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Curso de Forno de Microondas
Curso de Forno de Microondas
MICROONDAS
O circuito de controle é uma placa de circuito impresso localizada atrás do painel. Nesta placa há um CI
microcontrolador. O CI micro recebe as informações do teclado e controla através de relês o
funcionamento da fonte de alta tensão. Esta fonte é encarregada de fornecer os 4.000 V necessários para
o funcionamento do magnetron. Ao lado temos o menu dos circuitos:
Conforme já visto, o magnetron é uma válvula especial usada para gerar as microondas que
aquecerão os alimentos. Abaixo vemos o aspecto físico e a construção deste componente:
Aplicando uma tensão de 3 V no filamento, este aquece o catodo (que está ligado no próprio
filamento). O catodo aquecido libera os elétrons que são atraídos com força pela placa através de
uma alta tensão (0 V na placa e - 4.000 V no filamento-catodo). O campo magnético dos dois
imãs colocados em volta do magnetron faz os elétrons girarem em alta velocidade em volta das
pequenas cavidades da placa. Cada cavidade funciona como uma bobina e um capacitor em
paralelo ressonantes em 2.450 MHz. Desta forma com o movimento dos elétrons as ondas são
induzidas nestas cavidades, se somam e saem pela antena com grande intensidade (cerca de
900 W).
OBS. IMPORTANTE - O magnetron nunca deve ser ligado sem estar parafusado no seu
local correto, pois as ondas emitidas por ele são perigosas ao corpo humano, podendo
causar queimaduras ou até câncer. Basta lembrar que nosso corpo é formado basicamente
de água (75%).
Podemos fazer dois tipos de teste com o magnetron desligado: a continuidade do filamento e o
curto entre o filamento e a carcaça (defeito mais comum neste tipo de componente). Abaixo
vemos como se faz cada um dos testes na escala de X10K do multitester:
Meça os dois terminais do filamento. O ponteiro deve ir até o zero. Se o ponteiro não mexer, o
filamento está aberto (defeito raro). Abra a tampa traseira do magnetron e verifique se o fio do
filamento não escapou do terminal. Se isto ocorreu, basta ressoldá-lo. Agora coloque uma ponta
no filamento e a outra na carcaça. O ponteiro não deve mexer. Se o ponteiro mexer, o magnetron
está em curto e deve ser trocado.
A função deste circuito é fornecer a tensão de 4.000 V para o magnetron emitir as ondas. É
formado por um transformador grande ("trafão") que aumenta a tensão da rede de 110 para 2.000
V, um diodo retificador de alta tensão e um capacitor de filtro com isolação de mais de 2.000 V.
Estes dois componentes transformam a alta tensão em contínua e dobram para 4.000 V. Abaixo
vemos o esquema do circuito de alta tensão dos fornos microondas:
O transformador tem um primário para 110 ou 220 V (dependendo do modelo de forno) e dois
secundários, um de 2.000 V e outro de 3 V. O capacitor de filtro tem um resistor embutido para
descarregá-lo assim que o forno é desligado.
TRANSFORMADOR DE A.T.
É o maior transformador do forno, também chamado de "trafão", tem como função alimentar o
magnetron. Abaixo vemos o aspecto físico e o símbolo deste componente:
Como vemos, ele possui um primário para 110 ou 220 V conforme o modelo do forno e dois
secundários: um de 3 V (os dois fios mais compridos) para acender o filamento e outro de 2.000 V
(terminal atrás do trafo e a carcaça do mesmo) para a fonte de A.T. poder obter os 4.000 V para a
correta polarização do magnetron.
Obs: O trafo de A.T. de todos os modelos de microondas é igual no funcionamento. O que pode
mudar é a furação ou a posição do componente dentro do forno.
TESTE A FRIO DO TRAFO DE A.T. DO FORNO MICROONDAS
Abaixo podemos ver como deve ser feito o teste deste componente na escala de X1:
DIODO DE A.T.
Este diodo especial possui o corpo maior que o de um diodo comum, sendo próprio para
funcionar com tensões altas. Abaixo vemos dois modelos de diodos de A.T. para microondas,
sendo um retangular e outro cilíndrico:
Coloque o multitester em X10K, e teste o diodo nos dois sentidos. O ponteiro só deve deflexionar
num dos sentidos. Se deflexionar nos dois sentidos, o diodo está em curto. Se o ponteiro não
mexer em nenhum sentido, o diodo está aberto. Veja abaixo:
Obs: O diodo de A.T. só deve ser testado em X10K. As demais escalas não atingem a tensão de
condução deste diodo. Portanto se ele estiver bom, o ponteiro não irá mexer em nenhuma outra
escala. Apenas em X10K, devido a esta usar uma bateria interna.
