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Campo Grande
Direito
Campo Grande
2013
Pedro Henrique Luz de Souza
Campo Grande
2013
RESUMO
Este estudo visa aferir a possibilidade de o Poder Judiciário controlar o mérito do Ato
Administrativo, mormente ao se considerar o posicionamento doutrinário e jurisprudencial,
fazendo breve análise da doutrina moderna. Por muito tempo o mérito administrativo revestiu-se
de um manto de intangibilidade, instransponível pela atividade jurisdicional. Era liberdade
conferida pela Lei ao Administrador, e tão somente a este caberia sua valoração. Resumia-se o
Juiz à análise do preenchimento dos pressupostos necessários à existência e validade da atuação
administrativa. Todavia, a evolução do pensamento científico e a gênese de novas teorias,
mormente com a implantação do neoconstitucionalismo, têm causado a rediscussão da matéria,
de maneira que, hodiernamente, tal hipótese não é de todo descartada: embora restrita a poucas
hipóteses, há possibilidade de controle jurisdicional da discricionariedade administrativa.
This study aims to assess the ability of the judiciary to control the merits of the
Administrative Act, especially when considering the doctrinal and jurisprudential positioning,
making brief analysis of the modern doctrine. For long the administrative merit stood on a
mantle of intangibility, insurmountable by the jurisdictional activity. Freedom was granted by
Law to the Administrator, and only he would fit his opinion about it. The Judge would be
summed up to the analysis of the fulfillment of the necessary conditions to the existence and
validity of the administrative action. However, the evolution of scientific thought and the genesis
of new theories, especially with the implementation of neoconstitutionalism have caused a
renewed discussion of the matter, so that, today, this hypothesis is not entirely ruled out:
although restricted to a few cases, there is possibility judicial control of administrative discretion.
At the end, we analyze the possibility of broadening the jurisdictional control of the
administrative merit, especially since management also owes obedience to the precepts
established in the Constitution (procedural and substantive) as well as the social function that
would imbue such action.
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................6
6. CONCLUSÃO .........................................................................................................56
BIBLIOGRAFIA: ..............................................................................................................59
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1. INTRODUÇÃO
Tal instrumento, que surgiu de forma a evitar o engessamento da máquina estatal para o
atendimento ao interesse público, mormente ao se considerar a complexidade das relações
sociais e a pluralidade de necessidades humanas, cada uma com suas particularidades, porém,
tem sido utilizado com finalidades sub-reptícias, de maneira a atender ao alvedrio de quem
deveria trabalhar em prol do interesse público.
Tal cenário, somado à ainda insuficiente estrutura de controle de que dispõe o Estado
Brasileiro, acarreta o abuso de prerrogativas e a segregação do interesse social, que resta à
sarjeta.
Tal tema é aqui analisado sob enfoque doutrinário e jurisprudencial, e pretende analisar-
se todos os aspectos necessários para a total compreensão da matéria. Ao final, expõe-se
sucintamente a finalidade social da atuação positiva jurisdicional, que hoje é embasada pela
doutrina moderna.
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2. DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Sob prisma diverso, a visão contratualista defendida por Hobbes define o Estado como
sendo o fruto de um contrato social que objetiva à segurança da coletividade. Defende o filósofo
que a união de pequenos ou grandes números de pessoas não assegura a defesa da sociedade,
uma vez que a constituição de pequenos grupos não assegura defesa contra invasões estrangeiras,
e a constituição de grandes grupos significa a existência de interesses e vontades individuais que
podem acarretar a insustentabilidade da convivência. Portanto, propõe:
Na doutrina pátria, Kildare Gonçalves defende que, muito embora a noção de Estado
contemporânea se construa sobre três pilares básicos – povo, território e poder político,
denominado por parte da doutrina de soberania – “são vários os conceitos de Estado, segundo se
procure dar ênfase ao elemento poder ou se atenda à sua natureza jurídica, sem ainda se
desconhecer o substrato social para a sua formulação" (CARVALHO, 2012, pg. 67).
Por tal motivo, todos os conceitos apresentados de Constituição possuem em seu bojo
referência ao elemento humano constituinte do Estado. A própria Carta da República, no seu
parágrafo único de seu artigo 1º, estabelece que “todo poder emana do povo, que o exerce
mediante representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Não por mero
acaso: o homem é o valor supremo do Estado. É o titular do poder soberano, por quem e para
quem toda atividade estatal é dirigida. Vale dizer: O Estado não vale de per si; é um instrumento
colocado à disposição do titular do poder para a realização de seus interesses. E tal acepção é
fruto do Neoconstitucionalismo.
