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Projeto Estrutural
Normalmente, os materiais utilizados em uma construção
podem ser divididos em dois conjuntos:
• concepção estrutural
• análise estrutural
• síntese estrutural
que se interagem para gerar o projeto da estrutura.
Concepção Estrutural de Edifícios
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• viga
elemento unidimensional (barra), geralmente horizontal, que
vence os vãos entre os pilares dando apoio às lajes, às
alvenarias de tijolos e, eventualmente, a outras vigas, e é
solicitado predominantemente à flexão; e
• pilar
elemento unidimensional (barra), geralmente vertical, que
garante o vão vertical dos compartimentos (pé direito)
fornecendo apoio às vigas, e é solicitado predominantemente
à compressão.
Piso Elementar
composto de uma laje, quatro vigas e quatro pilares.
Concepção estrutural
• laje
elemento plano bidimensional, apoiado em seu contorno nas
vigas, constituindo os pisos dos compartimentos; recebe as
cargas do piso transferindo-as para as vigas de apoio;
• viga
elemento de barra sujeita a flexão, apoiada nos pilares e,
geralmente, embutidas nas paredes; transfere para os pilares
o peso da alvenaria apoiada diretamente sobre ela e as
reações das lajes;
• pilares
elementos de barra sujeita a compressão, fornecendo apoio às
vigas; transfere as cargas para as fundações.
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Diretrizes gerais
• atender às condições estéticas definidas no projeto arquitetônico;
como, em geral, nos edifícios correntes, a estrutura é revestida, procura-se
embutir as vigas e os pilares nas alvenarias;
Pré-dimensionamento
dos elementos estruturais
Lajes
São, normalmente, de forma retangular de lados x e y ≥ x (vãos
teóricos correspondentes às distâncias entre os eixos das vigas
opostas de apoio da laje).
Os tipos usuais são: maciça, cogumelo, nervurada e mista (aqui
incluída a laje de vigotas premoldadas).
Apresentam-se, a seguir, as regras para as lajes maciças usuais de
edifícios sujeitas a cargas distribuidas uniformes.
Figura 4.1
Laje maciça normal e rebaixada
Figura 4.2
Laje maciça normal com forro falso e
suportando o peso de alvenaria
Vigas
São, normalmente, de seção transversal retangular
(bw x h) e posicionadas nas paredes, as quais suportam.
Em geral, a espessura da viga (bw) fica embutida na
parede.
Assim, tem-se a espessura bw , descontando-se as
espessuras de revestimento (crev, da ordem de 0,5 cm a
1,5 cm) da espessura da parede acabada (ealv).
bw = ealv - 2 crev
Normalmente, os tijolos cerâmicos e os blocos de
concreto tem espessuras (etij) de 9 cm, 14 cm e 19 cm
(ealv = etij + 2 crev).
Concepção Estrutural de Edifícios
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parede em
alvenaria:
PD pode
conter:
janelas e
ealv
bw viga
Pilares
São, normalmente, de seção retangular
posicionados nos cruzamentos das vigas, permitindo
apoio direto das mesmas, e nos cantos da estrutura
da edificação.
Ac = Ptot / adm .
Tem-se:
Atot = 10 x (3 x 3) = 90 m2;
Ptot = Atot pmed = 90 x 10 = 900 kN
Nessas condições:
• locação da estrutura
a locação consiste na definição de eixos de referência,
principais e secundários, em relação aos quais a
estrutura se posicionará observando, rigorosamente,
as medidas prescritas no projeto arquitetônico. Os
eixos de locação da estrutura são, em geral, eixos
característicos da construção e as divisas do terreno
onde a mesma será implantada. Isto permitirá que,
pronta a estrutura, as vedações e os acabamentos da
construção possam ser implantados exatamente nos
locais previstos no projeto arquitetônico;
• cortes característicos
na elaboração dos desenhos de formas, é importante
que sejam bem definidas as posições relativas das lajes
e vigas. Esses cortes, portanto, mostram a existência de
lajes rebaixadas e vigas invertidas;
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• dimensões
deverão constar dos desenhos de formas todas a dimensões
necessárias para a localização da estrutura e as dimensões
relativas aos elementos estruturais quais sejam:
Desenhos de Armação
Os desenhos de armação definem inteiramente as
armaduras a serem utilizadas nos elementos estruturais
de concreto armado.
