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DERMATOVIROSES
Os vírus que mais interessam aos dermatologistas são os de DNA, dentre eles
destacam-se 3 famílias:
o Papilomaviridae: Produz verrugas e papilomas.
o Herpes viridae: Produz herpes simples, varicela-zóster, citomegalovírus, sarcoma de
Kaposi, mononucleose, entre outros.
o Poxviridae: Além de causar varíola, alastrim, vaccínia, nódulos dos ordenhadores e Orf,
causa ainda o molusco contagioso.
HERPES VÍRUS
A prevalência varia de acordo com alguns fatores: idade, raça, localização geográfica
e estado socioeconômico. Imunidade cruzada: quando há infecção por um tipo, a
probabilidade de infecção pelo outro diminui cerca de 20%.
A transmissão ocorre por contato, não somente quando o paciente está com as lesões
em atividade, mas também fora dos períodos ativos da doença (assintomáticos). Lembrando
que com a lesão clinicamente evidente as chances de transmissão aumentam, visto que há
produção de maior número de partículas virais.
Etiopatogenia
Dependem da:
- Lesão primária: quadro intenso e mais severo, lesões em maior número e acompanhadas de
grande edema.
• Gengivoestomatite herpética
É caracterizada por lesões mais leves e localizadas. São vesículas túrgidas e brilhantes
agrupadas em cacho de uva numa base eritematosa, geralmente limitadas à região perilabial.
Quando as vesículas se rompem, formam uma área exulcerada e, posteriormente, uma crosta
sobre aquela região. O paciente pode apresentar na consulta apenas a crosta, mas ainda assim
é possível fazer o diagnóstico pelo quadro clínico e pelas características pregressas da lesão.
Acometimento intraoral não é frequente, no entanto pode ocorrer.
• Panarício herpético
o Panarício significa inflamação no tecido periungueal. Além do panarício viral, há
também o bacteriano, com o qual é bastante confundido
o É causado pelo HSV-1 (mais comum) ou HSV-2. Pode ocorrer por inoculação
primária da pele ou disseminação de uma priminfecção. Sendo assim, é comum em
crianças que chupam os dedos, em profissionais de saúde (principalmente dentistas) e
na manipulação de genitália infectada.
o A recorrência é muito menos frequente.
o Panarício herpético crônico é indicativo de imunossupressão.
o Características clínicas: vesículas agrupadas em base eritematosa. São vesículas
translúcidas com conteúdo seroso, diferentemente da bacteriana que contém região
edemaciada e abscesso com drenagem de secreção purulenta.
Panarício herpético X Panarício bacteriano
Diagnóstico
• Imunocomprometidos:
o Tendem a apresentar formas mais graves da doença. São quadros crônicos e
arrastados, recorrentes e persistentes.
o Observam-se lesões atípicas como ulcerações dolorosas e persistentes, localizadas na
genitália e vizinhanças; e lesões verrucosas, muitas vezes resistentes ao aciclovir (tto
difícil).
o Faz diagnóstico diferencial com a infecção pelo CMV, às vezes é necessário fazer a
biópsia.
Tratamento
Prevenção
Uso de preservativos e vacinas (ainda não existe uma com total respaldo).
VARICELA-ZÓSTER
O paciente adquire a varicela por via inalatória, o vírus prolifera nos tecidos e
dissemina, causando um quadro agudo de varicela. Posteriormente, migra para os gânglios e
permanece lá. Em situações de alteração da imunidade, o quadro pode ser reativado através de
um nervo periférico.
Tratamento
Sendo uma doença benigna, o ideal é fazer a limpeza das lesões (pasta d’água, água
boricada, permanganato de potássio) e controlar o prurido com anti-histamínicos. Antibióticos
sistêmicos são utilizados em casos de infecção secundária.
Evitar AAS, pois ele pode causar uma complicação de alta letalidade chamada
síndrome de Reye, levando a dano hepático e cerebral.
