Você está na página 1de 11

30 e 31 de outubro de 2019

Salão Nobre da Reitoria


Universidade Federal da Bahia
Salvador - BA
COORDENAÇÃO

Profa. Dra. Paula Ristow, Instituto de Biologia/UFBA e Pós-graduação em


Microbiologia (PGMicro)/UFBA

VICE-COORDENAÇÃO

Dra. Natália Carvalho, Instituto de Biologia/UFBA

COMISSÃO ORGANIZADORA

Priscyla Ribeiro, Doutoranda PPGM/UFMG

Larissa Vasconcelos, Mestranda PGMicro/UFBA

Talita Gomes, Mestranda PGMicro/UFBA

Graciete Veríssimo, Mestranda PGMicro/UFBA

Julia Guimarães, Graduanda em Medicina Veterinária - UFBA

Lara Correia, Graduanda em Biotecnologia – UFBA

Eduardo Cazumbá, Graduando em Biomedicina – UNINASSAU

Anderson Oliveira, Biólogo – UFBA

Lucas Kalabric, Graduando em Ciências Biológicas – UFBA

João Antonio Lima, Graduando em Enfermagem – UFBA

Luiza Blanco, Graduanda em Enfermagem – UFBA


Escherichia coli e o meio de cultivo Ágar MacConkey

A logomarca do V SIMMICRO foi inspirada no cultivo de Escherichia coli em meio de cultivo Ágar
MacConkey. Bactérias do gênero Escherichia pertencem a família Enterobacteriaceae. São bacilos
Gram-negativos, anaeróbios facultativos e de fácil crescimento. Linhagens selvagens de Escherichia
raramente possuem exigências nutricionais em relação aos fatores de crescimento, o que as tornam
capazes de crescer a partir de diversas fontes de energia. A espécie Escherichia coli é a mais abundante
do gênero Escherichia. Por conta do seu metabolismo rápido e facilidade de cultivo, E. coli é um
microrganismo bastante estudado na Microbiologia. A maioria das linhagens de E. coli é saprófita, ou
seja, não causa doença e compõe a microbiota de diversos animais, incluindo o homem. Escherichia
desenvolve papéis importantes no trato intestinal, como a síntese da vitamina K.
Linhagens patogênicas de E. coli causam graves doenças com quadros comumente intestinais,
apesar de algumas atuarem em sítios extraintestinais. Em relação às linhagens de E. coli associadas a
quadros infecção intestinal há seis descritas, sendo: (i) Enteropatogênica (EPEC); (ii) Enterotoxigênica
(ETEC); (iii) Produtora de toxina Shiga (STEC), que inclui o subgrupo de Enterohemorrágica (EHEC); (iv)
Enteroinvasiva (EIEC); (v) Enteroagregativa (EAEC); e (vi) difusamente aderente (DAEC). Surtos
esporádicos de diarreia têm como agente etiológico a linhagem enterohemorrágica de E. coli O157:H7.
Esse patógeno é transmitido através de alimentos crus, mal cozidos, leite não pasteurizado e água
contaminada. As linhagens de E. coli relacionadas com quadros extraintestinais podem estar associadas
às infecções urinárias e meningites.
Um dos meios de cultivo usados para o isolamento de E. coli é o Ágar MacConkey. A cor original
do meio de cultura é rosa avermelhado. Por ser um meio seletivo, o MacConkey é utilizado para
identificar bactérias Gram-negativas devido a presença de sais biliares e do cristal violeta, os quais
inibem o crescimento de bactérias Gram-positivas. Há duas possibilidades de coloração de colônias: (i)
rosa - bacilos Gram-negativos fermentadores de lactose, como E. coli; e (ii) incolor - bacilos Gram-
negativos não fermentadores de lactose, como Proteus mirabilis.

