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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas - CETEC

Profª. Lívia Paz


 Introdução;
 Tipos de Modelos Matemáticos;
 Definições Importantes;
 Definição Clássica de Probabilidade;

2
 O estudo das probabilidades está associado à
incerteza do resultado de um experimento e a
regularidade no resultado que é observada ao
longo do prazo, ou seja, à medida que o
experimento é repetido um grande número de
vezes.

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 a) Determinísticos
 Ocorrem quando, sob as mesmas condições de
experimentação, pode-se determinar ou
predizer com certeza o resultado final do
experimento.
 Ex: fórmulas matemáticas e físicas para
comprovar teorias.

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 b)Não-Determinísticos (Probabilísticos):

 Ocorrem quando não é possível predizer com


certeza o resultado final do experimento.
Ex: observar o tempo de vida útil de uma
lâmpada.

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Fenômenos ou Experimentos aleatórios (E):
 São aqueles em que o processo de
experimentação está sujeito a incertezas,
logo, não é possível controlar todas as
circunstâncias relevantes e, portanto não é
possível prever com exatidão os resultados
individuais.

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Características de um experimento aleatório
a) cada experimento pode ser repetido varias vezes
sob as mesmas condições de experimentação;
b) não podemos afirmar qual resultado final ocorrerá,
mas poderemos descrever todos os possíveis
resultados;
c) quando o mesmo experimento for repetido um
grande número de vezes surgirá uma regularidade
nos resultados chamada regularidade estatística.

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Tenta descrever matematicamente
experimentos cujos resultados não podem ser
completamente pré-determinados, ou seja, visa
definir um modelo matemático que seja
adequado à descrição e interpretação de
fenômenos aleatórios.

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 Espaço amostral (S ou )
 É o conjunto de todos os possíveis resultados de
um experimento aleatório.
 E1: Jogar uma moeda e observar a face superior.
1 = { Cara, Coroa }
 E2: Jogar um dado e observar a face superior.
2 = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }
 E3: Determinar o tempo de vida útil de uma
lâmpada.
3 = { t  R / t  0 }

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Espaços amostrais podem ser finitos ou
infinitos.

 Um espaço amostral é equiprovável quando


todos os elementos têm a mesma chance de
ocorrer, isto é, todos os seus elementos são
igualmente prováveis.

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 Eventos: Qualquer subconjunto de um
espaço amostral. Podem ser representados
por letras maiúsculas não tendo uma letra
específica.

 Ex 1: No lançamento de um dado consideremos o


evento “ocorrer um número par”.

A: ocorrer um número par, isto é A = {2, 4, 6}.

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 Observação1: Um evento é chamado de certo
quando todos os elementos do espaço amostral
ocorrem.
 Exemplo: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
A: no lançamento de um dado observar a
ocorrência de um número maior que zero.
A= S

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 Observação2: Um evento é chamado
impossível quando ocorre elementos diferentes
dos existentes no espaço amostral.
Exemplo: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
A: no lançamento de um dado observar a
ocorrência do número 7.
A = .

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Exercício: Descreva o espaço amostral para
cada um dos seguintes experimentos a seguir:
a) Numa linha de produção conta-se o número
de peças defeituosas num período de 1 hora;

b) Três produtos são selecionados em uma linha


de produção de madeira e classificados como
defeituoso (D) ou não defeituoso (N).

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 Ao realizar um experimento aleatório diz-se
que o evento A ocorreu se o resultado
observado for um elemento do subconjunto A.
 Dados dois eventos A e B de um mesmo
espaço amostral:
 AB é o evento em que A e B ocorrem
simultaneamente;
 AB é o evento em que A ocorre ou B ocorre
(ou ambos ocorrem);
 Ac é o evento em que A não ocorre.

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 Ex: Lançamento de dado  = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
 evento B: representa sair face par => B = {2, 4, 6}
 evento C : representa sair uma face ímpar => C =
{1, 3, 5}
 evento D: representa sair uma face maior que 3 =>
D = {4, 5, 6}
 evento E: representa sair face 1 => E = {1}

Pede-se:
a) B  D b) BD c) B C e) Bc f) Cc

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 Leis de Morgan:
B – A = B  Ac
(A  B)c = Ac  Bc
(A  B)c = Ac  Bc
A  Ac = 
A  Ac = 

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 a)Eventos mutuamente exclusivos

 Se dois eventos quaisquer têm intersecção


vazia, isto é, eles não podem ocorrer
simultaneamente, dizemos que eles são
mutuamente exclusivos ou disjuntos.
No exemplo 3 os eventos B e C são
mutuamente exclusivos ou disjuntos, visto que
BC= .

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b) Eventos complementares
Dois ou mais eventos são complementares se a
união entre eles resulta no espaço amostral
(S).
Exemplo: Lançamento de um dado.
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
A: ocorrer um número ímpar = {1, 3, 5}
B: ocorrer um número par = {2, 4, 6}
A  B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} = S.

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 Seja A um evento associado ao espaço
amostral finito , no qual todos os resultados
são igualmente possíveis (ou equiprováveis).
Vamos definir a probabilidade do evento A,
P(A) como o quociente entre o número de
elementos em A e o número de elementos em
: #A
P ( A) 
#
 isto é, a razão entre os casos favoráveis ao evento e o
total de casos possíveis.

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Limitações:
 Dificuldade em enumerar #A e # em alguns
casos;
  infinito;
 Modelo adequado para apenas uma classe
de fenômenos equiprováveis.