2.2 Do Neoconstitucionalismo.
Até a Segunda Guerra, prevalecia a corrente do positivismo, segundo a qual a lei editada
pelo legislativo era fonte principal, praticamente exclusiva, de Direito. A doutrina prevalecente
era a da superioridade legislativa, onde ao Juiz caberia tão somente o papel de “bouche de la loi”,
dizer a Lei. Não havia margem para a interpretação normativa, conforme leciona Rodrigo
Padilha:
“As atrocidades cometidas por Adolf Hitler só foram possíveis graças a este
entendimento. e.g. através de Decreto expedido em 7/4/1933 os Judeus foram
afastados do funcionalismo público, do exército e das universidades; através de
Lei publicada em 14/7/1933 foram retirados os direito de cidadão dos Judeus
imigrantes no Leste Europeu; a chamada ‘Lei da Cidadania’ tirou aos judeus
alemães a cidadania alemã; a ‘Lei da Proteção da Honra e Sangue Alemão’
proibia os casamentos dos Judeus com não Judeus, proibia o emprego de
Judeus na Alemanha e proibia os Judeus de exibirem a bandeira Alemã entre
outras medidas. Por fim através de Decreto assinado pelo então presidente
Paul Von Hindenburg foram suspensos sete seções da Constituição de 1919 da
República de Weimar que garantiam liberdades individuais e civis ao povo. Por
mais estarrecedor que seja, Hitler não praticou muitas ilegalidades ou
inconstitucionalidades, quase todas as atrocidades eram legitimadas por
normas jurídicas.”
“(...) tem como uma de suas marcas a concretização das prestações materiais
prometidas pela sociedade, servindo como ferramenta para a implantação de
um Estado Democrático Social de Direito. Ele pode ser considerado como um
movimento caudatário do pós-modernismo. Dentre suas principais
características podem ser mencionadas: a) positivação e concretização de um
catálogo de direitos fundamentais; b) onipresença dos princípios e das regras;
c) inovações hermenêuticas; d) densificação da força normativa do Estado; e)
desenvolvimento da justiça distributiva. (...) o seu modelo normativo não é o
descritivo ou deontológico, mas o axiológico. No constitucionalismo moderno a
diferença entre normas constitucionais e infraconstitucionais era apenas de
grau, no neoconstitucionalismo a diferença é também axiológica. A
‘Constituição como valor em si’ . O caráter ideológico do constitucionalismo
moderno era apenas o de limitar o poder, o caráter ideológico do
neoconstitucionalismo é o de concretizar os direitos fundamentais”.
Tal ideologia possui ligação com as dimensões dos direitos e garantias fundamentais:
além de ser combustível para a gênese dos direitos fundamentais de terceira dimensão, o
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Neoconstitucionalismo também foi responsável pelo espraiamento com maior intensidade dos
direitos de segunda dimensão, existentes desde o final do século XIX. Para Dirley Da Cunha
Júnior (2010, pg. 41):
Esta nova visão do Direito confere ao homem distinto espaço na organização do Estado,
ao torna-lo seu valor máximo. Por conseguinte, o Estado deixa de ser Leviatã para tornar-se
instrumento de edificação social, de consecução do interesse público.
Além disso, esta nova visão tem ocasionado a reavaliação da teoria da tripartição
funcional do poder, uma vez que preconiza os preceitos substantivos da Constituição, tomando-
se o procedimentalismo como mero instrumento de atuação. Vale dizer: discute-se a redefinição
das funções do Estado para que melhor se possa atingir a finalidade proposta na Constituição.
Aponta Lênio Luiz Streck (2002, pg. 128):
“Nas repúblicas da Itália, onde estes três poderes estão reunidos, se encontra
menos liberdade do que em nossas monarquias. Assim, o governo precisa, para
se manter, de meios tão violentos quanto o governo dos turcos; prova disto são
os inquisidores de Estado e o tronco onde qualquer delator pode, a qualquer
momento, lançar um bilhete, com sua acusação. Vejam qual pode ser a situação
de um cidadã nestas repúblicas. O mesmo corpo de magistratura possui, como
executor das leis, todo o poder que se atribuiu como legislador. Pode arrasar o
Estado com suas vontades gerais e, como também possui o poder de julgar,
pode destruir cada cidadão com suas vontades particulares. Ali, todo o poder é
um só e, ainda que não tenha a pompa exterior que revela um príncipe
despótico, ele faz-se sentir a todo instante.”(MONTESQUIEU, 2000, pg. 168)
Assim, aqui cabe a ressalva de que, no Brasil, a divisão a que se refere Montesquieu não
é do Poder em si, mormente porquanto este é uno e indivisível, além de pertencente ao povo.
