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AULA: HOMICÍDIO
Art. 121: §1° - Homicídio PRIVILEGIADO: Redução de um sexto a um terço. Pela motivação que
levou ao agente a praticar o homicídio. Existem três requisitos: relevante valor moral
ou social; sob o domínio de violenta emoção; injusta provocação da vítima. havendo
qualquer um deles o Juiz poderá reduzir a pena.
§2° - Homicídio QUALIFICADO: É aquele praticado por uma circunstância que enseja o
aumento da pena.
V = É a relação do homicídio com outro crime. Ex: Matar o marido para estuprar a
mulher. Ex: Matar o segurança para sequestrar o patrão. Ex: Agente cavando para
guardar drogas e o vizinho olha depois este mata ele (Ocultação de outro crime). Ex:
Três pessoas roubam um banco, um desses mata seus dois parceiros para obter
vantagem para si.
OBS: Se o sujeito passivo for o Presidente da República, do Senado, do Supremo e por motivo
político, nós aplicamos o Art. 2° da Lei de Segurança Nacional (Lei n° 7.170/83).
Toda e qualquer norma que estabeleça crime possui pelo menos 1 VERBO (Toda
palavra que dá a ideia de ação ou estado), esse verbo é chamado núcleo do tipo por
ser a parte mais importante do tipo penal.
Crime de forma livre: É aquele que o legislador não informa a forma que o crime é
praticado.
O crime de homicídio é um crime comum quanto ao sujeito pois qualquer um poderá
cometê-lo.
OBS: O crime de homicídio só pode ser praticado por omissão quando tiver a figura do agente
garantidor, portanto será um crime de omissivo impróprio que é quando existe o garantidor.
Se não existir tal figura, logo você não poderá fazer com que aquela pessoa responda pela
forma omissiva de um crime.
Relembrando: Omissivo próprio é aquele que pode ser praticado por todas as pessoas
(Omissão de socorro); Já o omissivo impróprio só pode ser praticado pelo agente garantidor.
EX: Mãe deixa de aplicar insulina no filho quando necessário. O crime é de homicídio, ela
desejava a morte da criança, ela é garantidora, logo tem o dever legal de praticar a conduta e
garantir que o resultado não ocorrerá. Nesse caso a mãe praticou o crime de homicídio n/f Art.
13 §2°, A. Ela matou por meio de uma omissão.
EX²: A mãe vai atender o telefone enquanto seu filho está brincando no sofá, quando retorna a
criança caiu e morreu. Trata-se de um homicídio culposo.
O crime de homicídio é material pois ele deixa vestígios perceptíveis por nosso sentido
que chamamos de materialidade delitiva ou corpo do delito. De acordo com o Art. 158 do CPP
(CÓDIGO DE PROCESSO PENAL) é preciso provar a materialidade através de um exame pericial,
no caso do homicídio auto de exame cadavérico. O homicídio produz o cadáver que é a
materialidade delitiva, o vestígio deixado por tal prática.
Ele é um crime material também por ser de conduta e resultado, sendo a consumação
o resultado. Ex: Conduta: Disparo de arma de fogo – Consumação: Morte. Se o resultado, a
consumação não ocorre, então o crime se torna TENTADO.
A finalidade da tentativa é diminuir a pena do crime consumado, não serve pra mais
nada. Homicídio consumado = 6 a 20; Tentado = 6 a 20 – 1 a 2/3.
OBS: Pode haver homicídio imaterial (que não deixe vestígios perceptíveis por nossos
sentidos)?
R: Sim, por exemplo, Ticio dispara 6 vezes contra Caio não acertando um disparo sequer. É
uma tentativa branca ou incruenta que é a tentativa que sequer causa lesão na vítima. Já na
tentativa cheia ou cruenta não tem consumação mas causa prejuízo pra vítima, a consumação
seria a morte.
OBS: Se alguém responde por dois crimes, sendo um deles homicídio, infanticídio, participação
em suicídio ou aborto, o julgamento será no Tribunal do Júri. Ex: Traficante acusado de
homicídio e tráfico de drogas. Os dois crimes serão julgados no Tribunal do Júri. Ex: Ocultação
de cadáver e homicídio, será no Tribunal do Júri também.
