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ESCOLA ESTADUAL “JOSEFINA VIEIRA”

LUIZ FERNANDO SILVA DOS SANTOS

MANUEL BANDEIRA

SANTA RITA DE MINAS


NOVEMBRO/2019
LUIZ FERNANDO SILVA DOS SANTOS

MANUEL BANDEIRA

Trabalho apresentado à professora Simone Aparecida de


Sousa Capperucci, disciplina Língua Portuguesa como
requisito para obtenção de pontuação no quarto bimestre.

SANTA RITA DE MINAS


NOVEMBRO/2019
SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO...............................................................................................04

2 - DESENVOLVIMENTO...................................................................................04

2.1 - Vida de Manuel Bandeira............................................................................04

2.2 - Obra de Manuel Bandeira...........................................................................06

2.3 – Trem de Ferro............................................................................................08

3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................11

4 - REFERÊNCIA................................................................................................11
1- INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo aumentar o conhecimento geral sobre Manuel
Bandeira (Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho), professor, poeta, cronista,
crítico e historiador literário, nasceu no Recife, PE, em 19 de abril de 1886, e faleceu
no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de outubro de 1968.

Terceiro ocupante da Cadeira 24, eleito em 29 de agosto de 1940, na sucessão


de Luís Guimarães e recebido pelo Acadêmico Ribeiro Couto em 30 de novembro de
1940. Recebeu os Acadêmicos Peregrino Júnior e Afonso Arinos de Melo Franco.

Como crítico de literatura e historiador literário, revelou-se sempre um humanista.


Consagrou-se pelo estudo sobre as Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, pelo
esboço biográfico Gonçalves Dias, além de ter organizado várias antologias de poetas
brasileiros e publicado o estudo Apresentação da poesia brasileira (1946). Em 1954,
publicou o livro de memórias Itinerário de Pasárgada, onde, além de suas memórias,
expõe todo o seu conhecimento sobre formas e técnicas de poesia, o processo da sua
aprendizagem literária e as sutilezas da criação poética. Sua obra foi reunida nos dois
volumes Poesia e prosa, José Aguilar, em 1958, contendo numerosos estudos críticos
e biográficos.

2- DESENVOLVIMENTO

Com uma obra recheada de lirismo poético, Bandeira foi adepto do verso livre, da
língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora. Os principais temas
explorados pelo escritor são o cotidiano e a melancolia.

2.1- Vida de Manuel Bandeira

Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de sua esposa


Francelina Ribeiro de Sousa Bandeira, era neto paterno de Antônio Herculano de
Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado
geral na 12ª legislatura. Tendo dois tios reconhecidamente importantes, sendo um,
João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi advogado, professor de Direito e membro
da Academia Brasileira de Letras e o outro, Antônio Herculano de Sousa Bandeira
Filho, que era o irmão mais velho de seu pai e foi advogado, procurador da coroa,
autor de expressiva obra jurídica e foi também Presidente das Províncias da Paraíba
e de Mato Grosso. Seu avô materno era Antônio José da Costa Ribeiro, advogado e
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político, deputado geral na 17ª legislatura. Costa Ribeiro era o avô citado em
"Evocação do Recife". Sua casa na rua da União é referida no poema como "a casa
de meu avô".

No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai,
engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Pedro II (Ginásio
Nacional, como o chamaram os primeiros republicanos). Foi aluno de Silva Ramos,
de José Veríssimo e de João Ribeiro, e teve como condiscípulos Álvaro Ferdinando
Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, Castro Menezes, Lopes da Costa, Artur Moses.

Em 1903, terminou o curso de Humanidades, a família se muda para São Paulo,


onde iniciou o curso de arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, que
interrompeu por causa da tuberculose (1904). Para se tratar buscou repouso em
Campanha, Teresópolis e Petrópolis. Com a ajuda do pai que reuniu todas as
economias da família foi para a Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel, onde
permaneceu de junho de 1913 a outubro de 1914, onde teve como colega de sanatório
o poeta Paul Eluard. Em virtude do início da Primeira Guerra Mundial, volta ao Brasil.
Ao regressar, iniciou na literatura, publicando o livro "A Cinza das Horas", em 1917,
numa edição de 200 exemplares, custeada por ele mesmo. Dois anos depois, publica
seu segundo livro, "Carnaval".

