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Pink Floyd

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Pink Floyd

Waters, Mason, Gilmour e Wright


em 1971.

Informação geral

Origem Londres, Inglaterra

País Reino Unido

Gênero(s)  Rock progressivo


 art rock
 rock psicodélico blues rock

Período em 1965–1996, 2012–2014


atividade

Gravadora(s) EMI, Harvest, Capitol, Tower, Columbia, Parlophone

Afiliação(ões) Sigma 6
Joker's Wild

Integrantes David Gilmour


Nick Mason

Ex-integrantes Roger Waters


Syd Barrett †
Richard Wright †
Página oficial www.pinkfloyd.com

Pink Floyd foi uma banda britânica de rock, formada em Londres em 1965, que atingiu
sucesso internacional. Seu trabalho foi marcado pelo uso de letras filosóficas,
experimentações musicais, encartes de álbuns inovadoras e shows elaborados. O Pink
Floyd é um dos grupos de rock mais influentes e comercialmente bem-sucedidos da
história.
Pink Floyd foi fundada pelos estudantes Syd Barrett — como guitarrista e vocalista —, Nick
Mason — como baterista —, Roger Waters — como baixista e vocalista — e Richard
Wright — como tecladista e vocalista. Fundado em 1965, eles, inicialmente, tornaram-se
populares tocando no cenário underground londrino, no fim dos anos 60. Sob a liderança
de Barrett, lançaram dois singles de sucesso e um bem-sucedido álbum de estreia, The
Piper at the Gates of Dawn, de 1967. David Gilmour foi integrado como o quinto membro
em dezembro de 1967, enquanto Barrett saiu, em abril de 1968, por uma deterioração
mental de motivos, até hoje, controversos. A partir deste período, a banda se readaptou,
com a crescente ascensão de Waters como letrista e autor por trás dos conceitos de
álbuns os quais tornaram-se notórios por parte do público e crítica, como The Dark Side of
the Moon (1973), Wish You Were Here (1975), Animals (1977) e The Wall (1979).
Wright foi expulso em 1979, e Waters anunciou sua saída em 1985, afirmando que o grupo
era uma "força criativa gasta". No entanto, Gilmour e Mason decidiram seguir em
atividade, trazendo Richard como músico contratado, e posteriormente, integrante. Os três
produziram juntos A Momentary Lapse of Reason (1987) e The Division Bell (1994).
Apesar dos discos terem recebido críticas mistas, as turnês que as acompanharam foram
extremamente populares. Depois de mais de duas décadas, a formação clássica se reuniu
em 2005, no evento beneficente Live 8. Barrett morreu em 2006, e Wright em 2008, o que
descartou as possibilidades de uma nova reunião. O último álbum do Pink Floyd foi
lançado em novembro de 2014, sob a produção de Gilmour e Mason. The Endless
River foi um tributo póstumo ao tecladista do grupo, com predominantes composições do
músico gravadas durante sessões ocorridas em 1993–94.
O Pink Floyd entrou no Rock and Roll Hall of Fame dos Estados Unidos em 1996 e
no Rock and Roll Hall of Fame do Reino Unido em 2005.[1][2] Em 2013, a banda somava
mais de 250 milhões de álbuns vendidos ao redor do mundo.[3] Uma nova espécie
de camarão, descrita em 2017, foi batizada Synalpheus pinkfloydi em homenagem à
banda.[4]

Índice

 1História
o 1.1Era Syd Barrett (1964–1968)
 1.1.1Declínio de Barrett
o 1.2Procurando novos caminhos: 1968-1970
o 1.3Era do Estouro 1971-1975
o 1.4Era Roger Waters 1976-1985
o 1.5Era David Gilmour: 1987-1995
o 1.6Trabalho solo e mais: 1995-presente
o 1.7Últimos anos
 2Legado
o 2.1Influências
 3Espectáculos ao vivo
 4Pink Floyd nos países lusófonos
o 4.1Em Portugal
o 4.2No Brasil
 5Integrantes
o 5.1Linha do Tempo
o 5.2Músicos convidados
 6Discografia
 7Videografia
o 7.1Outros
o 7.21969 - The Man & The Journey
 8Ver também
 9Bibliografia
 10Referências

História[editar | editar código-fonte]


