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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

Apesar de simples,a contabilidade das micro e pe-


Pag. 3 > Constituição da Empresa
quenas empresas torna-se complexa pela necessida-
> Contrato Social
de de interpretar a legislação e aplicar corretamente
> Natureza Jurídica todas as determinações dos órgãos arrecadadores.
> Atividade Principal e Acessória Outro fator é a velocidade com que as leis são alte-
> Enquadramento Tributário radas, obrigando o empreendedor a dedicar muito
> Alvará de Funcionamento tempo à apuração de impostos, sem contar a enor-
> Legislação Pertinente me burocracia, que atrapalha o crescimento e amea-
ça a sobrevivência dos pequenos e médios negócios.
Pag. 5 > Escrituração Contábil
Devido à importância das micro e pequenas empre-
> Obrigatoriedade
sas para a economia nacional e, em contrapartida,
> Simplificação
considerando o alto índice de mortalidade desses
> Livros Obrigatórios empreendimentos, em muitos casos por falta de
> Plano de Contas gestão contábil e tributária, o Grupo Sage, com mais
> Normas Internacionais de Contabilidade de 40 anos de experiência no segmento, preparou
> Lançamentos Contábeis uma cartilha prática e objetiva para evitar a morte
prematura das empresas de pequeno porte.
Pag. 8 > Demonstrações Contábeis
> Balanço Patrimonial Essa Cartilha foi elaborada em formato de perguntas
e respostas, para possibilitar fácil e rápida compreen-
> Demonstração do Resultado do Exercício
são de temas fundamentais ao crescimento saudável
> Divulgação e Publicação
dos empreendimentos, tais como: gestão contábil,
fiscal, ambiental, social e legal.
Pag. 9 > Gestão Ambiental e Social
> Ativo Biológico
> Balanço Social
> Balanço Ambiental

Pag. 11 > Gestão Tributária


> O ICMS
> O PIS-Pasep e a Cofins
> A Previdência Social
> O IRPJ e a CSLL
> As Retenções na Fonte

Pag.14> Gestão de Negócios


> Fluxo de Caixa
> Análise de Balanços
> Operações Bancárias
> Operações com Estoques
> Mortalidade das Empresas

Pag. 15 > Responsabilidade


> Do Contador
> Do Administrador
> Do Escritório de Contabilidade
> Do Fornecedor
> De Terceiros

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> PERGUNTAS E RESPOSTAS

CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA
> Contrato Social
1- Quero abrir uma micro empresa, o que devo fazer?

R – Primeiramente, você deve fazer uma consulta na Junta Comercial do seu Estado e verificar se o nome que você
escolheu está disponível no mercado. Isso porque não pode existir empresas com o mesmo nome e atividade em cada
Estado.

2 - O que é uma Junta Comercial?


R-Junta comercial é um órgão responsável pelo registro de atividades ligadas a sociedades empresariais. Há uma Junta
Comercial em cada Estado brasileiro.

3 – O que é Alvará de Funcionamento?

R – O Alvará de Funcionamento é uma autorização que a prefeitura da cidade, na qual o negócio será aberto, fornece
ao empreendedor. Portanto, faça uma consulta prévia na prefeitura para verificar se existem pendências ou restrições à
abertura de sua empresa no endereço indicado.

4 - Não ter o Alvará de Funcionamento impede a abertura da empresa?

R – A não liberação do Alvará de Funcionamento pode impedir a abertura do negócio sim.

5. Em caso de ter sócios, como devo proceder?

R – Antes de abrir a empresa você deve pesquisar a situação fiscal de cada sócio. Essa pesquisa será feita na Secretaria
da Fazenda do Estado ou do Município no qual e a empresa será aberta. É importante saber que qualquer irregularidade
fiscal poderá impedir a entrada do sócio.

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6. É preciso ter o visto do advogado no Contrato Social? pão; uma oficina mecânica conserta carros; uma cabe-
leireira arruma cabelos, essas são as atividades principais
R – Não. Pela Lei Complementar nº 123/2006 as micro- do negócio. Já as atividades econômicas secundárias são
empresas e empresas de pequeno porte estão dispensa- aquelas exercidas na mesma unidade produtiva, além
das dessa obrigatoriedade. da atividade principal, como por exemplo: uma padaria
alugar um espaço vago.

