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Departamento de Engenharia do Produto

CENTRO DE TREINAMENTO TÉCNICO

Dimensionamento de Válvulas de Controle – MODULO I

VÁLVULAS DE CONTROLE

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Dimensionamento de Válvulas de Controle

1)Cálculo do Coeficiente de Vazão - Cv

1.1) lntrodução

A correta especificação do diâmetro nominal de uma válvula de


controle, requer inicialmente o cálculo do coeficiente de vazão,
denominado Cv. Este coeficiente esta relacionado diretamente ao tipo
de válvula e a sua área de passagem e basicamente exprime a sua
capacidade de vazão.
Quanto maior for o coeficiente de vazão de uma válvula, maior a
sua capacidade de vazão quando instalada em um processo.
Para calcular o coeficiente de vazão devemos fazer um criterioso
levantamento das variáveis de processo, o mais próximo possível das
condições reais em que a válvula irá operar.
Ressaltamos que, de nada adianta utilizar um método de cálculo de
alta precisão, como o que será apresentado, sem que os dados necessá-
rios tenham sido corretamente obtidos.

1.2)Dados necessários para o cálculo

As informações necessárias para o dimensionamento de uma vál-


vula de controle, podem ser divididas em três grupos

a)Dados quanto ao fluxo:

• Vazão (máxima, normal e mínima);


• Pressão à montante (Pl) e à jusante (P2) para a vazão máxima,
normal e mínima; e
• Temperatura do fluxo.

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b)Dados quanto ao fluido:

• Identificação do fluido;
• Estado de fase do fluido (líquido ou gasoso); densidade. peso
específico ou peso molecular;
• Viscosidade;
• Pressão de vaporização

c)Dados quanto à influência da tubulação:

• Diâmetro da tubulação de entrada e saída.

1.3)Análise dinâmica do fluxo através da válvula

Analisando o escoamento de um fluido incompressível que escoa


através de uma válvula de controle, podemos afirmar que:

• O fluido ao entrar no interior da válvula de controle passa por um


processo de transformação de energia, o qual segue os princípios
físicos da conservação da massa e da energia.
• Considerando que o nosso fluido de processo é um líquido
(fluido incompressível), podemos verificar que quando o mesmo
passa através de uma restrição, a sua velocidade de escoamento
aumenta.
• Esta energia adicional surgida durante a passagem do fluxo pela
sede da válvula, deve-se à transformação da pressão estática do
fluido, a qual diminui a medida em que a velocidade aumenta.
• Após o escoamento do fluido pela sede, a velocidade retorna ao
seu valor original, enquanto que a pressão estática recupera-se
um pouco, porém mantendo-se a um valor inferior ao que
apresentava antes na entrada da válvula.
• A esta diferença entre a pressão a montante (P 1) e a pressão a
jusante (P2), dá-se o nome de diferencial de pressão ou queda de
pressão.

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Figura 1.1: ESQUEMA DO COMPORTAMENTO DA PRESSAO E DA VELOCIDADE DE
UM LÍQUIDO ESCOANDO ATRAVÉS DA VÁLVULA DE CONTROLE

1-4) Coeficiente de vazão, Cv

O Cv é definido como “o número de galões por minuto de água à


temperatura de 60ºF que passa através da válvula, considerando-se uma
queda de pressão de 1 PSI”.
Este coeficiente é obtido experimentalmente pelos fabricantes e
listado em tabelas com os respectivos diâmetros nominais das válvu-
las.
Apresentamos abaixo a equação básica de dimensionamento para
líquidos, padronizada pelo “Flow Controls Institute FCI”, em 1962.

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∆P
Q = Cv G

Atualmente, são utilizadas várias equações para cálculo do Cv,


que levam em conta o estado fisico do fluido e uma série de fatores
não considerados na fórmula acima.
Para selecionar-se uma válvula, deve-se inicialmente, calcular o
Cv requerido, selecionando na tabela do fabricante um Cv nominal
sempre maior que o calculado.