HERPES-ZÓSTER
Tratamento
Por se tratar de uma dor neuropática, não resolve com dipirona ou paracetamol. Em
geral, precisa tratar com analgésico opioide, anticonvulsivante ou antidepressivo tricíclico
(Amitriptilina).
O tratamento deve ser iniciado previamente e com dose e seguimento corretos, caso
contrário, o paciente pode desenvolver uma complicação chamada neuralgia pós-herpética
(NPH), nesse caso a dor persiste por mais de 1 mês após a resolução do quadro cutâneo.
Prevenção: Existe a vacina, que já foi aprovada e é recomendada para crianças e idosos
acima de 60 anos; requer duas doses de aplicação. Não tem o objetivo de impedir a ocorrência
da doença durante a vida, e sim, o desenvolvimento de um quadro mais leve, se houver.
Verruga vulgar
Verruga filiforme
Verruga plana
Verruga plantar
Pápulas que devido a sua localização, crescem de forma endofítica, o que dificulta o
tratamento. Quando são múltiplas e superficiais, coalescem formando placas, constituindo a
chamada verruga plantar tipo mosaico. Podem apresentar pontos negros correspondendo a
capilares trombosados no topo e, por vezes, uma anel periférico de espessamento da pele, por
isso popularmente chamadas de olho de peixe.
Verruga genital
O HPV é classificado em alto e baixo risco. O HPV-6 é o que mais se relaciona com
lesões anogenitais e, portanto, com a transmissão venérea, seguido pelo HPV-11. Sendo o 16
e o 18 relacionados a neoplasias (CA de colo de útero, pênis e reto).
Condiloma acuminado é a DST mais frequente, acomete área genital e perigenital,
períneo, grandes e pequenos lábios, ânus e região perianal. Em tese, menores de 25 anos tem
mais taxa de infecção. 30 a 50% dos adultos sexualmente ativos são portadores de HPV e é
comum em pacientes portadores de HIV. Os casos infantis devem ser investigados, sua
presença pode ser indício de abuso sexual; o número de casos nessa faixa etária está
aumentando, mas parece refletir um aumento nas mulheres adultas, uma vez que até 4 anos a
transmissão pode ser vertical; crianças que apresentam lesões em outras localizações podem
ter se autoinoculado ou ter adquirido de seus cuidadores.
Diagnóstico
O diagnóstico definitivo é feito pela identificação do DNA viral por meio de testes de
hibridização molecular. Isso é muito importante principalmente em crianças em que você
suspeita de abuso sexual, pois, se a criança tem uma verruga na mão, ela pode manipular e
autoinocular em outras áreas, mas, obviamente, vai ter o mesmo sorotipo, pois há um HPV
específico para verruga vulgar e genital. Então, se na lesão da criança for encontrado HPV-16,
que é da verruga genital, o abuso sexual é confirmado.
Tratamento
• Não tem cura, somente melhora do quadro clínico, trata-se das lesões que são visíveis,
através de:
o Agentes cáusticos: podofilina, 5-fluorouracil e o ácido tricloroacético (mais comum no
SUS);
o Imunomoduladores – Imiquimode (mais usado), retinoides e interferon.
o Procedimentos cirúrgicos – remoção através de cauterização, bisturi, entre outros.
Prevenção
o Produzido pelo maior vírus que se conhece e que pertence ao grupo Poxviridae.
o Acomete principalmente crianças e adultos imunossuprimidos.
o Principal complicação: prurido e eczematização das lesões.
o Apresenta 4 subtipos, sendo o MCV1 o mais prevalente e o MCV2 mais frequente em
adultos, na maioria das vezes transmitido sexualmente.
o As lesões se manifestam como pápulas de superfície brilhante, translúcida, medindo cerca
de 5 mm, apresentam umbilicação central característica.
o Acomete de preferência o tronco, além da fossa cubital, axilas e fossas poplíteas, pode
haver o acometimento da face e das mucosas.
o É importante sempre hidratar a pele da criança, pois pele seca gera maior prurido e, ao
manipular, ocorre a disseminação das lesões.
Diagnóstico
Tratamento