REFERÊNCIAS
 ANVISA. MÓDULO, I. V. Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos.,
2004.
 KAPER, James B.; NATARO, James P.; MOBLEY, Harry LT. Pathogenic Escherichia coli. Nature
Reviews Microbiology, v. 2, n. 2, p. 123, 2004.
 JAFARI, A.; ASLANI, M. M.; BOUZARI, Saeid. Escherichia coli: a brief review of diarrheagenic
pathotypes and their role in diarrheal diseases in Iran. Iranian Journal of Microbiology, v. 4, n. 3, p.
102, 2012.
 MADIGAN, Michael T. et al. Microbiologia de Brock-14ª Edição. Artmed Editora, 2016.
 OPLUSTIL, Camen P. et al. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica-3ª edição. Sarvier
Editora, 2010.
 TORTORA, Gerard J.; CASE, Christine L.; FUNKE, Berdell R. Microbiologia-10ª Edição. Artmed
Editora, 2012.
 TRABULSI, L. Rachid; ALTERTHUM, Flavio. Microbiologia. 6ª edição. Editora Atheneu, 2015.
PROGRAMAÇÃO

30/10/2019 (quarta-feira) – 14:00 às 16:30

PALESTRANTE PALESTRA HORÁRIO


Dra. Paula Ristow Abertura do V SIMMICRO 14:00 – 14:20
Mesa redonda “Cenário Atual das Arboviroses”
Transmissão de vírus Zika em Salvador e suas
Prof. Dr. Federico Costa 14:20 – 14:45
consequências.
Profa. Dra. Silvia Ines
As arboviroses na Bahia: estudos atuais. 14:45 – 15:10
Sardi
Prof. Dr. Ricardo Khouri Impactos na coinfecção Chikungunya/HIV no Brasil. 15:10 – 15:35
Profa. Dra. Viviane
Marcadores de Prognóstico para Chikungunya. 15:35 – 16:00
Boaventura
Discussão 16:00 – 16:30

31/10/2019 (quinta-feira) – 13:30 às 17:30

PALESTRANTE PALESTRA HORÁRIO

Mesa redonda “Microbiologia Ambiental”


Profa. Dra. Adriana Decomposição de detritos foliares em riachos do
13:30 – 14:00
Medeiros Cerrado.
A Interação entre leveduras e insetos nos
Profa. Dra. Paula
ecossistemas brasileiros: uma convivência rica em 14:00 – 14:30
Benevides
diversidade e potencial biotecnológico.
Dra. Brena Moitinho Genomas de bactérias endofíticas. 14:30 – 15:00
Discussão 15:00 – 15:20
Intervalo 15:20 – 15:30
Mesa redonda “Atualização em doenças infecciosas e parasitárias”
Profa. Dra. Deborah
Desafios da leishmaniose canina na Bahia 15:30 – 16:00
Fraga
Inibidores de fatores de virulência de Pseudomonas
Dra. Thamires Quadros
aeruginosa: uma nova alternativa para o 16:00 – 16:30
Froes
desenvolvimento de fármacos antivirulência.
Mutações de resistência ao tratamento com os
Dr. Luciano Kalabric 16:30 – 17:00
antivirais em pacientes com hepatite C crônica.
Discussão 17:00 – 17:20
Encerramento 17:20 – 17:30
RESUMOS
Dr. Federico Costa – ISC, UFBA
“Transmissão do vírus Zika em Salvador e suas consequências.”
Achados clínicos associados ao vírus zika (ZIKV) nas Américas têm sido bem documentados, mas outros
aspectos da pandemia, como taxas de ataque e fatores de risco, são pouco compreendidos. Neste
estudo, acompanhamos prospectivamente uma coorte de 1453 residentes de áreas urbanas em
Salvador, Brasil, e, utilizando um ensaio que mediu as respostas da imunoglobulina G3 (IgG3) contra o
antígeno ZIKV NS1, estimamos que 73% dos indivíduos foram infectados durante a epidemia de 2015.
As taxas de ataque foram espacialmente heterogêneas, variando em um fator de 3 em uma
comunidade de 0,17 Km2. Títulos elevados de anticorpos preexistentes ao vírus da dengue foram
associados a risco reduzido de infecção e sintomas por ZIKV. O perfil de imunidade do ZIKV existente
pode afetar risco de transmissão no futuro.