Trata-se, sim, de mera divisão funcional, de sorte que não há superioridade entre um poder e
outro, mas tão somente discussão para saber se a prática de determinado ato político integra o rol
de funções precípuas de um poder ou de outro. Neste sentido, leciona Uadi Lammêgo Bulos
(2012, p. 396):
“Veja-se que, em rigor, o poder político é uno (não se biparte, esfacelando seu
conteúdo) e indecomponível (não se divide, cindindo a sua forma). Por isso,
quando falamos em separação de Poderes estamos nos reportando a uma
separação de funções estatais, conferidas a órgãos especializados para cada
atribuição.”
“Na verdade, não existe nem divisão, nem separação, mas partilha de Poderes,
ou melhor, interpenetração de funções. O Estado administra pelos três poderes,
embora, por excelência, a função de administrar caiba à Administração, ao
Poder Executivo. Assim, também o Estado julga pelos três Poderes, não
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Com efeito, a divisão das funções do poder entre Legislativo, Executivo e Judiciário,
realizada pela Constituição de 1988 (Art. 2º), não institui separação rígida e estanque de
atribuições. Em verdade, a divisão do exercício do poder é funcional, orgânica, relativa (também
denominada flexível) e não exclusiva. Conforme leciona Pedro Lenza (2012, pg. 482):
Neste viés, mormente pela leitura da obra de Montesquieu, nota-se que a divisão dos
poderes consubstancia mecanismo de controle de atuação estatal à medida que submete a prática
de determinados atos políticos à manifestação de vontade de mais de um poder, possibilitando a
tomada de decisão com maior equilíbrio e em maior conformidade com o Ordenamento Jurídico,
além de evitar a prevalência de um poder sobre outro. Neste sentido ensina Maldonado:
“(...) é preciso que seja o poder executivo que regulamente a época e a duração
destas assembleias, em relação às circunstâncias que conhece. Se o poder
executivo não tiver o direito de limitar as iniciativas do corpo legislativo, este
será despótico; pois, como ele poderá outorgar-se todo o poder que puder
imaginar, anulará os outros poderes. Mas não é preciso que o poder legislativo
tenha reciprocamente a faculdade de limitar o poder executivo. Pois, sendo a
execução limitada por natureza, é inútil limitá-la: além do que o poder
executivo exerce-se sempre sobre coisas momentâneas. (...) Mas, se, num
Estado livre, o poder legislativo não deve ter o direito de frear o poder
executivo, tem o, direito e deve ter a faculdade de examinar de que maneira as
leis que criou foram executadas;”
Com efeito, referido sistema é de caráter ambivalente: para a perfeição do ato, faz-se
necessária a manifestação de vontade de dois órgãos distintos, que se fundem para formar um
único ato. Veja-se que, embora autônomas, suas existências não são independentes: não há
votação pelo Senado sem que haja a indicação pelo Presidente da República do cidadão a
preencher a vaga de Procurador Geral da República, da mesma forma que não há o poder de
nomear sem que haja aprovação por aquele órgão colegiado. Em qualquer caso, intrinsicamente à
faculdade de decidir encontra-se o poder de impedir.
A função jurisdicional pode ser compreendida como o poder dever de aplicar o Direito ao
caso concreto, além de dirimir os conflitos que lhe são apresentados. Para a doutrina, jurisdição
pode ser conceituada como:
“ (...) uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares
dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do
conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a
atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em
concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre por
meio do processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de
uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito
estabelece (através da execução forçada)”. (CINTRA, GRINOVER e
DINAMARCO, 2002, pg.131)
Na visão de BERMUDES (1996, pg. 67), “nisso consiste a jurisdição na sua essência:
dizer o direito, no sentido de identificar a norma de direito objetivo preexistente (ou de elaborá-
la, se inexistente) e de fazê-la atuar numa determinada situação”.
faça valer, faz-se necessária a existência de um guardião, que lhe assegure a aplicabilidade e lhe
imponha cogência. A este guardião corresponde o Poder Judiciário.