7. O que é NIRE? Atenção: se você pretende optar pelo Simples Nacional, é


recomendável tomar cuidado com a escolha da atividade
R – O NIRE (Número de Identificação do Registro de principal e das acessórias, uma vez que essas atividades
Empresas) é o registro da empresa na Junta Comercial do podem impedir sua opção por este regime.
Estado. É obtido no momento da abertura da empresa.

8. Como obter o NIRE? Exemplo:

R – Você deve apresentar todos os documentos para No cadastro da empresa no CNPJ, ela possui, como ativi-
abertura de sua empresa na Junta Comercial do seu Esta- dade principal, “A”, e as secundárias “B”, “C” e “D”. Mas,
do, que deverá fazer a análise e lhe fornecer o número do o empreendedor mudou a atividade principal para “F” e
NIRE. deixou de exercer a “A”.

9- Como devo fazer para conseguir o CNPJ? Assim, ele deverá informar a alteração ao CNPJ, através do
R- Com o NIRE em mãos você deve solicitar o Cadastro evento 244, da seguinte forma:
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), na página da Receita
Federal do Brasil – www.receita.fazenda.gov.br. Atividade Principal = “F”
Atividades Secundárias = “B”, “C” e “D”

NATUREZA JURÍDICA
10. O que é e como definir a natureza jurídica da empre- ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO
sa?
13. Quais são os regimes tributários que existem no Bra-
R – Natureza jurídica é a classificação da empresa perante sil?
o Estado, para fins de fiscalização econômica.
R- No Brasil atualmente existem cinco regimes tributá-
A natureza jurídica da empresa é determinada segundo o rios: Microempreendedor Individual, Simples Nacional,
número de sócios que ela possui. Se tiver sócios, a em- Lucro Presumido ou Arbitrado e Lucro Real.
presa será constituída sob uma das formas de sociedade
comercial, sendo que a mais comum é a Sociedade Limi-
tada. Se não tiver sócios, o negócio será registrado como 14. O que significa estar com documentos de regularida-
Empresário Individual. de fiscal com restrição?

11. A natureza jurídica da empresa deve estar de acordo R – Significa que a empresa não está em dia com as suas
com o local no qual ela foi aberta e onde foi feito o regis- obrigações tributárias.
tro do Contrato Social?

R – Sim. Se o Contrato Social foi registrado na Junta 15- E quais os problemas que isso pode trazer?
Comercial, o negócio deverá ser aberto com natureza jurí-
dica de “empresário” ou “ sociedade empresária”. Porém, R- A empresa não poderá participar de licitações públicas,
se o registro da empresa ocorreu no Cartório de Registro obter financiamentos bancários, comprar mercadorias de
Civil de Pessoas Jurídicas, a natureza jurídica será de “so- fornecedores em geral e outros.
ciedade simples” (pura ou com cláusula de limitação de
responsabilidade dos sócios).
16. O que uma empresa de pequeno porte deve fazer
> Atividade Principal e Acessória para garantir a sua permanência no Simples Nacional?

12. O que é atividade econômica principal e acessória da R – Para continuar no Simples Nacional, a receita bruta
empresa? total da empresa não pode ultrapassar o limite de R$
3.000.000,00 anual (R$ 3.600.000,00 / 12) x 10 meses).
R – A atividade econômica principal de uma empresa é o Caso o faturamento exceda esse limite, a empresa terá de
seu principal ramo de atividade. Exemplo: uma padaria faz recolher cada tributo, com multa.
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17. As microempresas ou empresas de pequeno porte possuem alguma vantagem de vender seus produtos ou serviços
para o governo?

R – Sim. A Lei Complementar nº 123/2006 estabelece que o Governo Federal, os Estados e Municípios deverão dar trata-
mento prioritário às empresas enquadradas no Simples Nacional nas compras públicas.

> Legislação Pertinente

18. Qual é a legislação fiscal e comercial aplicada às micro, pequenas e médias empresas?

R – São as seguintes leis que regulam o micro e pequeno negócio: Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto das micro-
empresas e empresas de pequeno porte); Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional– CGSN nº 94/2011 (Regras e
procedimentos emanados pelo fisco) e a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC nº 1.255/2009 (Normas
de contabilidade).

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
> Obrigatoriedade

19. Qual é a importância da contabilidade para as micro, pequenas e médias empresas?

R – Além de auxiliar o empresário na tomada de decisões (reduzir custos, fazer investimentos, modificar linha de produ-
tos, participar de concorrência pública e internacionalizações, dentre outras), a contabilidade é exigida nas situações de
falência, concordata, perícias judiciais e dissidências societárias.