Era Syd Barrett (1964–1968)[editar | editar código-fonte]
O Pink Floyd surgiu de uma banda de rock formada em 1964 que teve vários nomes
- Sigma 6, The Meggadeaths, Tea Set e The Abdabs, The Screaming Abdabs, The
Architectural Abdabs.[5] Quando a banda se separou, alguns membros---os
guitarristas Rado "Bob" Klose e Roger Waters, o baterista Nick Mason e o instrumentista
de sopro, Rick Wright---formaram uma nova banda, chamada "Tea Set". Depois de um
pequeno período com o vocalista Chris Dennis, o guitarrista e vocalista Syd Barrett se
juntou a banda, com Waters mudando para o baixo.
Quando os Tea Set descobriram que outra banda tinha esse mesmo nome, Barrett deu a
ideia de um nome alternativo, The Pink Floyd Sound, em homenagem aos músicos
de blues Pink Anderson e Floyd Council.[6] Por um tempo a banda oscilou entre os dois
nomes, até se decidirem pelo segundo. O "Sound" foi deixado de lado rapidamente, mas o
"The" continuou sendo usado regularmente até 1968.[5] Os primeiros lançamentos no Reino
Unido da banda, durante a era do Syd Barrett, vinham creditados como The Pink Floyd,
assim como em seus dois primeiros singles nos Estados Unidos. Sabe-se que David
Gilmour tenha se referido ao grupo como The Pink Floyd até 1984.

Desenho de Syd Barrett feito por um fã.

Klose - que era bastante influenciado pelo jazz, saiu depois de ter gravado somente uma
demo, deixando uma formação diferente com Barrett na guitarra e vocais
principais, Waters no baixo e vocais de apoio, Mason na bateria e percussão,
e Wright revezando nos teclados e vocais de apoio. Barrett logo começou a escrever suas
próprias composições, influenciado pelo rock psicodélico norte-americano e britânico
(também pelo surf music), com extravagância e humor. O Pink Floyd se tornou favorito no
movimento underground, tocando em casas como UFO Club, the Marquee Club e The
Roundhouse. No fim de 1966, a banda foi convidada para contribuir com canções no
documentário "Tonite Let's All Make Love in London", de Peter Whitehead. Eles foram
filmados tocando duas faixas, ("Interstellar Overdrive" e "Nick's Boogie") em janeiro
de 1967. Apesar de que quase nenhuma dessas canções tenham participado do filme,
elas acabaram sendo lançadas como "London 1966/1967" em 2005.
Conforme a popularidade da banda crescia, os membros formaram a Blackhill
Enterprises em outubro de 1966, uma sociedade a seis, com seus agentes Peter Jenner e
Andrew King, lançando os singles, "Arnold Layne", em março de 1967 e, "See Emily Play".
em junho de 1967. "Arnold Layne" alcançou o número 20 das paradas britânicas, e "See
Emily Play" alcançou número 6, o que garantiu à banda a primeira participação em cadeia
nacional no programa de TV Top of the Pops em julho de 1967. Anteriormente, eles
haviam aparecido tocando "Interstellar Overdrive" no UFO Club, em um curto
documentário, "It's So Far Out It's Straight Down". Isso foi ao ar em Março de 1967, mas
apenas transmitido à região de Granada do Reino Unido.
Lançado em Agosto de 1967, o primeiro álbum da banda, The Piper at the Gates of Dawn,
é atualmente considerado um ótimo exemplo da música psicodélica britânica, e foi bem
recebido pelos críticos da época. Atualmente, é visto como o melhor primeiro álbum por
muitos críticos. As faixas, predominantemente escritas por Barrett, mostram letras poéticas
e uma mistura eclética de música, desde a faixa de vanguarda com livre-forma, "Interstellar
Overdrive", até canções "assobiáveis" como "The Scarecrow", inspirada nas Fenlands,
uma região rural ao norte de Cambridge (cidade de Barrett, Waters e Gilmour). As letras
eram inteiramente surreais, às vezes fazendo referência ao folclore, como em "The
Gnome". A canção refletia novas tecnologias de eletrônicos, com o uso constante de
espaçamento no estéreo, edição de fita, efeitos de eco, e teclados. O álbum foi um hit
no Reino Unido, onde alcançou a 6ª posição das paradas, mas não foi muito bem na
América do Norte, alcançando a posição número 31 nas paradas dos Estados Unidos.
Durante esse período, a banda excursionou com Jimi Hendrix, o que ajudou a aumentar
sua popularidade. Um fato notável sobre o disco é que ele foi gravado simultaneamente ao
aclamado Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band dos Beatles, no estúdio da Abbey Road,
e os integrantes das bandas frequentemente se encontravam no corredor e conversavam
sobre influencias musicais. Ambos álbuns são hoje citados como o início do rock
progressivo.
Declínio de Barrett[editar | editar código-fonte]
Enquanto a banda se tornava mais popular, o stress da vida na estrada e o consumo
relevante de drogas de Syd Barrett deteriorou sua saúde mental. O comportamento de
Barrett foi se tornando cada vez mais imprevisível e estranho, fato atribuído ao constante
uso de LSD. Conta-se que às vezes ele ficava encarando algum ponto, enquanto a banda
tocava; durante algumas apresentações, ele somente tocaria um acorde o concerto inteiro,
ou aleatoriamente desafinava sua guitarra.
Chegou um momento em que os outros membros da banda decidiram por simplesmente
não levar mais Syd para os shows. Chamaram então o guitarrista David Gilmour, já
conhecido de Barrett e Waters. Apesar de Jeff Beck ter sido considerado. Inicialmente,
esperava-se que Barrett fizesse composições enquanto Gilmour tocaria nos shows. Mas
composições como "Have You Got It Yet", com progressões de acordes e melodias
diferentes a cada take, fez com que o resto da banda desistisse dessa ideia. O último
show da banda com Barrett foi em 20 de janeiro de 1968, em Hastings Pier, mas a saída
de Barrett só foi formalizada em abril de 1968. Os produtores Jenner e King, decidiram
continuar com Syd, o que pos fim à sociedade Blackhill Enterprises e fez a banda
escolher Steve O'Rourke como empresário, que permaneceu com eles até sua morte em
2003.
Depois de gravar dois álbuns solo (The Madcap Laughs e Barrett) em 1970 (co-produzido
por, e às vezes com participações de Gilmour, Waters e Wright) com sucesso razoável,
Barrett então foi para reclusão, ideia muitas vezes rebatida por sua família, que disse não
ter sido exatamente assim. Novamente chamado pelo nome oficial, Roger Keith "Syd"
Barrett, viveu uma vida pacata em sua cidade natal, Cambridge, até sua morte em 7 de
Julho de 2006.
Procurando novos caminhos: 1968-1970[editar | editar código-fonte]