Em 1935, foi nomeado inspetor federal do ensino. Em 1936 foi publicada a


"Homenagem a Manuel Bandeira", coletânea de estudos sobre sua obra, assinada por
alguns dos maiores críticos da época, alcançando assim a consagração pública. De
1938 a 1943, foi professor de literatura no Colégio D. Pedro II. Em 1940 foi eleito
membro da Academia Brasileira de Letras. Posteriormente, nomeado professor de
Literaturas Hispano-Americanas na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil,
cargo do qual se aposentou, em 1956.

Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968, com hemorragia gástrica,


aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro, e foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu
da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde foi o terceiro ocupante da
cadeira 24, cujo patrono é Júlio Ribeiro. Sua eleição ocorreu em 29 de agosto de 1940,

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sucedendo Luís Guimarães Filho, e foi recebido pelo acadêmico Ribeiro Couto em 30
de novembro de 1940.

2.2- Obra de Manuel Bandeira

O estilo de Bandeira é simples e direto, embora não compartilhe da dureza de


poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa
comparação entre as obras de Bandeira e João Cabral, vê-se que este, ao contrário
daquele, visava a purgar de sua obra o lirismo. Bandeira foi um poeta lírico, embora
tenha escrito "Estou farto do lirismo comedido / Do lirismo bem comportado". A
temática de sua poesia envolve o cotidiano e o universal, às vezes com uma
abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição
acadêmica considerava vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-
se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais. Em
sua obra de estreia (e de curtíssima tiragem) estão composições poéticas rígidas,
sonetos em rimas ricas e métrica perfeita, na mesma linha onde, em seus textos
posteriores, encontramos composições como o rondó e trovas.

É comum encontrar poemas (como "Poética", do livro Libertinagem) que se


transformaram em um manifesto da poesia moderna. No entanto, suas origens estão
na poesia parnasiana. Foi convidado a participar da Semana de Arte Moderna de
1922, embora não tenha comparecido, deixou um poema seu (Os Sapos) para ser lido
no evento.

Uma certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua obra,


em que procura uma forma de sentir a alegria de viver. Doente dos pulmões, Bandeira
sofria de tuberculose e sabia dos riscos que corria diariamente, e a perspectiva de
deixar de existir a qualquer momento é uma constante na sua obra.

A imagem de bom homem, terno e em parte amistoso que Bandeira aceitou adotar
no final de sua vida tende a produzir enganos: sua poesia, longe de ser uma pequena
canção terna de melancolia, está inscrita em um drama que conjuga sua história
pessoal e o conflito estilístico vivido pelos poetas de sua época. Cinza das Horas
apresenta a grande tese: a mágoa, a melancolia, o ressentimento enquadrados pelo
estilo mórbido do simbolismo tardio. Carnaval, que virá logo após, abre com o
imprevisível: a evocação báquica e, em alguns momentos, satânica do carnaval, mas

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termina em plena melancolia. Essa hesitação entre o júbilo e a dor articular-se-á nas
mais diversas dimensões figurativas. Se em Libertinagem, seu quarto livro, a
felicidade aparece em poemas como "Vou-me embora pra Pasárgada", onde é
questão a evocação sonhadora de um país imaginário, o pays de cocagne, onde todo
desejo, principalmente erótico, é satisfeito, não se trata senão de um alhures
intangível, de um locus amenus espiritual. Em Bandeira, o objeto de anseio estará
sempre envolto em névoas e fora do alcance. Lançando mão do tropo português da
"saudade", poemas como Vou-me embora pra Pasárgada e tantos outros encontram
um símile na nostálgica rememoração bandeiriana da infância, da vida de rua, do
mundo cotidiano das provincianas cidades brasileiras do início do século. O
inapreensível é também o feminino e o erótico. Dividido entre uma idealidade
simpática às uniões diáfanas e platônicas e uma carnalidade voluptuosa, Manuel
Bandeira é, em muitos de seus poemas, um poeta da culpa. O prazer não se encontra
ali na satisfação do desejo, mas na excitação da algolagnia do abandono e da perda.
Em Ritmo Dissoluto, seu terceiro livro, o erotismo, tão mórbido nos dois primeiros
livros, torna-se anseio maravilhado de dissolução no elemento líquido marítimo, como
é o caso de Na Solidão das Noites Úmidas.

Esse drama silencioso surpreende mesmo em poemas "ternos", quando


inesperadamente encontram-se, como é o caso dos poemas jornalísticos de
Libertinagem, comentários mordazes e sorrateiros interrompendo a fluência ingênua
de relatos líricos, fazendo revelar todo um universo de sentimentos contraditórios.