Por tal motivo é que, conforme já foi dito, até poucos anos atrás, o Juiz era considerado
“la bouche de la loi”, a boca da Lei, sendo-lhe vedado o desenvolvimento de qualquer atividade
hermenêutica. Àquela época, a legitimidade estatal residia na literalidade normativa, não em
qualquer elemento fruto da cognição do magistrado. Assim, o juris dicere que não se embasasse
expressamente em norma não consistia em legítima atividade jurisdicional, vale dizer, não se
impunha enquanto vontade estatal. Não era jurisdição.
O homem, enquanto titular do Poder Soberano que orienta e domina as atuações estatais,
é sujeito de diversas necessidades, que incluem segurança, moradia, alimentação, propriedade e
outros. O Estado, enquanto garantidor do bem estar social, a fim de assegurar o suprimento de
tais necessidades, desenvolve, dentre outras, a função administrativa. Neste sentido, explica o
professor Nivaldo Azevedo (2011, p. 42):
Deste introito, nota-se que aquele incumbido das funções de governo pode titularizar
competências administrativas: ao contrário do Governo, a função administrativa é mero
instrumento que não possui existência autônoma. Assim, como fazer para que se estabeleça a
linha mestra a explicitar o limiar entre Governo e Administração? Em resposta a tal
questionamento, a Doutrina conceitua a Administração basicamente sob dois aspectos:
Administração em sentido subjetivo, formal ou orgânico, e Administração em sentido objetivo,
material ou funcional.
“A Administração Pública, sob ângulo subjetivo, não deve ser confundida com
qualquer dos Poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo, ao
qual se atribui usualmente a função administrativa. Para a perfeita noção de
sua extensão é necessário pôr em relevo a função administrativa em si, e não o
Poder em que é ela exercida. Embora seja o Poder Executivo o administrador
por excelência, nos Poderes Legislativo e Judiciário há numerosas tarefas que
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Tal acepção não é a mais adequada para a finalidade exposta. Afinal, os mesmos órgãos
que desempenham funções de governo também desempenham, em algum momento, atividades
administrativas, tais como gestão de servidores, realização de procedimento licitatório para
aquisição de material de escritório, ou até mesmo a realização de concurso público para
contratação de agentes. Com efeito, embora nem todo órgão da Administração exerça funções de
Governo, é certo que os órgãos de Governo exercem funções administrativas.
Administração, por outro lado, pode ser compreendida como a atividade exercida pelos
entes públicos, ou por quem faça as vezes de Poder Público. Para Di Pietro (2010, p. 49):
“O sentido objetivo, pois, da expressão – que aqui deve ser gravada com
iniciais minúsculas – deve consistir na própria atividade administrativa
exercida pelo Estado por seus órgãos e agentes, caracterizando, enfim, a
função administrativa (...) Trata-se da própria gestão dos interesses públicos
executada pelo Estado, seja através da prestação de serviços públicos, seja por
sua organização interna, ou ainda pela intervenção no campo privado, algumas
vezes até de forma restritiva (poder de polícia).”
O ato Administrativo constitui, assim, um dos principais meios pelos quais atuam e se
expressam as autoridades e órgãos administrativos. Por tal motivo, debruça-se aqui sobre
determinados aspectos do mesmo, com vistas a esclarecer-lhe seu processo de formação e
algumas de suas modalidades.
Seu estudo, todavia, torna-se assaz complexo. É que a Lei não conceituou o que seria Ato
Administrativo; coube à doutrina fazê-lo. Desta forma, lidam-se com diversas divergências
doutrinárias. Aqui, abordaram-se apenas alguns aspectos já consolidados, não restando abarcados
os temas controversos.
“Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de
lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão
jurisdicional.”
Maria Sylvia Zanella Di Pietro define o ato administrativo como a declaração do Estado
ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob
regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. (DI PIETRO, 2010,
p. 196)
Com efeito, nem todos os atos emanados do Poder Público merecem a alcunha de Atos
Administrativos, uma vez que não preenchem todos os requisitos que o configuram. Em tais
casos, referidos atos são denominados meramente Atos da Administração. Afim de justificar tal
premissa, assinale-se que a noção de Ato Administrativo é constituída:
2) ATOS MATERIAIS.
4) CONTRATOS
Os contratos, ainda que celebrados pela Administração Pública, exigem, para sua
constituição, a manifestação de vontade de duas ou mais partes (bilateralidade). Portanto, por não
preencher o requisito da Unilateralidade, não podem ser considerados Contratos Administrativos.
