/bibliotecas/normas_bibliográficas/index.html>.
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1993. Disponível em:
<https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1993/lei-8510-29.12.1993.html> Acesso
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Banco Central do Brasil, Economia e Finanças, Selic – Mercado de Títulos Públicos, Taxa
Selic, Dados Diários. Disponível em:
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SINAEESP – Sindicato da Indústrias de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e Similares do


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VILLALVA, Wagner Luiz. Contabilidade Intermediária: Entendendo a Contabilidade.


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