Apresentação da banda, em Amsterdã a 23 de maio de 1968, na casa de espetáculos Paradiso.

Esse foi um período de experimentações musicais da banda. Cada um dos integrantes do


Pink Floyd - Gilmour, Waters e Wright - contribuía com canções que tinham sua própria
sonoridade e voz, o que resultava num material menos consistente e coeso que o da era
Barrett, quando o som era mais trabalhado. Se anteriormente Barrett era a voz e o
compositor principal, agora Gilmour, Waters e Wright dividem composições de letras e
vozes principais. Geralmente, Waters escrevia canções mais lentas, com melodias de
Jazz, linhas de baixos complexas e dominantes, e letras simbólicas; Gilmour focava-se em
jams de blues levadas pela guitarra; e Wright preferia melodias pesadas psicodélicas de
teclado. Diferente de Waters, Gilmour e Wright preferiam faixas que tinham letras simples
ou que fossem puramente instrumentais. Alguns números musicais mais experimentais da
banda são desse período, como "A Saucerful of Secrets", contendo bastante barulhos,
feedback (realimentação), percussões, osciladores, loops; e "Careful with That Axe,
Eugene" (que foi chamada por vários outros nomes também), uma faixa levada por
Waters, com baixo e um pesado improviso de teclado, culminando em uma bateria forte, e
gritos de Waters.
Enquanto Barrett escreveu praticamente todo o primeiro álbum, nesse álbum ele participa
das composições com "Jugband Blues". Barrett também tocou nas faixas "Remember A
Day" (gravada durante as sessões do The Piper) e "Set the Controls for the Heart of the
Sun" (a única faixa que apresenta Barrett e Gilmour dividindo as guitarras). "A Saucerful of
Secrets" foi lançado em junho de 1968, alcançando número 9 das paradas do Reino Unido
e se tornando o único álbum do Pink Floyd que não apareceu nas paradas dos Estados
Unidos. De algum jeito, apesar da saída de Barrett, o álbum ainda contém bastante da
sonoridade psicodélica combinada com mais música experimental que seria amplamente
mostrada em Ummagumma. A faixa principal, A Saucerful of Secrets, com doze minutos
de duração, chegou ao estilo épico de duração que composições futuras chegariam. Se o
álbum foi mal recebido pelos críticos da época, muitos críticos de hoje tendem a ser mais
leves nas críticas dentro do contexto da carreira do Pink Floyd.
Os integrantes do Pink Floyd foram recrutados pelo diretor Barbet Schroeder para produzir
uma trilha sonora para um filme seu, "More", que estreou em maio de 1969. A obra foi
lançada como um álbum do Floyd em seu próprio direito, Music From the Film
More (também chamado simplesmente como "More"), alcançando o nono lugar das
paradas do Reino Unido e chegando ao 153º lugar das paradas dos Estados Unidos em
1969. Críticos tendem a achar o conjunto da música para o filme como remendada e
desigual. A banda usaria isso e sessões de trilha sonoras futuras para produzir trabalhos
que não se encaixavam na ideia do que deveria aparecer em um álbum do Pink Floyd; a
maioria das faixas do "More" foram canções folk, acústicas. Duas dessas canções, "Green
Is the Colour" e "Cymbaline", se tornaram comuns em repertórios da banda por um tempo
e também parte do suite "The Man & The Journey", como pode ser ouvido em muitas
gravações de bootlegs desse período. "Cymbaline" também foi a primeira canção do Pink
Floyd a lidar com a atitude cínica de Waters contra a indústria fonográfica explicitamente.
O resto do álbum consiste em canções incidentais de vanguarda da trilha (algumas dessas
também fizeram parte do concerto The Man/The Journey) e algumas faixas de rock mais
pesadas jogadas no meio, como "The Nile Song".
O próximo álbum, o quadruplo Ummagumma, foi uma mistura de gravações ao