1.5)Dimensionamento para líquidos (fluidos incompressíveis)


“segundo a norma ANSI/ISA S75. 01”
A vazão de um líquido newtoniano, pode ser calculada de acordo
com a seguinte equação geral:

∆P
Q = N1FP.FR.CV G

Onde:
∆P = Queda de pressão ou diferencia! de pressão na válvula;
G = Densidade relativa @ temperatura de operação;
Q = Vazão volumétrica do líquido;
Cv = Coeficiente de vazão;
Fp = Fator de geometria da tubulação adjacente; e
FR = Fator do número de Reynolds na válvula.

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1.5.1) N1 - Constantes numéricas
As constantes numéricas N, dependem das unidades utilizadas. Os
valores de N, são dados na tabela 1.1, a seguir:
N Q W P T d,D
N1 = 1 GPM psia
N1 = 0,865 M3/H bar abs.
N2 = 890 Polegada
N2 = 0,002 milímetro
N4 = 1730 GPM Polegada
N4 = 7620 M3/H milímetro
N6 = 63,3 Lbs/H psia
N6 = 27,3 Kg/H bar abs.
N7 = 1360 SCFH psia [R]
N7 = 417 NM3/H bar abs. [K]
N8 = 19,3 Lbs/H psia [R]
N8 = 94,8 Kg/H bar abs. [K]
N9 = 7320 SCFH psia [R]
N9 = 2240 NM3/H bar abs. [K]

1 .5.2) Fp - Fator de geometria da tubulação adjacente


A introdução do fator de correção Fp, deve-se ao efeito dos cones de
redução e/ou expansão, utilizados para a instalação da válvula no
processo.

Figura 1.2: ESQUEMA DE MONTAGEM DE VÁLVULAS

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Na maioria das aplicações em processos, o diâmetro nominal da
válvula é menor que o diâmetro da tubulação na qual será instalada.
Por este motivo, torna-se necessário um arranjo especial, conforme o
esquema da figura 1.2.
A utilização de cones de redução na tubulação altera a capacidade de
vazão da válvula, por causa da perda adicional de pressão estática
nestes dispositivos.
Em outras palavras, à medida que a área de passagem diminui, há uma
transformação da energia de pressão em energia cinética, aumentando
assim a velocidade do fluido e reduzindo a sua pressão estática.

Assim, a pressão real de entrada na válvula será fatalmente menor que


a pressão fornecida para efeito de cálculo (existente na entrada do cone
de redução).

TIPOS DA DIÂMETRO
d/D
VÁLVULA DO CORPO
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
VÁLVULAS ¾" – 1" 0,85 0,88 0,92 0,96 0,99
GLOBO SEDE 1.½ " - 4" 0,92 0,94 0,96 0,98 /0,99
SIMPLES
OU GAIOLA 6" - 16" 0,95 0,96 0,98 0,99 0,99
MICRO-FLUXO ¼" - 1" 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99

VÁLVULA 2" - 3" 0,84 0,87 0,91 0,95 0,98


BORBOLETA 4" - 10" 0,76 0,81 0,87 0,92 0,97
12" - 24" 0,66 0,71 0,79 0,87 0,96

VÁLVULA 1" – 1. ½" 0,31 0,35 0,43 0,56 0,79


ESFERA 2" - 16" 0,37 0,42 0,50 0,63 0,84
Tabela 1.2: Valores de Fp para válvulas instaladas entre cones
iguais (de redução e expansão).

Os valores apresentados acima estão de acordo com a fórmula abaixo,


extraída da norma ANSI/ISA S75.01. Esta equação permite
calcular o fator Fp, para qualquer configuração dos redutores e
expansores utilizados na instalação da válvula.

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Fórmula para cálculo de Fp:

1
FP = ΣK  CV
2

1+  2 
N2  d 

O termo K representa a soma algébrica dos coeficientes de resistência


da pressão dinâmica, introduzidos pelas reduções e expansões, sendo
obtido através das seguintes equações:

∑K = K + K + K – K
1 2 B1 B2

Sendo:
d- diâmetro nominal da válvula de controle;
D- diâmetro nominal da tubulação de entrada/saída;
k- coeficiente de resistência da pressão dinâmica.