Homicídio Culposo:
O Agente viola o dever objetivo de cuidado e, não tem uma intenção em matar.
No Código de Trânsito Brasileiro aplica-se APENAS homicídio culposo, em caso de dolo o
agente responde pelo código penal.
PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO:
OBS: Auxiliar é apenas fornecer os meios, eu não posso executar os atos mortais, se eu
executo estou no homicídio e não na participação ao suicídio. Ex: Se a clínica injeta o veneno, a
clínica seria responsável por homicídio e não por participação em suicídio.
EX¹: Tício está caminhando com Mévio que é cego em um terreno montanhoso. Tício avista
um penhasco e manda Mévio continuar andando que está tudo ‘’sob controle’’, Mévio cai e
morre.
EX²: Caio fala pro seu filho de dois anos pular pela janela pois ele sairá voando.
É evidente que em ambos os casos houve o crime de homicídio e não participação em suicídio.
SUJEITOS: O sujeito ativo (que pode cometer o suicídio alheio) pode ser qualquer um. O
sujeito que induz, auxilia ou instiga a outrem a se matar é punido a título de autoria ou de
participação? Este que auxilia, instiga ou induz é punido a título de AUTORIA.
O Sujeito passivo deve ser uma pessoa determinada, portanto se eu crio uma música induzindo
ao suicídio não há crime pois é uma conduta atípica, deve haver uma pessoa específica.
EX¹: Induzo alguém a pular da janela, a vítima pula e morre = Participação em Suicídio
CONSUMADA;
EX²: Induzo alguém a pular da janela, a vítima pula e sofre lesões graves = Participação em
Suicídio CONSUMADA;
EX³: Induzo alguém a pular da janela, a vítima pula porém cai numa árvore e apenas fica com
lesões leves = NÃO HÁ CRIME;
CONCURSO DE CRIMES:
1) Cumulo Material: As penas de vários delitos devem ser somadas. Foi adotado no concurso
material (Art. 69, caput) e no formal imperfeito (Art. 70, caput, 2ª parte);
3) Acumulação Jurídica: A pena aplicável não é a soma das concorrentes, mas de tal gravidade;
1) CONCURSO MATERIAL (ART. 69): O sujeito que pratica vários crimes merece a soma das
penas. Podemos dizer que, por mais de uma ação ou omissão (CONDUTA),mais de um crime
praticado é o CONCURSO MATERIAL. Para que haja o concurso material é preciso que o sujeito
execute duas ou mais condutas (fatos), realizando dois ou mais crimes.
O concurso material também é chamado de hipótese residual, pois o mesmo só é
aplicado se não for caso de concurso formal ou crime continuado. Primeiro verifica-se um,
depois o outro, se não for o caso ai sim aplicamos o concurso material.face
EX¹: Caio subtraiu uma dúzia de frutas do pomar vizinho. Cometeu doze atos, mas uma só
conduta. Evidente que Caio cometeu doze atos mas uma só conduta. Caio responderá por um
só crime de furto.
a) Homogêneo: Abriga crimes da mesma espécie, quando previstos na mesma figura típica.
2) CONCURSO FORMAL (ART. 70): O sujeito com apenas UMA ação ou omissão realiza vários
crimes. A diferença do concurso material é que no material o sujeito comete dois ou mais
crimes por meio de duas ou mais condutas; No concurso formal, com uma só conduta realiza
dois ou mais delitos (1 Conduta, 2+ Fatos Típicos).
EX¹: O agente, com um só tiro ou um golpe só, ofende mais de uma pessoa.
EX²: Num fato automobilístico culposo o agente dá causa à morte de uma pessoa e lesões
corporais em outra.
EX³: Uma pessoa dirigindo seu veículo em alta velocidade, perde a direção do carro, vindo a
atropelar quatro pessoas. Nesse caso o agente mediante uma única ação praticou quatro
crimes em concurso formal.
a) Homogêneo: Vários crimes praticados por uma única ação forem idênticos.
EX¹: Atropelamento culposo com morte de duas ou mais pessoas.
EX²: Pessoa dirigindo veículo em alta velocidade, perde a direção do carro, vindo a atropelar
quatro pessoas. Essas quatro pessoas vem a falecer, logo temos o concurso formal
homogêneo, já que realizados quatro delitos de homicídio culposo na direção de veiculo
automotor.