Fato jurídico e fato administrativo assim são distinguidos por José dos Santos Carvalho
Filho (2010, pg. 105):
A Lei n.º 4.717/65 – Lei da Ação Popular, ao definir os casos de nulidade dos atos
administrativos, permite aferir, contrariu sensu, os elementos que compõem a estrutura do Ato
Administrativo: competência (também denominado sujeito por parte da doutrina), finalidade,
forma, motivo e objeto. Deveras, a doutrina ainda defende que, além dos elementos já citados,
que seriam essenciais, haveriam ainda os acidentais – termo, condição, modo e encargo. Porém,
considerando a via estreita em que se faz o presente trabalho, analisam-se tão somente os
estabelecidos à referida Lei.
4.4.1 Competência.
Deveras, o ato não nasce por si só. Necessita de um vetor, que, nesse caso, é o agente que
o produz. Assim, justifica-se sua caracterização como elemento essencial de existência do ato.
4.4.2 Finalidade.
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Na abalizada lição de Bandeira de Mello (2010, pg. 399), “finalidade é o bem jurídico
objetivado pelo ato. Vale dizer, é o resultado previsto legalmente como o correspondente à
tipologia do ato administrativo, consistindo no alcance dos objetivos por ele comportados.”
4.4.3 Forma.
A forma é o revestimento externo que se empresta ao ato, a maneira pela qual este se
apresenta ao mundo, é o corpo que incorpora o ato. Se o Ato Administrativo é uma manifestação
de vontade, a forma é a maneira pela qual esta vontade se manifesta. Na lição de José dos Santos
Carvalho Filho (2010, pg. 121):
interno. Quando se projeta, é necessário que o faça através da forma. Por isso
mesmo é que a forma é elemento que integra a própria formação do ato. Sem
sua presença, o ato (diga-se qualquer ato que vise à produção de efeitos)
sequer completa o ciclo de existência.”
Assim, como fruto direto de tal reforma, cumpre ressaltar o advento da Lei n.º 9.784/99,
Lei do Processo Administrativo Federal, a qual assim dispôs em seu Art. 22:
Acerca das formas essenciais, leciona Dirley da Cunha Júnior que, “quando prescrita em
lei, a forma também é um elemento vinculado de todo e qualquer ato administrativo, ainda que o
ato seja discricionário.” (CUNHA JUNIOR, 2009, p. 120)
Acerca das formas não essenciais, diz Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2010, pg. 208):
Administração pode praticar o ato pela forma que lhe parecer mais adequada.
Normalmente as formas mais rigorosas são exigidas quando estejam em jogo
direitos dos administrados, como ocorre nos concursos públicos, na licitação,
no processo disciplinar.”
4.4.4 Motivo.
V.g., a Lei n.º 9.784/99, em seu Art. 50, explicita casos em que a motivação se faz
obrigatória:
Em síntese, conforme a referida doutrina, ainda que o ato não exija motivação, caso a
Administração o faça, deverá apresentar motivos existentes e verídicos, sob pena de nulidade do
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Ato. V.g., o caso em que o diretor de determinada repartição exonera determinado servidor
comissionado que lhe é subordinado, alegando incompetência, quando tal fato é inverídico. In
casu, o ato de exoneração é nulo.
4.4.5 Objeto.
Com efeito, o elemento objeto pode ser vinculado ou discricionário. Todavia, em ambos
os casos, o objeto há de ser lícito, moral, possível e certo ou determinado, sob pena de nulidade
absoluta. Sendo o objeto a providência a ser tomada para sanar determinada necessidade, não há
como se convalidá-lo, ante a impossibilidade de se alterar retroativamente a atuação
administrativa; faz-se necessária a prática de novo ato, distinto, para atender ao interesse público.
Interessante ressalva faz o professor José dos Santos Carvalho Filho (2010, pg. 182), ao dizer:
Por força do disposto no Art. 37, caput, da Constituição Federal, a Administração Pública
Direta e Indireta de quaisquer dos poderes da União, Estado, Distrito Federal e Municípios
devem obedecer, dentre outros, ao princípio da Legalidade.
Vale dizer, a Administração Pública encontra sua atuação vinculada à supremacia da lei
(latu sensu); não pode o Administrador agir contra legem, sem lei ou ainda ao arrepio da Lei.
Trata-se de forma encontrada pelo Constituinte para resguardar os interesses da sociedade,
possibilitando o controle da atuação Administrativa, seja pela própria Administração, seja pela
população.
Porém, tal vinculação ocorre em distintos graus, embora seja sempre presente. É que, em
certos casos, a própria lei confere ao Administrador certa liberdade para, exercendo juízo de
conveniência e oportunidade, escolher, dentre as estabelecidas em lei, a medida que melhor
atenda ao interesse público. Os atos que comportam referida liberdade denominam-se atos
discricionários.