Suas principais obras são:

- A Cinza das Horas, 1917;

- Carnaval, 1919;

- Os Sapos, 1922;

- O Ritmo Dissoluto, 1924;

- Libertinagem, 1930;

- Estrela da Manhã, 1936;

- Crônicas da Província do Brasil, 1937;

- Guia de Ouro Preto, 1938;


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- Noções de História das Literaturas, 1940;

- Lira dos Cinquent'Anos, 1940;

- Belo, Belo, 1948;

- Mafuá do Malungo, 1948;

- Literatura Hispano-Americana, 1949;

- Gonçalves Dias, 1952;

- Opus 10, 1952;

- Itinerário de Pasárgada, 1954;

- De Poetas e de Poesias, 1954;

- Flauta de Papel, 1957;

- Estrela da Tarde, 1963;

- Vou-me Embora pra Pasárgada, 1964;

- Andorinha, Andorinha, 1966 (textos reunidos por Drummond);

- Estrela da Vida Inteira, 1966;

- Evocação do Recife, 1966;

- Colóquio Unilateralmente Sentimental, 1968.

2.3- Trem de Ferro

O tema de Manoel Bandeira Trem de Ferro, é uma imitação sonora de um trem


em movimento. Sua riqueza está entrada no ritmo e na sua musicalidade baseada na
métrica, na aliteração e na assonância. Além de incluir três canções em seu interior
(Ôo, Ôo, Ôo). O ritmo do trem é marcada pelo número de sílabas poéticas do verso,
quando está indo é veloz e há trissílabos, quando perde velocidade possui quatro ou
cinco sílabas poéticas (café/pão).

A influência do modernismo já estava presente nesse poema; o rompimento com


“amarras” poéticas, ousadia de versos livres e menos rimados, o uso da ironia e o
senso crítico.

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Busca a cultura popular, sobretudo a nordestina, fazendo citações de cantigas
antigas e elementos do folclore brasileiro como embolada, cordel, repente e cantiga
de roda estão no centro deste poema. E como se fosse brincadeira de roda autor nos
convida a retornar ao mundo lúdico.

A linguagem coloquial e interiorana no poema é muito marcante como nos


exemplos a seguir: “prendero” / prenderam, “canaviá” / canavial, “oficiá” / oficial, “matá”
/matar, “mimbora” / embora. As imagens fugidas que passam pela janela do trem e
que são percebidas por um eu-lírico infantil e ingênuo aumenta mais a riqueza do
poema.

O autor pode ter sido influenciado a colocar o título de Trem de Ferro, pois:

Na década de 30 o mesmo teve seu auge e também era o meio de transporte e


de comunicação mais utilizado. A diversão dos lugarejos era ver o trem passar.
Durante a Revolução de 1932 uma multidão se aglomerava na estação para ver os
prisioneiros. Quando o trem parava as pessoas se aproximavam levando mantimento
ou perguntando de algum amigo ou parente.

O trem foi importante para o desenvolvimento econômico e social do país.

Desde 1532 quando foram plantadas as primeiras mudas de cana de açúcar no


Brasil em Pernambuco, já encontrava condições favoráveis para o plantio: clima, rios
perenes, solo de massapé.

A produção de cana de açúcar foi muito forte no período de 1930-1950, pois com
a crise de 29 a safra do café caiu, e com isso houve um interesse pela cana de açúcar
e o algodão, e havia mão de obra em abundância e barata. Através destes requisitos
houve uma modernização, pois os estados financiaram pesquisas.

No final do séc. XVI, esse estado já possuía mais de sessenta engenhos e em


pouco tempo o açúcar brasileiro dominava o mercado europeu.

O bom desempenho canavieiro pode ser observado ainda em 1936 época do


poema, e resulta num grande êxodo para várias cidades.

A mão de obra era quase escrava, o trabalhador era submetido a uma extensa e
cansativa jornada de trabalho, o pagamento muitas vezes, dava somente para pagar
suas refeições. O trabalhador encontrava-se preso, sem esperança de retorno para
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sua cidade natal. “Quando me prendero no canaviá”. Ironicamente anos antes o Brasil
passou por uma série de aprovação de leis trabalhista como regulamentação do
trabalho feminino e infantil, descanso semanal remunerado, férias remuneradas e
jornada de trabalho de oito horas diárias.

O “canaviá” no poema pode ser comparado a uma cadeia onde cada pé de cana
é um “oficiá”, reafirmando a ideia de prisão.