20. As micro, pequenas e médias empresas precisam fazer a escrituração contábil?

R – Sim. O Código Civil Brasileiro mantém essa exigência. Portanto, as micro, pequenas e médias empresas devem fazer
anualmente o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado Econômico.

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21. E o MEI está obrigado a fazer escrituração contábil? R – Sim. Através de ITG 1.000 – Modelo Contábil para Micro-
empresa e Empresa de Pequeno Porte, aprovada pela Resolu-
R – Não. O pequeno empresário ou Micro Empreendedor ção CFC nº 1.418/2012.
Individual é aquele cujo faturamento anual está limitado a R$
60.000,00. Ele não precisa fazer a escrituração contábil. Para mais informações consulte o IOB Online: www.iobonline.
com.br, ou o site do Conselho Federal de Contabilidade: www.
22. A microempresa e as empresas de pequeno porte pre- cfc.org.br
cisam ter o Balanço Patrimonial para participar das compras
dos governos estaduais? > Livros Obrigatórios

R – Em geral, não. Entretanto, isso dependerá do que estabe- 27. As microempresas e as empresas de pequeno porte estão
lecer o edital de licitação de cada Estado. obrigadas a escriturar o Livro Caixa?

23. O fisco federal exige que as microempresas e as empresas R – Sim. Porém, se fizerem a contabilidade, em especial o Li-
de pequeno porte façam a contabilidade? vro Diário e o Livro Razão, estão dispensadas da apresentação
do Livro Caixa.
R – Não. Porém, se a empresa optar por não fazer a contabili-
dade deverá escriturar o Livro Caixa. 28. Quais são os Livros contábeis obrigatórios que a micro,
pequena e média empresa deve ter?
24. O que é Livro Caixa?
R – São o Livro Diário e o Livro Razão.
R – O Livro Caixa é um documento no qual é feito o registro
de todos os recebimentos e pagamentos efetuados pelo > Plano de Contas
autônomo ou profissional liberal.
29. O Conselho Federal de Contabilidade - CFC publicou um
25. As microempresas e as empresas de pequeno porte po- plano de contas específico para as micro, pequenas e médias
derão adotar contabilidade simplificada? empresas?

R – Sim. Uma vez sendo optantes pelo Simples Nacional essas R – Sim. O CFC elaborou, a título de sugestão, um plano de
empresas poderão, opcionalmente, adotar a contabilida- contas modelo para as micro, pequenas e médias empresas,
de simplificada para os registros e controles das operações que é o ITG 1.000 publicada por meio da Resolução CFC nº
realizadas. No entanto, elas devem observar as disposições 1.418/2013.
previstas no Código Civil e nas Normas Brasileiras de Conta-
bilidade. Para mais informações sobre esse tema consulte o IOB Onli-
ne:
26. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou www.iobonline.com.br, ou o site do Conselho Federal de
algum modelo contábil para as micro e pequenas empresas? Contabilidade: www.cfc.org.br
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MODELO DE PLANO DE CONTAS > Normas Internacionais de Contabilidade

30. As micro, pequenas e médias empresas estão sujeitas às


CÓDIGOS NOME DAS CONTAS Normas Internacionais de Contabilidade?

1 ATIVO R – Sim. O Conselho Federal de Contabilidade – CFC publicou


os procedimentos específicos que estas empresas devem
1.1 ATIVO CIRCULANTE
adotar ao efetuar a contabilidade (NBC TG 1.000, aprovada
1.1.1 Caixa Geral
pela Resolução CFC nº 1.255/2009).
1.1.1.01 Fundo Fixo
1.1.1.02 Caixa Flutuante
1.1.2 Bancos conta Movimento Consulte o IOB Online:www.iobonline.com.br, ou o site do
1.1.2.01 Banco “A” Conselho Federal de Contabilidade: www.cfc.org.br
1.1.2.02 Banco “B”
1.1.3 Contas a Receber > Lançamentos Contábeis
1.1.3.01 Clientes
1.1.3.02 Outras Contas a Receber
1.1.3.09 (-) Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa
31. Qual o lançamento contábil a ser efetuado na data de
1.1.4 Estoques abertura da micro, pequena e média empresa?
1.1.4.01 Mercadorias
1.1.4.02 Produtos Acabados R – O Capital Social estabelecido pelos sócios será o valor que
1.1.4.03 Insumos dará origem ao patrimônio da empresa. Nesse momento nas-
1.1.3.04 Outros
ce o direito da empresa com relação aos seus participantes.
1.3 ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.3.1 Contas a Receber O Capital Social será realizado mediante a entrega dos recur-
1.3.1.01 Clientes sos dos sócios para a empresa, que podem ser em dinheiro,
1.3.1.02 Outras Contas imóveis, automóveis, ou outros bens.
1.3.2 Investimentos
1.3.3 Imobilizado Assim, existe os seguintes lançamentos contábeis:
1.3.4 Intangível