Caso os cones de redução e expansão sejam iguais, isto é, a tubula-ção


de entrada tenha o mesmo diâmetro da tubulação de saída, a
equação(1.3) fica reduzida a:
∑k =K + K
1 2

d2 2
K1 + K 2 = 1,5(1 − 2 )
D

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1.5.3) ∆P - Queda de pressão através da válvula

É igual a diferença de pressão P1-P2.

Para efeito de cálculo, deve-se considerar o menor valor entre:

⋅ ∆P = P1 − P2
⋅ ∆PM = FL ⋅ ( P1 − FF ⋅ PV )
2

Onde:

∆PM - Máxima queda de pressão capaz de produzir vazão, na condição


de fluxo crítico.
FL - Fator de recuperação de pressão do líquido (tabelado pelo
fabricante).
FF - Fator da razão de queda de pressão crítica do líquido.

Pv - Pressão de vapor do líquido à temperatura de operação.

1.5.4) FL - Fator de recuperação de pressão

O fator FL , é um coeficiente experimental e adimensional, definido


matematicamente por:

P1 − P2
FL =
P1 − PVC

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P1

∆P
P2
Recuperação de pressão

PVC

Figura 1.3: Perfil da pressão estática em uma válvula de controle.

O fator FL é influenciado principalmente pelo perfil de escoamento do


fluido no interior do corpo da válvula.
Este fator é determinado pelo fabricante em laboratórios específicos
para ensaios hidrodinâmicos.

Na prática uma válvula com um valor baixo para o fator FL , absorve


pouca queda de pressão e apresenta uma alta recuperação de pressão.
Isto significa que a válvula irá desenvolver altas velocidades de
escoamento e conseqüentemente grande capacidade de vazão. Este
seria o caso das válvulas tipo borboleta, esfera e de disco excêntrico.

Ao contrário, se uma válvula apresenta um valor alto para o fator FL,


significa que a mesma poderá absorver grandes quedas de pressão com
uma baixa recuperação de pressão, proporcionando assim uma menor
capacidade de vazão. Exemplos deste tipo de válvula:
Globo convencional sede simples e sede dupla, globo gaiola, válvulas
tipo baixo ruído, etc.

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Tipo de Sentido Fator Fator Fator Fator
Válvula de Fluxo FL XT Kc Fd
e de Internos
Globo Sede
Simples:
-Contorno Abre 0.91 0.70 0.65 1.0
-Contorno Fecha 0.89 0.63 0.68 1.0
-Em “V” Qualquer 0.97 0.79 0.80 1.0
-Gaiola Abre 0.90 0.75 0.65 1.0
-Gaiola Fecha 0.87 0.70 0.64 1.0
Globo Sede
Dupla:
-Contorno Único 0.89 0.70 0.70 0.71
-Em “V” Único 0.97 0.79 0.80 0.71
Angular:
-Gaiola Abre 0.85 0.65 0.65 1.0
-Gaiola Fecha 0.80 0.59 0.54 1.0
Obturador Abre 0.86 0.62 0.61 0.71
Rotativo Fecha 0.76 0.49 0.37 0.71
Excêntrico
Esfera Fecha 0.55 0.15 0.28 1.0
Borboleta – Fecha 0.63 0.33 0.30 0.71
90º
Tabela 1.3: Valores Típicos de FL, XT, KC e Fd.
(Extraídos do “Handbook of Control Valves – ISA).

1.5.5) Fp - Fator da Razão de Pressão Crítica do Líquido

Trata-se também de um fator adimensional e define-se como sendo a


razão entre a pressão na “vena contracta” (Pvc) sob condições de fluxo
crítico e a pressão do vapor do liquido (Fv) na temperatura de entrada.

PVC
FF =
PV

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Da equação (1.11) temos que:

PVC = FF ⋅ PV

que é o valor estimado da pressão mínima no interior da válvula sob


condições de fluxo crítico ou vazão bloqueada.
Este fator é utilizado no cálculo da máxima queda de pressão ∆PM .
O fator é obtido por meio da seguinte equação:

PV
FF = 0,96 − 0,28
PC

*Sendo Pc a pressão critica do líquido, obtido em tabelas especificas.