CAPACITOR DE A.T.
É um grande capacitor a óleo que funciona como filtro dobrador de A.T. Apesar da sua
capacitância não ser muito alta (fica entre 0,8 e 0,97 µF), sua tensão de isolação é bem alta,
ficando entre 2.000 e 2.200 V. Abaixo vemos o aspecto físico do componente:
Os capacitores de A.T. possuem um resistor interno para descarregá-lo quando o forno for desligado.
Alguns capacitores mais antigos possuem o diodo de A.T. dentro de sua blindagem.
Coloque o multitester na escala de X10K e meça o capacitor nos dois sentidos. O ponteiro deve
deflexionar e voltar para a posição de alta resistência. Se o ponteiro deflexionar e não voltar, ele
está em curto e se o ponteiro não mexer, ele está aberto. Veja abaixo:
Conforme visto no desenho, também pode-se fazer o teste do isolamento do capacitor dos
terminais para a carcaça.
Abaixo temos uma sequência para realizar a manutenção no circuito de alta tensão dos
microondas. Abaixo eles estão listados pelos defeitos apresentados:
a. Verifique se chega 110 VAC no primário do trafo de A.T. quando apertamos a tecla
"liga" ou "start" do painel;
b. Não chega tensão no primário do trafão - Neste caso o defeito está numa das
microchaves ou na placa de controle;
c. Tem 110 V no trafão - Antes de mais nada desligue o forno da tomada e verifique o estado
dos conectores do circuito de A.T. Se algum deles estiver enferrujado, lime-o e aplique
uma camada de solda;
d. Os conectores do circuito de A.T. estão bons - Teste a frio: o magnetron, o diodo, o
capacitor e o trafo de A.T. conforme já explicado. Além do teste individual, também é
possível testar o diodo o capacitor e o magnetron de uma única vez, conforme observado
abaixo:
Na escala de X10K, coloque uma ponta num terminal do filamento e a outra na carcaça do
magnetron, sem retirar os conectores do mesmo. Depois inverta as pontas. Num sentido o
ponteiro deve deflexionar e ficar em torno de 5 R. No outro sentido o ponteiro vai e volta. Se isto
acontecer os três componentes citados estão bons. Se o ponteiro for até o zero nos dois sentidos,
um dos componentes (magnetron, diodo ou capacitor) está em curto. Devemos então testá-los
separadamente.
Pegue uma chave de fenda com o cabo bem isolado. Segure-a sempre pelo cabo. Encoste-a na
carcaça do forno e aproxime-a de um dos terminais do magnetron. Se aparecer uma faísca
azulada (tipo daquelas de solda elétrica de portão), o circuito de A.T. está funcionando e o forno
não esquenta devido ao magnetron em mau estado (esgotado, com o imã quebrado, etc). Neste
caso devemos trocar o magnetron. Este componente tem a numeração começando com 2M.
Assim temos o magnetron 2M167, 2M218, 2M240, 2M246, etc. A diferença entre eles está
apenas na distância entre os furos. O magnetron de um forno serve em todos. Apenas deve ter a
mesma distância dos furos que o original do forno. Se não aparecer a faísca de A.T., o defeito
está no diodo, capacitor ou trafo de A.T.