vivo e experimentações de estúdio dos membros, em que cada um gravou metade do lado
do vinil como um projeto solo (a noiva de Mason da época faz uma contribuição não-
creditada como flautista). Apesar do álbum ter as gravações solo e ao vivo, era esperado
originalmente que fosse uma mistura de vanguarda, de sons de instrumentos "achados".
As conseqüentes dificuldades de gravação e falta de organização em grupo levou ao
fechamento desse projeto. O título é uma gíria sexual de Cambridge e reflete a atitude da
banda naquela época. A banda foi amplamente experimental no álbum de estúdio, que
contém a composição puramente folk de Waters "Grantchester Meadows", uma peça de
piano dissonante, "Sysyphus", uma composição com uma textura mais progressiva, "The
Narrow Way", e um grande solo de percussão, "The Grand Vizier's Garden Party". "Several
Species of Small Furry Animals Gathered Together in a Cave and Grooving with a Pict" é
uma canção de 5 minutos, composta inteiramente pela voz de Roger Waters tocada em
diferentes velocidades, resultando em barulhos que lembram roedores e pássaros. Grande
parte do álbum de estúdio já era tocado ao vivo no concerto conceitual "The Man & The
Journey". O álbum ao vivo apresenta aclamadas performances de algumas das mais
populares canções da era psicodélica deles, fazendo com que o álbum fosse mais bem
recebido pelos críticos do que os dois álbuns anteriores. A obra foi o trabalho mais popular
até essa época, alcançando 5ª posição no Reino Unido e 74º lugar nos Estados Unidos.

Roger Waters numa apresentação do Pink Floyd na Universidade de Leeds em 1970.

Atom Heart Mother, de 1970, foi a primeira gravação da banda com uma orquestra, com
colaboração do compositor de vanguarda Ron Geesin. Um lado do álbum consistia na
faixa-título de quase 24 minutos de duração, uma longa suite de orquestração de rock. O
segundo lado apresentava uma canção de cada membro da banda, até então vocalistas
("If", a canção folk-rock de Roger Waters; a levada de blues "Fat Old Sun" de David
Gilmour; e a nostálgica "Summer '68", de Rick Wright). Outra faixa longa, a "Alan's
Psychedelic Breakfast" foi uma colagem de som, de um homem cozinhando e comendo
um café-da-manhã e seus pensamentos, ligados com instrumentais. O uso de barulhos,
efeitos sonoros incidentais e samplers de voz seria, no futuro, uma parte importante do
som da banda. "Atom Heart Mother" possui uma das mais enigmáticas capas de álbuns
até hoje, estampando a "Lullubelle III", foto retirada no interior inglês. Este foi também o
primeiro álbum da banda com grande propaganda. Apesar de "Atom Heart Mother" ter sido
considerado um grande passo para trás pela banda na época, é até hoje considerado
pelos fãs como um dos mais inacessíveis álbuns. Ele teve a melhor performance da banda
nas paradas até então, alcançando o 1º lugar no Reino Unido e o 55º, nos Estados Unidos.
Tem sido descrito tanto como "um monte de besteira" por Gilmour, quanto "jogue-o na
gaveta e nunca mais o ouça" por Waters. O álbum foi um componente desta fase
transitória do grupo, explorando diferentes territórios musicais. A popularidade do álbum
permitiu que o Pink Floyd embarcasse em sua primeira turnê completa pelos Estados
Unidos.
Antes do lançamento do seu próximo álbum original, a banda lançou uma coletânea
chamada "Relics", que continha vários singles do começo da carreira e B-sides, além de
uma canção original (estilo Jazz por Waters, "Biding My Time", parte do concerto "The
Man/The Journey", gravada durante as sessões do 'Ummagumma). Eles também
contribuíram para a trilha sonora do filme "Zabriskie Point", apesar de muitas contribuições
deles terem sido descartadas pelo diretor Michelangelo Antonioni.
Era do Estouro 1971-1975[editar | editar código-fonte]