EX²: Homem na direção de veiculo automotor atropela quatro pessoas, duas vindo a falecer e
outras duas ficam feridas, logo teremos o concurso formal heterogêneo, entre dois crimes de
lesão corporal culposa e dois crimes de homicídio culposo.
Aplicação da Pena: Aplica-se o critério da exasperação, aplica-se a pena mais grave aumentada
um quantum determinado.
EX¹: Agente perpetrou quatro homicídios culposos na direção de veículo automotor. Pega-se a
pena de um dos crimes (Já que todos são idênticos), qual seja 2 a 4 anos de detenção,
acrescida de 1/6 até ½, em razão de concurso formal homogêneo (vários crimes, uma única
ação).
EX²: Agente atropelou quatro pessoas, vindo duas a falecer e outras duas ficarem feridas.
Pega-se a pena do crime mais grave, qual seja 2 a 4 anos de detenção acrescida de 1/6 até 1/2,
em razão do concurso formal heterogêneo.
EX³: Contagiado por moléstia venérea o agente pratica um estupro. Aplica-se então a pena do
estupro por ser mais grave, aumentada de um sexto até a metade. Portanto é um concurso
formal heterogêneo (2 crimes em diferentes figuras típicas).
EX4: Agente entra no ônibus e munido de arma de fogo pratica um assalto, levando bens dos
dez passageiros que lá se encontravam. – Art. 157 §2°, I (10x) N/F Art. 70, ambos do CP.
CONCURSO FORMAL [PERFEITO] OU PRÓPRIO: O Juiz deverá aplicar uma só pena, se idêntica
as infrações, ou a maior, quando não idênticas, aumentada de um sexto até a metade em
ambos os casos. Ocorre quando não há desígnio autônomo em relação a cada crime. O Agente
pretendia praticar apenas um crime e com apenas uma ação ou omissão dá causa a mais de
um crime.
Será usado o critério da EXASPERAÇÃO, ou seja, a pena mais grave aumentada de um
sexto até a metade.
CONCURSO FORMAL [IMPERFEITO] OU IMPRÓPRIO: O art. 70, caput, 2ª parte, diz que ’as
penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos’’. O sujeito tem mais de um desígnio. As penas
serão aplicadas com o critério da CUMULAÇÃO, o mesmo do concurso material, qual seja,
devem ser somadas.
EX¹: Agente objetiva matar duas pessoas e, para isso, coloca-as perfiladas e, com apenas um
único disparo (ou seja, uma única conduta), realiza seu intento. Trata-se de concurso formal
imperfeito pois o sujeito mediante UMA ÚNICA AÇÃO praticou dois crimes de homicídio.
Todavia realizou-os por meio de desígnio autônomo, eis que o agente queria praticar dois
crimes.
EX²: Caio visando matar Ticio, Mévia e Zeca, lança uma granada contra eles, os três vem a
falecer. Podemos dizer que ele queria o resultado morte das três pessoas, tinha o dolo em
matar, logo existe mais de um desígnio. Art. 121 (3x) N/F Art. 70, 2ª parte, CP, ou seja as penas
somadas.
EX³: Agente comete estupro, não só pra se satisfazer sexualmente como pra transmitir doença
venérea. Uma única ação dois ou mais crimes, apresentando vontade independente em cada
um deles. Art. 213 + Art. 130 N/F Art. 70, 2ª parte.
EX: Caio, inconformado com o término do relacionamento amoroso, vai até a residência de
Mévia, onde se encontravam, além da ex-companheira, os genitores dela, e profere as
seguintes palavras ameaçadoras ‘’vou matar todos vocês’’. É irrefutável que o agente cometeu
o delito de ameaça em concurso formal imperfeito, o que ensejará o somatório das penas (Art.
147 (3X) N/F Art. 70, 2ª parte, CP).
EX: Homem tem relacionamento extraconjugal e sua amante engravida. Apesar da tentativa de
fazer com que a mesma realize um aborto, e, assim, interrompa o processo gestacional, ante a
resposta negativa, resolve desferir um disparo certeiro, vindo a matar sua concubina. Neste
caso, com apenas uma única ação o homem cometeu dois delitos: Homicídio (em relação a
amante) e aborto (em relação ao feto). A capitulação jurídico-penal aplicável ao caso seria:
Artigos 121 e 125 N/F Artigo 70, caput, 2ª parte.