Hipóteses simplificadoras
Lajes
Pilares
Normalmente, pode-se classificar os pilares em contraventados e
de contraventamento.
O comportamento primário dos pilares contraventados é o de uma
barra comprimida.
Assim, costuma-se efetuar o cálculo dos pilares contraventados,
adotando-se o modelo simplificado de uma barra biarticulada
comprimida sujeita a momentos fletores de extremidade.
Já os pilares de contraventamento, exigem uma análise mais
complexa cuja abordagem será feita oportunamente.
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9. Ações características
Constituem ações tudo aquilo que produz solicitações na estrutura. São constituidos por:
• cargas provenientes de peso dos materiais, pressão de vento definida pela Norma NBR 6123,
empuxos de terra, de água, e de correnteza;
Estas cargas são constituidas pelo pêso próprio da estrutura e pelos pesos de todos os elementos
construtivos fixos e instalações permanentes. Na falta de determinação experimental, poderão ser usados
os valores abaixo transcritos.
São as cargas que podem atuar sobre as estruturas de edificações em função de seu uso (pessoas, móveis,
materiais diversos, veículos, etc.). Estas cargas são fixadas pela Norma NBR-6120 - “Cargas para o
cálculo de estruturas de edificações”.
a) cargas verticais
As cargas verticais que se consideram atuando nos pisos das edificações, além das que se aplicam em
carater especial, referem-se a carregamentos devidos a pessoas, móveis, utensílios e veículos, e são
supostas uniformemente distribuidas. Os valores mínimos a serem adotados para eles são:
a.3) escolas
• salas de aula 3,0 kN/m2
• auditórios 5,0 kN/m2
• escadas e corredores 4,0 kN/m2
• outras salas 2,0 kN/m2
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a.4) bibliotecas
• salas de leitura 2,5 kN/m2
• salas para depósito de livros 4,0 kN/m2
• sala com estantes de livros 6,0 kN/m2
a.5) bancos
• escritórios e banheiros 2,0 kN/m2
• salas de diretoria 1,5 kN/m2
a.7) clubes
• salas de assembleias com assentos fixos 3,0 kN/m2
• salas de assembleias com assentos móveis 4,0 kN/m2
• salão de danças ou esporte 5,0 kN/m2
• banheiros 2,0 kN/m2
• ginásio de esportes 5,0 kN/m2
a.8) hospitais
• dormitórios, enfermarias, salas de cirurgia e banheiros 2,0 kN/m2
• corredores 3,0 kN/m2
b) Cargas em balcões
Ao longo dos parapeitos e balcões deverão ser consideradas aplicadas, uma carga horizontal de 0,8 kN/m
na altura do corrimão e uma carga vertical de 2 kN/m. A fig. 9.2 mostra estas cargas.
c.2. heliponto
Deverão ser consideradas uma carga vertical de 12 kN, concentrada na posição mais desfavorável, e uma
carga uniformemente distribuida de 5 kN/m2
d) Coeficiente de impacto ψ
se l ≥ lo → ψ = 1,0
se l < lo → ψ = lo / l ≤ 1,43
onde
l é o vão da viga ou o vão menor da laje
lo = 3 m para o caso das lajes
lo = 5 m para o caso das vigas
No cálculo dos pilares e das fundações dos edifícios para escritórios, residências e casas comerciais não
destinadas a depósitos, as cargas acidentais podem ser reduzidas de acordo com os valores indicados
abaixo.
Para efeito de aplicação destes valores, o forro deve ser considerado como piso.
Concepção Estrutural de Edifícios
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10. Determinação das cargas atuantes nos elementos estruturais de edifícios
As lajes constituem elementos planos que suportam cargas transversais que podem ser definidas por
unidade de área. Normalmente, as lajes tem, em planta, forma retangular de dimensões lx por ly (vãos
teóricos), onde, convencionalmente, adota-se lx ≤ ly .
piso
1 m2
1m
lx ≤ ly contrapiso
1m
laje h
revestimento
inferior
ly
Figura 10.1
Figura 10.2
lx
γalv = 18 kN/m3 (tijolo maciço)
13 kN/m3 (tijolo furado)
Figura 10.3
a.5) carga acidental sobre a laje: q = __ kN/m2 (definida pela NBR-6120).