Disco de vinil de The Dark Side of the Moon.

Durante esse período, o Pink Floyd se distanciou da cena psicodélica e se tornou uma
banda distinta, até difícil de se classificar. Os estilos divergentes dos principais
compositores - Gilmour, Waters e Wright - se amalgamaram em uma sonoridade única.
Essa era contém o que muitos consideram serem dois álbuns obras-primas da carreira da
banda, The Dark Side of the Moon e Wish You Were Here. O som se tornou mais
trabalhado e com colaboração de todos, incluindo letras filosóficas e linhas de baixos mais
aparentes de Waters, estilo único de guitarra de blues de Gilmour e assustadoras melodias
de teclados e texturas harmônicas de Wright. Gilmour foi o vocalista dominante desse
período, e contribuições de corais femininos e o saxofone de Dick Parry se tornaram parte
do estilo da banda.
O som destonal e duro do começo da carreira da banda abriu caminho para um som
bastante suave e calmo, que chegou ao máximo com "Echoes". Este álbum intitulado
Meddle, que ilustrava a capa, um ouvido reverberando sons de ecos, continha ainda a
clássica instrumental "One of These Days" que é tocado pela banda durante toda carreira
e a famosa "Fearless" citada o trecho "You'll never walk alone" pela torcida do time de
futebol inglês, Liverpool. Esse período marcou o fim da era verdadeiramente colaborativa
da banda; depois de 1973, a influência de Waters se tornou cada vez mais dominante
musicalmente e nas letras. A última composição creditada por Wright e última participação
como vocal principal num álbum de estúdio até Division Bell, de 1994, é desse período
("Shine On You Crazy Diamond" e "Time", respectivamente). Os créditos de letra de
Gilmour também diminuiram gradualmente em frequência até a saída de Waters da banda
em 1985, embora ele tenha continuado a fazer a voz principal e escrever canções durante
o período. Os últimos laços com Barrett estão presentes em Wish You Were Here, cuja
canção principal, "Shine On You Crazy Diamond", foi escrita como tributo e elogio a
Barrett.
A sonoridade da banda foi consideradamente mais focalizada em Meddle (1971), com a
canção épica de 23 minutos, "Echoes", tomando todo o lado B do álbum. "Echoes" é uma
leve canção de rock progressivo com longos solos de guitarra e teclado, e uma longa
seção intermediária consistindo praticamente só de música sintetizada produzida por
guitarras, órgãos e sintetizadores, complementada por um pedal wah wah de guitarra ao
contrário. Conseguiu-se, dessa forma, algo que soava como samplers de albatrozes,
descrito por Waters como um "poema sônico". Meddle foi considerado por Nick Mason
como "o primeiro álbum real do Pink Floyd. Ele introduziu a ideia de um tema a que o
álbum pode ser voltado." O álbum teve som e estilo bem sucedidos na época em que foi
lançado, mas não teve a presença da orquestra que foi notável em Atom Heart
Mother. Meddle também inclui a atmosférica "One of These Days", uma canção muito
utilizada em concertos, apresentando uma única linha de voz de Nick Mason ("One of
these days, I'm going to cut you into little pieces"), slide guitar distorcida e com estilo de
blues, e uma melodia que, em certo ponto, se esvai em um pulso sintético, citando o tema
de um clássico programa de TV, Doctor Who. O sentimento melancólico dos próximos três
álbuns está bastante presente em "Fearless". Essa faixa mostra influência de folk e
contém uma substancial slide guitar em "A Pillow of Winds", uma das únicas canções
acústicas do Floyd que lidam com amor. O papel de Waters como escritor começa a tomar
forma com sua "San Tropez" em estilo de jazz, que ele trouxe praticamente completa para
a banda. Meddle foi recebido entusiasticamente por críticos e fãs e alcançou 3º lugar no
Reino Unido. Nos Estados Unidos não passou do 70º lugar. De acordo com Nick Mason,
isso foi em parte porque a Capitol Records não promoveu o álbum com publicidade
suficiente. Hoje, Meddle resiste como um dos mais aclamados trabalhos da banda.
Obscured By Clouds foi lançado em 1972 como trilha sonora para o filme "La Vallée", outro
filme independente de Barbet Schroeder. Foi um dos álbuns da banda a chegar ao Top 50
nos Estados Unidos (onde alcançou 4º lugar) e chegou ao 1º lugar no Reino Unido.
Embora Mason tenha descrito o álbum anos depois como "sensacional", ele foi pouco
aclamado pelos críticos. As letras de "Free Four", a primeira canção do Pink Floyd a tocar
razoavelmente nas rádios dos Estados Unidos, introduziram os pensamentos da morte do
pai de Waters na Segunda Guerra Mundial, o que se repetiria nos álbuns seguintes.
Outras duas canções do álbum, "Wot's... Uh The Deal" e "Childhood's End", também
lidaram com temas que voltaram a ser usados em álbuns futuros (solidão e desespero),
que se tornariam mais comuns na era liderada por Roger Waters; e temas que também
seriam trabalhados bastante no próximo álbum, como fixação na vida, morte, e a
passagem do tempo. "Childhood's End", inspirada no livro do Arthur C. Clarke de mesmo
nome, foi a última contribuição de letra de Gilmour por 15 anos. O álbum foi, de modo
geral, diferente em estilo de Meddle, e às vezes até considerado como folk-rock, blues-
rock e levada de piano soft-rock: "Burning Bridges", "The Gold It's in the..." and "Stay" são
os melhores exemplos de cada estilo.