a. Verifique se a cavidade não tem algumas partes enferrujadas - Se tiver, lixe, coloque
uma fina camada de massa plástica, deixe secar por um dia e aplique a tinta especial para
microondas;
b. Verifique o estado da tampa guia de ondas (esta pode ser de mica ou plástico)
localizada na parte de cima ou numa das laterais da cavidade - Se ela estiver
queimada, antes da troca , faça uma boa limpeza com thinner na região desta tampa e
verifique se a antena do magnetron não queimou. Se isto ocorreu, o magnetron também
precisará ser trocado. Abaixo vemos o aspecto e a posição da tampa guia dos fornos
SHARP, a tampa guia e o magnetron queimados e a tinta para microondas:
4. FORNO ÀS VEZES AQUECE, ÀS VEZES NÃO
MOTORES E LÂMPADA
O forno microondas possui dois motores: um deles tem uma hélice para refrigerar o magnetron e
retirar a umidade de dentro da cavidade. Este recebe o nome de motor do ventilador. O outro
fica embaixo da cavidade para girar o prato lentamente (2 a 3 rotações por minuto) e desta forma
distribuir as ondas uniformemente sobre os alimentos. Este é o motor do prato. Ambos
funcionam com 110 V ou 220 VAC dependendo do modelo do forno. A lâmpada fica ao lado da
cavidade e em alguns modelos de aparelho ela é de rosca. Em outros ela é de encaixe. Funciona
com 110 ou 220 V e a potência fica entre 15 e 25 W. Abaixo vemos estes componentes:
TESTE DOS MOTORES E DA LÂMPADA DO FORNO
Proteções
CIRCUITOS DE PROTEÇÃO DO FORNO
O fusível comum desliga o forno em caso de curto-circuito na fonte de A.T. Os fusíveis térmicos
(ou de temperatura como está no esquema) desligam o forno em caso de aquecimento excessivo
e as chaves impedem o forno de funcionar com a porta aberta.
FUSÍVEL DE 15 A DO MICROONDAS
Este fusível pode ter o corpo de vidro ou de porcelana e seu limite de corrente é 15 A nos fornos
de 110 V e 10 A nos fornos de 220 V. Fica ligado em série com a alimentação do forno. Abaixo
vemos alguns aspectos deste componente e a maneira de testá-lo na escala de X1:
OBS. IMPORTANTE - Como este fusível trabalha no limite, pode acontecer dele queimar mesmo
que não haja outro defeito no forno. Neste caso é aconselhável trocá-lo por um de 20 A.
FUSÍVEIS TÉRMICOS DO MICROONDAS
São formados internamente por duas lâminas encostadas feitas de materiais diferentes. Quando
ele ultrapassa o limite de temperatura marcado no seu corpo, as lâminas desencostam e o fusível
abre. Abaixo vemos o aspecto deste tipo de componente e a maneira de testá-lo na escala de X1:
Obs. IMPORTANTE - Dificilmente este fusível abre a toa. Geralmente quando isto ocorre o
ventilador pode estar com defeito e o magnetron superaqueceu, ou um dos relês da placa de
controle está com defeito ou então o dono do forno deixou um alimento por muito tempo
cozinhando e o aparelho aqueceu demasiadamente ou ainda colocaram algum recipiente de
metal dentro do microondas. Só se deve colocar recipientes de plástico resistente, de vidro ou de
porcelana dentro do microondas. Portanto verifique estas possibilidades antes de trocar o fusível
térmico.
O forno possui 3 chaves acionadas pelos trincos da porta. Todas têm a mesma finalidade: não
deixar o forno funcionar com a porta aberta. Abaixo vemos o aspecto destas chaves e a posição
que elas ficam num modelo de forno da "Sharp":
Elas são identificadas pela sua posição e sua função no forno da seguinte forma:
1. Chave primária - Esta é do tipo NO (normalmente aberta), ou seja, liga quando apertamos o
pino. Fica ligada em série com o primário do trafo de A.T. Portanto quando a porta do forno está
aberta, ela não permite que o trafo receba 110 V no primário e desta forma o magnetron não
funciona.
2. Chave secundária - Esta também é NO e vai ligada na placa de controle. Quando a porta do
forno está aberta, ela desliga do terra um pino do CI micro da placa e desta forma todas as teclas
"LIGA" do painel ficam inoperantes.
Estas chaves também são indicadas pela sua máxima corrente de operação, em geral 15 ou 16
A. Devemos tomar o cuidado de não trocar a chave monitora com uma das outras duas, já que
seu modo de operação é inverso.
Abaixo vemos como deve ser feito o teste dos dois tipos de chave em X1. Observe como a
distância dos terminais da chave monitora é maior que o das outras duas:
DEFEITOS QUE AS MICROCHAVES PODEM CAUSAR NO FUNCIONAMENTO DO FORNO
1. Chave primária - A que dá maior incidência de defeitos. Seus contatos costumam oxidar e
devido a passagem de grande corrente, estes contatos aquecem excessivamente e derretem a
chave. Defeito - O forno não esquenta, os motores não giram, porém a lâmpada acende e o
relógio do painel conta normalmente.