2 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


1. Pelo registro do compromisso assumido (R$ 10.000,00) na
data da lavratura do contrato social.
2.1 PASSIVO CIRCULANTE
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher Local: São Paulo
2.1.1.01 Simples Nacional Data: XX/XX/20X1
2.1.2 Contas a Pagar
2.1.2.01 Fornecedores
D – Capital a Realizar (Redutora do Patrimônio Líquido)
2.1.2.02 Outras Contas a Pagar
10.000,00
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE C – Capital Social (Patrimônio Líquido) 10.000,00
2.2.1 Financiamentos Bancários
2.2.1.01 Banco “A” 2. Pela integralização do Capital Social, sendo: 40% em di-
nheiro e o restante em um veículo.
2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.3.1 Capital Social
2.3.2 Reservas
Local: São Paulo
2.3.3 Lucros e/ou Prejuízos Acumulados Data: XX/XX/20X1

3 CUSTOS E DESPESAS D – Caixa (Ativo Circulante) 4.000,00


3.1 Custo dos Produtos Vendidos D – Veículos (Ativo Não Circulante – Imobilizado) 6.000,00
3.1.1 Custo dos Materiais
C – Capital a Realizar (Redutora do Patrimônio Líquido)
3.1.2 Custo da Mão-de-Obra
3.2 Custo das Mercadorias Vendidas
10.000,00
3.3 Custo dos Serviços Prestados
3.4 Despesas Operacionais 32. Os comprovantes de gastos devem ser anexados ao lança-
3.5 Despesas Financeiras mento contábil?
3.9 Outras Despesas Operacionais

R – Sim, as notas fiscais, recibos e outros documentos preci-


4 RECEITAS
sam ser anexados ao lançamento contábil. A documentação
4.1 Receita
4.1.1 Receita de Vendas
deve ser hábil e idônea.
4.1.1.01 De Mercadorias Exemplo: pagamento, em dinheiro, das seguintes despesas:
4.1.1.02 De Produtos viagens (R$ 600,00) condução (R$ 80,00); refeição (R$ 150,00)
4.1.1.03 De Serviços e taxas municipais (R$ 12,00).
4.1.2 Receitas Financeiras
4.1.9 Outras Receitas Operacionais
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Lançamento contábil:

Local: São Paulo


Data: XX/XX/20X1

D – Despesa de Viagens (Conta de Resultado) 600,00


D – Despesa de Condução (Conta de Resultado) 80,00
D – Despesa de Refeição (Conta de Resultado) 150,00
D – Despesa com Taxas (Conta de Resultado) 12,00
C – Caixa (Ativo Circulante) 842,00

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
> Balanço Patrimonial

33. As micro, pequenas e médias empresas estão obrigadas a elaborar o Balanço Patrimonial.

R – Sim. O Código Civil Brasileiro determina que as micro, pequenas e médias empresas devem fazer anualmente o Ba-
lanço Patrimonial.

MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL


Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/20xx, expresso em R$.

ATIVO R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$

CIRCULANTE CIRCULANTE
Caixa e Equivalente de Caixa Fornecedores
Contas a Receber Empréstimos Bancários
Estoques Obrigações Sociais
Outros Créditos Impostos a Pagar
Despesas do Exercício Seguinte Lucros a Distribuir
Provisões
NÃO CIRCULANTE
Contas a Receber NÃO CIRCULANTE
Investimentos Contas a Pagar
Imobilizado Empréstimos Bancários
Intangível Financiamentos
(-) Depreciação e
Amortização Acumuladas
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
TOTAL Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação
Patrimonial
Reservas de Lucros
Lucros Acumulados
(-) Prejuízos Acumulados

TOTAL

> Demonstração do Resultado do Exercício


34. As MPE´s precisam elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE?
R – Sim. Conforme dispõe o artigo 1.179 do Código Civil Brasileiro as micro, pequenas e médias empresas devem apre-
sentar anualmente a DRE.