Pink Floyd tocando The Dark Side of the Moon num show na Earls Court (1973). A partir da
esquerda: David Gilmour, Nick Mason, Dick Parry e Roger Waters.

O lançamento com sucesso em massa de 1973, The Dark Side of the Moon, foi o ápice de
popularidade da banda. O Pink Floyd havia parado de lançar singles depois de "Point Me
at the Sky" em 1968, e nunca havia sido uma banda levada pelos singles hits, mas The
Dark Side of the Moon teve um single no Top 20 dos Estados Unidos com "Money".
O álbum foi o primeiro a chegar ao 1º lugar das paradas dos Estados Unidos, e até
dezembro de 2006 havia acumulado 15 milhões de unidades vendidas no mercado
americano, tornando-se um dos álbuns com melhor desempenho comercial da história dos
Estados Unidos. No mundo todo, Dark Side superou 40 milhões de cópias vendidas. O
álbum ficou no Top 200 da Billboard por 1094 semanas (incluindo 591 semanas
consecutivas, de 1976 até 1988), um feito sem precedentes que estabeleceu um record
mundial. Ele também permaneceu 1301 semanas nas paradas do Reino Unido e, apesar
de não ter passado da 2ª posição lá, foi extremamente bem recebido pelos
críticos.O saxofone forma uma parte importante do som do álbum, expondo a influência
de Jazz da banda (especialmente a de Rick Wright) e cantoras de apoio, fazem uma parte
principal em ajudar a diversificar a textura do álbum. Por exemplo, canções como "Money"
e "Time" são colocadas em ambos sons melancólicos de slide guitar (remanescente
do Meddle) em "Breathe (Reprise)", e levada, pelo canto feminino "The Great Gig in the
Sky" (com Clare Torry nos vocais principais), enquanto a minimalista em instrumentos "On
the Run" é tocada praticamente inteira em um único sintetizador. Efeitos sonoros
incidentais e partes de entrevistas são apresentadas ao longo das canções, a maioria
delas, gravadas em estúdio. As entrevistas de Waters começavam com perguntas como
"Qual é sua cor favorita?" uma tentativa em deixar as pessoas mais confortáveis. Então ele
perguntava "Quando foi a última vez que você foi violento? E você estava certo?" Outras
perguntas também eram, "Você tem medo de morrer ?" As letras do álbum soam como
tentativas de descrever as diferentes pressões que a vida no dia-a-dia atua no ser
humano. Esse conceito (concebido por Waters em uma reunião da banda por perto da
mesa da cozinha do Mason) provou ser poderoso com a banda, e juntos eles fizeram uma
lista de temas, vários, os quais seriam re-utilizados em álbuns seguintes, como o uso de
violência e a futilidade da guerra em "Us and Them", e temas como insanidade e neurose
discutido em "Brain Damage", lembrando o estado insâno de Syd Barrett. As complicadas
e precisas formas de engenheiro no som do álbum, com Alan Parsons, ditaram novos
parâmetros para fidelidade de som; o que virou um aspecto reconhecível da banda, e foi
um forte forma no que diz a longa permanência nas paradas do álbum, enquanto audiófilos
constantemente trocam suas cópias desgastadas.
Procurando capitalizar a sua recém chegada fama, a banda também lançou uma coletânea
chamada A Nice Pair, o que foi uma junção dos dois primeiros álbuns, The Piper at the
Gates of Dawn e A Saucerful of Secrets. E também foi durante esse período que o
diretor Adrian Maben lançou o primeiro filme concerto do Pink Floyd, o Live at Pompeii. O
corte original para os cinemas, apresentava a banda tocando em 1971 num anfiteatro
em Pompeia com nenhum plateia presente, exceto pela equipe de filmagem e equipe da
banda. Maben também gravou entrevistas e os bastidores da banda durante as sessões
de gravações do The Dark Side of the Moon nos estúdios Abbey Road; apesar da
cronologia dos eventos indicar que as sessões de gravação podem ter acontecido depois
da gravação, eles promoveram uma olhada no processo envolvido na produção do álbum.
Essas filmagens foram incorporadas em futuros lançamentos de Live at Pompeii.
Prisma de The Dark Side, como objeto de cena em um show de Waters no Hollywood Bowl.