2. Chave secundária - Esta não dá tanto defeito quanto a primária, devido a corrente reduzida
que passa por ela. Defeito - As teclas "LIGA" do painel não funcionam. Ao ligar o forno na tomada
o ventilador e a lâmpada entram em funcionamento imediatamente, porém não aquece.
3. Chave monitora - Esta quando ocasiona defeito é devido ao seu mau posicionamento no
suporte das chaves. Defeito - Ao apertar uma das teclas "LIGA" do painel o fusível de 15 A
queima na mesma hora.
Obs: Alguns fornos têm uma 4ª chave para acender a lâmpada da cavidade. Os modelos que não
têm esta 4ª chave acendem a lâmpada através de um dos relês da placa de controle.
1. FORNO NÃO FUNCIONA E DISPLAY NÃO ACENDE
a. Verifique se chega 110 V no cabo de força - Se não chegar o cabo está interrompido e
deve ser trocado;
b. Teste a frio os fusíveis de 15 A e térmicos;
c. Fusível de 15 A queimado - Antes de trocá-lo, teste a frio o magnetron, trafo, diodo e
capacitor de A.T. Se estão bons, reponha o fusível e veja o que acontece:
d. Forno funciona normalmente - Deixe-o funcionando por 15 minutos e após desligue e veja
se o fusível esquentou muito. Se isto ocorreu, troque o porta-fusível. Se o fusível não
esquentou, ele queimou devido a deficiência de fabricação (era muito vagabundo). Basta
trocá-lo por um de 20 A.
e. Ao apertar a tecla "LIGA"do painel o fusível queima na hora - defeito na microchave
monitora ou no circuito de A.T.
f. Desconecte o primário do trafo de A.T. e coloque outro fusível - Se ele queimar de novo
o defeito é na microchave monitora ou no acionamento da mesma (trinco da porta, suportes
das chaves). Se o fusível não queimar mais, o defeito é no circuito de A.T.
g. Conecte o primário e desconecte o secundário de A.T. do trafo - Se o fusível queimar, o
defeito é o trafo de A.T. com espiras em curto. Se o fusível não queimar, o defeito é nos
outros componentes da A.T. (magnetron, diodo ou capacitor)
h. Fusível térmico aberto - Substitua-o por um fio grosso e ligue o forno. Se o ventilador não
funciona, o motor dele pode estar com defeito, a hélice pode estar patinando ou não
chegando 110 V neste componente. Se ao ligar o forno na tomada o magnetron já entrar em
funcionamento direto, o defeito estará localizado na placa de controle (relê, transístor de
acionamento, etc). Se o fusível termico está aberto devemos fazer todos os testes para
verificarmos se o magnetron ainda está bom.
i. O forno não funciona, mas o cabo, a fiação e os fusíveis estão bons - Neste caso o
defeito é na placa de controle, a qual explicaremos na seção da placa de controle.
Neste caso o defeito está na chave primária. Verifique se o conector desta chave não está oxidado
ou queimado. A seguir, troque a chave.
3. O VENTILADOR GIRA DIRETO E AS TECLAS "LIGA" NÃO FUNCIONAM
Este defeito é causado pela chave secundária. Veja o conector dela e troque-a.
Teste a lâmpada a frio ou a quente, se bem que quando ela está queimada, no visual já se nota. Se
a lâmpada está boa, verifique se o soquete não está enferrujado. Veja as ligações do soquete e o
estado dos conectores ligados na lâmpada.
5. VENTILADOR NÃO GIRA E FORNO SUPERAQUECE
Teste o motor do ventilador, veja o estado da hélice e das ligações deste motor.
Verifique o estado da “estrela” de plástico que fica no eixo do motor (é comum ela quebrar e ficar
patinando). Teste o motor do prato e verifique as ligações dele.
Placa de controle
CIRCUITO DE CONTROLE DO MICROONDAS
Os microondas antigos controlavam o tempo de preparo dos alimentos através de uma chave
acoplada a um motor de redução. O conjunto chave-motor recebe o nome de "timer mecânico".