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 Exemplo1: Qual a probabilidade de obter um
número par no lançamento de um dado?
 A = número par = {2, 4, 6}
  = {1,2,3,4,5,6}

3
 P(A) =
6

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 Exemplo2: Considere o quadro abaixo referente à
existência ou não de banheiro ou sanitário nos
domicílios baianos. Qual a probabilidade de:
a) selecionar um domicílio aleatoriamente na área
urbana que não tenha banheiro ou sanitário?
b) selecionar um domicílio aleatoriamente na área rural
que tenha banheiro ou sanitário comum a mais de
um domicílio?
c) selecionar um domicílio aleatoriamente que tenha
banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio,
independente da área.

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Domicílios (em unidades) por ocorrência de banheiro ou sanitário. Bahia.
Banheiro ou sanitário urbano Rural Total
Não tinha 563.964 116.102 680.066
Tinha comum a mais de um 32.015 29.903 61.918
Tinha de uso exclusivo 3.091.888 2.400.473 5.492.361
Total 3.687.867 2.546.478 6.234.615
Fonte: IBGE/PNAD

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 Exemplo3: A origem da água dos domicílios de
uma rua com 35 residências é adequada (rede
pública) em 25 delas, e inadequada (outra origem)
em 10 delas. Cinco domicílios serão sorteados
aleatoriamente para inspeção da água. Qual a
probabilidade de:
a) quatro domicílios terem água de origem
adequada;
b) dois domicílios terem água de origem
inadequada;

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a) A= quatro domicílios terem água de origem
adequada
 25 10 
  
P(A) =  4 1   12650 x10  126500  0,39
 35  324632 324632
 
5

 A probabilidade de selecionar um domicílio quatro


domicílios com água de origem adequada é de
aprox. 39%.

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 As limitações da definição clássica de
probabilidade, que só se aplica a espaços
amostrais finitos e equiprováveis, levaram a
considerar outra forma de calcular probabilidade de
um evento partindo da freqüência relativa do
evento ao se repetir o experimento, n vezes, sob
as mesmas condições. Em linguagem matemática,
quando n cresce, o limite da freqüência relativa de
ocorrência de A é igual a P(A), isto é,

27
 Em linguagem matemática, quando n cresce,
o limite da freqüência relativa de ocorrência
de A é igual a P(A), isto é,

# de repetições que A ocorre


lim f n ( A)  lim  P(A)
n n  n

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 Exemplo: Suponha que um experimento de lançar
20 vezes uma moeda foi realizado para observar o
número de caras. A cada lançamento vamos
considerar o número de caras que até então
ocorreram (na) dividido pelo número de
lançamentos (n), ou seja. a freqüência relativa de
caras. A tabela abaixo apresenta os resultados
referentes a este experimento:

29
 A tabela abaixo apresenta os resultados
referentes a este experimento:
N na fa=na/n n na fa = na/n

1 1 1 11 6 6/11 = 0,54

2 1 1/2 = 0,50 12 7 7/12 = 0,58

3 2 2/3 = 0,67 13 7 7/13 = 0,54

4 3 3/4 = 0,75 14 8 8/14 = 0,57

5 3 3/5 = 0,60 15 8 8/15 = 0,53

6 3 3/6 = 0,50 16 8 8/16 = 0,50

7 3 3/7 = 0,43 17 8 8/17 = 0,47

8 4 4/8 = 0,50 18 8 8/18 = 0,44

9 5 5/9 = 0,56 19 9 9/19 = 0,47

10 5 5/10 = 5/10 20 9 9/20 = 0,45

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O gráfico a seguir apresenta o comportamento das
freqüências relativas obtidas no experimento:
Lançamentos sucessivos de uma moeda
Número de repetições versus freqüência relativa de caras
1,0

0,9

0,8

0,7

0,6
Freqüência

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

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 Observa-se que medida que aumenta o
número de lançamentos, a freqüência relativa
se aproxima de 0,5. Em linguagem matemática
dizemos que a freqüência relativa “converge”
para 0,5. Dificuldade do ponto de vista
matemático: o número do limite real pode não
existir.

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 Seja  um espaço amostral. Uma função P definida
para todos os subconjuntos de  (chamados
eventos) é chamada de probabilidade se:
 0  P(A)  1, para todo evento A  
 P() = 1
 Se A1, A2, ..., An forem, dois a dois, eventos
mutuamente exclusivos, isto é, (Ai  Aj) =  para
todo i  j, então
n n
P  Ai   P( A1)  P( A2)  ...  P( An) =  P( Ai)
i 1 i 1

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 P() = 0
 Se Ac é o evento complementar de A, então
P(Ac) = 1- P(A)
 Sejam A e B dois eventos quaisquer, então:
P (A  B) = P(A) + P(B) - P(A  B)
 Se A, B e C forem três eventos quaisquer, então:
P(A  B C)=P(A) + P(B) + P(C) - P(A  B) - P(A  C) -
P(B  C) + P(A  B  C)
 Se A  B, então P(A)  P(B)

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 Exemplo: Um lote é formado por 10 peças boas, 4
com defeitos menores e 2 com defeitos graves.
Uma peça é escolhida ao acaso. Calcule a
probabilidade de que:
a) A peça não tenha defeito grave
Seja o evento DG: “ retirar uma peça com defeito grave do lote”
# =16, então
P( DG ) = 1 – P(DG) = 1 - 2 = 14 = 0,875
16 16

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b) a peça não tenha defeito
 Seja o evento B: “ retirar uma peça boa no lote”

10
i. P(B) = = 0,625
16

c) a peça seja boa ou tenha um defeito grave


 P(B  DG) = P(B) + P(DG) – P(B  DG) = 0,625 +
0,125 – 0 = 0,75

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 Exemplo: Três produtos são selecionados em uma
linha de produção de madeira e classificados como
defeituoso (D) ou não defeituoso (N). Descreva
espaço amostral, eventos e probabilidades.
 A : escolher pelo menos 2 defeituosos
 B : nenhum produto seja defeituoso

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