CONCURSO (MATERIAL) BENÉFICO: Discorre o artigo 70, parágrafo único, CP: ‘’Não poderá a
pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69, desde Código’’.
O montante da pena do concurso formal não pode ser maior do que a que seria aplicada se
houvesse feito o concurso material de crimes (ou seja, se fossem somados todos os crimes).
Por exemplo:
EX: João atira para matar Maria, acertando-a. Ocorre que, por culpa, atinge também Pedro,
causando-lhe lesão corporal. João não tinha o desígnio de ferir Pedro. No caso desse exemplo,
a pena mínima para João seria de 6 anos e a pena mínima para lesão corporal culposa, contra
Pedro, seria de 2 meses. Se fossemos aplicar a pena do homicídio aumentada em 1/6 (pela
lesão corporal), totalizaria 7 anos. Se fossemos somas as penas do homicídio com a lesão
corporal, daria 6 anos e 2 meses. Logo, nesse caso, é mais benéfico para o réu aplicar a regra
do concurso material (soma das penas). É o que a lei determina que se faça, Art. 70, p.u, CP,
pois o concurso formal foi idealizado para ajudar o réu.
3) CRIME CONTINUADO (ART. 71, CP): O agente mediante MAIS DE UMA ação ou omissão
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, são considerados uma continuação do primeiro.
REQUISITOS:
EX¹: Atendente de caixa furta toda segunda-feira R$ 15,00 (Vários furtos, crimes da mesma
espécie), mesma condição de tempo (toda segunda-feira, uma semana de um pro outro),
mesma condição de lugar (no mesmo supermercado), semelhante modo de execução (Abrindo
a gaveta e pegando o dinheiro). Nesse caso todos teriam a mesma pena, por exemplo, mínimo
de 2 anos pra furto qualificado aumentada de 1/6 até 1/2.
PENA CRIMINAL
Conceito: Pena é a sanção imposta pelo Estado como retribuição ao ato ilícito praticado,
visando diminuição de um bem jurídico e cujo fim é evitar novos delitos. Somente o Estado
possui a ius puniende, ou seja, o direito de punir.
Escola Mista ou Eclética: É a escola adotada pelo nosso ordenamento. A finalidade da pena é
retributiva e preventiva. Visa reabilitar o criminoso para o convívio social.
SISTEMAS:
A) RECLUSÃO: Deve ser cumprida em regime:
REGIME: B) Semi-Aberto: Não REINCIDENTE, cuja pena seja superior a 4 anos e inferior a 8.
Sua execução é em colônia agrícola, industrial ou de estabelecimento similar. A ideia é que o
sujeito durante o dia trabalhe e durante a noite retorne para a cela.
REGIME: C) Aberto: Não REINCIDENTE, cuja pena seja inferior a 4 anos. Execução da pena
ocorre em casa de albergado ou estabelecimento adequado. Os maiores de 70 anos,
gravemente enfermos, mulheres grávidas, podem ter a prisão domiciliar como forma de
cumprimento da pena.
Vale ressaltar que se o réu é reincidente e o seu sistema seja o de detenção, o seu
regime inicial de cumprimento será o semi-aberto. O Magistrado não poderá aplicar o regime
inicial fechado no sistema de detenção.
EX¹: Art. 155: Sistema: Reclusão. Podemos observar que com tal sistema o Juiz poderá escolher
o tipo de regime para cumprimento inicial como fechado, semi-aberto ou aberto.
EX²: Art. 163 – Detenção. Como o sistema é de detenção o Magistrado poderá escolher o tipo
de regime para cumprimento em semi-aberto ou aberto. Ele não poderá escolher o regime
fechado como cumprimento INICIAL.
TRANSFERÊNCIA DE REGIME:
O sujeito está cumprindo pena em regime fechado, por mérito ele pode progredir ao
semi-aberto e, após essa progressão ele também por mérito progride para o aberto. Nunca
poderá haver progressão por salto, do fechado para o aberto direto, deve seguir essa escala.