35. O que é DRE e para que serve?


R – Trata-se de um relatório contábil que apresenta as receitas, custos, despesas, perdas e ganhos obtidos por uma socie-
dade. O DRE mostra qual foi o lucro apurado pela empresa em um determinado período.
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MODELO DE DRE
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
(*) As empresas que estão no Simples Nacional devem registrar os tributos como Despesas Tributárias. Neste caso, de-
vem desconsiderar essas contas.

R$
VENDAS DE MERCADORIAS, PRODUTOS
E SERVIÇOS
Vendas de Mercadorias
Vendas de Produtos
Vendas de Serviços
(-) Deduções com Impostos,
Devoluções e Descontos Incondicionais
= RECEITA LÍQUIDA
(-) CUSTO DAS VENDAS
Custo das Mercadorias Vendidas
Custo dos Produtos Vendidos
Custo dos Serviços Prestados
= LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com Pessoal
Despesas Administrativas
Despesas de Vendas
Despesas Tributárias
Depreciação e Amortização
Perdas Diversas
(+/-) RESULTADO FINANCEIRO
Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(+) OUTRAS RECEITAS
(-) OUTRAS DESPESAS
= RESULTADO ANTES DAS DESPESAS
COM TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
(-) Despesa com IRPJ *
(-) Despesa com CSLL*
= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

> Divulgação e Publicação

36. As micro, pequenas e médias empresas estão obrigadas a publicar as Demonstrações Contábeis (Balanço Patrimonial
e Demonstração do Resultado do Exercício)?

R – Não. Porém devem divulgar se as demonstrações contábeis estão de acordo com a Norma Brasileira de Contabilida-
de - NBC TG 1.000.
A empresa deve divulgar essas informações em notas explicativas.
(item 3.3 da NBC TG 1.000, aprovada pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC nº 1.255/2009).

GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL


> Ativo Biológico

37. Qual é a diferença entre ativo biológico e atividade agrícola?

R – O ativo biológico é um animal e/ou uma planta, vivos. Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação bio-
lógica e da colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em produtos agrícolas ou em ativos biológicos
adicionais, por uma unidade.

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Exemplo:
ATIVOS BIOLÓGICOS PRODUTO AGRICOLA PRODUTOS RESULTANTES DO PROCESSAMENTO
APÓS A COLHEITA
Árvores de uma plantação Madeira Madeira serrada
Árvores frutíferas Frutas colhidas Frutas processadas
Plantas Algodão / Cana colhida Fio de algodão / Açúcar
Arbustos Folhas Chá / Tabaco
Videiras Uvas Vinho
Gado de leite Leite Queijo
Porcos Carcaça Salsichas / Presunto

> Balanço Social

38. E quanto ao Balanço Social, as micro, pequenas e médias empresas devem elaborar essa obrigação?

R – Não, as micro, pequenas e médias empresas não são obrigadas a fazer o balanço social. Porém, elas têm a oportuni-
dade, com esse demonstrativo, de apresentar à sociedade informações sobre seus investimentos internos e externos em
ações, iniciativas e projetos relacionados com o social e o meio ambiente.

Atenção: Não existe um modelo único de Balanço Social. De forma geral, as empresas podem se utilizar do modelo ado-
tado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase. Para saber mais, basta acessar o site:
www.balancosocial.org.br.

> Balanço Ambiental

38. Como a contabilidade das micro, pequenas e médias empresas pode colaborar com um ambiente sustentável?

R – Em sintonia com o resultado, as micro, pequenas e médias empresas devem divulgar, por meio de notas explicativas
ao Balanço Patrimonial, as ações sustentáveis da qual participa.

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Por exemplo:

Utilizar materiais recicláveis no processo produtivo;


Captar ou reutilizar a água da chuva;
Reciclagem de pilhas, baterias ou pneus;
Controle do consumo de papel, água e energia;
Coleta seletiva de lixo etc.

GESTÃO TRIBUTÁRIA
> ICMS

39. O que é substituição tributária?

R A substituição tributária ocorre quando o governo coloca a responsabilidade do pagamento do imposto de um contri-
buinte para outro, envolvido na operação.

40. Caso o optante pelo Simples Nacional queira fazer operações com mercadorias abrangidas pela substituição tributá-
ria, na condição de substituto tributário, como deve proceder?

R - O contribuinte optante pelo Simples Nacional, quando estiver na condição de responsável, inclusive de substituto
tributário, fará a indicação alusiva à base de cálculo e ao imposto retido no campo próprio, ou em sua falta, no corpo do
documento fiscal utilizado na operação ou prestação.