Os fornos atuais possuem um circuito eletrônico localizado numa placa de circuito impresso atrás
do painel. Abaixo vemos esta placa de controle num moderno forno microondas:
Nesta placa há um CI chamado microcontrolador. Como seu nome indica ele controla todas as
funções do microondas como tempo de preparo, descongelamento, relógio, etc e acende um
display mostrador que pode ser fluorescente ou de cristal líquido. Nesta seção falaremos sobre os
principais componentes e os defeitos da placa de controle:
Também chamado de "trafinho", este pequeno transformador recebe 110 ou 220 V da rede e
fornece duas tensões no secundário: uma de 12 ou 24 V e outra de 3 V para o filamento do
display fluorescente. Abaixo podemos observar o aspecto físico e o símbolo deste componente:
Para testar este trafo a frio, use a escala de X1, meça os pinos do primário, o ponteiro deve
indicar entre 100 e 500 Ω, os pinos do secundário de 24 V, o ponteiro deve indicar um pouco mais
de 10 Ω e os pinos do secundário de 3 V, o ponteiro deve indicar menos de 10 Ω. Se o ponteiro
não deflexionar em alguns dos enrolamentos, o trafo está queimado e a placa de controle não
funcionará. Abaixo vemos como é feito o teste do trafo:
VARISTOR
O varistor é um resistor especial que altera a resistência quando a tensão nos seus terminais
também é alterada. Na placa de controle há um varistor ligado em paralelo com o transformador.
O varistor é especificado pelo seu limite de tensão. Para fornos de 110 V o varistor pode ser de
150 ou 175 V. Nos fornos de 220 V o varistor é de 300 V. Em condições normais de
funcionamento sua resistência é muito alta. Quando a tensão da rede fica acima do valor nominal,
a resistência do varistor diminui e ele amortece o pico de tensão no primário, impedindo-o de
queimar. Quando a tensão da rede ultrapassa o limite do varistor, ele queima (entra em curto) e
abre trilha que alimenta o trafo, desligando o forno imediatamente. Portanto o varistor funciona
como um dispositivo de proteção do trafo da placa. Porém nada impede do trafo queimar junto
com o varistor durante uma sobrecarga violenta no primário. Abaixo vemos o aspecto e como
testar este componente em X10K:
RELÊS DA PLACA
O relê é uma chave magnética, ou seja, acionada por uma bobina. O forno possui pelo menos
dois relês na placa de controle: um deles, o maior, para alimentar o trafo de A.T. e outro menor
para alimentar os motores e a lâmpada. Abaixo vemos estes componentes e o símbolo:
Cada relê é acionado por um dois transístores que recebem uma tensão de acionamento na base
vinda de um dos pinos do CI micro. Abaixo vemos o exemplo de um circuito de acionamento
usado por um dos microondas da "Sharp":
IC1 é o CI micro. RY1 é o relê dos motores e lâmpada. RY2 é o relê do trafo de A.T. Os
transístores Q80 a Q82 são os acionadores dos relês. São transístores digitais que funcionam
como chave liga/desliga. Quando o pino 16 do CI fica com 0 V, não polariza a base de Q82. Este
transístor não conduz e não passa corrente pela bobina do relê do trafo de A.T. Ao apertar a tecla
"LIGA" do painel, o pino 16 passa para 5 V, polariza a base do transístor Q82. Este conduz e faz
circular corrente na bobina do relê do trafo de A.T., ligando o circuito do magnetron. Este
processo também ocorre de forma semelhante nos transístores Q80 e Q81 para acionar os
motores e a lâmpada do forno.
Existem duas formas de testar o relê: Uma delas é a frio. Coloque o mitter na escala de X10,
meça os dois pinos da bobina. O ponteiro deve indicar entre 100 Ω e 1K. Se o ponteiro não
mexer, a bobina do relê está aberta. A seguir use a escala de X10K e meça os terminais da
chave. O ponteiro não deve mexer. Se mexer, o relê está em curto. Também podemos testar o
relê com o forno ligado. Quando o relê atracar, meça os pinos da chave em X1. Se o ponteiro for
até o zero, o relê está funcionando. Se isto não acontecer, o relê está com defeito. Abaixo vemos
estes testes:
DISPLAYS DE MICROONDAS
Os fornos microondas usam dois tipos de displays mostradores: O de cristal líquido (do tipo que
se usa em relógio e calculadora) e o fluorescente (que funciona como uma válvula eletrônica).