A regressão admite o ‘’salto’’. Exemplo, sujeito cumpre pena em regime aberto. Alguns
meses depois o Juiz da VEP recebe uma notificação que o sujeito está com um novo processo,
logo o Magistrado poderá revogar esse regime aberto para um fechado; Haverá uma
regressão.
CRIMES HEDIONDOS: A Lei 8.072/90 regula os crimes hediondos, sendo três como tráfico
ilícito de drogas, terrorismo e tortura regulamentados pela Constituição Federal.
Todo crime hediondo tem o regime inicial FECHADO. Sua progressão diferente das
outras que é 1/6 se dará em 2/5 do cumprimento da pena.
ESPÉCIES:
A) Prestação Pecuniária: O Estado como pena, ao invés de prender alguém, condena o agente
a pagar 1 a no máximo 360 salários mínimos a favor de vítima ou dos seus dependentes (caso
tenha falecido), ou a uma instituição pública.
B) Perda de bens/valores: O Estado determina como pena a perda dos bens adquiridos
ilicitamente com a prática do crime, ou o valor correspondente ao prejuízo com a prática do
crime.
C) Prestação de serviços comunitários: Ao invés de prender, o Juiz determina como pena, que
esse agente trabalhe em alguma instituição pública como uma ONG, sem vínculo trabalhista. A
pena deve ser superior a 6 meses.
D) Interdição temporária de direitos: Ao invés de aplicar prisão, desde que haja relação entre
o crime praticado e a pena imposta, o Juiz poderá aplicar a ITD. (Emprego/Função – Profissão –
Dirigir)
EX²: Médico deixa de notificar doença grave. O Magistrado fixa a pena em 1 ano. Ao invés de
aplicar a privativa de liberdade, aplico a restritiva de direitos com interdição temporária de
direitos.
PENAS ALTERNATIVAS: A Lei 9.099/95 que cria os Juizados Especiais, sempre que possível
afastará a pena privativa de liberdade. As penas igual ou inferior a 2 anos recebem o nome de
infração penal de menor potencial ofensivo e consequentemente são julgadas no JECRIM.
OBS: As penas de prisões de até um ano podem ser substituídas por pena de multa. Penas
privativas de liberdade de até QUATRO ANOS podem ser substituídas por restritivas de direito.
OBS: Se o Magistrado decide aplicar a pena de multa, logo é o fim da linha, caso o agente não
pague esse valor, este se converte em dívida ativa fazendária. Lembrando que é diferente da
restritiva de direitos que o Juiz aplica a prestação pecuniária, uma vez não paga, o agente
poderá regredir o regime.
DETRAÇÃO PENAL
EX: Sujeito preso em flagrante pela prática do delito de tentativa de roubo (Art. 157 c/c art. 14,
II, CP), permanecendo preso durante o evolver processual, por seis meses. Ao final vem a ser
condenado à pena de dois anos de reclusão. Aplicando-se a detração penal, ou seja,
computando-se na pena privativa de liberdade imposta o tempo de prisão provisória em
flagrante, concluímos que o agente terá que cumprir um ano e seis meses de pena, uma vez
que já cumpridos seis meses.
A) Quando houver ligação entre os delitos, quer por continência, quer por conexão, não
importa se julgados no mesmo processo ou em feitos diferentes.
B) Quando a pena em relação à qual se pretende seja ela observada advém de crime cometido
ANTES DO DELITO em decorrência do qual o réu permaneceu preso provisoriamente.
EX: Acusado preso, preventivamente, por crime realizado em 1998, vem, por fim, a ser
absolvido. Por outro lado, tal réu também estava sendo processado, por delito praticado em
1996, vindo a ser condenado. Pode neste caso haver detração penal.
Conceito: Quer dizer suspensão condicional da execução da pena. Permite que o condenado
não se sujeite à execução da pena privativa de liberdade de pequena duração por um
determinado prazo, desde que cumpridas certas condições e observados os requisitos
previstos no Art. 77, CP.
O sistema adotado pelo Brasil é o belga-francês que consistem em o Juiz determinar a
suspensão condicional da pena privativa de liberdade.
