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Universidade do Algarve: Escola Superior de Educação e Comunicação

1.ºAno do Curso de Educação Social

Disciplina: Sociologia Geral

Aluna: Afonso Ferreira Nº64355

2º Trabalho

Desde que o ser humano existe, que está dependente de uma grande capacidade em
adaptar-se às mais diversas situações, permitindo, assim, a sobrevivência nos habitats
mais diversos e extremos do planeta terra. Tal adaptabilidade é uma peculiaridade dos
homo sapiens. Esta restrição, segundo alguns sociólogos, encontra-se no que é
especificado como o termo cultura. Segundo os mesmos, os seres humanos devem
conhecer e descobrir maneiras de nos adaptarmos a condições rigorosas e a que não
estamos habituados. O conceito de cultura é apreender modos de vida, modificando e
transmitindo-os geracionalmente. Nos seres humanos, observa-se um decréscimo dos
comportamentos hereditários, ficando apenas os reflexos primitivos e necessidades
fundamentais. Estas necessidades conseguem ser controladas conforme as necessidades
para sobreviver. Até este momento do texto, apenas foram mencionadas
comportamentos simples. Irei agora falar um pouco acerca dos comportamentos
complexos, como andar, construir uma habitação, etc. Para conseguir realizar estes
comportamentos complexos, é necessário recorrer a processos de aprendizagem e de
socialização, que tal como modalidades operativas, modelos éticos e estéticos, são
transmitidos por população mais velha. . Com isto conclui-se que na ausência de
cultura, os indivíduos não conseguiriam sobrevir, devido a não apresentarem o nível de
plasticidade necessário para reagir a condições adversas. A cultura é um bem colectivo,
onde os indivíduos participam realizando objectivos diferentes. Não há um padrão
correto de cultura, isto é, nenhuma cultura é mais correta do que a outra, pois estas são
moldada temporal e espacialmente, entre outros factores. Quando se fala na existência
de várias culturas, fala-se inevitavelmente em diferenças culturais. Estas estão
associadas à ética e moralidade das sociedades. Por esta razão, é que o algo que seja
considerado como normal numa sociedade, noutra pode ser visto de lado e não ser
aceite. Tomemos como exemplo as vestes no ocidente e em países muçulmanos. Nos

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países muçulmanos, a mulher tem de usar a burka, que cobre o rosto e
os cabelos. Por outro lado, no ocidente, a mulher pode expor e usar o cabelo como esta
quiser, sem alguma restrição. Com toda esta questão da multiplicidade de culturas e
todas as diferenças associadas a esta, foram surgindo ao longo do tempo explicações e
teorias, sendo algumas destas a explicação funcionalista e a teoria etnocêntrica . A
explicação funcionalista define que para manter a ordem social, é necessário dividir a
sociedade em partes interdependentes, tendo cada seio um objectivo, para depois, em
conjunto, chegar-se a ordem social. Por outro lado, a teoria ecológica define que apenas
a sua cultura é a única possível.

A cultura tem várias dimensões. Dentro de um cultura, observa-se produtos


físicos(objectos zonas históricas) e ideais(valores, crenças). Actualmente, esta diferença
expressa-se por cultura material e não material. A cultura material é tudo o que é
palpável. Por outro lado, a cultura não material, são todos os conhecimentos, crenças,
etc.

Socialmente, a cultura tem como objectivo reunir um grupo de indivíduos, tendo estes a
mesma finalidade. Para haver uma valorização da cultura, é preciso que haja uma
construção de um universo mental, moral e simbólico comum a todos os indivíduos.
Por outro lado, a cultura não é estático, devido a modificação dos costumes, valores e
moralidade do colectivo.

Irei, a partir deste momento, falar da socialização e no que esta consiste. A socialização
é o processo segundo os indivíduos ou conjuntos destes compreender e adoptar valores
e normal culturais no contexto social onde está inserido, sendo esta realizada desde a
primeira infância até a idade adulta, e sendo um processo geracional. Existem dois
grandes tipos de socialização, a socialização primária e a socialização secundária. A
socialização primária é realizada pelo próprio indivíduo e localiza-se temporalmente na
primeira infância. Esta é considerada a mais importante, pois é nesta que o individuo se
estrutura a nível social, a emoção tem um papel determinante e nesta que se insere em
determinada cultura. Por outro lado, a socialização secundaria dá-se na vida adulta, tem
um grande papel na formação complexa da personalidade social do individuo. Esta
revela-se, muitas vezes, como sendo superficial, pois não exige mudanças profundas no
individuo.

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A socialização apresenta três grandes fases: a socialização da primeira
infância, realizada sobretudo no núcleo familiar, a socialização escolar, realizada da
terceira infância até a ao inicio da vida adulta, e por fim, a socialização na idade adulta,
que, maioritariamente, serve para ajustar a visão do individuo a nível cultural.

A socialização apresenta um papel de grande importância na moldagem da


personalidade do individuo. Para isto, contribuem factores como o ambiente onde esta
inserido, a confiança, a autonomia, a iniciativa, a iniciativa de produzir algo próprio, a
actividade escolar, a identidade, desenvolvida na pré-adolescência, podendo levar a
problemas como isolamento na adolescência, e a integridade do “Eu”, tendo uma
preocupação para com a humanidade. Para terminar, existem agentes de socialização,
que consistem na família, a escola, os grupos dos iguais e os meios de comunicação de
massa. A família apresenta um papel determinante na socialização do indivíduo, pois a
maioria da socialização precoce é realizada no seio familiar restrito. É através desta que
o individuo determina a sua posição a nível social, servindo de base para toda a sua
vida. A escola ,hoje em dia, apresenta uma grande contribuição no desenvolvimento,
pois é nesta que os jovens aprendem a aceitar, a responder a autoridades superiores,
aprendem a obedecer a indivíduos com o qual não apresentem qualquer ligação
proteccionista. O grupo de iguais define-se comum grupo de indivíduos com a mesma
idade, tendo em comum uma relação de amizade. Esta realiza-se por volta do fim da
infância e durante a adolescência, e nesta aparecem novos valores e normas,
apesentando uma dimensão interactiva. Nesta surgem as relações entre pares, isto é,
amizades entre dois indivíduos dentro do mesmo grupo, sendo muitas vezes estes para a
vida. Os mass media fornecem informações para a vida do individuo, oferecendo
modelos de sociedade e estilos de vida. Isto leva a que cada vez mais se denote um
cultura com base no sedentarismo, pois a televisão encoraja um comportamento passivo
por parte dos indivíduos. Por fim, apresenta-se os “outros agentes”, que consistem em
grupos inseridos em contextos sociais fora dos acima mencionados. Serve de exemplo
os grupos religiosos, partidos políticos, organizações juvenis, etc. Ora, nem sempre a
socialização é feita de maneira correta, e por vezes, apresenta resultados menos
positivos. A isto dá-se o nome de socialização imperfeita. Nesta destacam-se a
socialização primaria deficiente, onde a falta de interacção entre pais e filho gera efeitos

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negativos para o desenvolvimento do mesmo e as crianças criadas em
condições de isolamento, por exemplo em orfanatos ou com pais adoptivos.

Com isto, conclui-se que a cultura e a socialização estão interligas, são essências uma
para a outra, e que são assuntos de um complexidade gigante, pois têm um grande papel
na vida dos indivíduos.

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