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Se pararmos para observar e ouvir as crianças que frequentam os anos iniciais do ensino
fundamental, podemos perceber o desejo e a curiosidade que elas possuem em conhecer o
mundo físico ao seu redor. Neste sentido, entendemos que o ensino de Ciências deva ser
desenvolvido a partir de uma perspectiva contextualizada, ou seja, que mantenha relação
intrínseca com as realidades onde as crianças estão inseridas. Trata-se de uma disciplina
escolar em que grande parte dos conceitos estudados em sala de aula pode ser desenvolvida a
partir da participação ativa da criança. Trata-se de um processo com foco nos processos
interativos entre os alunos e o professor, em detrimento dos processos que privilegiam a
memorização e a repetição.
O ensino de Ciências, nessa perspectiva, pode trazer contribuições para o
desenvolvimento intelectual e social das crianças, com reflexos sobre o iremos chamar de
educação científica, passo que se pretende concretizar na escola. Conforme os Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), o trabalho com os conhecimentos provenientes das
Ciências Naturais deve ser orientado para a ampliação das experiências das crianças e para a
construção de diferentes conhecimentos acerca do meio social e natural. O documento diz
respeito à pluralidade de fenômenos e acontecimentos físicos, biológicos, geográficos,
históricos e culturais, bem como ao conhecimento da diversidade de explicações e
representações sobre o mundo. Um dos objetivos da educação científica, diz respeito ao
desenvolvimento e ampliação de atitudes e habilidades científicas que contribuirão para o
reconhecimento do papel individual e coletivo de cada um sobre o cotidiano e suas demandas,
além das decisões conscientes a partir de realidades cada vez mais complexas, do ponto de
vista científico e tecnológico.
A ciência apresenta um modo característico de produção do conhecimento, cuja
importância é indiscutível, diferindo de outras formas de explicação e representação do
mundo, como as lendas e mitos ou os conhecimentos cotidianos (BRASIL, 1997). Por
conseguinte, o ensino de Ciências nos anos iniciais deve possibilitar experiências que
aproximem as crianças dos modelos explicativos e representacionais sobre o mundo social e
natural. A intenção é a de que as crianças consigam estabelecer, progressivamente, diferenças
entre os conhecimentos cotidianos e os científicos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais
assim apresentam esta importante característica:
Para Vygotsky (1994), a investigação de processos sociais e históricos tem como objetivo
reconhecer etapas do desenvolvimento do indivíduo, que acontecem por intermédio da relação
mediada deste com objetos do conhecimento. Neste sentido, evidenciamos a importância do
professor na efetivação desse processo. As interações da criança com o seu mundo acontecem
pela mediação que é efetivada por outros sujeitos.
De acordo com Rego (2011), Vygotsky procura conceituar a função da escola no
processo de desenvolvimento do indivíduo, fazendo uma distinção entre conhecimentos
construídos na experiência individual das crianças (conceitos cotidianos ou espontâneos) e
conhecimentos construídos no viés da sala de aula (conceitos científicos). Nesse sentindo,
construir conhecimento sugere uma ação partilhada, já que é através da interação/mediação
que as relações entre o sujeito e o objeto do conhecimento são constituídas.
Sabe-se que a criança constrói seus conceitos e aprende de modo mais significativo
no ambiente que a rodeia, mediante a apropriação e a compreensão dos significados
apresentados no ensino de ciências naturais. Embora o conhecimento científico
aconteça de diversas formas e em diferentes ambientes, é na escola que os conceitos
científicos são normalmente introduzidos de forma sistematizada. Por outro lado, os
alunos encontram não apenas dificuldades conceituais, mas enfrentam problemas no
uso de estratégias de raciocínio de solução de problemas, próprios do trabalho
científico, que precisam ser consideradas. (PORTO et al., 2009, p. 22).
Como as ideias das crianças sobre o mundo que as rodeia são construídas durante os
primeiros anos de escolarização, não ensinar Ciências nessa idade significa ignorar
esse processo, abandonando a criança a seus próprios pensamentos, privando-a de
um contato mais sistematizado com a realidade. (UNESCO, 2003, p. 08).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
pesquisa social com base empírica, concebida e realizada em estreita associação com
uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e
os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de
modo cooperativo ou participativo.
A APRENDIZAGEM:
MODIFICAÇÃO DO PENSAMENTO E
UTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM DA
CIÊNCIA PELAS CRIANÇAS
AS AULAS
AVALIAÇÃO
TEORIA
PLANEJAMENTO REFLEXÃO
AVALIAÇÃO
DECISÃO
AS AULAS
AVALIAÇÃO
TEORIA
PLANEJAMENTO REFLEXÃO
DECISÃO
AS AULAS
AVALIAÇÃO
TEORIA
PLANEJAMENTO REFLEXÃO
DECISÃO
AS AULAS
Elabora uma representação dos conceitos cotidianos das crianças sobre o tema.
Cria um contexto para o estudo, visando introduzir a criança, intelectual e
A ATIVIDADE DOCENTE NA ZDP DAS
4. RESULTADOS ESPERADOS
BORGES, R. M. R.; MORAES, R. Educação em ciências nas séries iniciais. Porto Alegre:
Sagra Luzzatto, 1998.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências Didáticas para o oral e a escrita:
Apresentação de um procedimento. In: Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo:
Mercado de Letras, 2004.
UNESCO. A ciência para o século XXI: uma nova visão e uma base de ação. Brasília:
ABIPTI, 2003.
VYGOTSKY, L. S. A Formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
Key - words: Science education, Early years, and scientific knowledge spontaneous, Zone of
Proximal Development.