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INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE
Parte 1
a) Determinísticos
Ocorrem quando, sob as mesmas condições de experimentação, pode-se determinar ou
predizer com certeza o resultado final do experimento.
Exemplo: fórmulas matemáticas e físicas para comprovar teorias.
a.1) Poderá ser repetido um grande número de vezes sob as mesmas condições;
a.2) Não podemos afirmar que um resultado particular ocorrerá, porém, podemos descrever
o conjunto de todos os resultados possíveis do experimento - as possibilidades de
resultado.
a.3) Quando o experimento é repetido um grande número de vezes, surgirá uma regularidade
nos resultados. Esta regularidade, chamada de regularidade estatística, é que torna
possível construir um modelo matemático preciso com o qual se analisará o experimento.
A Teoria da Probabilidade tenta descrever matematicamente experimentos cujos resultados
não podem ser completamente pré-determinados, ou seja, visa definir um modelo matemático
que seja adequado à descrição e interpretação de fenômenos aleatórios.
Exemplo 2:
Vai chover no litoral baiano no fim de semana? = {chove, não chove}
Em geral, temos interesse em eventos particulares do experimento.
O evento A pode representar a ocorrência de chuva
A = {chove}
a) Numa linha de produção conta-se o número de peças defeituosas num período de 1 hora.
b) Lançar uma moeda três vezes, sucessivamente, e anotar a sequência de caras e coroas.
Relação entre eventos
Se dois eventos quaisquer têm intersecção vazia, isto é, eles não podem ocorrer
simultaneamente, dizemos que eles são mutuamente exclusivos ou disjuntos.
No exemplo anterior, os eventos B e C são mutuamente exclusivos ou disjuntos, visto que
BC= .
3. Definição clássica de probabilidade
Seja A um evento associado ao espaço amostral finito , no qual todos os resultados são igualmente
possíveis (ou equiprováveis). Vamos definir a probabilidade do evento A, P(A) como o quociente
entre o número de elementos em A e o número de elementos em :
Exemplo2: Considere o quadro abaixo referente à existência ou não de banheiro ou sanitário nos
domicílios baianos. Qual a probabilidade de:
a) selecionar um domicílio aleatoriamente na área urbana que não tenha banheiro ou sanitário?
b) selecionar um domicílio aleatoriamente na área rural que tenha banheiro ou sanitário comum
a mais de um domicílio?
c) selecionar um domicílio aleatoriamente que tenha banheiro ou sanitário de uso exclusivo do
domicílio, independente da área.
Domicílios (em unidades) por ocorrência de banheiro ou sanitário. Bahia/2005
Banheiro ou sanitário urbano Rural Total
Não tinha 563.964 116.102 680.066
Tinha comum a mais de um 32.015 29.903 61.918
Tinha de uso exclusivo 3.091.888 2.400.473 5.492.361
Total 3.687.867 2.546.478 6.234.615
Fonte: IBGE/PNAD
Exemplo3: A origem da água dos domicílios de uma rua com 35 residências é adequada
(rede pública) em 25 delas, e inadequada (outra origem) em 10 delas. Cinco domicílios serão
sorteados aleatoriamente para inspeção da água. Qual a probabilidade de:
a) quatro domicílios terem água de origem adequada;
b) dois domicílios terem água de origem inadequada;
P(A) =
N na fa=na/n n na fa = na/n
1 1 1 11 6 6/11 = 0,54
2 1 1/2 = 0,50 12 7 7/12 = 0,58
3 2 2/3 = 0,67 13 7 7/13 = 0,54
4 3 3/4 = 0,75 14 8 8/14 = 0,57
5 3 3/5 = 0,60 15 8 8/15 = 0,53
6 3 3/6 = 0,50 16 8 8/16 = 0,50
7 3 3/7 = 0,43 17 8 8/17 = 0,47
8 4 4/8 = 0,50 18 8 8/18 = 0,44
9 5 5/9 = 0,56 19 9 9/19=0,47
10 5 5/10 = 5/10 20 9 9/20 = 0,45
O gráfico a seguir apresenta o comportamento das frequências relativas
obtidas no experimento:
L
ança
m e
n t
o s
suc
ess
iv
o s
deumam oeda
N
úme
rodere
pet
içõesve
rsu
sfre
qüê
nciare
lat
ivadec
ara
s
1
,0
0
,9
0
,8
0
,7
Freqüência
0
,6
0
,5
0
,4
0
,3
0
,2
0
,1
0
,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1
0111
2131
4151
6171
8192
0
Observa-se que medida que aumenta o número de lançamentos, a frequência relativa se aproxima
de 0,5. Em linguagem matemática dizemos que a frequência relativa “converge” para 0,5.
