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:::01/08/04
Você já imaginou ter em sua residência uma linha de telefone fixo sem
pagamento da assinatura mensal e, ainda, com um medidor de pulsos? Esta
pode ser a realidade de um futuro bem próximo, pois tramita na Câmara dos
Deputados o Projeto de lei 5.476/01, que tem por objetivo modificar a Lei Geral
de Telecomunicações e propõe a extinção do valor cobrado pela assinatura das
contas telefônicas. Se o projeto for aprovado, serão cobrados do assinante
somente os pulsos efetivamente utilizados.
Assim sendo, tal fato frustra qualquer tentativa do consumidor de economizar nos
gastos com o telefone fixo, porque não consegue pagar a conta. Para muitos, a
alternativa é abrir mão do serviço, apesar de sua importância.
Desta forma, fica claro que, mesmo oferecendo planos sem a cobrança de
assinatura mensal, a empresa obtém lucro. Assim, é perfeitamente possível isentar
o consumidor dessa tarifa.
O pulso nada mais é que uma "criação" das empresas telefônicas para justificar a
cobrança, contrariando o que determina o inciso VIII, do artigo 39, do Código de
Defesa do Consumidor, já que não é aprovado pelo Inmetro e Conmetro. Por isso,
em alguns Estados, algumas residências já possuem aparelhos para medir os
pulsos telefônicos; ou seja, aquilo que o consumidor efetivamente gastou. Desta
forma, esperamos que em breve possamos contar com um aparelho desta
natureza.
Uma liminar concedida pelo juiz Paulo Cícero Augusto Pereira, da 1ª Vara Cível de
Catanduva (385 km de São Paulo), suspende a cobrança da taxa de assinatura
mensal de todos os clientes da Telefônica no Estado.
"Prática abusiva"
Pereira já havia concedido liminar a idêntico pedido feito em maio por três clientes
da Telefônica. Na ação civil pública, o benefício atinge todos os assinantes, sejam
residenciais ou comerciais.
Hoje, a Telefônica cobra R$ 31,14 por mês dos clientes residenciais (esse valor
vale por até cem pulsos) e R$ 49,93 dos não-residenciais (até 90 pulsos).
Cobrança autorizada
Juiz não suspende pagamento de assinatura de telefone
Este mês, a empresa também teve outra vitória. A 32ª Vara de São Paulo também negou
liminar pedida pela Anadec -- Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do
Consumidor -- para suspender a cobrança da assinatura mensal. Segundo a entidade, a
taxação é abusiva por não existir contraprestação da tarifa.
A 32ª Vara de São Paulo, no entanto, entendeu que a assinatura presta-se a cobrir custos
operacionais e de manutenção da empresa e viabiliza os investimentos da Telefônica.
Segundo a decisão, a cobrança tem respaldo na Lei Geral das Telecomunicações (Lei 9.472,
de julho de 1997).
Depois da liminar negada para a Anadec, o Instituto Barão de Mauá de Defesa de Vítimas e
Consumidores entrou com pedido para ser admitido como litisconsorte na ação da 32ª Vara.
O pedido foi deferido e a liminar deve ser reapreciada na semana que vem.
CONCLUSÃO
Em 16 de julho de 2004, faço estes autos conclusos ao MM(a). Juiz(a) de Direito, Dr(a).
Adevanir Carlos Moreira da Silveira.
Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo
contra Telecomunicações de São Paulo S.A. - TELESP. Afirma ser ilícita a cobrança de
assinatura mensal por falta de fundamento legal e contratual. Pede a concessão de liminar
para que a ré se abstenha da cobrança ou deposite em juízo o montante arrecado a este
título.
Indefiro o pedido de liminar, pois não vislumbro, de modo flagrante, a ilegalidade afirmada
pelo autor. Os documentos existentes no inquérito civil, notadamente o contrato de
prestação de serviços telefônicos comutados e o plano básico do serviço local, que
acompanham a inicial são indicativos da legalidade da cobrança, estabelecida em função de
estar a disposição do usuário a estrutura necessária para fruição dos serviços, seja para
fazer, seja para apenas receber ligações telefônicas.
Cite-se com as advertências legais.
Int.
Processo nº 000.04.071521-3
A assinatura mensal presta-se a cobrir parte dos custos de operação e manutenção da rede
de telefonia, relativos à disponibilidade individual do acesso, além de viabilizar
investimentos e universalização dos serviços de telefonia (Resolução 43, do Conselho
Nacional de Telecomunicações).
Ainda deve-se asseverar que a cobrança da tarifa básica tem arrimo na Lei Geral das
Telecomunicações (Lei ? 9.472, de 16 de julho de 1997), Portaria 226/97 do Ministério das
Comunicações, na Resolução 43 do CONTEL e no contrato administrativo de concessão
para a exploração de serviços de telecomunicações.
Logo, não se vislumbra a aparência do direito alegado pela autora, posto que, à primeira
vista, parte dos recursos da cobrança da tarifa básica é revertida nos serviços de telefonia.
Também é certo que a suspensão da cobrança desta tarifa acarretará uma revisão tarifária,
com elevação do preço do serviço de telefonia (pulso telefônico), para restabelecer o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão anteriormente entabulado pelo
Poder Concedente e a concessionária, ora ré.
Por conseguinte, esta elevação do preço do pulso causará, de maneira mais contundente,
prejuízos aos milhares de usuários paulistanos de baixa renda que utilizam os telefones de
uso público, os populares "orelhões". Assim, não se entrevê o perigo de demora da
concessão da tutela. Indefiro, portanto, a medida liminar requestada. Intimem-se. Cite-se.
Agência Brasil
O instituto entrou com uma ação civil pública junto a Justiça do Estado de São
Paulo contra a cobrança da assinatura básica de telefones fixos. “O IDEC pede
que seja definitivamente provado que essa cobrança é ilegal e que seja devolvido
em dobro todos os valores que já foram pagos pelo consumidor”, disse o
advogado. “O justo é que o consumidor pague apenas pelo pulso usado”,
acrescentou.
TELEFONIA E TELECOMUNICAÇÕES
26 de Julho de 2004
Idec propõe ação pelo fim da cobrança da assinatura de telefonia
O IDEC propôs no dia 23 de julho, perante a Justiça Federal de São Paulo, Ação Civil
Pública com pedido de tutela antecipada, em face da Anatel e das concessionárias
que prestam o serviço de telefonia fixa no país: Brasil Telecom, CTBC Telecom,
Sercomtel, Telemar Norte Leste e Telesp.