De sua vez, os atos que não comportam qualquer juízo de conveniência e oportunidade,
vale dizer, que não albergam qualquer liberdade de atuação para o Administrador, atos cujos
elementos encontram-se estritamente detalhados à lei, denominam-se atos vinculados. Para Celso
Antônio Bandeira de Mello (2010, pg. 424-425), “atos vinculados - os que a Administração
pratica sem margem alguma de liberdade para decidir-se, pois a lei previamente tipificou o
único possível comportamento diante de hipótese prefigurada em termos objetivos”.
“Atos vinculados, como o próprio adjetivo demonstra, são aqueles que o agente
pratica reproduzindo os elementos que a lei previamente estabelece. Ao agente,
nesses casos, não é dada liberdade de apreciação da conduta, porque se limita,
na verdade, a repassar para o ato o comando estatuído na lei. Isso indica que
nesse tipo de atos não há qualquer subjetivismo ou valoração, mas apenas a
averiguação de conformidade entre o ato e a lei. Exemplo de um ato vinculado:
a licença para exercer profissão regulamentada em lei. Os elementos para o
deferimento desse ano já se encontram na lei, de modo que ao agente caberá
apenas verificar se quem o reivindica preenche os requisitos exigidos e, em
caso positivo, deverá conferir a licença sem qualquer outra indagação.”
norma abstrata todas as possibilidades do mundo fenomênico, justifica sua existência. Neste
sentido, leciona Nivaldo Azevedo (2011, pg. 257):
“A atividade discricionária não dispensa a lei, nem se exerce sem ela, senão
com observância e sujeição a ela. Logo, discrição e arbítrio são conceitos
inteiramente diversos. Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais;
arbítrio é ação contrária, ao arrepio ou excedente da lei.”
Vale ressaltar que referida liberdade, quando conferida, repousa tão somente sobre o
motivo e o objeto, permanecendo a competência, a finalidade e a forma como elementos
vinculados. A discricionariedade jamais será total. Daí dizer inexistirem Atos Administrativos
plenamente discricionários. Ademais, ainda que quando presente o juízo de mérito, deve-se
sempre agir de maneira a atender ao interesse público. Não deve o Administrador, sob pretexto
do mérito administrativo, desviar-se de suas finalidades; a subversão da supremacia do interesse
público para atender a interesses privados caracteriza abuso de poder na modalidade desvio de
poder ou de finalidade, que acarretará, inexoravelmente, a nulidade absoluta do Ato.
Nos dizeres do professor Carvalho Filho, “a teoria do ato administrativo compõe, sem
qualquer dúvida, o ponto central do estudo do Direito Administrativo, como, aliás,
oportunamente anota MARCELO CAETANO.” (CARVALHO FILHO, 2010, p. 105)
40
A análise detida dos conceitos, elementos e aspectos relevantes dos Atos Administrativos,
porquanto permite a gênese de novas teorias, auxilia na busca por melhores práticas
administrativas.
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Neste sentido, ensina Hely Lopes Meirelles (2012, pg. 728) ao dizer que o controle da
administração é “a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão ou
autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro”
42
Para o Professor José dos Santos Carvalho Filho (2010, pg. 1021), controle é “conjunto
de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização
e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder”.
Mandado de Segurança impetrado contra ato prestes a ser praticado contra expressa
determinação legal. Exemplificando-se:
Determinados atos, por sua própria natureza, exigem, para seu aperfeiçoamento, a
manifestação de vontade de mais de um órgão, seja ela acessória (ato composto) ou
simplesmente necessária (ato complexo). É o caso de nomeação de membros para o Supremo
Tribunal Federal, que exige a aprovação da maioria absoluta do Senado Federal após a indicação
pela Presidência da República, ou ainda o ato de aposentação inicial de servidor público, que se
completa apenas após o registro no Tribunal de Contas da União. Veja que, nestes casos, a
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manifestação de outro órgão é conditio sine qua non de existência do ato administrativo, e se dá
na forma prevista pela legislação.
Assim, caso haja qualquer irregularidade, esta pode ser suscitada pelos referidos órgãos, a
fim de que se faça a devida correção (por exemplo, a invalidação de indicação de brasileiro
naturalizado para a composição do Supremo Tribunal Federal, ou ainda a concessão pelo órgão
originário de aposentadoria por tempo de contribuição a servidor que não preencheu todos os
requisitos estabelecidos na legislação).