A linguagem simples, opaca chama atenção sobre si. A escolha das palavras, dos
sons e das repetições possibilita ao leitor uma interpretação mais vívida do conteúdo.

O autor marca com três versos repetidos os “tempos” do poema seu início com
os versos: “Café com pão/ Café com Pão/ Café com pão…” o meio da viagem se dá
com a seguinte repetição “… Muita força/ Muita Força/Muita Força…” e o fim da
viagem com “…Pouca gente/Pouca gente/Pouca Gente…”

Quanto a pontuação, Manuel Bandeira não usa de nenhum ponto final, é como
se a viagem não parasse, o trem está sempre andando por isso a predominância de
reticências que ao total são seis.

Na primeira estrofe não há nada no verso “café com pão” que imediatamente
direcione o pensamento a um trem, não há mesmo qualquer referência direta. No
entanto, a repetição desse verso produz uma sequência de sons oclusivos explosivos,
que em alternância com sons fricativos se assemelha ao barulho proveniente do
deslocamento de uma locomotiva sobre trilhos.

De mesma forma, há em outros versos uma série de sons consonantais


(aliterações) capazes de imprimir à leitura uma cadência que sugere a ideia de
deslocamento em diferentes velocidades. A repetição de “muita força”, por exemplo,
se dá em um ritmo de leitura mais lento, como se representasse o deslocamento por
um trajeto elevado, daí a necessidade de mais fogo na fornalha. Já as ocorrências de
“passa ponte/ passa poste/ passa pasto”, entre outros transmite a ideia de um
deslocamento mais veloz foi retomado e o trem passa ligeiramente pela paisagem.

Ainda explorando o âmbito da sonoridade, figura com certa frequência no poema.


A repetição de sons vocálicos que parecem reproduzir, quase como onomatopeias,
um apito de vapor os versos “Ôo.” nos quais o próprio arredondamento dos lábios
necessário à emissão do som, lembra um movimento de sono.
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Além dos aspectos fonéticos, existe toda uma seleção vocabular, sobretudo na
3ª e 4ª estrofes, que além de conferir um aspecto de cantiga e folclore, é capaz de
transportar o pensamento a uma paisagem interiorana, rural — na qual um trem
costuma ser de grande valia.

Já na quinta estrofe quando deparamos com o verso “…que vontade de cantar…”


traduz a vida simples do eu-lírico e a satisfação do regresso.

Podemos observar a presença da personificação nos seguintes versos: “…


Menina bonita do vestido verde/ me dá tua boca /pra mata minha sede…” refere-se a
própria cana que era usada literalmente para matar a sede, “de ingazeira / debruçada”
ingazeira é uma fruta e o autor coloca como se fosse uma mulher. Em “passa boi /
passa boiada” observamos a gradação. Existe também a metáfora outra figura de
linguagem: “cada pé de cana/ era um oficia”. A onomatopeia também está presente
quando o autor coloca o “Ôo…” ele está indicando a imitação do som do trem.

Na última estrofe assim como trem de ferro, o eu – lírico também tem pressa de
chegar “…Vou depressa/Vou correndo/Vou na toda…” dando a ideia de velocidade e
continuidade.

Porém, os últimos versos “pouca gente/ pouca gente “nos remete a um


sentimento de desilusão e decepção, a entonação enfraquece como se o trem fosse
parar mas as reticências nos levam acreditar que ainda existe continuidade. “Que só
levar pouca gente” deduz-se que seja de um trem de carga.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude do que foi mencionado podemos concluir a importância que Manuel


Bandeira representa para a nossa literatura. Durante toda a vida, fez crítica de artes
plásticas, crítica literária e musical para vários jornais e revistas. Começou a sua obra
literária em 1917 com a publicação de “A cinza das horas” e publicou inúmeras outras
obras como esta apresentada neste trabalho.

Manuel Bandeira também influenciou vários escritores brasileiros além de marcar


época e ser considerado o “São João Batista do Modernismo” por Mário de Andrade.

4- REFERÊNCIA

BANDEIRA, Manuel. Trem de Ferro. 4ª edição. Editora Global: São Paulo, 1950.

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LEONARDO, Roberto. Viajando no trem de ferro de Manuel Bandeira, análise da
obra. Disponível em <http://eraumavezuem.blogspot.com/2012/12/viajando-no-trem-
de-ferro-de-manuel-86838.html > Acesso em 20 out. 2019.

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