1.5.6)FR - Fator do número de Reynolds na válvula

O Fluxo Não-Turbulento, em válvulas de controle, ocorre


normalmente com fluidos de alta viscosidade e/ou baixa velocidade,
podendo ser do tipo Laminar ou de Transição, de acordo com o valor
calculado para o número de Reynolds da válvula (Rev).
Nesta condição, a capacidade de vazão de uma válvula de controle,
pode ser muito menor do que a esperada para um escoamento do tipo
Turbulento. Daí a necessidade de introduzir se um fator de correção.

O número de Reynolds é a relação adimensional entre as


forças de inércia e as de origem viscosa. Quanto menor for o seu
valor, maior será a influência das forças de origem viscosa e portanto,
menos turbulento será o escoamento.

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Para otermos o fator de correção FR , devemos inicialmente calcular o
número de Reynolds da válvula, a través da equação:

N 4 ⋅ Fd ⋅ Q
REV =
υ
FL ⋅ CV
G

Onde:
FR = Número de Reynolds na válvula;
Fd = Fator modificador do número de Reynolds
µ = Viscosidade absoluta, em Centipoise
G = Densidade relativa do fluido à temperatura de operação.

Gráfico 1 .2: FATOR DO NÚMERO DE REYNOLDS-FR

Rev - Número de Reynolds da Válvula

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De acordo com a norma ANSI/ISA-S75.O1-1985 (FIow Equations For
Sizing Control Valves) temos a seguinte classificação:

Rev Tipo de Fluxo


<56 Laminar
56 a 40.000 de Transição
>40.000 Turbulento

Notas:
1)Se “Rev’” for menor que 56, o valor de FR poderá ser obtido tanto
pelo gráfico, corno também pela equação a seguir:

[
FR = 0,019 ⋅ Rev ]0 , 67

2)Se “Rev” estiver entre 56 e 40.000, pode-se utilizar o gráfico 1.2 ou


os valores apresentados na tabela abaixo:

FR REV
0.284 56
0.32 66
0.36 79
0.40 94
0.44 110
0.48 130
0.52 154
0.56 188
0.60 230
0.64 278
0.68 340
0.72 471
0.76 620
0.80 980
0.84 1560
0.88 2470
0.92 4600
0.96 10200
1.00 40000

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3)Finalmente, se Rev for maior que 40.000, teremos um fluxo
turbulento e neste caso, FR=l.

1.5.7)Fator modificador do número de Reynolds-Fd

Este fator corrige o número de Reynolds em função da geometria


interna da válvula.
Através de experiências chegou-se a conclusão de que o coeficiente Fd
é proporcional a 1/n. Onde n é o número de passagens (ou fluxos) no
interior da válvula.
Na tabela 1.3 são fornecidos os valores do fator Fd.

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Exemplo de Dimensionamento com Líquidos

Dados:
Fluido .......................................................................................................Benzeno (C6H6)
Vazão........................................................................................................160 GPM
Pressão a Montante, P1 ............................................................................150 PSIA
Pressão a Juntante, P2 ..............................................................................120 PSIA
Temperatura, T1 .......................................................................................200ºF
Densidade Relativa ...................................................................................0,879 a T1
Pressão de Vapor, PV ...............................................................................25 PSIA
Pressão Critica ..........................................................................................701 PSIA
Diâmetro da Tubulação .............................................................................3 Pol.
Tipo de Válvula ........................................................................................Globo Gaiola
Sentido de Fluxo .......................................................................................Fluxo–Para
Abrir
Tipo de Fluxo ............................................................................................Turbulento
(FR=1)

∆P
Q = N1 ⋅ FP ⋅ FR ⋅ CV
G

• ∆P = P1 − P2 = 150 − 120 = 30 psi


• ∆PM = FL2 [P1 − FF ⋅ PV ]

PV
FF = 0,96 − 0,28
PC
25
FF = 0,96 − 0,28 = 0,91
701

• ∆PM = 0,9 2 [150 − 0,91.25] = 103,07 psi


Como ∆P < ∆PM, o fluxo será sub-critico (Vazão normal)