Os valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços - ICMS referente à substituição tributária
estão excluídos do recolhimento global do Simples Nacional, sendo calculados e recolhidos separadamente pelo contri-
buinte substituto.(Resolução CGSN nº 94/2011, art. 57, § 4º).

Atenção: as questões sobre ICMS estão fundamentadas na Lei Complementar nº 123/2006 e Resolução do Comitê Ges-
tor do Simples Nacional – CGSN nº 94/2011. Recomendamos analisar a regulamentação de cada Estado.

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me não cumulativo, pode se apropriar desses créditos,
41. O que é crédito de ICMS? conforme determina o Ato Declaratório Interpretativo nº
15/2007.
R – É o direito que uma empresa tem de se creditar do
imposto em virtude das operações de saídas tributadas. 45. As contribuições previdenciárias devidas pelos em-
pregados de empresas optantes pelo Simples Nacional
42. Nas aquisições por empresas não optantes pelo devem ser descontadas e recolhidas pela empresa?
Simples Nacional, de fornecedores enquadrados neste
regime, o comprador terá direito a crédito do Imposto R - Sim. A contribuição previdenciária devida pelo em-
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços pregado deve ser descontada e recolhida à Secretaria da
- ICMS? Receita Federal do Brasil - RFB, pois essa contribuição não
está incluída no recolhimento simplificado.
R - Nas aquisições de mercadorias, desde que destinadas
à industrialização ou comercialização, os contribuintes (Lei Complementar nº 123/2006, art. 13, VI, na redação
não optantes pelo Simples Nacional terão direito a crédito da Lei Complementar nº 127/2007 e Lei Complementar
correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aqui- nº 128/2008; Lei nº 8.212/1991, arts. 20 e 30, I, “a”, Ins-
sições de microempresa ou empresa de pequeno porte trução Normativa RFB nº 971/2009, art. 190, I)
optante pelo Simples Nacional.
A microempresa ou empresa de pequeno porte optante 46. Como a microempresa e a empresa de pequeno porte
pelo Simples Nacional, ao emitir nota fiscal com direito ao optantes pelo Simples Nacional devem elaborar a folha de
crédito, consignará no campo destinado às informações pagamento de seus empregados?
complementares ou, em sua falta, no corpo da nota fiscal,
a expressão: “PERMITE O APROVEITAMENTO DO CRÉDITO R –Essas empresas devem elaborar a folha de pagamen-
DE ICMS NO VALOR DE R$...; CORRESPONDENTE À ALÍ- to mensal, nos termos do inciso III do art. 47 da Ins-
QUOTA DE...%, NOS TERMOS DO ART. 23 DA LEI COMPLE- trução Normativa da Receita Federal do Brasil - RFB nº
MENTAR Nº 123, DE 2006”. 971/2009, destacando a remuneração dos trabalhadores
que se dediquem:
Em casos de emissão de Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, o
valor correspondente ao crédito e à alíquota deverão ser I - exclusivamente à atividade enquadrada nos anexos I a
informados nos campos próprios estabelecido no Ma- III e V da Lei Complementar nº 123/2006;
nual da NF-e. (Lei Complementar nº 123/2006, art. 23 e
Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional – CGSN II - exclusivamente à atividade enquadrada no anexo IV da
nº 94/2011, art. 58, caput e § 3º) Lei Complementar nº 123/2006; e

Atenção: as questões sobre ICMS estão fundamentadas III - ao exercício concomitante de atividades, ou seja,
na Lei Complementar nº 123/2006 e Resolução CGSN nº aquele realizado por trabalhador cuja mão de obra é em-
94/2011. É aconselhável analisar a regulamentação de pregada de forma simultânea em atividade enquadrada
cada Estado. nos anexos IV em conjunto com outra atividade enqua-
drada em um dos anexos de I a III e V, da Lei Complemen-
> PIS-Pasep e a Cofins tar nº 123/2006.

43. As MPE’s podem obter créditos do Programa de (Instrução Normativa RFB nº 971/2009, arts. 193, inciso II
Integração Social - Programa de Formação do Patrimô- e 195)
nio do Servidor Público -Pis-Pasep e Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social -Cofins sobre as > IRPJ e a CSLL
aquisições de mercadorias para revenda ou utilização na
produção de bens e serviços? 47. As micro, pequenas e médias empresas podem
escolher a forma de tributação do Imposto de Renda da
R – Sim, desde que estejam no regime não-cumulativo Pessoa Jurídica - IRPJ e da Contribuição Social sobre o
das contribuições do PIS-Pasep e Cofins. Lucro Líquido - CSLL?

