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De Roos
Aqui vai um resumo dos fatos expostos na página 79, que iremos
analisar e comentar durante este estudo.
I. A história e a lenda.
A história usual.
“O Mui Sábio e Mestre Perfeito Henri van Praag declarou que ele
estava de posse de prancha gravada de quinze Cavaleiros presentes, até
este dia membros do Soberano Capítulo De Roos no Vale de Haia, e
expressando o desejo de praticar no Vale de Paris, no seio de um
Soberano Capítulo francês, sob o título distintivo de Jean-Théophile
Desaguliers os quatro graus que lhes são caros: os de Eleito, de
Escocês, de Cavaleiro do Oriente e Soberano Príncipe Rosa-Cruz… O
Mui Sábio e Perfeito Mestre, em virtude dos antigos privilégios dos
Soberanos Príncipes Rosa Cruz, Cavaleiros da Águia, Maçons Perfeitos
Livres declara, assim, constituído no Vale de Paris, no dia de Santo
André da Escócia, o Soberano Capítulo Jean Théophile Desaguliers.”
O mito imaginário.
L’Aurore
La Charité
La Bien-Aimée
La Constance
L’Espérance
Fides Mutua
Frédéric Royale
La Paix
La Parfaite Union
La Philanthrope
Le Profond Silence
Ultrajectina
L’Union Frédéric
L’Union Provinciale
L’Union Royale
La Vertu
[Extrato de folha DIN A4, três partes dobra dupla frente e verso,
publicado em holandês pelo Supremo Conselho da Ordem dos Maçons
sob o Grande Capítulo de Alto Graus dos Países Baixos. Tradução
literal por Jean van Win).
“Após a penetração da Maçonaria na Holanda por volta de 1730, outras
formas de trabalhos maçônicos ali penetraram rapidamente,
principalmente oriundas da França. Logo após a constituição de lojas
maçônicas em nosso país apareceu a prática daquilo que viria a ser
chamado mais tarde de Altos Graus. Nas atas de uma das cinco lojas
fundadoras que participaram na criação da Ordem dos Maçons, já se
menciona em 12 de setembro de 1756, que esta loja trabalhou nesta
mesma noite, “à escocesa” (esta qualificação nada tem a ver com o Rito
Escocês; sua origem deve ser procurada nos meio dos Stuart emigrados
para a França), pretende este folheto.
“Uma loja escocesa tinha o mesmo nome que sua loja-mãe e tinha os
mesmos membros que esta última. Não havia qualquer consistência no
trabalho nem na organização de lojas escocesas. Desde 1774, vários
esforços foram feitos para colocar as lojas escocesas sob a autoridade
de uma administração superior (hoofdbestuur). Havia naquela época
24 lojas escocesas no país. Poucos dias depois da reunião de Grande
Loja das Lojas Simbólicas, estas oficinas foram convocadas em 20 de
maio de 1776 para uma reunião em Haia. O objetivo da reunião era a
constituição de uma Grande Loja Escocesa, que devia servir para
“apoiar e despertar a maçonaria azul em declino e cada vez mais
enfraquecida”. A reunião resultou na criação de um
Regulamento (Wetboek: Volume da Lei) no qual se falava apenas de
Eleitos e Escoceses.
[…]
[…]
René Guilly fez com que recebessem o grau de Soberano Príncipe Rosa
Cruz alguns II.´. parisienses pelo capítulo “De Roos” (A Rosa) que
trabalhava no Rito Holandês. Na verdade, tratava-se do mesmo rito.
Pouco depois de receber esta carta, tive a sorte de iniciar relações com
René Guilly, que manteve comigo uma correspondência de grande
interesse, entre as quais esta carta em particular que nos interessa em
primeiro lugar:
É exato que o Rito Francês de quatro ordens, tal como por direito
pertence à tradição holandesa[xii] foi-nos comunicado em Haia e em
Paris durante estas iniciações. Mas, como vocês verão a seguir desta
carta, isso não é para nós um ponto exclusivo. O que nos parece
igualmente importante é a presença de três Rosa Cruzes incontestáveis
do Grande Colégio dos Ritos e do Supremo Conselho dos Países
Baixos.[xiii] É também a iniciação, que não podia ser mais regular, de
doze outros irmãos ao grau de Rosa Cruz.
René Guilly nos diz, assim como René-Jacques Martin, que o irmão
Hendrik (Henri) van Praag era professor de francês em Medan nas
Índias holandesas, que ele foi Rosa Cruz desde 1932 no
Capítulo Srogol em Java, e foi Mui Sábio do capítulo De Roos em
Medan.