160 = 1( FP CV ) 1 (150 − 120) / 0,879


FP CV = 27,4

• d / D = 2 / 3 = 0,67

FP CV = 27,4
CV = 27,4 / 0,96 = 28,5

% Vazão = (CV calculando/CV Máximo) (100%)


= (28,5/41) (100%)
= 69,5%

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1.6)Dimensionamento para Gases e Vapores (fluidos compres-
síveis)
-segundo a norma ANSI/ISA S75.01-

O escoamento de gases e vapores através de válvulas de contrôle


ocorre de uma forma diferente daquela apresentada pelos líquidos.
Devido a sua compressibilidade, os gases e vapores se expandem (o
volume específico aumenta) à medida que a pressão estática é reduzida
no ponto de “vena contracta”, com conseqüente redução do seu peso
específico.
Para compensar esta redução do peso específico, foi introduzido na
fórmula de dimensionamento um fator de correção denominado fator
de expansão, Y.
Outra característica peculiar é a utilização da razão de queda de
pressão, x, ao invés da queda de pressão (como no caso de líquidos).
A variável “x” é igual a queda de pressão dividida pela pressão
absoluta de entrada.

1.6.1) Equações para Dimensionamento de Gases e Vapores

W = N 6 FP CV Y X ⋅ P1 ⋅ y
X
Q = N 7 FP CV P1Y
G g ⋅ T1 ⋅ Z
X ⋅M
W = N 8 FP CV P1Y
T1 ⋅ Z
X
Q = N 9 FP CV P1Y
M ⋅ T1 ⋅ Z

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Onde:

W = vazão mássica do gás/vapor


Q = vazão volumétrica do gás/vapor nas condições “standard”, 600F e 14,7
psia
N = constante numérica para compatibilizar as unidades
Fp = fator de geometria da tubulação
Cv = coeficiente de vazão da válvula
Y = fator de expansão
X = razão de queda de pressão
y = peso específico nas condições de entrada
Gg = densidade relativa do gás/vapor em relação ao ar, nas condições
“standard”
T1 = Temperatura absoluta à montante (R ou K)
(R=ºF+460) e K=ºC+273)
Z = fator de compressibilidade do gás
M = peso molecular
P 1 = pressão absoluta à montante

1.6.2)Diferença de Escoamento entre Gases e Líquidos

Ainda que um gás geralmente não mude de estado, este ao ser


“estrangulado” na válvula, tem sua densidade reduzida devido a queda
de pressão. Em outras palavras, à medida que a pressão diminui
durante o escoamento, o gás se expande tornando-se “menos denso”.
Como a vazão mássica na saída é idêntica a da entrada, o gás sujeito a
uma expansão sofre uma aceleração na sua velocidade de saída. A
energia utilizada nesta aceleração do gás, provém de uma parte da
pressão diferencial a que a válvula esta submetida,
Note que no caso de escoamento com líquidos isto não ocorre, pois
não há variação significativa de densidade.
Assim, podemos concluir que para uma mesma pressão diferencial, a
vazão mássica de gás será sempre menor do que a vazão obtida com
um líquido, porque parte da queda de pressão é utilizada para acelerar
o gás. Daí, a necessidade de se compensar esta perda através do fator
de expansão, Y.

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l.6.3) Razão de Queda de Pressão, x

Nas equações de dimensionamento para gás/vapor utiliza-se a razão de


queda de pressão que é dada por:

• X = ( P1 − P 2) / P1

1.6.4) O Fluxo Crítico ou Vazão bloqueada

Ocorre quando “x” for maior que produto (Fk.Xt) onde:

Xt - fator da razão de queda de pressão


O valor de Xt, informa o limite máximo da razão de queda de pressão,
no qual é possível obter-se aumento de vazão na válvula. É obtido em
laboratório e depende do tipo construtivo de válvula em teste.

Fk - fator da razão dos calores específicos


Fk=Kgas/Kar Kar=1,4

1.6.4)Fator de Expansão, Y
O fator de expansão Y, corrige a variação de densidade do gás/vapor
durante a sua passagem através da válvula, desde o ponto de entrada
até o ponto de “vena contracta”. Corrige também a variação de área na
“vena contracta” em função da queda de pressão.

