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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

FORMULÁRIO DE PROJETO – EDITAL 01/2019-2020/PIBIC-EM


Título do projeto: Estoque de nutrientes na palhada de sistema agroflorestal em região de savanas amazônicas, Boa
Vista, RR
Grande Área do Conhecimento: Ciências Agrárias (5.00.00.00-4)
Área do Conhecimento: Agronomia (5.01.00.00-9) Sub-área: 5.01.01.06-4 Manejo e Conservação do Solo
Palavras Chave (até 5): ciclagem de nutrientes; matéria orgânica; agrofloresta; gliricídia; sustentabilidade
Resumo do projeto: O estoque de material vegetal depositado na superfície do solo é regulado pela quantidade
de material aportado pela vegetação e por sua taxa de decomposição. No caso de sistemas agroflorestais a
técnica da adubação verde contribui para aumento do estoque de resíduos da palhada. Neste trabalho visamos
responder à seguinte pergunta: o consórcio com leguminosas reduz o estoque de nutrientes na palhada de
sistemas agroflorestais? Nossa hipótese é que o estoque de nutrientes na palhada de um sistema agroflorestal
é menor que em um monocultivo. Conduziremos o estudo em área experimental da EAgro/UFRR, campus
Murupu. Avaliaremos a decomposição da palhada por meio de “litterbags” em uma agrofloresta (tratamento
teste) e em monocultivo (tratamento controle). A amostragem dos estoques de nutrientes da palhada será
realizada de maneira aleatória com auxílio de gabarito em PVC (0,3 x 0,3 m). O material foliar será moído e
submetido a análises químicas para determinação dos teores de N, P, K, Ca e Mg. Esperamos que os estoque
dos nutrientes sejam menores na palhada do sistema agroflorestal que no monocultivo.

1. INTRODUÇÃO:
O estoque de material vegetal depositado na superfície do solo é regulado pela quantidade de material
decíduo aportado pela parte aérea das plantas e por sua taxa de decomposição (CALDEIRA et al., 2007). No
caso de sistemas agroflorestais, o estoque de palhada é regulado, adicionalmente, pela quantidade de resíduos
provenientes de poda que são depositados nos sistemas que utilizam a adubação verde. Logo, a técnica da
adubação verde contribui para aumento do estoque da palhada sobre o solo.
Uma vez depositado sobre o solo, via adubação ou aporte natural pela vegetação, o material formador
de palhada é submetido a um processo contínuo de degradação, via lavagem de compostos hidrossolúveis e
ataque de organismos (ANDRADE et al., 1999). Resíduos orgânicos mais ricos em nitrogênio são mais
palatáveis os organismos decompositores solo (MASON, 1980; COORREIA, 2002), como resíduos com
baixa relação carbono/nitrogênio ou menos lignificados (SELLE, 2007). Assim, é razoável supor que
resíduos orgânicos provenientes de leguminosas se decompõem mais rápido e, desta forma, os nutrientes são
liberados para o solo com uma maior velocidade. Como resultado, o estoque dos nutrientes na palhada tende
a ser menor em sistemas agroflorestais, onde há consórcio com leguminosas, que sistemas agrícolas
convencionais ou de monocultura livres dessa condição.
Nesse sentido, tendo em vista a importância da palhada para a dinâmica dos nutrientes e, assim a
sustentabilidade dos sistemas agrícolas (LOUZADA et al., 1995), neste trabalho visamos responder à
seguinte pergunta: o consórcio com leguminosas reduz o estoque de nutrientes na palhada de sistemas

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agroflorestais? Nossa hipótese é que o estoque de nutrientes na palhada de um sistema agroflorestal é menor
que em um monocultivo.

2. OBJETIVOS:
2.1. Objetivo Geral:
➢ Avaliar o estoque de nutrientes na palhada sobre o solo de sistema agroflorestal em região de savana
amazônica em Boa Vista, RR.

2.2. Objetivos Específicos:


a. Coleta e secagem de palhada;
b. Quantificação de massa seca e moagem;
c. Análises químicas para determinação dos teores de N, P, K, Ca e Mg na palhada;
d. Quantificação dos conteúdos de nutrientes.

3. METODOLOGIA:
O plano de atividades do presente trabalho está vinculado ao projeto “Agrossistemas em aleias com
espécies leguminosas em consócio com hortaliças em Lavrado de Roraima” devidamente registrado na Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), desenvolvido pelo grupo do CNPq “Pesquisa Tecnológica
em Agroecologia e Desenvolvimento Rural em Roraima” da Escola Agrotécnica da UFRR (EAgro).

3.1. Área de Estudo


O estudo será conduzido em área experimental da EAgro/UFRR, Campus Murupu, município de Boa
Vista-RR, localizado no km 37 da BR 174, lado esquerdo, sentido Boa Vista-Pacaraima. O clima da região é
do tipo Aw da classificação de Köppen, caracterizado como Tropical Chuvoso, quente e úmido, apresentando
período seco pronunciado, após sofrer alternados períodos secos e úmidos (ALVARES et al., 2014). A
temperatura média é 25 °C, e a precipitação é de 1.534 mm (SILVA, 2019).
O solo da área é do tipo Argissolo Amarelo distrófico com baixa reserva de nutrientes e capacidade de
troca de cátions (MELO et al., 2010). Sobre o solo, cultivam-se culturas de interesse comercial em dois
tratamentos de igual tamanho (140 m2): um sistema agroflorestal, onde se faz o consórcio da cultura com
Gliricidia sepium (Jacq.) Kunth ex Walp. (Fabaceae,“gliricídia”) em sistema de aleias (tratamento teste), e
um sistema de monocultura, onde as plantas de interesse são cultivadas sem a leguminosa (tratamento
controle) (SILVA, 2019). No tratamento teste, as gliricídias tem espaçamento é de 7,0 m entre fileiras e de

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5,0 m entre plantas em cada fileira e foram implantadas em 2013 (seis anos). Desde então, as plantas são
podadas e os resíduos da poda são utilizados para adubação orgânica no tratamento teste. Em 2015, após
pousio de dois anos, o povoamento de gliricídias recebeu uma cultura de Zea mays (Poaceae, “milho”), que
foi substituída por Solanum gilo (Solanaceae, “jiló”), em 2018. Atualmente, o tratamento teste está em
preparo para receber um plantio de Brachiaria brizantha (Poaceae, “capim marandú”), em julho de 2019, em
substituição ao jiló (SILVA, 2019).