Abaixo vemos estes dois tipos:
DISPLAYS FLUORESCENTES
Este é tipo mais usado pelos microondas pelo fato de emitir luz e poder ser visto em lugares
escuros. Porém o consumo deste tipo é bem maior que o do tipo de cristal líquido. É formado por
um tubo de vidro de onde se retirou o ar, alguns filamentos bem finos transversais bem perto do
tubo, uma grade logo abaixo dos filamentos que cobre todos os segmentos e abaixo da grade
única umas plaquinhas, sendo uma para cada segmento. Quando os filamentos acendem, eles
emitem elétrons que passam pela grade e chegam nas placas produzindo uma luz azulada ou
esverdeada em cada uma. O CI micro da placa controla a tensão a ser aplicada na grade e nas
placas, fazendo os segmentos acenderem na sequência correta. Os filamentos estão nos pinos
mais externos do display e são acesos por uma tensão de 3 V vinda do trafo da placa de controle.
Abaixo vemos o detalhe ampliado de um display deste tipo:
Estes displays possuem uma mancha preta num dos cantos, onde foi feita a extração do ar. Se
ele quebrar, entra ar no tubo, a mancha fica branca e o componente não acende mais.
Este tipo tem um consumo bem menor que o fluorescente, porém, como ele não emite luz,
necessita de uma fonte luminosa para ser visto. O cristal líquido é uma substância cujas
moléculas podem ser reorganizadas com a aplicação de uma tensão elétrica. Abaixo vemos o
detalhe interno de um display deste tipo:
Observe como a lâmina de cristal líquido fica no meio de tudo. Os polarizadores são lâminas de
vidro cheia de ranhuras, sendo o frontal com ranhuras horizontais e o traseiro com ranhuras
verticais. Os dois eletrodos são onde se aplica a tensão e onde serão formados os números.
Quando não se aplica a tensão, a luz passa pelo polarizador frontal e chega no cristal líquido. O
cristal vira a luz em 90 °, ela consegue passar pelo polarizador traseiro, bate num espelho e volta
pelo polarizador frontal não formando nenhum número. Quando se aplica tensão nos eletrodos, o
cristal muda suas moléculas e não vira a luz. Desta forma a luz não passa pelo polarizador
traseiro e aparece um traço preto (segmento de número) na parte frontal do componente.
Aplicando tensão sequencialmente nos eletrodos ele forma os números. O display de cristal não
necessita de um secundário de 3 V no trafo da placa como ocorre no fluorescente.
Abaixo vemos como deve ser feita esta medida usando a escala de ACV. Lembrando que se não
tiver tensão nos filamentos do display, ele não acenderá:
TRANSÍSTORES DA PLACA DE CONTROLE
Os transístores são usados basicamente para acionar os relês do circuito de alta tensão , dos
motores e da lâmpada. Um ou dois transístores são usados para amplificar o sinal de "beep" para
o alto falante "buzzer" da placa. Alguns fornos usam transístores comuns, outros transístores
"darlington" e outros transístores digitais (DT), ou seja, transístores com resistores embutidos
funcionando como chave liga/desliga. Abaixo vemos o circuito de acionamento de alguns modelos
de microondas:
TESTE DOS TRANSÍSTORES DO MICROONDAS
Abaixo vemos como deve ser testado o transístor DT (digital transístor) na escala de X1K do
multitester. Este transístor só deve ser testado fora do circuito:
Este tipo possui dois resistores da ordem de kΩ internos. Portanto devemos testá-los em X1K.
Com a ponta certa na base e a outra em cada terminal restante, o ponteiro indica o mesmo valor
entre 5 kΩ e 100 kΩ. Usando a escala de X10K, entre coletor e emissor o ponteiro só deve mexer
num sentido.
Os transístores comuns já foram explicados como devemos testá-los em outra parte deste site.
No caso dos transístores "Darlington" proceda da seguinte maneira: Em X1, ponta certa na base,
a outra ponta em cada terminal, o ponteiro indica menor resistência no coletor e maior resistência
no emissor. Ex: 10 Ω no coletor e 20 Ω no emissor. Em X10K entre coletor e emissor, o ponteiro
só pode deflexionar num sentido. Lembrando que o "Darlington é formado por dois transístores e
mais alguns componentes dentro da mesma cápsula.