EX: Agente condenado a três meses de detenção pela prática do delito de lesão corporal. O
Juiz na sentença condenatória, desde que não seja caso de aplicação de pena restritiva de
direitos (Art. 44, CP) concede ao réu o Sursis.
Ao ser concedido o Sursis o Juiz determinará um período de provas que pode variar de
DOIS a QUATRO ANOS (Art. 77, caput, CP). Isso significa que ao invés do Juiz determinar a
execução da sanção imposta na sentença, concede a suspensão condicional da pena. O réu
não inicia o cumprimento da pena, ficando em liberdade condicional por um período de prova.
Digamos que o Juiz determina o prazo de dois anos, o réu ficará durante esse tempo
em ‘’observação’’. Se não praticar nova infração penal e cumprir as condições impostas pelo
Juiz, este ao final do período de provas terá sua pena extinta.
Se revogado o período de provas, o condenado cumprirá a pena que se achava com a
execução suspensa, ou seja, se foi determinado três meses de detenção e este não cumpriu
um dia sequer, logo com a revogação do Sursis ele voltará a estaca zero, tendo que cumprir
esse tempo determinado.
EX: Magistrado aplica ao réu a pena de 1 ano e 6 meses. Então marca-se um audiência
admonitória. Nela o Juiz informa ao réu que suspenderá essa pena privativa de liberdade por
um período de provas de 2 a 4 anos e este cumprirá algumas condições.
Requisitos:
C) Não ser o réu reincidente em crime DOLOSO: O sursis cabe ao réu reincidente em crime
CULPOSO.
D) Circunstâncias Judiciais Favoráveis: Último requisito. Elas servem pra fixar a pena base. É
utilizada na primeira fase da fixação da pena.
EX: Caio foi condenado ao crime X, pena privativa de liberdade (OK) de 2 anos (OK).
Reincidente em crime doloso (Não cabe sursis). Se ele fosse reincidente em crime CULPOSO ai
sim caberia o sursis.
A aplicação do Art. 44 é mais benéfica ao réu, porém ele não permite crimes com
violência ou grave ameaça; O sursis perdeu força com a reforma do Art. 44, mas ainda é
aplicado em crimes com violência ou grave ameaça, o que como dito é proibido no Art. 44.
SURSIS ETÁRIO E HUMANITÁRIO (ART. 77, §2°, CP): O sursis etário é destinado a maiores de
70 anos de idade; O sursis humanitário é destinado a pessoas com problemas de saúde.
Nesses casos poderá a pena privativa de liberdade não superior a 4 anos ser suspensa por 4 a 6
anos. Vejamos que ambos os casos atingem pessoas que cometam ilícito de até 4 anos.
Diferente do sursis simples e especial que tem um período de provas de 2 a 4 anos, o
humanitário/etário tem o período de provas de 4 a 6 anos.
REVOGAÇÕES:
EX: Caio condenado a pena de 2 anos de reclusão, tendo a execução suspensa por 2 anos,
quando completa 1 ano do período de prova vem praticar novo delito, porém, não é preso em
flagrante e nem mesmo tem a prisão preventiva decretada.
No caso acima, segundo o Art. 81, §2°, Caio terá o seu período de provas prorrogado
até o julgamento definitivo do novo processo.
EX: Caio condenado a pena de 6 meses por lesão corporal. Réu primário, circunstâncias
judiciais favoráveis, pena privativa de liberdade e inferior a dois anos.
Neste caso não aplicamos o Art. 44 pois lesão corporal é violência/grave ameaça e não
aplicaríamos o sursis pois o crime tem pena máxima de 1 ano, portanto é competência do
JECRIM.
Todos os crimes que forem de competência do JECRIM (Com penas até 2 anos) não
cabem sursis.
EX: Réu condenado a 2 anos pelo crime de roubo tentado. Primário, Circunstâncias judiciais
favoráveis, pena privativa de liberdade. Nesse caso posso aplicar o sursis pois o crime de roubo
tem violência ou grave ameaça
REINCIDÊNCIA
Ocorre quando o sujeito comete o novo crime após haver transitado em julgado
sentença que o tenha condenado por delito anterior.
Há reincidência somente quando o novo crime é cometido após a sentença
condenatória de que não cabe mais recurso.