É dado por:

Y = 1 – x/3(Fk.Xt)

Note que para fluxo critico, temos:

Y = 1 – (Fk.Xt)/3(Fk.Xt)
Y = 1 – 1/3 = 1/3 = 0,67

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1.6.5) Fator de Compressibilidade, Z

Apenas uma das equações apresentadas, leva em consideração a massa


real do gás ou vapor. É a equação em que aparece o peso específico,
aliás muito utilizada para vapor de água.
As demais utilizam a densidade relativa Gg em relação ao ar ou o peso
molecular M. Nestes casos, deve-se fazer a correção através do Fator
de Compressibilidade Z, o qual é derivado da Lei dos Gases Perfeitos
( Pv=n.R.T)
Assim, o fator Z é utilizado para corrigir o comportamento do gás real
em relação ao gás ideal, determinando a sua densidade para as
condições reais de temperatura e pressão.
O fator de compressibilidade, Z, é função direta da temperatura
reduzida, Tr e da pressão reduzida, Pr. Ver o gráfico na página
seguinte para determinação de Z.

•Temperatura reduzida:
Tr=T1/Tc onde, Tc=Temperatura crítica.

•Pressão reduzida:
Pc=P1/Pc onde, Pc=pressão critica.

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Gráfico 1.3: Valor de Z, em função da pressão e temperatura reduzida.

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Exemplo de Dimensionamento com Gases

Dados:
Fluido .......................................................................................................Vapor saturado seco
Vazão................................................................................................................33.000 lbs/hr
Pressão a Montante, P1 .......................................................................................170 PSIA
Pressão a Juntante, P2 .........................................................................................100 PSIA
Temperatura, T1 ...................................................................................................370 ºF
Peso Molecular, M ................................................................................................18,02
Pressão Critica .................................................................................................3.208,2 PSIA
Temperatura Critica, PC... .....................................................................................705,5 ºF
Razão dos Calores Específicos, K...........................................................................1,33
Diâmetro da Tubulação ..........................................................................................6 Pol.
Tipo de Válvula ...............................................................................................Globo Gaiola
Sentido de Fluxo .......................................................................................Fluxo–Para-Abrir

Resolução

1º Passo – Selecionar a Formula

W = N 8 ⋅ FP ⋅ CV ⋅ P1 ⋅ Y ( X .M ) /(T 1 ⋅ Z )

Onde:

N 8 = 19,3

2º Passo – Verificar o Tipo de Fluxo

X = ( P1 − P2 ) / P1 = (170 − 100) / 170 = 0,41

FK ⋅ X T = {(K Vapor ) / (K Ar )}X T = (1,33 / 1,4)0,74


FK ⋅ X T = 0,70

Como X < FKXT, o fluxo será Sub-Crítico

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3º Passo – Calcular o Valor de Y

Y = 1 − X / 3( FK X T )
Y = 1 − 0,41 / 3(0,70+ = 0,80

4º Passo - Determinar o Valor de Z

PR = P1 / PC = 170 / 3.208,2 = 0,05





Z = 0,95
TR = T1 / TC 
TR = (370 + 460) /(705,5 + 460) 

TR = 0,71 

5º Passo – Calcular (FPCV)

33.000 = 19,3( FP CV )170(0,80) {0,41(18,02)}/{(370 + 460)0,95}

FP CV = 33.000 / 254,07 = 130

 Diâmetro da válvula = 4 Pol.


Pr é − seleção
Cv = 195

6º Passo – Determinar FP

• d / D = 4 / 6 = 0,67
• Válvula Globo Gaiola, Diâmetro de 4 Pol.

Da tabela de FP , obtém − se :
FP = 0,96

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7º Passo – Calcular o CV

FP CV = 130
CV = 130 / 0,96 = 135,4

Nota: A valvula selecionada permanece a mesma (4 pol.).

8º Passo – Determinar o Curso da Válvula

% Vazão = (CV calculado/CV maximo) (100%)

= (135,4/195) (100%)

= 69,4%
Da curva linear, temos que % Curso = 69,4%

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