Estes modelos possuem uma resistência douradora na parte superior da cavidade, semelhante a
um forno elétrico. Esta resistência recebe o nome de "grill" ou "browner". Os fornos com esta
resistência possuem um relê a mais na placa para ligá-la e assim dourar o alimento após o
cozimento do mesmo. Abaixo vemos o aspecto físico e a maneira de testar uma resistência desta:
É o teclado onde selecionamos as funções de controle do forno. É formada por duas lâminas de
poliéster separadas por um plástico espaçador (nylon). Há contatos de grafite nas lâminas. Ao
apertar uma tecla, o grafite da lâmina da frente encosta no da lâmina traseira e assim aciona
aquela função. Abaixo vemos o aspecto físico deste componente e a estrutura interna:
A membrana difere de um modelo de forno para outro, assim como o restante da placa de
controle, porém o funcionamento de todas seguem o mesmo princípio de funcionamento.
Este componente é um dos que mais dão defeito nos microondas, indo desde a quebra do "flat
cable" por ressecamento até o desgastes do grafite por mau uso ou excesso de uso
Abaixo vemos como deve ser feito o teste a frio e a quente neste componente:
A frio dá mais trabalho e consiste em manter uma tecla pressionada e medir os pares de
terminais dois a dois até encontrar um que o ponteiro indica menos de 1K. Se o ponteiro não
mexer em nenhum par com a tecla pressionada, a membrana está com defeito.
A quente faça o seguinte: Conecte a placa no forno sem a membrana. Não esqueça de desligar o
primário do trafo de A.T. Ligue o forno na tomada e com um pedaço de fio toque em cada dois
terminais onde a fita do teclado encaixa. Se as funções forem sendo acionadas, a placa está boa
e a membrana deverá ser trocada. Se as funções não atuarem, o defeito é na placa.
A membrana é auto colante o painel do forno e antes de colá-la na sua posição definitiva,
devemos encaixá-la no conector sem retirar o papel de trás (auto adesivo) e apertar as teclas. Se
estas obedecerem aos comandos, pode-se destacá-la e colá-la em definitivo. Se não funcionar,
devemos trocar a membrana onde foi comprada.
CONSERTOS NA PLACA DE CONTROLE DO MICROONDAS
IMPORTANTE - Quando um forno não funciona devido a uma falha na placa ou quando a
sua membrana não está funcionando, ele pode ainda ter outro defeito (inclusive o
magnetron) e não ficaremos sabendo antes de colocar a placa para funcionar ou trocar a
membrana. Portanto podemos fazer o seguinte teste antes de arrumar a placa ou trocar a
membrana: Solde um pedaço de fio nos terminais da chave dos dois relês da plca.
Coloque um copo de água na cavidade. Ligue o forno na tomada e o magnetron começará
a funcionar. Após um minuto se a água aquecer, o magnetron está bom. Abaixo vemos a
ligação na placa:
2. O FORNO FUNCIONA MAS O DISPLAY NÃO ACENDE
Parte mecânica
PARTE MECÂNICA DO FORNO MICROONDAS
É formada pela cavidade, gabinete, painel, porta e seus componentes e as bases de sustentação.
Abaixo destacamos os componentes que formam a parte mecânica de um forno microondas:
A portas é feita de ferro com pequenos furos. No vão da porta são encaixados os trincos para o
travamento junto com a respectiva mola. Na frente da porta vai encaixada ou parafusada um visor
de acrílico. Na parte interna temos um plástico adesivo usado para evitar o acúmulo de vapor
d'água no visor acrílico. Em volta da porta temos a moldura plástica para vedar a saída das
microondas. Abaixo vemos o aspecto físico deste componente:
COLOCAÇÃO DOS TRINCOS DA PORTA DO MICROONDAS
Para colocar os trincos devemos retirar a moldura de plástico em volta da porta e encaixá-los nos
pinos que ficam dentro do vão da porta junto com a sua mola. Há fornos que usam dois trincos
individuais e os que usam um trinco único. Abaixo vemos o esquema de colocação deste
componente e os tipos já citados:
A porta é fixada na cavidade através de dobradiças. Devemos alinhar a porta perfeitamente com
a parte da frente da cavidade conforme visto abaixo e só após isto apertar os parafusos das
dobradiças.Verifique se após o ajuste, os trincos acionam as microchaves quando a porta estiver
fechada.
PAINEL DO MICROONDAS
GABINETE DO MICROONDAS
É uma tampa metálica que encerra todos os componentes do microondas. Vai parafusada na
cavidade e a cor pode ser branca, marrom, creme, grafite, etc. Geralmente a cor do gabinete
acompanha a cor do painel do forno. Abaixo vemos o aspecto deste componente: