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1 Conjuntos 5
1.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 Frações 23
2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.1 Potenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2 Radiciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3
4
3.4 Fatoração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.6 Inequações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.7 Polinômios em R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Capı́tulo 1
Conjuntos
Nesse capı́tulo, vamos tratar da noção de conjuntos. Iniciamos dando uma ideia geral sobre
conjuntos, suas relações, propriedades e operações. Na sequência, tratamos da classificação
e divisão de números nos conjuntos numéricos dos naturais, inteiros, racionais, irracionais
e reais, tratando também de propriedades de suas operações numéricas, relações entre esses
conjuntos e representação de números através de intervalos de números reais.
A ideia de conjunto decorre de uma noção primitiva, sem definição própria, podendo um
conjunto ser considerado como uma coleção qualquer de objetos. Os objetos que compõem
essa coleção são chamados de elementos do conjunto. Normalmente, indicamos os conjuntos
por letras maiúsculas e os elementos por minúsculas.
5
6
2. ∅ representa o conjunto vazio, ou seja, o conjunto que não apresenta nenhum elemento.
Esse conjunto é subconjunto de qualquer conjunto.
Exemplo 1.0.0.1. Se A = {1, 3, 5, 7}, então: P (A) = {∅, {1}, {3}, {5}, {7}, {1, 3}, {1, 5},
{1, 7}, {3, 5}, {3, 7}, {5, 7}, {1, 3, 5}, {1, 3, 7}, {3, 5, 7}, {1, 3, 5, 7}}
P = A ∪ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B} .
P = A ∩ B = {x/x ∈ A e x ∈ B} .
8
P = A − B = {x/x ∈ A e x ∈
/ B} .
A0 = U − A.
Observe que estamos definindo como conjunto universo U , o conjunto especificado que
contém todos os elementos de interesse para um determinado problema. Com respeito a
essas operações, valem as seguintes propriedades:
9
1. A ∪ A = A 10. A − ∅ = A
2. A ∪ ∅ = A 11. A − B 6= B − A, em geral.
3. A ∪ B = B ∪ A
12. U − A = A0
4. A ∪ U = U
13. (A0 )0 = A
5. A ∩ A = A
14. ∅0 = U
6. A ∩ ∅ = ∅
15. U 0 = ∅
7. A ∩ B = B ∩ A
8. A ∩ U = A 16. (A ∪ B)0 = A0 ∩ B 0
9. A − A = ∅ 17. (A ∩ B)0 = A0 ∪ B 0
Os números naturais tiveram suas origens nas palavras utilizadas para a contagem de ob-
jetos, começando com o número dois, e aı́ por diante. Uma abstração seguinte foi identificar
o número um.
O avanço seguinte na abstração foi o uso de numerais para representar os números. Isto
permitiu o desenvolvimento de sistemas para o armazenamento de grandes números. Por
exemplo, os babilônicos desenvolveram um sistema de atribuição de valor baseado essencial-
mente nos numerais de 1 a 10. Os egı́pcios antigos possuı́am um sistema de numerais com
hieróglifos distintos para 1, 10, e todas as potências de 10 até um milhão. Uma gravação em
pedra encontrada em Karnak, datando de cerca de 1500 a.C. e atualmente no Louvre, em
10
Paris, representa 276 como 2 centenas, 7 dezenas e 6 unidades; e uma representação similar
para o número 4622.
O primeiro estudo esquemático dos números como abstração (ou seja, como entidades
abstratas) é comumente atribuı́do aos filósofos gregos Pitágoras e Arquimedes. Entretanto,
estudos independentes também ocorreram por volta do mesmo perı́odo na Índia, China, e
Mesoamérica.
No século XIX, uma definição do conjunto teórico dos números naturais foi desenvolvida.
Com esta definição, era mais conveniente incluir o zero (correspondente ao conjunto vazio)
como um número natural. Esta convenção é seguida pelos teorizadores de conjuntos, logi-
cistas, e cientistas da computação. Outros matemáticos, principalmente os teorizadores dos
números, comumente preferem seguir a tradição antiga e excluir o zero dos números naturais.
Uma construção consistente do Conjunto dos Números Naturais (N) foi desenvolvida no
século XIX por Giuseppe Peano. Essa construção, comumente chamada de Axiomas de
Peano, é uma estrutura simples e elegante, servindo como um bom exemplo, de construção
de conjuntos numéricos.