Depois do sucesso do Dark Side, a banda não estava certa sobre sua direção futura e
estava preocupada em como conseguiriam superar a enorme popularidade daquele álbum.
Em retorno ao experimentalismo, eles começaram a trabalhar em um projeto
chamado Household Objects, que consistia em canções tocadas literalmente em objetos
caseiros. No entanto o planejamento do álbum foi logo deixado de lado, depois que a
banda decidiu que seria mais fácil e melhor tocar canções em instrumentos de verdade.
Nenhuma gravação terminada dessas sessões existe, mas alguns efeitos gravados foram
usados no próximo álbum.
Wish You Were Here, lançado em 1975, carrega um tema abstrato de abstência de
qualquer humanidade dentro da indústria fonográfica e, mais importante, a abstência
de Syd Barrett. Bem conhecido por sua faixa-título, o álbum inclui o grande instrumental de
nove partes "Shine On You Crazy Diamond", um tributo para Barrett em que as letras
lidam explicitamente com seu declínio. A maioria das influências musicais do passado da
banda foram juntadas - teclados atmosféricos, peças de guitarras de blues, solos de
saxofone (por Dick Parry), fusão de Jazz com agressiva slide guitar - nas várias partes
ligadas da suite, culminando numa marcha fúnebre, tocada por sintetizador, e terminando
com uma citação musical do antigo single "See Emily Play" como final demonstração da
liderança inicial de Barrett na banda. As demais faixas, "Welcome to the Machine" e "Have
a Cigar", criticam duramente a indústria fonográfica e essa última foi cantada por cantor
folk Roy Harper. Essa foi o terceiro álbum do Pink Floyd a chegar ao 1º lugar das paradas
do Reino Unido e dos Estados Unidos, e os críticos o aclamam tão entusiasticamente
quanto The Dark Side of the Moon.
Em uma história conhecida, um homem obeso, com cabeça e sobrancelhas inteiramente
raspadas, andou pelo estúdio enquanto a banda mixava "Shine On You Crazy Diamond".
A banda não o reconheceu por um tempo, quando de repente um deles percebeu que ele
era Syd Barrett. Quando perguntado como ele chegou àquele peso, ele respondeu "Eu
tenho uma frigideira grande na cozinha e eu estive comendo bastante carne de porco". Em
uma entrevista em 2001 no documentário da BBC "Syd Barrett: Crazy Diamond" (lançado
posteriormente em DVD como "The Pink Floyd Story and Syd Barrett Story"), a história é
contada por inteira. Rick Wright disse sobre a sessão, dizendo "Uma coisa que fica na
minha mente, que eu nunca esquecerei; eu estava indo para as sessões de Shine On. Eu
fui ao estúdio e eu vi esse cara sentado no fundo do estúdio, ele estava distante, do
mesmo jeito que eu de você. E eu não o reconheci. Eu disse -quem é aquele cara atrás de
você?- -"Aquele é o Syd". Eu não acreditei… ele havia raspado todo seu cabelo… digo,
suas sobrancelhas, tudo… ele estava pulando para cima e para baixo escovando seu
dente, aquilo foi horrível. E ah, eu estava, quer dizer, Roger estava em prantos, eu acho
que ele estava; nós estávamos em prantos. Aquilo foi realmente chocante… sete anos
sem contato algum e de repente ele aparece enquanto estávamos fazendo aquela faixa.
Eu não sei - coincidência, carma, destino, quem sabe? Mas aquilo foi, muito, muito
poderoso". No mesmo documentário, Nick Mason disse: "Quando eu penso sobre isso, eu
ainda posso ver seus olhos, mas… foi o resto que estava diferente". Na mesma entrevista
Roger Waters disse: "Eu não tive ideia de quem ele foi por um bom tempo". David Gilmour
contou: "Nenhum de nós reconheceu ele. Raspado… raspado careca e bem gordo". Na
versão definitiva de 2006 do documentário, as entrevistas com os ex-parceiros de banda
de Barrett estão inclusas sem edição, com bem mais detalhes dos sentimentos e ações
deles, durante o trágico esgotamento e a saída de Barrett da banda.
Era Roger Waters 1976-1985[editar | editar código-fonte]
Durante essa era, Waters tomou cada vez mais e mais controle do trabalho do Pink Floyd.
Waters demitiu Wright depois que o The Wall foi terminado, argumentando que Wright não
estava contribuindo muito. Waters declarou que Gilmour e Mason apoiaram a decisão para
demiti-lo, mas em 2000 Gilmour declarou que ele e Mason foram contra a demissão. Nick
Mason disse que Wright foi demitido por causa da Columbia Records que ofereceu a
Waters um substancial bônus, para finalizar o álbum a tempo para um lançamento em
1979. Desde que Wright recusou voltar mais cedo de suas férias de verão, Waters queria
demiti-lo. Wright foi demitido da banda, mas continuou para terminar o álbum e tocar na
turnê como um músico pago.
A maioria das músicas desse período são consideradas secundárias em relação às letras,
nas quais Waters explora os sentimentos sobre a morte de seu pai na Segunda Guerra
Mundial e sua crescente atitude de cinismo contra figuras políticas como Margaret
Thatcher e Mary Whitehouse. A música cresceu mais orientada pela guitarra com teclados
e saxofones, que se tornaram uma grande parte da textura do contexto da música, junto
com efeitos sonoros obrigatórios. Uma orquestra completa (ainda maior do que a de
metais em Atom Heart Mother) faz um papel significante em The Wall e especialmente
em The Final Cut. Por volta de janeiro de 1977, e pelo lançamento do Animals (chegando
ao 1º lugar no Reino Unido e 1º nos Estados Unidos), a música da banda veio sob uma
crescente crítica da atmosfera do punk rock, dizendo que eles eram muito pretensiosos, e
perderam o caminho da simplicidade que era o rock and roll.

