Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Juízos de facto
Têm caráter descritivo, ou seja, visam descrever o modo como as coisas são,
mesmo que as descreva erradamente.
Queremos adequar o nosso pensamento à realidade.
Juízos de valor
Têm caráter normativo, ou seja, não visam descrever as coisas como elas são,
mas sim exprimir o que pensamos que elas devem ser.
Queremos que a realidade se adeque ao nosso pensamento.
A diferença entre juízos de facto e juízos de valor não resulta de os primeiros
serem consensuais e os segundos não o serem. Pois há juízos de facto que são
consensuais (como a existência de extraterrestres) e juízos de valor que são
consensuais (como a incorreção moral do homicídio).
Alguns juízos de valor não são normativos. Quando o Luís afirma que gosta de
pastéis de Belém, não quer que todas as pessoas gostem de pastéis de Belém.
Neste caso, trata-se apenas de exprimir um gosto ou preferência; não exprime um
juízo normativo porque ele não quer adequar a realidade ao seu pensamento.
Subjetivismo Moral
- os juízos de valor têm valor de verdade mas não são objetivos
- são relativos ao sujeito porque são preferências pessoais
Quando uma pessoa exprime um dado juízo de valor, não pode estar enganada. Por
exemplo, quando o Luís defende que devemos mentir em alguns casos, está apenas a
manifestar a sua preferência. E, claro, a Joana tem outra preferência e defende que nunca
devemos mentir. Mas nenhum dos dois tem mais razão que o outro. É por isso que se diz
que os gostos não se discutem.
Argumentos:
. não existe forma objetiva de resolver conflitos de valores
. uma vez que existe discórdia entre os seres humanos acerca de questões
morais, os valores são subjetivos
Objeções:
. Se o subjetivismo fosse verdadeiro qualquer ação seria considerada correta
. Se o subjetivismo fosse verdadeiro tornar-se-ia difícil explicar o progresso
social (Ex.: abolir a escravatura)
. Se o subjetivismo fosse verdadeiro tornar-se-ia impossível fundamentar/definir
critérios para que as sociedades se preocupem com criar igualdade de
oportunidades
Relativismo Cultural
. os juízos de valor têm valor de verdade mas não são objetivos
. são relativos à sociedade porque são preferências sociais
Por exemplo, quando a sociedade europeia do século XVII considerava a escravatura
moralmente aceitável, estava a manifestar a sua preferência. E, claro, a sociedade
europeia do século XXI manifesta um preferência diferente, condenado a escravatura. Mas
nenhuma das sociedades tem mais razão do que a outra: os valores são relativos às
sociedades.
Argumentos:
. Nenhuma sociedade tem mais razão que a outra
. Não aceitar o relativismo é promover a intolerância
Objeções:
. Nem todos os juízos são relativos à sociedade
. Aceitar as diferenças dos outros costumes e tradições implica
aceitar todas as diferenças que prejudicam qualquer um.
Aceitar isto é tolerar a intolerância.
Ex.: Aceitar sociedades que são intolerantes para pessoas
com etnias diferentes.
. As convicções da maioria dos membros da sociedade são a
autoridade pelo que os juízos morais de cada um são
verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a
sociedade considera verdadeiro
Objetivismo
- os juízos de valor têm valor de verdade e alguns são objetivos
- valem por si, por referência a um ideal
Argumentos:
. Se a tolerância fosse relativa à nossa sociedade então seria
aceitável que outras sociedades fossem intolerantes
. Os juízos de valor são imparciais, absolutos e independentes
do sujeito
Objeções:
. Conseguir ser imparcial torna a vida social e familiar impossível
Não se põe em causa a existência de juízos de valor objetivos; o que põe em causa é a
relevância da sua existência. A ideia é que só é importante que existam juízos de valor
objetivos se temos em mente agir de acordo com eles. Mas fazê-lo é agir de maneira
imparcial, o que nem sempre é desejável.
Kant
O bem último é a boa vontade
O critério que distingue as ações corretas das incorretas é o imperativo categórico
Em suma…
. A ética utilitarista de Stuart Mill é objetiva e imparcial
. Tem como bem último a felicidade
. Os prazeres devem ser avaliados de uma forma qualitativa sendo os prazeres
do espírito superiores aos prazeres físicos
. Não existem normas morais absolutas uma vez que, o que determina se uma
ação é correta ou não são as suas consequências
Objeções:
. Instrumentaliza as pessoas
. Contrários os valores morais absolutos justificando a prática de ações imorais
. É excessivamente imparcial
. Exige demasiado do agente moral