O conjunto dos números naturais equipado com as operações de adição (+) e multi-
plicação (∗), satisfaz as seguintes propriedades:
1. Fecho: se a, b ∈ N, então a + b ∈ N e a ∗ b ∈ N.
2. Associatividade:
a + (b + c) = (a + b) + c, a ∗ (b ∗ c) = (a ∗ b) ∗ c.
3. Comutatividade:
a + b = b + a, a ∗ b = b ∗ a.
a + 0 = a, a ∗ 1 = a,
5. Distributividade:
a ∗ (b + c) = (a ∗ b) + (a ∗ c).
Observe que não podemos verificar essas propriedades para as operações de subtração
e divisão, pois nem sempre essas operações estão estão definidas em N. Por exemplo: não
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existe nenhum número natural que represente o resultado de 3 − 7 ou 100 − 1000; da mesma
maneira, não existe nenhum número natural que represente o resultado de 1 ÷ 2 ou 10 ÷ 3.
Como consequência desse problema, foram definidos mais dois conjuntos númericos: o
conjunto dos números inteiros e o conjunto dos números racionais.
Observe que, como consequência da sua própria construção, todo número natural é
também um número inteiro, razão pela qual escrevemos que N ⊂ Z.
O conjunto dos números inteiros equipado com as operações de adição (+) e multiplicação
(∗), satisfaz as seguintes propriedades:
1. Fecho: se a, b ∈ Z, então a + b ∈ Z e a ∗ b ∈ Z.
2. Associatividade:
a + (b + c) = (a + b) + c, a ∗ (b ∗ c) = (a ∗ b) ∗ c.
3. Comutatividade:
a + b = b + a, a ∗ b = b ∗ a.
a + 0 = a, a ∗ 1 = a,
5. Distributividade:
a ∗ (b + c) = (a ∗ b) + (a ∗ c).
13
0 0
7. Existência de Inverso na Adição: existe a ∈ Z tal que a + a = 0.
Observe que ainda não podemos verificar essas propriedades para a operação de divisão,
pois nem sempre essa operação está está definida em Z. Por exemplo: não existe nenhum
número inteiro que represente o resultado de −3 ÷ 7 ou 100 ÷ 1000.
Sendo assim, foi preciso definir mais um conjuntos númerico, como mencionado anteri-
ormente: o conjunto dos números racionais.
na o
Números Racionais (Q): é o conjunto representado por Q = , a ∈ Z e b ∈ Z∗ ou
na o b
Q= , a ∈ Z∗ e b ∈ Z∗ quando o zero não está incluı́do.
b
Em outras palavras, um número racional é todo número que pode ser representado por
uma razão entre dois números inteiros, com o segundo não nulo (diferente de zero).
a
Observe que, como podemos escrever qualquer a ∈ Z como = a ∈ Z, temos que todos
1
os números inteiros estão contidos em Q, isto é, Z ⊂ Q. Além disso, como N ⊂ Z, obtemos
que N ⊂ Q. Portanto, N ⊂ Z ⊂ Q.
Existem porém, alguns (muitos!) números que não podem ser representados como di-
visões de dois números inteiros. Dentre esses números, destacamos as dı́zimas não periódicas,
raı́zes n-ésimas não exatas (que também podem ser vistas como dı́zimas não periódicas), etc.
Tais números compõem o conjunto que vamos definir a seguir.
Números Irracionais (I): é o conjunto de todos os números que não são racionais, ou seja,
I = {x / x ∈
/ Q}.
O conjunto dos números irracionais é formado, essencialmente por dı́zimas não periódicas,
que são números decimais infinitos que não apresentam nenhum grupo de algarismos que se
repetem.
A partir daı́, os números irracionais entraram na obscuridade, e foi só com Eudoxo de
Cnido que eles voltaram a ser estudados pelos gregos. O décimo livro da série Os elementos
de Euclides é dedicado à classificação de números irracionais.
Foi só em 1872 que o matemático alemão Dedekind (de 1831 a 1916) fez entrar na
Aritmética, em termos rigorosos, os números irracionais que a geometria sugerira havia mais
de vinte séculos.
√
São exemplos de números irracionais: π = 3, 1415926536..., 2 = 1, 4142135624...,
√
5 = 2, 2360679775, etc.
15
Por fim, definimos o conjunto dos números reais (R) como a união dos conjuntos dos
números racionais Q e dos números irracionais I. Isto é,
R = {x, x ∈ Q ou I} , R∗ = {x, x 6= 0 e x ∈ Q ou I}
O conjunto dos números reais com as operações de adição e multiplicação e com a relação
natural de ordem formam o que chamamos de um corpo ordenado.