Atenção: a empresa optante pelo Simples Nacional não R – Sim. Dependendo da atividade desenvolvida e do total
tem direito ao crédito. de receitas auferidas no período anterior ao da opção,
as micro, pequenas e médias empresas podem aderir ao
44. Empresa que adquire produtos de outra empresa Simples Nacional ou serem tributadas pelo Lucro Presu-
optante pelo Simples Nacional pode tomar créditos de mido, Arbitrado ou Real.
PIS-Pasep e Cofins?

R – Sim. A adquirente dos produtos, caso esteja no regi-


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> Retenções na Fonte

48. As microempresas - ME e empresas de pequeno porte - EPP optantes pelo Simples Nacional estão sujeitas à reten-
ção dos 11%, quando prestarem serviços a outras empresas?

R - As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional que prestarem serviços mediante
cessão de mão de obra ou empreitada não estão sujeitas à retenção dos 11% sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura
ou do recibo de prestação de serviços emitidos, exceto nos seguintes casos:

a) a ME ou a EPP tributada na forma dos Anexos IV e V da Lei Complementar nº 123/2006, para os fatos geradores ocor-
ridos até 31 de dezembro de 2008; e

b) a ME ou a EPP tributada na forma do Anexo IV da Lei Complementar nº 123/2006, para os fatos geradores ocorridos
a partir de 1º de janeiro de 2009.

A aplicação do disposto nas letras “a” e “b” se restringe às atividades elencadas nos §§ 2º e 3º do art. 219 do Regula-
mento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, e, no que couberem, às disposições dos arts.
112 a 150 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, observadas as alterações efetuadas pela Instrução Normativa RFB
nº 1.071/2010 e pela Instrução Normativa RFB nº 1.080/2010.

Ressalte-se que a ME ou a EPP que exerça atividades tributadas na forma do Anexo III, até 31 de dezembro de 2008, e
tributadas na forma dos Anexos III e V, a partir de 1º de janeiro de 2009, todos da Lei Complementar nº 123/2006, estará
sujeita à exclusão do Simples Nacional na hipótese de prestação de serviços mediante cessão ou locação de mão-de-
-obra, em face do disposto no inciso XII do art. 17 e no § 5º-H do art. 18 da referida Lei Complementar.

(Lei Complementar nº 123/2006, arts. 17 e 18 , com alteração dada pela Lei Complementar nº 139/2011 ; Lei nº
8.212/1991 , art. 31 ; Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999 , art. 219 , §§ 2º e 3º;

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Instrução Normativa RFB nº 971/2009 , art. 191).
49. Se a empresa optante pelo Simples Nacional prestar Resultados financeiros visíveis;
serviços para outra empresa, a fonte pagadora está obrigada a Facilidade na elaboração de projetos para o futuro;
reter na fonte o Imposto de Renda e as Contribuições Sociais? Planejamento da empresa;
Minimização dos problemas com capital de giro;
R – Não. Neste caso, a fonte pagadora deverá exigir uma de- Relação entre os ingressos financeiros e respectivas saídas em
claração de que a prestadora de serviços é optante pelo Sim- um determinado intervalo de tempo;
ples Nacional. Para isso, consulte o Anexo da Instrução Nor- Identificação dos créditos dos fornecedores, viáveis ou não,
mativa da Secretaria da Receita Federal - SRF nº 459/2004. em função de seus custos;
Permissão da justaposição entre níveis elevados de caixa e
compatibilização de volumes de investimento geradores de
GESTÃO DE NEGÓCIOS rentabilidade interessantes;
Outros.
> Fluxos de Caixa