O Ir.´. van Loo nos informa ainda que a Maçonaria foi novamente
banida na Indonésia em 27 de fevereiro de 1961. O Capítulo l’ Etoile
d’Orient foi o último dos seis capítulos que trabalhou nas Índias
Orientais antes de 1942. Ele também cessou seus trabalhos em 1959-
1960. A união de dois capítulos existentes na época em Batavia, La
Fidèle Sincérité (1767) e La Vertueuse (1783) gerou um longo período
de trabalho de “lojas escocesas”. É este período que terminou… Na
decurso do Grande Capítulo de 1947, uma proposta para reconhecer a
regularidade dos irmãos admitidos pelo Capítulo De Roos a ser ainda
aprovada, embora o De Roos tenha vindo a adormecer antes dessa
data. Eles se tornaram assim, regulares, mas a título póstumo…
1971 A Grande Loja não é mais dirigida pelo Ir.´. ODW, mas este não
quer ou não pode delegar.
1973 morte do Ir.´. ODW antes que ele pudesse realizar seu projeto da
volta de sua GdN ao GOdN
1973 luta interna pelo Grão Mestrado, e retorno da maioria dos IIrr.´.
ao GOdN.
*****
Por que René Guilly foi buscar uma “patente” junto a este capítulo
muito questionável De Roos de quem ele provavelmente conhecia –
mas não é totalmente certo – sobre a precariedade e falta de
credibilidade? Porque em 1963, René Guilly pertencia ao Grande
Oriente da França, que não era nem reconhecido, nem mantinha
relações com a Ordem dos Maçons dos Países Baixos, onde Guilly
pensava que se praticava ainda o Rito Francês. Ele não podia, portanto,
dirigir-se a esta obediência regular, já que ele próprio e seus irmãos
também eram irregulares.
Parece provável que a Ir.´. Hendrik van Praag, ao mesmo tempo belga
e judeu de caráter muito ruim, copiou desta vez de forma irregular e
ilegítima o que ele tinha anteriormente vivido em um quadro regular,
na Índia, mas por meio de qualquer filiação, ao que parece, uma vez
que ele é considerado fundador,principalmente por Petitjean. Tenho
prova de que outros IIrr.´. do Capítulo De Roos de Medan integraram o
Hoofdbestuur regular a partir de 1947.
1. Por que Henri van Praag entrou para a secessão audaciosa do irmão
Onderdenwijngaard?
Para ter uma base de recrutamento para seu capítulo, que ele criou fora
de qualquer regularidade em 1956, ano em que Onderdenwijngaard
deixa o Altos Graus regulares nos Países Baixos. Esta foi para van
Praag a única maneira de garantir uma base de recrutamento para seu
capítulo De Roos bis, caso contrário ele nunca poderia funcionar.
2. Por que René Guilly entrou em contato com Henri van Praag?
Vimos acima que as avaliações sobre este Ir.´. estão longe de ser
favoráveis. Parece agora que ele teria criado um capítulo autônomo e
independente em Medan [xx], capítulo nunca foi constituído ou mesmo
reconhecido por seu poder de fiscalização, exceto postumamente. Ele
parece ter recomeçado isso após a guerra, em Haia, com um
capítulo De Roos bis, sob a obediência dos irmãos separatistas do
Grande Oriente dos Países Baixos, sem, no entanto, que sua relação
com a Grande Loja dos Países Baixos tenha sido jamais estabelecida
documentalmente. De fato, todos os arquivos desta breve obediência
foram cuidadosamente destruídos pelo sobrinho de ODW. O
Capítulo De Roos bis é mais uma vez uma criação de motu próprio e
pessoal, sem passado, sem história e sem carta constitutiva.
Em 02 de julho de 1989, perguntei sobre o irmão Henri van Praag, ao
Grande Chanceler do Grande Capítulo Regular dos Países Baixos, que
me respondeu em holandês que eu traduzi:
Como René Guilly conheceu Henri van Praag? Henri van Praag falava
francês, já que ele tinha sido um professor dessa língua na
Universidade de Jacarta, conforme lemos nos escritos de René-Jacques
Martin. Ele estava interessado na LUFM, e no espírito internacionalista
da futura CLIPSAS, assim como o Ir.´. ODW, e, de acordo com Pierre
Mollier, o próprio René Guilly naquela época.[xxiii]É possível que eles
tenham se encontrado, neste quadro, o que explicaria por que Guilly o
apresenta na carta citada acima, como “um amigo pessoal”. Em 26 de
outubro de 1991, René Guilly escreveu a Jean van Win: “H.W. van
Praag discordava naquela época da política oficial holandesa. Eu tive
entrevistas com ele sobre isso. 1956 deve ser a data de sua
aposentadoria e seu retorno aos Países Baixos”. Esta “política oficial”,
era a recusa por parte do GOdN, de se engajar em relações “pouco
regulares” com a LUFM e a futura CLIPSAS.