As relações de continência entre esses conjuntos pode ser observada na Figura 1.5.
3. (−∞, b] = {x ∈ R/x ≤ b} .
5. (−∞, +∞) = {x ∈ R} = R.
Uma expressão numérica em R é uma sequência composta por números reais operados entre
si. Durante a resolução de uma expressão numérica, seguimos a seguinte ordem de prioridade
para realização dessas operações:
• Potenciação e radiciação;
• Multiplicação e divisão;
• Adição e subtração.
Exemplo 1.1.2.1.
5{4 + [6.5–10 + (22 –3)]} =
5{4 + [6.5–10 + (4–3)]} =
5{4 + [6.5–10 + 1]} =
5{4 + [30–10 + 1]} =
5{4 + 21} =
5{25} = 125.
Por outro lado, uma expressão algébrica é aquela composta por números e letras, onde
essas letras são também chamadas de variáveis ou incógnitas.
Exemplo 1.1.2.2.
4a + 6b + 8c, x2 + 2xy + y 2 .
1.2 Exercı́cios
1. Dados os conjuntos A = {2, 4, 6, 8, 10, 12}, B = {3, 6, 9, 12, 15} e C = {0, 5, 10, 15, 20},
determine o que se pede.
(a) A ∩ B ∩ C
(b) A ∩ (B ∪ C)
• 75 assinam os jornais A, B e C.
5. Ordene os numerais abaixo, do menor para o maior, na item (a) e do maior para o menor,
no item (b).
(a) 89; 67; 34; 62; 56; 43; 13; 78; 81; 72
(b) 19; 87; 65; 22; 80; 29; 42; 92; 74; 36
6. Uma empresa teve um prejuı́zo de 56 mil reais no mês passado e, neste mês, o prejuı́zo já
está em 13 mil reais. Qual o prejuı́zo da empresa até agora?
19
7. Sr. Douglas teve um lucro de 500 reais na venda de seu computador, mas sua esposa bateu o
carro e teve um prejuı́zo de 800 reais. Qual o resultado financeiro desses dois acontecimentos?
8. Durante uma experiência, a temperatura foi medida e estava marcando -3o C. O professor
pediu para baixar 5o C essa temperatura. Qual será a nova temperatura registrada?
9. Dados os números:
x = −5 + 5 − 5
y = −5 − 5 − 5
z = 10 − 10 + 10
w = 10 − 10 − 10
10. Arquimedes, matemático e fı́sico grego, nasceu em Siracusa(Sicı́lia) em 287 a.C. Octávio
Augusto, primeiro imperador romano, nasceu em 63 a.C. Responda:
(a) A ∪ B (c) A − B B
(e) CA
(b) A ∩ B (d) B − A A
(f) CB
14. Regra dos sinais: quando ocorre a presença de parênteses nas operações entre os números
inteiros, devemos eliminá-los, utilizando o jogo do sinal indicado na figura a seguir. Utilizando
essa regra, resolva as expressões algébricas abaixo.
15. Escolha uma letra para representar o número desconhecido, e escreva uma expressão algébrica
para representar as situações abaixo.
16. Calcule o número desconhecido nos itens (d), (e) e (f) do exercı́cio anterior.
Frações
Utilizamos o conceito de fração em diversos momentos do nosso dia a dia, como por
exemplo:
• Ao dividir um bolo;
a
Representamos uma fração através de uma divisão, denotada por , em que b 6= 0 indica
b
o total de partes que compõem o inteiro considerado, e a indica quantas dessas partes estão
sendo consideradas, como pode ser observado na Figura 2.1.
23
24
• Fração própria: nesse tipo de fração o numerador é menor que o denominador. Por
exemplo,
8 3 9
, , .
32 5 10
• Fração imprópria: nesse tipo de fração o numerador é maior que o denominador. Por
exemplo,
8 12 7
, , .
5 9 4
• Fração aparente: nesse tipo de fração o numerador é múltiplo do denominador. Por
exemplo,
8 12 7
= 2, = 6, = 1.
4 2 7
25
• Frações equivalentes: são frações que mesmo representadas de maneira diferente, re-
presentam a mesma parte do inteiro. Por exemplo,
Na Figura 2.2, todas essas frações estão representando a mesma porção de um inteiro,
independente se o inteiro é o mesmo.
Também podemos compor números inteiros com frações. A esse tipo de número damos
o nome de número misto.
1
Na figura 2.3 temos representado o número misto 2 . O número 2 representa a parte
2
1
inteira desse número misto, e a fração 2
representa a parte fracionária desse número misto.
Um número misto pode ser escrito na forma apenas de fração a partir do procedimento
ilustrado a seguir:
1 16 1 17
(i) 1 = + = ,
16 16 16 16
6 10 10 6 26
(ii) 2 = + + = .
10 10 10 10 10
Quanto menor é o denominador de uma fração, mais simples se torna sua representação e a
realização de cálculos com ela.
Para simplificar uma fração, ou deixá-la em sua forma irredutı́vel, fazemos uso de divisões
sucessivas do numerador e denominador por um mesmo valor, até que não seja mais possı́vel
determinar um divisor comum para o numerador e o denominador.
16
Exemplo 2.2.0.1. Para deixar a fração 24
na sua forma irredutı́vel, é necessário fazer 3
divisões consecutivas por 2 do numerador e denominador, até obter a fração 32 .
16 8 4 2
= = = .
24 12 6 3
27
Vamos tratar das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão através de exem-
plos.
Adição e Subtração: Carlos comprou uma barra de chocolate de 6 pedaços e só comeu 2.
Maria comprou a mesma barra, mas ela só comeu um pedaço. Juntando as duas barras,
quantos pedaços sobraram? E qual fração eles tem juntos?
2 4
Carlos comeu dois pedaços de um total de seis, isto é, ; sobraram , ou seja, 4 pedaços.
6 6
1 5
Maria comeu um pedaço de um total de seis, isto é, ; sobraram , ou seja, 5 pedaços.
6 6
Juntos, o que sobrou das barras de chocolate é representado por:
4 5 9
+ = .
6 6 6
Como podemos observar, para somar duas ou mais frações de mesmo denominador, basta
somar os numeradores e repetir o denominador.
3 1 6 5 11
Exemplo 2.3.0.1. + = + = , pois o mmc (5, 2) = 10.
5 2 10 10 10
28
De fato,
5 − 2 2
5 − 1 5
1 − 1
10
Tudo que vale para a soma, vale de maneira análoga para subtração.
3 1 6 5 1
Exemplo 2.3.0.2. − = − = , pois o mmc (5, 2) = 10, como calculado no
5 2 10 10 10
exemplo anterior.
Multiplicação: para multiplicar duas ou mais frações, multiplicamos numerador por nume-
rador e denominador por denominador, como no exemplo a seguir.
1 1 1
Exemplo 2.3.0.3. − =
3 5 15
1 4 4
Exemplo 2.3.0.4. − =
3 5 15
Divisão: para dividir duas frações, repetimos a primeira fração e multiplicamos (como de-
finido anteriormente) pelo inverso da segunda fração. Esse procedimento está ilustrado no
exemplo a seguir.
1
1 8 8
Exemplo 2.3.0.5. 4 = × = = 2
1 4 1 4
8
2.4 Exercı́cios
8
(a)
12
42
(b)
63
29
36
(c)
18
75
(d)
100
2. Efetue as seguintes operações com frações.
7
(a) −1
6
5 7
(b) −
2 4
5 1
(c) :
8 3
14 24
(d) ×
12 7
5
(e) 3−
4
1 2
3. Vanı́ ganha um salário de R$ 1200,00 mensais. Ela gasta com alimentação e com
5 5
aluguel. Qual o total de gastos de Vanı́ em reais? Qual o valor que sobra do salário de
Vanı́?
7. Um copo cheio de água pesa 325 gramas. Se jogarmos metade da água fora, seu peso
cai para 180 gramas. Qual o peso do copo vazio?
8. Alan, Cássio e Luciano fizeram compras para fazer um churrasco gastando um total
1 1
de R$ 96,00. Alan pagou do valor total, e Cássio pagou do valor total. Quanto
2 3
Luciano pagou?
30
3
9. Um turista fez uma viagem de 3600 km. Considerando que do percurso foi feito
4
2
de trem, foi feito de ônibus e o restante de carro, quantos quilômetros cada turista
9
percorreu de carro?
10. João comprou 60 balas. Maria comeu a metade e André comeu metade do que sobrou.
Qual foi o número de balas comidas?
11. Com 12 litros de leite, quantas garrafas de 2/3 de litros poderão ser cheias?
12. Adriano faz um cinto com 3/5 de um metro de couro. Quantos cintos poderão ser
feitos com 18 metros de couro?
1
14. Distribuı́ram-se 3 2
quilogramas de bombons entre vários meninos. Cada um recebeu
1/4 de quilograma. Quantos eram os meninos?
15. Para ladrilhar 2/3 de um pátio empregaram-se 5456 ladrilhos. Para ladrilhar 5/8 do
mesmo pátio, quantos ladrilhos seriam necessários?
16. Dona Solange pagou R$ 5.960,00 por 4/7 de um terreno. Quanto pagaria por 4/5 desse
terreno?
17. Luciano fez uma viagem de 1.210 km, sendo 7/11 de avião; 2/5 do que sobra de trem,
e 3/8 do que sobra de automóvel, e os demais quilômetros a cavalo. Calcular quantos
quilômetros percorreu a cavalo?
18. A terça parte de um número adicionado a seus 3/5 é igual a 28. Calcule a metade
desse número ?
19. Carolina tinha R$ 175,00. Gastou 1/7 de 1/5 dessa importância. Quanto sobrou?
20. Que número é necessário somar a um e três quartos para se obter cinco e quatro
sétimos?
31
21. A soma de dois números é 850. Um vale 12/5 do outro. Quais são eles?
22. Se dos 2/3 de um número subtrairmos 3/7, ficaremos com 45. Qual é o número?
23. A soma de três números é 30. O primeiro corresponde aos 2/3 do segundo e este, aos
3/5 do terceiro. Calcular o produto destes três números.
24. Se 7/8 de um terreno valem R$ 21.000,00, qual é o valor de 5/48 do mesmo terreno?
25. Qual é o número que se subtrairmos 8 unidades da sua metade ficaremos com 1/3 dele
mesmo?
26. Da terça parte de um número subtraindo-se 12, obtem-se com 1/6 do mesmo número.
Que número é esse?
27. Qual é o número que retirando 48 unidades de sua metade, encontramos a sua oitava
parte ?
28. A diferença entre dois números é 90; um é 3/13 do outro. Calcule esses números.
30. Seu Áureo tendo gasto 4/7 do dinheiro que possuı́a, ficou com 1/3 dessa quantia mais
R$ 164,00. Quanto tinha Áureo?
31. Divida R$ 1590,00 em três partes de modo que a primeira seja 3/4 da segunda e esta,
por sua vez, seja 4/5 da terceira.
32. Se eu tivesse apenas 1/5 do que tenho, mais R$ 25,00. teria R$ 58,00. Quanto eu
tenho?
33. A nona parte do que tenho aumentada de R$ 17,00 é igual a R$ 32,50. Quanto possuo?
34. José Augusto perdeu o inverso de 8/3 de seu dinheiro e ficou com a metade mais R$
4,30. Quanto ele possuı́a?
32
35. Reparta 153 cards em três montes, de forma que o primeiro contenha 2/3 do segundo,
que por sua vez deverá ter 3/4 do terceiro.
36. Distribuia 3.717 tijolos em três depósitos de maneira que o primeiro tenha 3/4 do
segundo, e este por sua vez contenha 5/6 do terceiro.
37. O diretor de um colégio quer distribuir os 105 alunos da 4a série em três turmas de
modo que: a 1a comporte a terça parte do efetivo; a 2a , 6/5 da 1a , menos 8 estudantes,
e a 3a , 18/17 da 2a . Quantos alunos haverá em cada turma?
38. Dividiu-se uma certa quantia entre três pessoas. A primeira recebeu 3/5 da quantia,
menos R$ 100,00; a segunda, 1/4 mais R$ 30,00, e a terceira, R$ 160,00. Qual era a
quantia inicial?
39. Um número é tal que, se de seus 2/3 subtrairmos 1.036, ficaremos com 4/9 do mesmo.
Que número é esse?
40. Das laranjas de uma caixa foram retirados 4/9, depois 3/5 do resto, e sobraram 24
delas. Quantas eram as laranjas?
41. Marcela tinha R$ 240,00. Gastou um quinto dessa quantia, e depois, a terça parte do
resto. Com quanto ficou?
42. Repartir R$ 671,00 entre três pessoas de modo que a primeira seja contemplada com
2/5 do que receber a segunda e esta, 3/8 do receber a terceira.
43. Dividir R$ 480,00 por três pessoas, de modo que as partes da primeira e da segunda
sejam, respectivamente, 1/3 e 4/5 da parte a ser recebida pela terceira
44. Argemiro tinha R$ 375,00. Despendeu 2/5 menos R$ 6,00; depois a terça parte do
resto, mais R$ 18,00. Quanto sobrou?
33
46. Uma torneira enche um reservatório em 2 horas e outra em 3 horas. Em quanto tempo
essas duas torneiras juntas encherão esse reservatório?
