• Séc XVIII - Alucinações como doenças independentes,
diferente sintomas de condições psiquiátricas.
• Etienne Esquirol (1832) - diferenciação de alucinações e
outros transtornos de percepção.
• Emil Kraepelin - alucinações incluído como sintoma de
demência precoce.
• Eugen Bleuler - Demência precoce Esquizofrenia.
• Desde 1920 - diferenciação - alucinações e erros de percepção. • Alucinação - consequências de transtornos psiquiátricos - diferenciado de cognição normal. • ex.: Esquizofrenia ou distúrbio maníaco depressivo. • Pesquisas concentradas nos grupos de pacientes psiquiátricos. • Últimas décadas mudanças do foco das pesquisas para fenômenos psicológicos específicos - sintomas mentais - processos mentais. • percepção normal e raciocínio.
• Novos entendimentos fisiológicos e
neurofisiológicos - Alucinações.
• Aumento do questionamento sobre a separação
entre doença mental e vida mental normal. Alucinações:
“são experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem
um estímulo externo. São vívidas e claras, com toda a força e o impacto das percepções normais, não estando sob controle voluntário. (...) Em alguns contextos culturais, alucinações podem ser elemento normal de experiências religiosas.”
(DSM V, 2014) • Definição postulada como experiências privadas.
• método mais aceito para o diagnóstico - evocação
de autorrelatos.
• Formas de coletas de dados com bons resultados:
roteiros de entrevistas padronizados, escalas de classificação, diários etc. No caso das alucinações auditivas, podem apresentar- se variando em forma e conteúdo: • voz falando em alto e bom som. • rápidos comentários sobre o comportamento da pessoa. • Conjunto de vozes falando sobre o indivíduo em 3° pessoa. • Vozes emitindo comando e instruções.
● Descritas, muitas vezes, como
negativas - comentários persecutórios, criticas a si mesmo e instruções para cometer atos violentos contra si mesmo e os outros. Paciente e pessoas que apresentam alucinações pode apresentar também: • vozes agradáveis - alguns incorporaram-na a sua rede social. • vozes positivas - não causando qualquer desconforto e não buscando ou recebendo tratamento psiquiátrico. • ex.: mensagens de encorajamento sobre possibilidade de ser bem-sucedido na carreira.
Isso verificado nas poucas pesquisas realizadas sobre a
fenomenologia das experiências alucinatórias. Surgimento da idéia de continuum da personalidade.
Esquizotípica Esquizofrenia
Desenvolvimento de Escalas para avaliação:
• Itens variando de excepcionais:
• ex.: “Não importa quanto eu me empenhe e me concentre no meu trabalho, pensamentos desconexos sempre vem a minha mente”.
• itens variando de patológicos:
• ex.: “Eu fico incomodado por ouvir vozes em minha cabeça”. Marcadores Biológicos
• Existencia de poucas pesquisas abordando.
• Pacientes que alucinavam - níveis mais altos e maiores de
condutância elétrica da pele. • Mudanças psicofísicas e início das alucinações. • ex.: movimentos de cabeça e de lábios.
● Hipóteses consideradas improváveis
para compreender as alucinações. Pacientes psiquiátricos que experienciam alucinações: • Angústia persistente; • Má qualidade de vida; • Marginalizados; • Estigmatizados; • Baixos níveis de funcionamento ocupacional e social.;
● Dados não podem ser generalizáveis, pois
muitas das pessoas dos estudo são diagnosticados como portadoras de transtorno psicótico com vários sintomas e dificuldades sociais. ● Poucas informações sobre a história natural das alucinações e as influências na vida do indivíduo. Sucesso na adaptação às alucinações dividi-se em 3 fases: • Susto - Vozes que surgem derrepente - gerando tumulto emocional, confusão e sentimento como ansiedade, pânico e raiva. • organização - Coping para lidar com as vozes. • estabilização - capacidade de lidar com as vozes, encarando-nas como parte de si.