Pode-se adotar a seguinte disposição prática (figura 10.4) para o levantamento das cargas pk:
Lajes L1 L2 ...
pêso próprio
revestimento
enchimento
alvenaria sobre
a laje
gk
qk
pk
Exemplo
A figura 10.5 mostra um esquema estrutural onde se tem 3 lajes (L1 em balanço que recebe um parapeito
periférico em alvenaria de 1,2 m de altura de 15 cm de espessura, L2 com duas paredes de alvenaria de
15 cm de espessura e a L3 com rebaixo de 25 cm), 5 vigas e 4 pilares. As vigas suportam paredes de
alvenaria de 25 cm, exceto a V4 com parede de 15 cm. As alvenarias são de tijolo maciço com γalv = 16
kN/m3.
Concepção Estrutural de Edifícios
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(Pé direito = 3 m)
Figura 10.5
A tabela seguinte apresenta as cargas sobre as lajes, bem como, as suas diversas parcelas.
(cargas em kN/m2)
LAJE L1 L2 L3
lx (m) 1,26 3,00 2,00
ly (m) 4,50 4,50
h (m) 0,08 0,08 0,07
pp=25 h 2,00 2,00 1,75
revestimento 1,00 1,00 1,00
ench=15 hench - - 3,75
alvenaria 3,57 (*) 1,87(**) -
g 6,57 4,87 6,50
q 4,48(***) 1,50 1,50
p=g+q 11,05 6,37 8,00
2 kN/m
Concepção Estrutural de Edifícios
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cargas a serem
consideradas
parapeito 0,8 kN/m nos parapeitos
Figura 10.6
bw viga
Figura 10.7
Estas reações podem ser estimadas através do seguinte modelo simplificado. A carga atuante na laje
retangular é subdividida em partes proporcionais às áreas das 4 figuras (2 triangulos e 2 trapézios); a
seguir, estas parcelas são aplicadas como cargas distribuidas uniformes sobre as vigas de apoio da laje
(as parcelas correspondentes aos triangulos sobre as vigas de apoio do lado menor da laje, e as dos
trapézios sobre os lados maiores). Para a carga total p atuando sobre a laje, tem-se:
py
Concepção Estrutural de Edifícios
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! x ⋅ ! x p p! x
px = ⋅ =
2 × 2 !x 4
!y + !y − !x !x p
py = ⋅ ⋅
2 2 !y
l y ≥ lx
p! x !
= 2 − x
4 !y
45 !
= p x 2 − x
px !y
lx
Figura 10.8
Adimitindo-se que as paredes sejam de tijolo maciço, as externas com 25 cm e as internas com 15 cm,
tem-se:
As reações das lajes px e py (que consideram as parcelas g3 e q atuantes nas lajes) valem:
(cargas px e py em kN/m)
LAJE L1 L2 L3
lx (m) 1,26(*) 3,00 2,00
ly (m) 4,50 4,50
g(kN/m2) 6,57 4,87 6,50
2
q(kN/m ) 4,48 1,5 1,5
p=g+q 11,05 6,37 8,00
(**)
px = p lx / 4 4,78 4,00
py = px (2 - lx / ly) 13,92(**) 6,37 6,22
Concepção Estrutural de Edifícios
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(*)
- a laje é em balanço, e o seu vão foi definido como lx ;
(**)
- por tratar-se de laje em balanço, a reação é dada por
p lbal = 11,05 . 1,26 = 13,92 kN/m.
V1
V4
V4=45,14 kN
pp=1,35
pp=1,50 pp=1,50 alv=6,12
alv=10,0 alv=10,0 L2=6,37
laje=4,78 laje=4,00 L3=6,22
tot=16,28 kN/m tot=15,50 kN/m tot=20,06 kN/m
3m 2m 4,50 m
vão = 5 m V2 V1
P1 P2
V1=4,5.20,06/2 = 45,14 kN
Figura 10.9
Obs.: as condições de vínculo da laje podem ser consideradas na estimativa das reações da laje,
conforme ilustra a figura 10.10.
py1, py2
45
Conforme 60 mostra a figura, a cada lado da laje
corresponde uma área carregada. A reação (carga
distribuida) é obtida, dividindo-se a resultante de carga
l y ≥ lx
sobre esta área pelo respectivo comprimento do lado.
px1 , px2
lx Figura 10.10 - Consideração dos
vínculos nas reações das lajes
As cargas nos pilares são obtidas somando-se as reações das vigas neles apoiadas.