47. Uma torneira enche uma cisterna em 1/8 da hora e uma válvula o esvazia em 1/4 da
hora. Ambas abertas, em que tempo o reservatório ficará completamente cheio?
48. Uma torneira enche um depósito de água em 1/14 da hora enquanto uma válvula pode
esvaziá-lo em 1/9 da hora. Trabalhando juntas, em quanto tempo o lı́quido contido no
depósito atingirá seus 5/6?
Nesse capı́tulo, vamos definir operações importantes entre números reais, tais como poten-
ciação e radiciação. Além disso, vamos falar de fatoração e produtos notáveis, importantes
ferramentas para o estudo de funções em Cálculo I. Definidas essas operações, mostraremos
suas aplicações no contexto de resolução de equações e inequações dos primeiro e segundo
graus.
3.1 Potenciação
35
36
• a1 = a
• a0 = 1, a 6= 0.
A princı́pio, o expoente x pode ser qualquer número real. Vamos analisar três possibili-
dades para esse valor, entendendo o que cada uma delas significa.
an = a
|×a×
{z· · · × a}.
n vezes
(a) am × an = am+n
am
(b) n
= am−n
a
(c) (a × b)n = an × bn
1
a−n = .
an
p √
q
aq = ap .
3.2 Radiciação
Sendo essa operação a operação inversa da potenciação, como indicado na seção anterior
pela relação
p √
q
aq = ap ,
suas propriedades se reduzem as mesmas do caso de potências de expoente natural, já expli-
citadas na seção anterior.
38
(a + b) × (a + b) = a · a + a · b + a · b + b · b = a2 + 2ab + b2 ,
(a − b) × (a − b) = a · a − a · b − a · b + b · b = a2 − 2ab + b2 ,
(a + b + c) × (a + b + c) = a · a + a · b + a · c + a · b + b · b + b · c + a · c + b · c + c · c
= a2 + b2 + c2 + 2ab + 2bc + 2ac,
e assim por diante. Note que ao aplicar a propriedade distributiva, multiplicamos todos os
termos, levando em conta seus sinais, e somamos os termos semelhantes a fim de simplificar
a expressão final.
Os produtos notáveis tem uma grande importância no cálculo algébrico, e são utilizados
principalmente como ferramentas de fatoração de equações algébricas, de polinômios e etc,
com o objetivo de tornar mais direta a resolução de problemas dessa natureza. Vamos tratar
desse assunto com mais profundidade na sequência. A seguir, ilustramos algumas igualdades
em produtos notáveis, que podem ser verificadas utilizando a propriedade distributiva da
multiplicação.
(a + b).(a–b) = a2 − b2 .
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2 .
(a–b)2 = a2 − 2ab + b2 .
(x + 3)2 = x2 + 6x + 9,
(x − 3)2 = x2 − 6x + 9,
(x + 3)(x − 3) = x2 − 9,
(x + 3)3 = x3 + 9x2 + 27x + 27,
(x − 3)3 = x3 − 9x2 + 27x − 27.
3.4 Fatoração
Fatoração é o termo usado na álgebra para designar a decomposição que se faz de cada um
dos elementos que integram um produto, ou seja, o resultado de uma multiplicação. Assim
40
como parcela é cada uma das partes que integram uma adição, o fator é como se chama cada
elemento que integra um produto.
Exemplo 3.4.0.1 (Fatoração de números). O número 630 pode ser decomposto (ou escrito)
como: 630 = 2 × 32 × 5 × 7. O processo para a determinação desses fatores primos está
ilustrada na Figura 3.1.
Equação é qualquer igualdade que só é satisfeita para alguns valores. Por exemplo, a
expressão algébrica 2x–5 = 3 é satisfeita apenas quando o valor desconhecido x é igual a 4.
De fato, 2 · 4 − 5 = 8 − 5 = 3.
Note que sem conhecer o valor da incógnita x, não podemos afirmar se essa igualdade
é verdadeira ou falsa. O conjunto de valores que satisfaz um determinada equação forma o
que chamamos de conjunto solução da equação. Esse conjunto pode ser vazio (no caso da
equação não ter solução), pode ser unitário (no caso de existir apenas uma solução, como
no exemplo anterior), ou pode ter n elementos, em que n vai depender da caracterı́stica da
equação que estaremos resolvendo.