4. Definição matemática ou axiomática
=
Teoremas:
1. P() = 0
Exemplo: Suponha que um escritório possua 100 máquinas de calcular. Algumas dessas
máquinas são elétricas (E), enquanto outras são manuais (M); e algumas são novas (N), enquanto
outras são muito usadas (U). Uma pessoa entra no escritório pega uma máquina, qual será a
probabilidade de que seja elétrica dado que é nova?
Elétrica Manual Total
Nova 40 30 70
Usada 20 10 30
Total 60 40 100
Exercício: considere o quadro abaixo. Selecionando uma pessoa aleatoriamente, qual a probabilidade de:
População censitária por faixa etária, residente na área urbana. Cruz das Almas/2000.
Faixa etária Homens Mulheres Total
(Pessoas) (Pessoas)
Exemplo:
Uma urna contém fichas numeradas de 1 a 4. Retira-se uma ficha da urna ao acaso e anota-se o
número. Esta ficha não é recolocada na urna, e retira-se novamente uma ficha, ao acaso, da urna. Qual
a probabilidade de ter saído a ficha com número 1, na primeira retirada, e de ser 5 a soma dos números
das duas fichas retiradas?
Pelo teorema do produto temos que,
Evento A : sair o número 1 na primeira retirada =>P(A) = 1
4
Evento B : soma = 5
Evento B|A : {soma = 5 | a primeira ficha é 1} , se queremos que a soma seja 5, então é preciso que a
segunda ficha seja o número 4 P(B|A) =
8,3% de probabilidade.
Sejam A e B dois eventos de um experimento qualquer. Há duas maneiras de B ocorrer, considerando a ocorrência
ou não do evento A: ou A e B ocorrem (A B) ou Ac e B ocorrem (Ac B).
1) Se A1, A2, ..., An forem, dois a dois, eventos mutuamente exclusivos, isto é, (Ai Aj) = para
todo i j.
n
2) Ai = , isto é, os eventos A são exaustivos.
i =1
( )
n n
P(B) = P(Ai B) = P(Ai )P B Ai
i i
Exemplo: Em uma urna, há 10 bolas: 4 amarelas e 6 vermelhas. Duas bolas são sorteadas
sucessivamente, sem reposição. Qual é a probabilidade da 2ª bola ser vermelha?
Resolução:
Sejam os eventos:
V1: primeira bola retirada é vermelha;
V2: segunda bola retirada é vermelha;
A1: primeira bola retirada é amarela;
A2: segunda bola retirada é amarela;
Queremos calcular P(V2). Temos que:
Se V1 ocorreu, isto é, saiu vermelha na primeira retirada, então a composição da urna fica:
Considerando o diagrama em árvore ou árvore de probabilidades:
Exercício1: Admita que na fábrica de parafusos as máquinas A, B e C produzem 25, 35 e
40% do total produzido, respectivamente. Da produção de cada máquina 5, 4 e 2%,
respectivamente, são parafusos defeituosos. Escolhe-se ao acaso um parafuso: qual a
probabilidade dele ser defeituoso?
Exercício2: Num município 50% da água tratada é consumida pelas residências, 30% pelas
casas comerciais e 20% pelas indústrias. 0,5% das residências, 20% dos estabelecimentos
comerciais e 55% das indústrias consomem mais de 15 m3 de água por mês. Escolhe-se ao
acaso uma conta, qual a probabilidade do consumo de água mensal ser superior a 15 m3?
8. Regra de Bayes (probabilidade das causas de um evento observado)
Suponha que os eventos A1, A2,...... Ak formem uma partição de Ω e que suas probabilidades sejam
conhecidas. Suponha também que para um evento B, se conheçam as probabilidades
note que:
Exemplo: Considerando o exemplo da peça defeituosa, tendo conhecimento que a indústria X
fornece 20% das peças, a Y fornece 30% e a Z, 50%. Sabendo-se através do controle de
qualidade que 20% das peças fabricadas pela indústria X são defeituosas, enquanto que para
as indústrias Y e Z, essa proporção é de 5% e 2%, respectivamente. Qual a probabilidade de
que a peça defeituosa tenha vindo da indústria X?
então,
= 0,615
Exercício: Num município 50% da água tratada é consumida pelas residências, 30%
pelas casas comerciais e 20% pelas indústrias. 0,5% das residências, 20% dos
estabelecimentos comerciais e 55% das indústrias consomem mais de 15 m3 de água
mensal. Escolhe-se ao acaso uma conta de consumo superior a 15m3 de água. Qual a
probabilidade de ser consumo industrial?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• MORETTIN, Pedro Alberto; BUSSAB, Wilton de Oliveira. Estatística básica. 9ª. ed.