Pierre Mollier supunha que René Guilly sem dúvida conhecia Henri
van Praag através de contatos trocados a respeito da LUFM e da
CLIPSAS, que nunca houve um capítulo De Roos na Holanda, que de
toda forma um capítulo devia trazer, sob o Império, o nome de uma
Loja Azul que o prolongava, que em 1963 ninguém na França sabia
mais nada relativo ao Rito Francês; que Guilly se contentou, sem
dúvida com uma vaga declaração de van Praag de que devia ter feito
alusão à sua antiga participação em um capítulo De Roos nas Índias
Holandesas, abusivamente apresentado com sendo do Rito Francês,
que a Holanda nunca, em todo caso, praticou o Rito Francês e nem
jamais solicitou a carta patente para fazê-lo. (ele soube disso de Jan
Snoek de quem ele publicou uma entrevista em Renaissance
Traditionnelle), que todo este negócio do De Roos é uma
fábula (sic), que Guilly provavelmente não quis ver ali muito claro
dentro de um ambiente poético e romântico, ele me pediu que lhe
enviasse uma copia de meu estudo.
Pierre Mollier acrescentou que o GODF não se preocupa com este caso
e considerar o caso De Roos como uma fábula. Que a única verdadeira
filiação de Guilly é aquela que ele obteve do l’Etoile Polaire, que fez
dele um Rosa Cruz do Rito Francês muito mais crível, e que todo o
resto da evolução do Rito Francês deriva de um único capítulo Jean
Théophile Desaguliers.
A entrevista de Pierre Mollier sobre o Ir.´. Dr. Jan Snoek teve lugar em
Londres, em paralelo ao 11 o Colóquio do Canonbury Masonic
Research Center em 4 e 5 de novembro de 2000. Ela foi publicada na
edição 125 de janeiro de 2001 da revista Renaissance Traditionnelle.
A estrutura formal dos Altos Graus neste país foi fundada por
imitação do Regime Francês, por analogia;
Este capítulo foi “despertado” por seu “fundador” Hendrik van Praag
(as palavras colocadas entre aspas são de René Guilly) em Haia, em
1956, sem carta constitutiva de qualquer jurisdição do Rito Moderno
Francês;
Hoje é evidente que estes fatos são comprovados e que este capítulo
“selvagem” muito contestável não constitui de forma alguma o vetor de
transmissão legítima e crível dos valores universais do Rito Moderno
Francês.
D. Pedro I, torna-se assim Rosa Cruz, Grau 7, Quarta Ordem dos graus
filosóficos do Rito Moderno. Este rito manteve-se como oficial do GOB
para todos os trabalhos de outros corpos ou poderes maçônicos:
legislativo, executivo e judiciário.
Em resumo:
*******************
O rito adonhiramita
O rito Brasileiro
O rito Moderno
O rito Schröder
O rito de York
Folheto Din A4, sem data, editado pelo Opperbestuur van de Orde der
Vrijmetselaren onder het Hoofdkapittel der Hoge Graden
in Nederland.
Inleiding tot de Geschiedenis van het ritual van de Graad van Soeverein
Prins van het Rozekruis, 1983, Dr P.J. van Loo, Opperbestuur der
Hoge Graden.
Rituaal van de Graad van Soeverein Prins van het R+, 1937, 1992, Orde
der Vrijmetselaren onder het Hoofdkapittel der Hoge Graden in
Nederland.
Anexo 1 :
Carta Patente do Grande Oriente de França, confirmando, em 6004, a carta constitutiva dada em 1804 ao Grande
Oriente Lusitano.
******** *
[xiii] Mais tarde, Guilly justificou-me esta afirmação dizendo que, desta
forma, ele garantiu o direito sobre todos os graus intermediários
localizados entre as Ordens francesas e a partir do grau Mestre
Maçom…
[xiv] PJ van Loo, op.cit., P. 146.
[xviii] Pierre Mollier a Jean van Win, por telefone, em agosto de 2011.