42
Uma equação do 1o grau na incógnita x é toda equação que pode ser escrita na forma ax+
b = 0, sendo a e b números reais, com a diferente de zero. Para determinar o conjunto solução
de uma equação desse tipo, devemos manipular a equação original, usando as propriedades
das operações fundamentais de números reais de modo a isolar a incógnita em um dos lados
da igualdade.
Exemplo 3.5.1.1. Para determinar o valor dex tal que 2x–8 = 10, fazemos:
2x–8 = 10 ⇒ 2x − 8 +8 = 10 +8 ⇒ 2x = 18,
1 1
· 2x = · 18 ⇒ x = 9.
2 2
Exemplo 3.5.1.2. Para determinar o valor de x tal que 3–7 · (1 − 2x) = 5–(x + 9) fazemos:
Uma equação do 2o grau, ou equação quadrática na incógnita x, é toda equação que pode
ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0, em que a, b e c são números reais e a 6= 0. Neste tipo
de equação, dizemos que a é o coeficiente do termo x2 ; b é o coeficiente do termo x e c é o
termo independente.
43
Uma equação do 2o grau é dita completa se b e c são diferentes de zero. Caso contrário,
dizemos que a equação é incompleta.
ax2 + bx + c = 0 ⇔ ax2 + bx = −c
1 1 b −c
· (ax2 + bx) = · (−c) ⇔ x2 + x =
a a a a
2 b b −c b
x + x+ 2 = +
| a{z 4a } |a {z 4a2}
2
−4ac + b2
b
x+ =
2a 4a2
r 2
√
2
x + = −4ac + b ⇔ x = −b + b − 4ac ,
b
2a 4a2 2a 2|a|
b b
e, observando que |a| = ±a e x + = ± x + , concluı́mos que:
2a 2a
√
−b ± b2 − 4ac
x= ,
2a
que nos fornece duas soluções para a equação em questão:
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
x1 = , e x2 = .
2a 2a
Os valores x1 e x2 também são chamados de raı́zes da equação do 2o grau.
Vamos denotar o valor calculado dentro do radical acima por ∆ = b2 − 4ac, ou ainda
discriminante (ou delta). Por meio do valor discriminante podemos chegar a seguintes con-
clusões referentes a quantidade de soluções da equação de 2o grau:
• Se ∆ < 0, a equação não tem soluções reais, sendo portanto o conjunto solução vazio:
S = {∅}.
• Se ∆ = 0, a equação tem duas soluções reais iguais, sendo portanto o conjunto solução
nesse caso, unitário: S = {x1 } (ou S = {x2 }).
44
• Se ∆ > 0, a equação tem duas soluções reais distintas, sendo portanto o conjunto
solução nesse caso com dois elementos: S = {x1 , x2 }.
3.6 Inequações
As inequações são expressões (ou relações) matemáticas que utilizam na sua formatação, os
seguintes sinais de desigualdades:
• ≥: maior ou igual
• ≤: menor ou igual
• =
6 : diferente
As inequações do 1o grau com uma variável podem ser escritas numa das seguintes formas:
ax + b > 0, ax + b < 0, ax + b ≤ 0, ax + b ≥ 0,
45
com a, b ∈ R e a 6= 0.
Para resolver uma inequação do 1o grau, procedemos como no caso de equação do primeiro
grau, com a diferença de que o conjunto solução ao invés de apresentar uma quantidade finita
de valores, caso eles existam, vai ser representado por um intervalo de valores que satisfaça
a inequação.
1 1
2x − 7 ≥ 0 ⇔ 2x − 7 + 7 ≥ 0 + 7 ⇔ 2x ≥ 7 ⇔ · 2x ≥ · 7,
2 2
7
o que resulta em x ≥ . Ou seja, expressamos o conjunto solução nesse caso como
2
7
(ou ainda x ∈ 27 , ∞ ).
S = x ∈ R/x ≥
2
Exemplo 3.6.1.2. Para resolver a inequação a seguir, fazemos:
1 1 1 1 1 1 1 1
2x − ≤ 0 ⇔ 2x − + ≤ 0 + ⇔ 2x ≤ ⇔ · 2x ≤ · ,
2 2 2 2 2 2 2 2
1
o que resulta em x ≥ . Ou seja, expressamos o conjunto solução nesse caso como
4
1
(ou ainda x ∈ −∞, 41 , ).
S = x ∈ R/x ≤
4
As inequações do 2o grau com uma variável podem ser escritas numa das seguintes formas:
com a, b e c ∈ R e a 6= 0.