50. O que é o “Fluxo de Caixa”?


> Análise de Balanços
R – O Fluxo de Caixa é uma ferramenta para o gerenciamento
52. Qual é a importância da análise de balanços para o peque-
financeiro da empresa.
no e médio empresário?
O objetivo é evitar que o empresário gaste o “saldo existente
R – A análise de balanços é importante porque permite consi-
de dinheiro em caixa” em outras operações não programadas.
derar os patrimônios das empresas sob os aspectos econômi-
cos e financeiros.
Peças contábeis, como balanços, por exemplo, são usados
53. Quais são os índices de análise de balanço que permitem a
para reunir as informações do Fluxo de Caixa.
indicação da capacidade financeira da empresa?
51. Quais são as vantagens que as micro, pequenas e médias
R – São os índices de liquidez. Eles são indicativos da saúde
empresas têm com a elaboração do Fluxo de Caixa?
financeira e da capacidade da empresa em honrar seus com-
promissos.
R – O Fluxo de Caixa é o instrumento ideal no controle daquilo
que foi orçado e do que efetivamente teve ocorrência.
Exemplo: Um coeficiente de 1,30 significa afirmar que para
Na elaboração do Fluxo de Caixa as empresas têm as seguin-
cada R$ 1,00 de dívida contraída, a empresa dispõe de R$
tes vantagens:
1,30 para fazer face aos compromissos assumidos, e o que é
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melhor, ainda há sobra de R$ 0,30. cliente por atos dolosos, perante terceiros.
Atenção: há outros índices que indicam o nível de endivi- > Do Administrador
damento da empresa, e se esta é rentável ou não.
69. O administrador pode responder solidariamente com
> Operações Bancárias o contador por erro praticado que prejudique a empresa?

54. Que influência tem as conciliações bancárias na ad- R – Sim. Caso haja erro causado por imperícia do contador
ministração das micros, pequenas e médias empresas? e o mesmo souber do equívoco, ao divulgar o Balanço
para a sociedade. Neste caso, tanto o contador quanto
R – Em virtude da diversidade e da falta dos documentos o proprietário da empresa responderão na Justiça e em
emitidos pelos bancos, a não comprovação de uma conci- outras entidades pelos danos provocados.
liação prévia com o extrato bancário, pode acarretar pen-
dências que dificultam o bom andamento dos trabalhos. > Do Escritório de Contabilidade

> Operações com Estoques 70. Qual é a responsabilidade do escritório de contabili-


dade?
65. Não ter o controle dos estoques ameaça a sobrevivên-
cia da empresa? R – O escritório de contabilidade não pode cometer erros.
Caso contrário, o dano pode ser refletido em apenação
R – Sim, o controle de estoque é fundamental para a so- pecuniária contra seu cliente. Assim, essa responsabili-
brevivência da empresa. Descuidar do gerenciamento dos dade vai além da escrituração contábil do cliente. Ela se
estoques pode ser fatal para qualquer negócio. Além de estende pelos campos tributário, econômico, financeiro,
prejudicar a gestão, o empreendedor fica sujeito a furtos social e ambiental da empresa.
de produtos e outros fatores.
> Do Fornecedor
66. Não ter controle de estoques é comum entre micros,
pequenas e médias empresas? 71. Qual é o papel do empresário na escolha dos seus
fornecedores e parceiros?
R – Sim. O problema é comum e os empreendedores ale-
gam falta de tempo e desconhecimento das ferramentas R – O fornecedor de produtos e serviços deve ser res-
de gestão. ponsável pelo que comercializa. Contudo, o empresário
ao comprar produtos ou serviços precisa exigir certos
Além de reduzir riscos de desvio, a implantação de um padrões de conduta estabelecidos previamente por sua
eficiente controle dos estoques colabora com a saúde organização.
financeira da organização.
Entre eles, está a qualidade das mercadorias e trabalhos,
> Mortalidade das Empresas o respeito ao prazo de entrega, por exemplo, buscando
manter sempre uma relação saudável com o fornecedor
67. Qual é a principal razão da mortalidade das micro, para não vir a prejudicar terceiros.
pequenas e médias empresas nos primeiros anos de
existência? > De Terceiros

R – O principal motivo que leva as empresas a encerra- 72. Qual é a responsabilidade de terceiros perante a con-
rem suas atividades nos primeiros anos de vida é a falta tabilidade?
de contabilidade, a consequente falta de ferramentas
de controles de gestão, e o desconhecimento básico de R – De alguma forma, terceiros estão ligados à conta-
administração. bilidade. Seja pelo fornecimento de algum documento
que suporte o lançamento contábil ou pela prestação de
RESPONSABILIDADE qualquer outra informação. Portanto, podem sim respon-
der por algum dano causado à sociedade.
> Do Contador

68. Qual é a responsabilidade do profissional de contabili-


dade perante as micro, pequenas e médias empresas?

R – A principal responsabilidade do profissional de con-


tabilidade é a escrituração contábil. Porém, essa respon-
sabilidade o isenta de responder juntamente com o seu
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