A Battersea Power Station (Usina Termelétrica de Battersea) em Londres, que serviu de inspiração
para a capa do disco Animals.

Animals, no entanto, foi considerado mais orientado pela guitarra do que os álbuns
anteriores, tanto pela influência do movimento punk rock quanto pelo fato de que o álbum
foi gravado pelo novo (e por algum acaso, incompleto) estúdio Britannia Row. O álbum foi
o primeiro a não ter uma composição feita por Wright. Animals, de novo, contém canções
longas, ligadas por um tema, desta vez, tirado em parte do livro Animal Farm (O Triunfo
dos Porcos em Portugal e A Revolução dos Bichos no Brasil) de George Orwell, em que
usou "Pigs" (Porcos), "Sheep" (Ovelhas) e "Dogs" (Cachorros) como metáforas dos
membros da sociedade contemporânea. Apesar da relevante guitarra, sintetizadores ainda
fazem uma importante parte em Animals, mas é carente do trabalho de saxofone e vocais
femininos, utilizados nos últimos dois anteriores álbuns. O resultado no geral é um trabalho
mais hard-rock, ligados por duas partes de uma peça acústica. Muitos críticos não
receberam muito bem o álbum, considerando-o tedioso e vazado; apesar de outros críticos
falarem bem dele, praticamente por causa dessas razões. Para a capa do encarte, um
porco inflável gigante foi co

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