11) Exemplo
Concepção Estrutural de Edifícios
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Dada a planta de arquitetura abaixo, pedem-se:
• o esquema estrutural do piso
• a planta de formas
• as cargas nas lajes
• as reações das lajes nas vigas
• as cargas nas vigas
Considerar:
• edifício residencial
• alvenaria de tijolo maciço (com γalv = 16 kN/m3)
• pé direito de 2,7 m
• predimensionar os pilares para carga de 10 andares
• ealv = 25 cm (paredes mais espessas na planta) e 15 cm
Concepção Estrutural de Edifícios
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Esquema estrutural I
Concepção Estrutural de Edifícios
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Esquema estrutural II
Concepção Estrutural de Edifícios
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LAJE L1-L3-L6 L2 L4 L5
h (m) 0,07 0,07 0,08 0,08
pp = 25.h 1,75 1,75 2,0 2,0
revestimento 1,0 1,0 1,0 1,0
enchimento - 0,25x15=3,75 - -
paredes - 1,48 1,90 -
gk 2,75 7,98 4,9 3,0
qk 1,5 1,5 2,0 1,5
pk 4,25 9,48 6,9 4,5
11.5. Reações das lajes (kN/m)
Concepção Estrutural de Edifícios
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As reações das lajes serão determinadas, de maneira simplificada, considerando-se a distribuição de
cargas conforme as áreas delimitadas a partir das bissetrizes dos ângulos. O quadro seguinte apresenta os
resultados.
g q pk
Viga Vão b h p.p alv. La Lb gk La Lb qk
1 12 40 1,2 9,2 2,18 - 12,58 1,19 - 1,19 13,77
V1 2a 12 40 1,2 9,2 2,69 - 13,09 0,51 - 0,51 13,60
2b 12 40 1,2 9,2 1,55 - 11,95 0,84 - 0,84 12,79
V2 1 12 40 1,2 5,52 2,18 3,98 12,88 1,19 1,62 2,81 15,69
V3 1a 12 40 1,2 5,52 2,69 2,7 12,11 0,51 1,35 1,86 13,97
1b 12 40 1,2 5,52 1,55 2,7 10,97 0,84 1,35 2,19 13,16
V4 1 12 40 1,2 5,52 3,98 2,22 12,92 1,62 1,21 2,83 15,75
V5 1 12 40 1,2 9,20 2,22 - 12,62 1,21 - 1,21 13,83
2 12 40 1,2 9,20 2,70 - 13,10 1,35 - 1,35 14,45
1 12 30 0,9 9,60 2,03 - 12,53 1,11 - 1,11 13,64
V6 2 12 30 0,9 9,60 3,86 - 14,36 1,58 - 1,58 15,94
3 12 30 0,9 9,60 1,89 - 12,39 1,03 - 1,03 13,42
1 12 40 1,2 9,20 2,03 3,44 15,87 1,11 1,72 2,83 18,70
V7 2a 12 40 1,2 9,20 3,86 3,44 17,70 1,58 1,72 3,30 21,00
2b 12 40 1,2 5,52 3,86 5,39 15,97 1,58 1,02 2,60 18,57
3 12 40 1,2 5,52 1,89 5,39 14,00 1,03 1,02 2,05 16,05
V8 1 12 40 1,2 5,52 5,39 2,20 14,31 1,02 1,20 2,22 16,53
V9 1 12 50 1,5 8,80 3,44 - 13,74 1,72 - 1,72 15,46
2 12 50 1,5 8,80 2,20 - 12,50 1,20 - 1,20 13,70
Concepção Estrutural de Edifícios
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11.7. Esquemas de cargas nas vigas
Figura 11.7
Concepção Estrutural de Edifícios
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Figura 11.8