Por fim, há o controle posterior/repressivo, que se realiza após a prática do ato, como, por
exemplo, a invalidação da nomeação de servidor nomeado a determinado cargo público de
provimento efetivo sem que tenha sido previamente aprovado em concurso de provas ou de
provas e títulos, a despeito do que preceitua o Art. 37, II, da Constituição Federal. Há portanto
uma ação administrativa escoimada de ilegalidade ou ilegitimidade, detectada após a produção
de seus efeitos.
O Controle ainda pode ser denominado interno ou externo. Neste sentido, ensina o
professor Bandeira De Mello (2010, pg. 937):
a) Por uma pessoa sobre outra (União sobre Autarquias, fundações ou outras
entidades administrativas a ela vinculadas);
b) Por um poder sobre outro (Legislativo sobre atos do executivo, ou o Judiciário
sobre o legislativo ou executivo)
c) Pelo TCU em atos do Legislativo, Executivo ou Judiciário.
Por sua vez, cabe ainda destacar a existência do controle popular, como sendo aquele
exercido pela população, seja através do Direito de Petição (Art. 5º, XXXIV, “a”, CF), seja
através do Mandado de Segurança, Ação Popular, (Art. 5º, LXIX e LXXIII, CF) plebiscito ou
referendo (Art. 14, I e II, CF), ou outros instrumentos previstos, tal como a verificação das
contas dos Municípios, que, por força do Art. 31, §3º da Constituição, devem ficar à disposição
de qualquer contribuinte, que pode questionar-lhes a validade.
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Conclui-se, portanto, ser amplo o controle de legitimidade passível de ser exercido sobre
os atos, de sorte que, ainda que se atenda à literalidade normativa, o desrespeito a determinado
princípio ou a realização de interpretação incompatível com a constituição enseja a invalidação
do ato, ou sua convalidação, se possível.
Por sua vez, o controle de mérito é aquele que incide não sobre aspectos atinentes à
legalidade objetiva, mas sim aos aspectos de conveniência e oportunidade, que configuram o
mérito administrativo. Ainda nas palavras de Hely Lopes Meirelles (2012, pg. 732), “controle de
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Com efeito, o mérito administrativo pode ser sintetizado como sendo a liberdade
administrativa institucionalizada. É a liberdade nos termos da Lei. É o caso de agente de saúde
que, em vistoria a determinado estabelecimento, encontra poucas mercadorias, dentre inúmeras,
em desconformidade com os padrões estabelecidos na legislação vigente. Dentre as hipóteses
previstas, referido agente pode advertir o proprietário do estabelecimento, impor multa ou ainda
interditar o edifício até o saneamento das irregularidades.
Colocando-se lado a lado ambos os aspectos a serem controlados, torna-se fácil notar que
o controle de legitimidade se atém a aspectos abstratos, à Lei em sua abstração, enquanto o
controle de mérito (e aqui considerado tão somente o mérito e não outros aspectos de
legitimidade) correlaciona-se a aspectos práticos, concretos (avaliação da situação ensejadora da
atuação administrativa e ponderação da medida adequada – oportunidade e conveniência).
O Controle Jurisdicional realizado sobre atos praticados por outro Poder, como se disse, é
externo, e, por tal motivo, é exercido sobre atividades que geralmente não integram o rol das
competências precípuas do ente controlador. Afinal, ao Judiciário não se conferiram as
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competências natas para, por exemplo, prestar serviços públicos, ou explorar atividade
econômica nos casos previstos na Constituição. Portanto, deve-se levar em consideração que, ao
controlar atos de tal natureza, ainda que com embasamento em preceitos legais, estará, na grande
maioria das vezes, a analisar atos de características estranhas à função que desempenha, atos com
os quais possui pouca afinidade.
Além disso, os atos que não possuem qualquer ilegitimidade foram praticados conforme a
Lei e, consequente e teoricamente, atenderam ao interesse público que os ensejou. Diante de tal
cenário, pergunta-se: qual seria a necessidade de o Poder Judiciário analisar, repise-se, ausente
qualquer violação às leis, o mérito administrativo?