Dra. Silvia Ines Sardi – ICS, UFBA


“As arboviroses na Bahia: estudos atuais”
Os arbovírus são vírus transmitidos por vetores artrópodes (geralmente mosquitos hematófagos) e
constituem uma grande preocupação para a saúde pública no Brasil e no mundo todo. O Brasil é o país
em que foi descrito o maior número de arbovírus pelas condições climáticas tropicais ideais à criação
de uma diversidade de vetores alados (mosquitos). As arboviroses mais comumente encontradas na
Bahia e de alta incidência são os vírus Dengue, Zika, Chikungunya. Existem ainda outras dezenas de
arboviroses de grande importância em saúde pública e algumas delas são prevalentes no Brasil como a
recentemente diagnosticada inclusive no nosso estado Febre do Oropouche. Os quadros clínicos destas
doenças são muito semelhantes e isto constitui o maior entrave para o diagnóstico. O diagnóstico
clínico é impreciso e leva a necessidade de uma confirmação laboratorial o qual não sempre está ao
alcance das autoridades sanitárias públicas.

Dra. Viviane Sampaio Boaventura de Oliveira - FMB/UFBA e IGM/Fiocruz


“Marcadores de prognóstico para Chikungunya”
Introdução – Na infecção por Chikungunya, além dos sintomas semelhantes a outras arboviroses
observados na fase aguda, podem ocorrer quadros crônicos e debilitantes, especialmente de dor
articular, que pode durar meses a anos. Algumas características foram apontadas como relacionadas a
persistência da dor articular. Entretanto não existe uma ferramenta prática para prever os casos
crônicos. Nesse estudo propomos um escore clínico-demográfico e buscamos marcadores séricos de
prognóstico para artralgia crônica pós-Chikungunya. Métodos – Trata-se de um estudo de coorte onde
acompanhamos, por um ano, 106 pacientes com infecção por Chikungunya confirmada
laboratorialmente por PCR e/ou sorologia. Uma coorte de validação independente, com 45 pacientes,
foi utilizada para validação. Amostras de soro foram obtidas na fase aguda da infecção para estudos
de transcriptoma. Resultados - Utilizando dados sócio-demográficos e clínicos coletados nos primeiros
dez dias de doença, desenvolvemos um escore para identificar os pacientes que estão sob risco de
desenvolver dor articular por longo período pós-Chikungunya. O escore denominado de SHERA (Sex
female, Hypertension, Edema, Retroocular pain e Age>26 years) apresentou acurácia de 81% na
identificação dos casos que persistiram com dor articular após um ano. Em seguida, validamos os
resultados em uma coorte independente acompanhada por 8 meses, com acurácia de 87%.
Adicionalmente, identificamos cinco moléculas com potencial de biomarcador de prognóstico que
aguardam validação. Conclusão e discussão- O escore SHERA é uma ferramenta simples, prática e de
alta acurácia para avaliação de pacientes com infecção aguda por Chikungunya. Algumas moléculas
diferentemente expressas em pacientes que persistem com artralgia serão testadas como biomarcador
de prognóstico. A identificação precoce dos casos de artralgia crônica pode trazer benefícios aos
pacientes e ao sistema de saúde, determinando quem e quantos estão sob risco de persistir doentes e
oferecendo atenção especial mitigando o impacto dos surtos de Chikungunya.