EX: Sujeito pratica um crime, sendo processado e condenado. Conformando-se com a decisão,
não recorre, vindo a sentença a transitar em julgado. Meses depois, vem a praticar novo crime.
É considerado reincidente, uma vez que cometeu novo delito após o trânsito em julgado de
sentença que o condenou por prática de crime;
EX: Sujeito comete um delito, vindo a ser processado e condenado. Não se conformando com
a sentença, recorre para o Tribunal, que mantém a condenação, não cabendo mais recurso
algum. Anos depois vem a cometer novo delito. É reincidente, pois praticou o novo crime após
a condenação irrecorrível pela prática de delito.
EX: Agente em meses seguidos comete vários crimes em comarcas diferentes. É processado
várias vezes, sendo condenado em todas as comarcas. Embora tenha sofrido várias
condenações irrecorríveis, não se trata de réu reincidente pois não cometeu novo delito após
o trânsito em julgado de nenhuma sentença condenatória por prática de crime,
permanecendo primário. É o chamado de tecnicamente primário.
EX: Sujeito comete crime no dia 10 de janeiro, vindo a praticar outro no dia 12 de janeiro: Não
é reincidente.
EX: Sujeito pratica um crime, sendo condenado; recorre; enquanto os autos se encontram no
Tribunal, vem a cometer outro delito: Não é reincidente.
EX: Sujeito condenado irrecorrivelmente pela pratica de um crime, dias após pratica novo
delito: É considerado reincidente.
OBS: Se o réu obteve o sursis em relação ao crime anterior, será considerado reincidente. O
sursis é mero incidente da execução da pena privativa de liberdade, não excluindo os efeitos
da sentença condenatória com trânsito em julgado.
Espécies de crimes de reincidência: A reincidência pode ocorrer entre:
No Código Penal brasileiro, no Art. 64, I, CP, o termo a quo do prazo de cinco anos é a
data:
a) Do cumprimento da pena;
b) De sua extinção por outra causa; ou
c) Do inicio do período de prova do sursis ou do livramento condicional sem revogação.
AÇÃO PENAL
Antes de mais nada, devemos frisar três causas de extinção da punibilidade que são a
indulgência soberana:
A) Anistia: É ato do Congresso Nacional, que por meio de lei extingue a punibilidade, via de
regra, para delitos políticos.Esquecimento jurídico do cometimento de um crime.
B) Graça: Somente pode ser requerido após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Ela é individual e requerida pelo próprio condenado, dependendo da sanção do Presidente da
República.
C) Indulto: Tanto a graça quanto o Indulto apenas o Presidente da República tem o poder de
conceder. Ele é coletivo e espontâneo. Ex: ‘’D.O.U Presidente da República autoriza os presos X
e Y para saída temporária no dia dos pais’’.
AÇÃO PENAL PÚBLICA: A ação penal pública é a que tem o Promotor como titular, o Ministério
Público, visando proteger os bens jurídicos tutelados pelo Estado.
Princípio da Obrigatoriedade: O ministério público é obrigado a iniciar a ação penal, possuindo
o mínimo de provas que sustentem a sua denúncia existe a obrigatoriedade em oferecer a
denúncia.
Princípio da Indisponibilidade: O promotor não pode desistir da ação penal, se começou ele
precisa ir até o fim, nem que seja pra pedir a absolvição do réu.
AÇÃO PENAL PRIVADA: É aquela que a vítima oferece a queixa crime contra o criminoso.
Princípios:
a) Princípio da Oportunidade: A vítima oferece a queixa-crime se quiser. Imaginemos um
crime contra a honra, uma Injúria, a vítima pode oferecer a queixa-crime se quiser.
Existem dois tipos de ação penal privada: Exclusiva (Propriamente dita), Personalíssima e
Subsidiária da Pública
a) Exclusiva ou Propriamente dita: É aquela que se aplica nos crimes contra a honra, nos
crimes contra os costumes (Atentado violento ao pudor, estupro, etc, salvo vítima pobre que
não tem condições de arcar com processo; Se for o pai, tutor, ai a ação será pública
incondicionada). Ela tem o prazo decadencial de 06 meses pra oferecer a queixa crime, se a
vítima morre o direito passa para o CADI.