Para resolver uma inequação desse tipo, devemos seguir os seguintes passos:
1. Igualar a equação do 2o grau a zero e determinar as soluções (ou raı́zes) dessa equação.
46
Exemplo 3.6.2.1. Para resolver a inequação 3x2 + 10x + 7 < 0, observamos que como
∆ = 102 − 4 · 3 · 7 = 100 − 84 = 16 > 0, temos duas raı́zes reais distintas, x1 e x2 dadas por:
√ √
−10 + 16 −6 −10 − 16 −14 −7
x1 = = = −1 e x2 = = = .
2·3 6 2·3 6 3
Marcando essas duas raı́zes no eixo x, para estudarmos o sinal da equação em cada um
dos três intervalos resultantes, observamos que:
−7 −7
• −3 < e 3(−3)2 +10(−3)+7 > 0. Logo o sinal no intervalo −∞, é positivo.
3 3
−7 2 −7
• < −1.5 < −1 e 3(−1.5) + 10(−1.5) + 7 < 0. Logo o sinal no intervalo , −1 é
3 3
negativo.
47
Observando a Figura 3.4, concluı́mos então que, como o objetivo era determinar o inter-
valo de valores de x tal que 3x2 + 10x + 7 < 0, o conjunto solução dessa inequação é dado
por:
−7
S= x∈R/ < x < −1 .
3
Marcando essa raiz no eixo x, para estudarmos o sinal da equação nos dois intervalos
resultantes, observamos que:
• No ponto x = 3 temos 32 − 6 · 3 + 9 = 0.
48
Observando a Figura 3.5, concluı́mos então que, como o objetivo era determinar o intervalo
de valores de x tal que x2 − 6x + 9 > 0, o conjunto solução dessa inequação é dado por:
S = {x ∈ R / x < 3 e x > 3} .
3.7 Polinômios em R
Definimos o grau de um polinômio P (x) como o máximo grau observado entre os graus de
seus monômios. Além disso o coeficiente do monômio de grau máximo é chamado coeficiente
dominante do polinômio. Seja α ∈ R. Quando P (α) = 0, dizemos que α é raiz do polinômio
P (x).
Já a divisão de dois polinômios quaisquer é feita através do método da chave, ilustrado
no exemplo da Figura 3.6.
Dados dois polinômios, P (x) (dividendo) e Q(x) (divisor) tal que Q(x) 6= 0, dividir P (x)
por Q(x) é determinar outros dois polinômio, o quociente q(x) e o resto r(x), tais que:
3.8 Exercı́cios
1. Calcule:
2. Calcule:
3. Calcule:
4. Calcule:
5. Calcule
6. Simplifique as expressões.
(d) (x + 2) · (x − 7) + (x − 5)(x + 3)
3x + 3−x 3x − 3−x
7. Sabendo que A = eB= , calcule A + B.
2 2
8. Simplifique.
√ √ √
(a) 72 + 18 − 2 50
√
3
√
16 + 3 54
(b) √3
125
9. Calcule.
√ 2
(a) 1 − 2
√ √
(b) 10 − 1 10 + 1
10. Existem três números inteiros consecutivos com soma igual a 393. Que números são
esses?
14. A soma de um número inteiro positivo com o quadrado de seu sucessor é igual a 41.
Qual é o produto deste número pelo seu antecessor?
15. Uma pessoa, em seu antigo emprego, trabalhava uma quantidade de x horas por se-
mana e ganhava R$ 60,00 pela semana trabalhada. Em seu novo emprego, essa pessoa
continua ganhando os mesmos R$ 60,00 por semana trabalhada, porém trabalha 4 ho-
ras a mais por semana e recebe R$ 4,00 a menos por hora trabalhada. Determine o
valor de x.
16. Na divisão dos lucros com seus 20 acionistas, uma empresa distribuiu R$600,00 entre
os preferenciais e R$600,00 entre os ordinários. Sabe-se que cada acionista preferen-
cial recebeu R$80,00 a menos do que cada acionista ordinário. Determine quantos
acionistas preferenciais esta empresa possui.
(a) 2x + 1 ≤ x + 6
(b) 6x + 3 < 3x + 18
(d) (3x–1)(x + 1) ≥ 0
22. Os polinômios p(x) = −2x + a e q(x) = x + b são tais que p(x) · q(x) = −2x2 − 3x − 1.
Determine o valor de a e b.
23. Divida o polinômio f (x) = 6x4 –x3 + 3x2 − x + 1 por g(x) = 2x2 + x–3 utilizando o
método da chave.
24. Mostre que a divisão de f (x) = x3 − 1 por g(x) = x–1 é exata, ou seja, r(x) = 0.