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Ler para aprender no contexto de um curso de graduação em Pedagogiarequer,como muitos alunos já
devem ter ouvido reiteradas vezes de seus professores,͚p
implica resumir e apresentar
uma opinião argumentada sobre o s textos lidos.
Assim, além de uma leitura atenta, é essencial que o estudante de Pedagogia assuma o papel de leitor ativo,
interativo e crítico para que possa propor questionamentos e construir um posicionamento mais seguro e
fundamentado sobre o que lê no decorrer de seu processo de formação.
Contudo, assumir tal postura ao ler para aprender implica em romper com uma prática de leitura marcada
pelo autoritarismo dos professores e pela passividade dos alunos que tem caracterizado o processo de ensino e
aprendizagem em contextos tradicionais de ensino. E, portanto, consiste em uma exigência bastante nova para a
grande maioria dos graduandos que, em geral, se ressentem da falta de instrumentos e de apoio para agir como o
leitor ativo e crítico que um curso de graduação demanda.
Diante dessa situação, proponho a vivência de um instrumento pedagógico que tem o propósito de orientar
e apoiar o aprendiz a dialogar com o texto lido:p
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ramos começar pelo que não é um diário de leitura:
a)V , ou seja, um texto em que o aluno faz a apresentação das ideias principais do
autor do texto lido e das relações entre as mesmas com o propósito de demonstrar uma compreensão global
do que leu para prestar contas e ser avaliado pelo professor.
b)V !"#"$%&", ou seja, um texto que escrevemos sobre a nossa vida. Não basta, portanto, escrever
impressões pessoais e as relações do texto lido com as experiências vividas.
Então o que é um diário de leitura?
!"#"!"& um texto que vai sendo produzido por um leitor, normalmente em primeira pessoa do
singular, à medida que vai lendo um texto, com o objetivo de travar e registrar um diálogo com o autor do texto lido
de forma a favorecer uma leitura reflexiva e crítica.
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))*"& "de um diário de leitura!& +!"#, & -.$&"
&/% +'&#%!"!0'%"&!"#,
Um diálogo genuíno é uma forma de ͞ouvirmos͟ o que o outro (falante/escritor) diz, e de fazer com que
nossa própria voz seja também expressa em relação às ideias do autor, ou seja, de nos colocarmos de forma ativa
diante dele; e para isso envolve várias ações: falar, ouvir, concordar, discordar, interferir, perguntar etc.
Em um diário de leitura esse diálogo pode se realizar mediante os seguintes atos:
'V ëanifestar compreensão sobre o que o autor diz, sintetizando ou fazendo paráfrases para confirmar a
compreensão;
'V Expressar as dificuldades de compreensão que estivermos tendo na leitura e indicar suas causas;
'V Pedir esclarecimentos ou fazer perguntas sobre o que não entendemos ou que achamos ter pouca
explicação;
'V Pedir justificativas ou exemplificação para as afirmações do autor;
'V Expressar concordância ou discordância diante das posições do autor;
'V Acrescentar argumentos favoráveis a essa posição quando concordamos com ela;
'V Dar exemplos sobre o que o autor afirma;
'V Acrescentar argumentos desfavoráveis às posições do autor quando discordamos delas;
'V Avaliar se o que o autor diz está bem expresso, claro, interessante;
'V Expressar emoções e reações sobre o que o autor diz e sobre o modo como ele diz;
'V °elacionar o que o autor diz com nossas experiências pessoais ou com a de outras pessoas que
conhecemos;
'V °elacionar o que o autor diz com livros ou artigos que já lemos, com outras obras culturais (músicas,
peças de teatro, filmes), com uma pesquisa ou trabalho que estivermos desenvolvendo;
'V Procurar justificativas (argumentos) para nossas afirmações sobre o texto lido.
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Toda pessoa que busca usufruir de um instrumento para tornar-se mais crítica e reflexiva em relação ao que
lê.
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O diário de leitura é um gênero textual que escrevemos para nós mesmos. Na prática não há um destinatário
concreto, idealmente é alguém que tenha condições de compreender totalmente o diarista, diante do qual ele pode
se mostrar de modo total.
Devido a ausência de uma audiência empírica, a escrita diarista tem um caráter, essencialmente, privado e
livre. O aluno, portanto, não pode sentir-se obrigado a expor publicamente seu diário, mas deve sentir-se livre para
selecionar livremente os trechos que gostaria de discutir com a turma e disponibilizar para a leitura do professor.
Na escrita de um diário de leitura, portanto, é preciso romper com os papéis tradicionais de professor e
aluno. O professor deixa de assumir o papel de censor do que os alunos escrevem e assume o papel de mais um
leitor dos textos em estudo,de mais um membro em uma comunidade de leitores, comprometendo-se a respeitar o
que os alunos escrevem sem censuras. Desse modo, os alunos poderão deixar de lado a preocupação com a resposta
͞certa͟ ou com o ͞responder o que o professorquer que seja respondido͟ e adotar a postura de um leitor autônomo
e crítico que assume a responsabilidade de desenvolver e defender suas próprias ideias.
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O diário de leitura pode ser escrito em suportes variados, mas normalmente os que não são de circulação
pública: cadernos, blocos de notas, computador. Sugerimos o uso de um caderno tipo fichário por permitir ao aluno
maior facilidade para acrescentar ou suprimir partes do diário quando julgar necessário.
(*)Esse texto foi escritopela professora da disciplina para uso em sala de aula com base em: ëACHADO, A. °.
(coord.) p
p p
. SP: Parábola Editorial, 2007; ëACHADO,
A. °. (coord.)
. SP: Parábola Editorial, 2004.