Dra. Adriana Oliveira Medeiros – IBio, UFBA


“Decomposição de detritos foliares em riachos do Cerrado”
Em pequenos riachos, onde o dossel da vegetação arbórea limita a entrada de luz e consequentemente
a fotossíntese, o sistema é dependente da entrada de matéria orgânica alóctone. Essa matéria orgânica,
majoritariamente composta por folhas (60 a 70% da composição total) é decomposta, sendo este
processo chave para o funcionamento destes sistemas, por meio da ciclagem de nutrientes e fluxo de
energia. Estudos ao redor do mundo têm demonstrado, que os principais decompositores de folhas
nestes riachos são os fungos conhecidos como hifomicetos aquáticos. Juntamente com outros micro-
organismos, estes fungos atuam na degradação de celulose, hemicelulose e lignina, condicionando as
folhas para a atuação dos invertebrados decompositores. No Cerrado, o processo de decomposição de
folhas em riachos é considerado mais lento, quando comparado com o que ocorre em riachos de outros
biomas brasileiros e estrangeiros. As características ambientais como a baixa concentração de
nutrientes na água e também a alta concentração de ácidos húmicos podem estar relacionados com a
baixa diversidade deste grupo de fungos e consequentemente afetar a velocidade do processo.

Dra. Paula Benevides de Morais - UFT


“A interação entre leveduras e insetos nos ecossistemas brasileiros: uma convivência
rica em diversidade e potencial biotecnológico”
Um dos grandes impulsos para a exploração da diversidade microbiana a partir de vários habitats se
deve ao fato de serem fonte de várias biomoléculas e, consequentemente, de inovação biotecnológica.
O Reino Fungi é reconhecidamente diverso, com prováveis 5 milhões de espécies – a grande maioria
desconhecida da ciência. Desta biodiversidade, os ecossistemas Neotropicais abrigam o desconhecido.
Os fungos leveduriformes, em sua maioria, dependem de animais para sua dispersão entre habitats
prevalentemente aquosos e açucarados, onde exercem atividades fermentadoras as quais modelam
interações com plantas e insetos. Estes microrganismos têm forte participação nas forças ecológicas
que definem o nicho e distribuição biogeográfica de seus simbiontes. A maioria das interações está
baseada em fatores alimentares e de maturação dos insetos mutualistas, tendo como pano de fundo a
fermentação de frutos e néctar de angiospermas, ou a teia trófica decompositora em solos e águas.
Suas atividades têm aplicações biotecnológicas variadas, desde o estudo dos mecanismos da interação
patogênica até a busca de biocontroladores eficazes contra patógenos vegetais e animais. Mas
também, o trato digestório de insetos terrestres tem sido uma inesgotável fonte de novos taxa e novas
linhagens fúngicas, algumas das quais com potencial papel na degradação de componentes da dieta do
inseto. Os biomas brasileiros Cerrado e Amazônia representam um ‘vazio’ de conhecimento da
biodiversidade microbiana, que é subestimada no Neotrópico, especialmente para fungos e
invertebrados. O entendimento desta biota pode revelar padrões e processos associados à origem e
manutenção da biodiversidade, uma prioridade científica relevante.

Dra. Brena Mota Moitinho Sant'Anna – ICS, UFBA


“Genomas de bactérias endofíticas”
Microrganismos endofíticos são capazes de colonizar tecidos internos de plantas sem causar danos e
de promover benefícios como controle biológico de fitopatógenos, resistência ao estresse e promoção
de crescimento de plantas. As interações entre endofíticos e hospedeiros são diversas e complexas,
contudo, as bases moleculares destas interações ainda são pouco descritas. Estudos ômicos de
bactérias endofíticas representam uma estratégia para elucidar os mecanismos envolvidos no processo
endofítico, incluindo mineração de dados genômicos, estudos comparativos e análises transcriptômicas
em condições determinadas. O aumento exponencial no número de projetos genoma do domínio
Bacteria, mais de 100 mil nos últimos cinco anos, tem favorecido o avanço de estudos genômicos in
silico. Como resultado, novos genomas de bactérias endofíticas permitiram um crescimento nas buscas
por uma compreensão molecular do comportamento com o hospedeiro. Essas bactérias destacam
atividades como adesão, quimiotaxia, motilidade, mediação de fitormônios, síntese de antimicrobianos
e variados sistemas de secreção, os quais determinam a relação com a planta. Essas atividades
interferem na capacidade de colonização do tecido interno vegetal e nas respostas ao meio. Apesar
disso, processos metabólicos comuns podem ser desencadeados por diferentes vias e, assim, as
estratégias de colonização serão específicas da relação endofítico-hospedeiro. A questão que se
apresenta é: nas interações entre as bactérias endofíticas e a planta hospedeira existe uma assinatura
gênica comum aos endofíticos?

