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LOBATO, Maria de Nazareth Corrêa Accioli.

O rex anglorum ideal no policraticus e


no esope: um estudo comparado sobre imaginários políticos na Inglaterra do século
XII. Rio de Janeiro, 2016. Tese (Doutorado em História Comparada) – Instituto de
História, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

“o século XII assistiu ao início do processo de centralização monárquica, a despeito da


fragmentação política características do feudalismo.” p. 12

“foi na Inglaterra que, em virtude da conquista normanda de meados do século XI, a


centralização revelou-se de forma mais precoce em relação aos demais reinos
ocidentais.” p. 12 Commented [JS1]: Qual é a relação dessa centralização
do poder com a Terceira cruzada? E qual é a sua influência
“Quanto ao caráter contratual do rei medieval, o mesmo historiador considera que, a no Feudalismo inglês?

partir do momento em que foram abandonados os anacrônicos conceitos de Estado, foi


possível reavaliar o significado da realeza dentro do sistema político do feudalismo, o
que permitiu constatar que o rei feudal obteve seu poder dentro do próprio sistema
feudal, e não apesar dele.” p. 18 Commented [JS2]: O autor é o Le Goff.

“Em relação à primeira, partimos do pressuposto de que o rei desempenhava um papel


duplo e contraditório, visto ser, simultaneamente, soberano e suserano. Enquanto
soberano, era o Rex Dei Gratia, em virtude do caráter sagrado a ele concedido através
da unção, recebida na cerimônia de sua coroação. Todavia, enquanto suserano, era o
senhor dos senhores, com direitos e obrigações recíprocos, e cujo poder efetivo recaía
apenas sobre seus vassalos diretos.” p. 27 Commented [JS3]: José D’Assunção Barros

“A ocupação normanda na Inglaterra teve a peculiaridade de se caracterizar pela


implantação de um governo com forte tendência à centralização, aspecto que
configurava um reflexo do modelo feudal trazido por Guilherme I. De fato, no que
concerne ao seu aspecto jurídico-político, considera-se que o feudalismo foi introduzido
na Inglaterra somente após a conquista normanda, naquilo que Bloch (1979) denominou
de “feudalismo de importação”,124 e seguindo o formato adotado na Normandia, onde
o duque exercia forte autoridade perante os demais nobres” pp. 37-38

“poder de ban, definido por Franco Júnior (2001) como o conjunto dos poderes régios
que, a partir do século X, foi confiscado e explorado pelos grandes senhores territoriais,
a saber, julgar, punir e tributar.” p. 38

“Quem eram esses milites? Eram, acima de tudo soldados,213 e tal vocábulo, que em Commented [JS4]: Quem eram os soldados que lutavam
sua origem denominava todos os tipos de combatentes, passou a designar, a partir dos a terceira cruzada?
séculos X e XI, uma categoria social específica, a dos cavaleiros,214 elite especializada
no combate a cavalo e que formava um grupo social abaixo da nobreza.” p. 56

“Henrique II foi poderoso entre os poderosos do seu tempo porque era senhor de um
vasto território. Suas terras no Continente foram obtidas, antes mesmo da coroação, por
herança ou casamento. De sua mãe herdou a Normandia; de seu pai recebeu o Anjou,
Maine e Touraine; e de sua esposa, Eleonor de Aquitânia, recebeu, além da Aquitânia
propriamente dita, o Poitou e o Auvergne. À Inglaterra somaram-se, após sua coroação,
o Vexin e a Bretanha, ambos no Continente. Eram, portanto, amplos domínios, só
comparados, em extensão, aos do Sacro Império.” p. 63
Portanto, ao assumir o governo, eram dois os referenciais políticos do novo soberano: o
modelo centralizado normando, implantado no território inglês a partir de 1066 por seu
bisavô, Guilherme I, e intensificado por seu avô, Henrique I; e o modelo descentralizado,
adotado entre 1135 e 1154 por Estevão.” pp. 63e 64

“A oposição dos filhos ao pai estava relacionada ao desejo por mais terras e por maior Commented [JS5]: Feudalidade = terras. Quando o rei
autoridade e autonomia em relação a elas. Quanto aos barões, foram motivados pelas centraliza o controle dessa terra ele foge do sistema feudal?
ações de Henrique II no tocante ao confisco de seus castelos e à sua sujeição ao poder
monárquico.” p. 69

“A distinção entre clérigos e leigos constituiu um dos fundamentos do mundo medieval,


e a divisão entre espiritual e temporal, sagrado e profano, Deus e os homens fez-se
representar através de diferentes estatutos jurídicos, modos de vida e expressões
culturais.” p. 76

“A despeito de seu caráter estrutural, a realeza evoluiu ao longo do medievo, de forma


tal que, entre meados do século XII e meados do seguinte, o rei ungido e ministerial da
época carolíngia também se tornou um rei administrativo, em decorrência de três
realidades, a Coroa, o território e a lei. Desse modo, surgiu uma nova tipologia régia, a
do “rei útil e necessário”, à testa de uma monarquia administrativa e racional, e cujo
exemplo pioneiro foi a new monarchy de Henrique II” p. 145

“Quanto às usurpações da propriedade, até então tratadas, predominantemente, nos


tribunais feudais, elas passaram a ser resolvidas no âmbito do tribunal régio através das
ações possessórias.” p. 148 Commented [JS6]: Há uma mudança na administração e
no justiça inglesa, em relação a feudalidade.

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