Seguindo-se tal linha, a resposta impõe-se quase uníssona pela doutrina: não pode o
Poder Judiciário ponderar o mérito dos Atos Administrativos praticados por outro poder, sob
pena de flagrante e grave violação à tripartição de poderes. Ensina Hely Lopes Meirelles (2012,
pg. 732):
Igualmente, leciona José dos Santos Carvalho Filho (2010, pg. 1105-1106):
“Com relação aos atos discricionários, o controle judicial é possível mas terá
que respeitar a discricionariedade administrativa nos limites em que ela é
assegurada à Administração Pública pela Lei. Isso ocorre precisamente pelo
fato de ser a discricionariedade um poder delimitado previamente pelo
legislador; este, ao definir determinado ato, intencionalmente deixa um espaço
para livre decisão da Administração Pública, legitimando previamente a sua
opção; qualquer delas será legal. Daí porque não pode o Poder Judiciário
invadir esse espaço reservado, pela lei, ao administrador, pois, caso contrário,
estaria substituindo, por seus próprios critérios de escolha, a opção legítima
feita pela autoridade competente com base em razões de oportunidade e
conveniência que ela, melhor do que ninguém, pode decidir diante de cada caso
concreto.”
Aliás, tal tem sido o entendimento paulatinamente adotado pelos tribunais pátrios,
conforme se vê das ementas transcritas com grifos do autor:
1
STF, RMS 24699 / DF, Relator: Ministro Eros Grau, Órgão Julgador: Primeira Turma, Data do
Julgamento: 30/11/2004, Data da Publicação: DJ 01-07-2005 PP-00056
54
“3. Cumpre deitarmos atenção, neste passo, sobre o tema dos limites de
atuação do Judiciário nos caso que envolvem o exercício do poder disciplinar
por parte da Administração. Impõe-se para tanto apartarmos a pura
discricionariedade, em cuja seara não caberia ao Judiciário interferir, e o
domínio da legalidade. 4. A doutrina moderna tem convergido no
entendimento de que é necessária e salutar a ampliação da área de atuação
do Judiciário, tanto para coibir arbitrariedades --- em regra praticadas sob o
escudo da assim chamada discricionariedade ---, quanto para conferir-se
plena aplicação ao preceito constitucional segundo o qual 'a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito' (art. 5º, XXXV,
CB/88). 5. O sistema que o direito é compreende princípios e regras. A vigente
Constituição do Brasil consagrou, em seu art. 37, princípios que conformam a
interpretação/aplicação das regras do sistema e, no campo das práticas
encetadas pela Administração, garantem venha a ser efetivamente exercido
pelo Poder Judiciário o seu controle.”. (G.n.)
Por outras palavras: é descabido o controle jurisdicional exclusivo de mérito dos atos
praticados por outro ente ou poder. Não havendo ofensa a norma legal ou princípio normativo, é
descabida a intervenção jurisdicional na atividade administrativa, sob pena de ingerência
indevida – portanto inconstitucional – no sistema da tripartição de poderes estatais.
56
6. CONCLUSÃO
Porém, consoante consabido, teorias vem sendo desenvolvidas para que o Judiciário
tenha atuação gradualmente positiva: a própria constitucionalização do Direito confere à
Constituição poder suficiente para legitimar, em determinados casos, a atuação administrativa
ainda que não haja total regulamentação legal, transmutando-se a visão de administração
legalista para a constitucionalização do direito administrativo.
defesa, teria o condão de elucidar os focos em que mais se faria necessária a atuação do
Administrador.
Tal pensamento possui embasamento teórico na doutrina mais moderna, para quem o
substancialismo constitucional (defendido por Lênio Luiz Streck no sul do país) exsurge em
oposição ao procedimentalismo sustentado por Jürgen Habermas na Alemanha, que incorpora a
visão de que o sucesso social depende não da supremacia do valor substancial da norma, mas da
escorreita atuação em conformidade aos parâmetros estabelecidos em processo democrático.
Que se esclareça que não se defende a substituição do administrador pelo Juiz. Nesta
situação, a atuação jurisdicional presta-se tão somente a direcionar a Administração Pública para
a realização do efetivo interesse público – cuja competência para concretizar permanece nas
mãos da Administração – demonstrado no devido processo judicial. Por exemplo, não caberá ao
Juiz a convocação de determinado procedimento licitatório, lançando Edital nos termos que bem
lhe aprouver, mas tão somente exigir da Administração o atendimento de determinada
58
necessidade, exigindo que licite nos melhores termos possíveis, caso tal interesse se demonstre
de maneira legítima.
Portanto, a atuação judicial positiva, tema em ascensão, caso aplicada, possuiria grande
relevância social.
2
Prova objetiva do 25º concurso para provimento de cargos de Procurador da República – 2012 – Questão
1, alínea “c” – gabarito definitivo.
59
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