3.2. Amostragem
A amostragem dos estoques de nutrientes da palhada será realizada de maneira aleatória. Os locais de
coleta da palhada em cada tratamento serão determinados por meio de sorteio entre as linhas de plantas e as
fileiras do plantio de gliricídias. A palhada será coletada com auxílio de gabarito em PVC (0,3 x 0,3 m) em
quatro pontos de cada tratamento (SCORIZA et al, 2012). Serão realizadas coletas trimestrais da palhada. A
cada amostragem, o material coletado será acondicionado em sacolas de papel e secos em estufa de
circulação forçada de ar, a 65 °C até atingir massa constante (SCORIZA et al, 2012). Posteriormente, o
material foliar será separado para quantificação da massa seca em balança analítica. Os valores obtidos serão
convertidos a megagrama por hectare (Mg.ha-1). As demais frações serão descartadas.
As amostras de folhas secas de palhada serão moídas e submetidas à digestão sulfúrica (TEDESCO et
al., 1995). O extrato obtido será submetido a análises químicas para determinação dos teores de N, P, K, Ca e
Mg. O teor de N será determinado por oxidação úmida em destilação por arraste a vapor; o teor de P, por
espectrofotometria; o teor de K, por fotometria de chama; e os teores de Ca e Mg por absorção atômica
(TEDESCO et al., 1995). O conteúdo estocado de cada nutriente será quantificado multiplicando-se o teor do
elemento pela massa seca de palhada da respectiva coleta.

3.3. Análise dos dados


Os dados de estoque e teores de nutrientes entre os tratamentos serão comparados por análise de
variância (ANOVA).

4. RESULTADOS ESPERADOS:
➢ Evidenciar o papel do estoque de palhada na ciclagem da matéria orgânica em sistema agroflorestal;
➢ Elaboração de relatório e publicação de resumos em eventos técnico-científicos.

5. REFERÊNCIAS:
ALVARES, C. A., STAPE, J. L., SENTELHAS, P. C., GONÇALVES, J.L.M., SPAROVEK, G. Köppen’s
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climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6): 711-728. 2014.
ANDRADE, A.G.; CABALLERO, S.S.U.; FARIA, A.M. Ciclagem de nutrientes em ecossistemas florestais.
Rio de Janeiro, EMBRAPA Solos, Documentos n. 13. 1999. 22 p.
CALDEIRA, M.V.W.; VITORINO, M.D.; SCHAADT, S.S.; MORAES, E.; BALBINOT, R. Quantificação
de serapilheira e de nutrientes em uma Floresta Ombrófila Densa. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.29,
n.1, p.53-68, 2008.
CORREIA, M. E. F. Relações entre a diversidade da fauna do solo e o processo de decomposição e seus
reflexos sobre a estabilidade dos ecossistemas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia. Documentos n. 156,
2002. 33p.
LOUZADA, M. A. P.; QUINTELA, M. F. S. & PENNA, L. P. S. Estudo Comparativo da produção de
serapilheira em áreas de Mata Atlântica: A Floresta Secundária “Antiga “ e uma Floresta Secundária
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MASON, C.F. Decomposition. Temas de Biologia, v.18. São Paulo: EPU, 1980. 64p.
MELO, V. F.; FRANCELINO, M. R.; UCHÔA, S. C. P.; SALAMENE, S.; SANTOS, C. S. V. Os solos da
área Indígena Yanomami no Médio Rio Catrimani, Roraima. Revista brasileira de ciência do solo, 34:487-
496, 2010.
SCORIZA, R. N.; PEREIRA, M. G.; PEREIRA, G. H. A.; MACHADO, D. L.; SILVA, E. M. R. Métodos
para coleta e análise de serapilheira aplicados à ciclagem de nutrientes. Floresta e Ambiente, v.2, n.2, p. 01 -
18, 2012.
SELLE, G. L. Ciclagem de nutrientes em ecossistemas florestais. Bioscience Journal, 23(4): 29-39, 2007.
SILVA, D. M. S. Adubação orgânica em sistema de aleias: efeitos na produção de jiló e no cultivo sucessivo
de Brachiaria brizanta cultivar marandu (Projeto de Dissertação). Curso de Pós-Graduação em Agroecologia,
Universidade Federal de Roraima, UFRR. 2019. 49 p.
TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S. J. Análises de solo,
plantas e outros materiais. Boletim técnico, n.5. 2.ed. Porto Alegre: UFRS. 1995. 174p.

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FÍSICA E ATIVIDADES DO ALUNO

ATIVIDADES MESES
08/19 09/19 10/19 11/19 12/19 01/20 02/20 03/20 04/20 05/20 06/20 07/20
Revisão bibliográfica
Coleta de palhada x x x x
Análises químicas x x x x
Análise dos dados x x x x
Elaboração de relatório mensal x x x x x x x x x x x x
Entrega do Relatório Parcial x
Participação em eventos x x
Entrega do Relatório Final x

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