Dra. Thamires Quadros Froes – FacFar, UFBA


“Inibidores de fatores de virulência de Pseudomonas aeruginosa: uma nova
alternativa para o desenvolvimento de fármacos anti-virulência”
A descoberta da penicilina no início do século XX revolucionou a terapêutica, pois levou a uma redução
drástica no número de doentes e mortes causadas por infecções. No entanto, muitos antibacterianos
têm perdido a eficácia, devido à resistência bacteriana, que representa uma séria ameaça à saúde
pública e à economia mundial. Apesar do número crescente de cepas bacterianas resistentes a
antibióticos, o investimento das indústrias farmacêuticas no desenvolvimento de novos antibacterianos
tem sido cada vez menor. Uma alternativa para contornar esse dilema é reduzir a virulência bacteriana,
tornando-a menos nociva para o paciente. Nesse contexto, enzimas responsáveis pela biossíntese de
piocianina, um fator de virulência produzido por Pseudomonas aeruginosa, aparecem como alvos
promissores para o desenvolvimento de fármacos úteis para o tratamento de pacientes infectados com
cepas multirresistentes de P. aeruginosa. A fim de identificar inibidores da via de biossíntese da
piocianina, testes fenotípicos e/ou contra o alvo macromolecular isolado tem sido empregados.
Resultados recentes do grupo de pesquisa do qual faço parte demonstraram que derivados cumarínicos
e de ácido anacárdico, um subproduto da castanha do Pará, reduzem a produção da piocianina, a
motilidade e a formação de biofilme de P.aeruginosa.