Estratégias de Coping utilizadas:
• Mudanças comportamentais - atividades e interação social. • Mudanças na excitação fisiológicas - redução da atenção às vozes, debater com as vozes ou ordenar a elas que vão embora. • Estratégias cognitivas - relaxar, exercitar. Estudos (estados mentais normais) dúvida se as alucinações deveriam ser consideradas sempre como patológicas.
• Suposição de que os efeitos alucinógenos do LSD e
outras drogas (atividade serotoninérgicas), poderiam fornecer um modelo dos processos envolvidos nas alucinações psiquiátricas foram descartas devido a fenomenologia das alucinações induzidas por drogas é bem diferente daquela que ocorre na ausência de intoxicações. Final séc. XIX - primeira tentativa de determinar se as alucinações poderiam ocorrer em pessoas sem doenças físicas ou mentais - Sociedade de pesquisa psíquica (SPR).
• 7,8% homem e 12% das mulheres relataram pelo menos
uma experiência alucinatória nítida.
Outro estudo (1949) conduzido pela SPR através de
constatou:
• 14,3% dos respondentes relataram uma história de
alucinações. Pesquisas McKellar (1968) - 125 das 500 pessoas interrogadas relataram ter tido pelo menos uma experiência alucinatória.
A mais abrangente pesquisa de levantamento de dados
feitas por Tien (1991) com 18572 pessoas, com repetição no ano seguinte - estimaram em 13% na primeira avaliação e 11,1% na segunda a prevalência das alucinações.
Risco de esquizofrenia 1%.
1 diagn. esquizofrenia aprox. 10 que tem alucinações. Leudar e cols (1997) em estudo de comparação entre pacientes esquizofrênicos e alucinadores não psiquiátricos foi encontrado pouca diferença entre as experiências das alucinações. As vozes:
• Tentaram controlar as atividades cotidianas.
• Raramente eram bizarras. • Associadas a pessoas significativas.
● Resultados sugerem que:
experiências alucinatórias talvez não determinem em si se as pessoas serão ou não pacientes psiquiátricos, mas sim a forma que a pessoa lida com às suas experiências. CULTURAL • Em 62% das culturas de 488 sociedades ao redor do mundo, as alucinações desempenham um papel importante nas práticas culturais. • Maioria são induzidas sem ingestão de substâncias químicas psicoativas. • Positivamente valorizadas. • Inseridas no contexto das crenças e práticas locais. • Influenciados pela cultura. • Idade média quase universalmente religiosas (conteúdo). • Atualidade temas persecutórios ou tecnológicos. • As alucinações auditivas: instruçôes para o cumprimento de costume - culpa tribal para individual. Ambiente • Experiencias alucinatórias são afetadas por estímulos externos e atividades mentais provocadas por esses estímulos. • leitura em voz alta elimina as alucinações auditivas. Estresse • Não tão consiste as evidências de eventos estressores para a precipitação de episódios de esquizofrenia. • Evidências mais consistentes histórico de psicose + exposição a estresses crônicos = maior vulnerabilidade.
● Para a construção de teorias
sobre as alucinações deve-se levar em conta fatores culturais, ambientais e estressores. • Alucinações auditivas - atribuição errônea da fala interior (diálogo interno/comportamento) a uma fonte externa.
• Pessoas que experienciam alucinações são menos
competentes no monitoramento da fonte de informação, propensamente a atribuir a pensamentos gerados internamente a fontes externas.
• Tratamentos farmacológicos forma mais comum
oferecido - neurolépticos.
• Tratamento psicológico tem pouca resposta para
quadros alucinatórios. Existe pouco conhecimento sobre o desenvolvimento das alucinações ao longo da vida do indivíduo. Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5. Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre :ARTMED, 2014. BENTALL, P. RICHARD (2013). Experiências alucinatórias. In: Variedades das experiências anômalas (pp. 63-89). São Paulo: Atheneu.