Dr. Luciano Kalabric Silva – IGM, Fiocruz


“Mutações de resistência ao tratamento com antivirais em pacientes com hepatite C
crônica”
Direct-acting antivirals (DAA) were incorporated into the treatment protocol for chronic hepatitis C, as
determined by the Brazilian Ministry of Health (PCDT-HepC), in 2015. Due to the nature of hepatitis C
virus (HCV) quasispecies, infection duration and genotype, resistance-associated mutations leading to
antiviral treatment failure have emerged. The present descriptive cross-sectional study aimed to track
and monitor resistance-associated substitutions (RAS) related to DAAs in patients with chronic HCV
infection. A total of 204 participants were recruited: hemophiliacs seen at the HEMOBA Foundation (n
= 23) and patients from the Hepatology Clinic of HUPES Complex (n = 181). After molecular testing and
sequence analysis, an overall RAS prevalence of 51% (94/184, 95%CI: 44%-59%) was identified: RAS NS3
of 45% (62/137, 95%CI: 37%-54%); RAS NS5A of 27% (30/113, 95%CI: 19-36%); RAS NS5B of 2% (2/124,
95%CI: 0%-6%). In some samples, not all regions were amplifiable. A RAS prediction algorithm including
only licensed drugs and the circulating HCV genotypes in Brazil revealed that 17 patients presented
resistance-associated variants (RAV) in the NS3 and NS5A regions. No patients presented RAVs in the
NS5B region. The early identification and screening of resistance mutations may aid in clinical
management practices, thereby preventing the emergence of resistance and therapeutic failure.
A importância da vacinação
A vacina surgiu em um importante contexto de combate à varíola, uma das doenças mais temidas
no século XVIII. Em 1789, o médico inglês Edward Jenner observou que pessoas que tinham contato
com o vírus da varíola bovina desenvolviam imunidade ao vírus da varíola humana. A partir dessa
observação, Jenner desenvolveu a primeira vacina conhecida, imunizando um garoto de oito anos com
material proveniente de um paciente infectado com o vírus da varíola bovina. A descoberta de Jenner
representa um dos primeiros passos da erradicação mundial de uma doença infectocontagiosa. Esse
processo de erradicação da varíola teve início em 1956, chegando ao ápice em 1977, com o certificado
oficial do primeiro e único episódio de erradicação de uma doença infecciosa humana em escala
mundial.
No início do século XX, uma em cada cinco crianças morriam de alguma doença infecciosa antes
de completar cinco anos de idade. O vírus do sarampo, um dos mais contagiosos, matava 2,6 milhões
de pessoas a cada ano antes da vacina ser introduzida em 1963. Outra doença, a poliomielite,
responsável pela paralisia infantil, teve 26.827 casos registrados de 1968 a 1989 apenas no Brasil. Com
a introdução da vacinação houve uma redução na taxa de mortalidade, de dois a três milhões de
pessoas no mundo. Doenças antes comuns como o sarampo, a poliomielite, a rubéola, a coqueluche, o
tétano, a meningite meningocócica, entre outras, passaram a ser controladas e algumas dentre elas até
mesmo eliminadas em território nacional.
No Brasil e no mundo, apesar dos benefícios da vacinação, observa-se uma diminuição da
cobertura vacinal para diversas doenças. Alguns fatores contribuem para uma baixa cobertura vacinal,
tais como: a falta de conhecimento sobre os benefícios da vacinação e sobre a gravidade de doenças
que hoje já ocorrem com menor incidência. Ademais, as fake news, ou seja, informações enganosas
disseminadas nas redes sociais, associadas a um movimento antivacina, são fenômenos observados
atualmente.
A principal causa da oposição à vacinação é o temor de possíveis efeitos colaterais. Em 1998, o
médico Andrew Wakefield associou o uso da vacina tríplice viral ao desenvolvimento do autismo. Uma
vez que foi comprovada a inautenticidade dos dados publicados, o artigo de Wakefield foi retirado de
circulação. Entretanto, o movimento antivacina ainda faz uso dos dados de Wakefield como argumento
de convencimento contra a vacinação.
A propagação do movimento antivacina é preocupante. O Brasil, país que era exemplo
internacional em imunização, já sofre com a reemergência de doenças que tinham sido erradicadas no
país. Nos últimos anos, a meta de ter 95% da população-alvo vacinada não foi alcançada. Doenças
infectocontagiosas já eliminadas no país, como o sarampo, voltaram a assombrar a população e os
profissionais de saúde.
A vacinação é um ato de responsabilidade social e pública. Beneficia-se com a vacina não somente
aqueles que forem vacinados, mas também pessoas que não podem ser vacinadas, como
imunodeprimidos, recém-natos (exceto pela vacina BCG), idosos e gestantes, no que se conhece como
efeito rebanho. Com base neste princípio de responsabilidade social, a lei brasileira 8.069/90 determina
como obrigatória a vacinação das crianças, prevendo punições aos pais e responsáveis que não
vacinarem seus filhos. Logo, não vacile, vacine-se.
REFERÊNCIAS
 BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 16 jul. 1990.
 COLLEN, A. 10% Human: How Your Body's Microbes Hold the Key to Health and Happiness.
London, UK: Collins. Eichenbaum, H., & Cohen William, N.J. 2014.
 HOLZMANN, HEIDEMARIE et al. Eradication of measles: remaining challenges. Medical
Microbiology and Immunology, v. 205, n. 3, p. 201-208, 2016.
 SPPENCER, P. RUTH, H. STEPHAINIE T. Vaccine Adverse Events: separating myth from reality.
American Family Phisician, 2018.
 TRABULSI, LR. (2015). Microbiologia. 6a.ed. São Paulo: Ed. Atheneu.
REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO

APOIO

Você também pode gostar