Você está na página 1de 34

O que é Análise Técnica?

A Análise Técnica é uma metodologia de apoio à tomada de decisões sobre


compra e venda de ativos, a partir dos dados de comportamento dos
preços, analisando-os estatística e probabilisticamente de modo a estimar
com a maior precisão possível seu comportamento futuro provável.

Ela tem como elemento essencial o gráfico de preços que, como você verá,
pode se apresentar de diversas formas. Todo gráfico utilizado em análise
técnica terá basicamente dois eixos: um deles vertical, que mostrará ao
trader não somente o preço do ativo que está sendo praticado no
momento como também todo o histórico passado dos preços de
negociação daquele ativo.

No eixo horizontal está o tempo. Os intervalos de tempo que podem ser


mostrados nesse eixo são determinados pelo trader, que poderá desejar
ver tudo o que acontece durante um dia inteiro em intervalos
regulares de, por exemplo, 5, 10 ou 15 minutos, ou então poderá ver o
que aconteceu ao longo do mês, dividindo o eixo do tempo em intervalos
regulares de, por exemplo, 1 dia ou 1 semana.

Ao observarmos o gráfico, seremos capazes de ver a direção dos preços de


negociação entre os diversos agentes de mercado, e o reconhecimento
de padrões no desenho deixado pelos preços no gráfico permite que
saibamos de antemão as possíveis direções que o preço tende a seguir em
um futuro imediato.

Os movimentos de subida e descida dos preços no gráfico são reflexos


das flutuações entre oferta e demanda. Os analistas técnicos utilizam-se
de indicadores para tentar identificar tendências, pontos em que um
determinado nível de preço não consegue ser ultrapassado ou momentos
em que o mercado apresenta pouca liquidez. De posses dessas
informações, o analista técnico tenta prever os movimentos dos preços e
suas chances de ocorrência para tomar suas decisões de compra e venda.

Essa forma de análise, através da utilização do gráfico de preços em


conjunto com indicadores, é a Análise Técnica.

Arroz à luz de velas


Durante o Japão feudal, após um período de muitas guerras e disputas
por territórios, a situação começou a se acalmar, trazendo estabilidade
política e econômica ao país. Isso propiciou o início de um período de
grande crescimento econômico, levando os mercados a se estenderem em
direção a uma escala nacional.

No final dos anos 1600, surgiu a primeira Bolsa de arroz do Japão,


chamada DRE – Dojima Rice Exchange (sigla do nome em inglês). Como se
sabe, o arroz sempre foi a base alimentar do povo japonês e, por essa
razão, um produto intensamente comercializado. Isso levou à necessidade
da criação de um centro de comércio de arroz para poder dar liquidez ao
mercado e uniformidade aos preços.

Nascido em 1724, Munehisa Homma, que mais tarde se tornaria


referência nacional no comércio de arroz, desenvolveu uma extensa teoria
sobre o comportamento dos preços daquele produto, baseado em
informações históricas que levavam em conta, entre outros fatores, as
condições do clima e sua influência sobre os preços do arroz. Ele mantinha
ainda um registro histórico de suas próprias negociações. Sua grande
capacidade de observação, o fez perceber que o mercado se comportava
de forma repetitiva e que era possível identificar padrões para esse
comportamento.

Inspirado pela iluminação das salas japonesas, que utilizavam candelabros


com velas, o Sr. Homma criou aquilo que hoje nós conhecemos
como candlestick (literalmente, “candelabro” em inglês). Utilizou-se
então da imagem das velas e seus pavios para representar graficamente a
dinâmica dos preços durante os dias de negociação.

Steve Nison, um atuante investidor de Wall Street, foi um dos


responsáveis pela popularização da novidade. Ao descobrir esse novo jeito
de anotar os preços no gráfico, Nison escreveu livros traduzindo a técnica
para termos ocidentais.

O mercado, obviamente, gostou e adotou rapidamente a novidade. Afinal,


um candle traz muitas informações sobre um determinado período de
negociações e o faz de forma visualmente fácil de identificar.

Nele, é possível identificar os preços


de abertura, máxima, mínima e fechamento de qualquer período de
negociações que se queira estudar. Sua cor ajuda a sabermos se aquele
período resultou em uma alta (candle de cor verde ou branca) ou
de baixa de preços (candle de cor vermelha ou preta).

Portanto, um candle representa graficamente uma disputa


entre compradores (que querem que o preço suba) e vendedores (que
querem que os preços caiam). O corpo do candle marca os preços de
abertura e fechamento do período de negociação, e os pavios (que são
aquelas linhas de tamanho variável que podem aparecer acima ou abaixo
do corpo do candle) marcam os valores máximos (na parte de cima) e
mínimos (na parte de baixo) atingidos durante o período de negociações.

Os preços descontam tudo?


Tudo, ou quase tudo

Esta é uma frase famosa:

“os preços descontam tudo”

(alguns dizem que os índices descontam tudo, mas, na prática, significa o


mesmo). Essa frase surge com a compilação dos estudos de Charles Dow e
acabou se tornando uma de suas afirmações mais famosas, usadas
principalmente pelos defensores da análise gráfica.

Mas não pense que isso foi inventado por Charles Dow. Na verdade, esse
conceito foi emprestado da Teoria Econômica Clássica, em que é tratada
a hipótese do mercado eficiente que, grosso modo, afirma que os
mercados são eficientes de acordo com a informação disponível.

Essa hipótese é apresentada em três versões: fraca, semiforte e forte.

A fraca afirma que os preços negociados para os bens e ativos refletem


toda a informação disponível que se tem sobre eles.

A semiforte afirma que os preços refletem as informações disponíveis e


que imediatamente se corrigem no momento em que novas informações
se tornam públicas.

E a forte indica que os preços refletem não somente as informações


disponíveis, mas também as informações ocultas e privilegiadas.

Existe uma rivalidade histórica entre analistas fundamentalistas e técnicos.


Os primeiros não acreditam que um gráfico seja capaz de prever os
movimentos futuros de um ativo. E eles estão certíssimos – gráfico
nenhum é capaz de prever o futuro, o nome disso é bola de cristal, mas
esta só existe na ficção.

Já os segundos, os grafistas, afirmam que tudo está no preço. Quem está


certo?

Se observarmos com cuidado, ambos estão certos. A análise


fundamentalista parte do princípio de que os fundamentos da empresa
são um forte indicador de qual rumo o preço de suas ações vai tomar.
Afinal, se uma empresa é historicamente bem administrada, tem lucros
constantes e crescentes, se ela é uma das líderes de seu mercado e investe
em inovação, a tendência é de que cresça e se valorize, e isso será
refletido nas ações mais cedo ou mais tarde.

Charles Dow, em seus estudos, acreditava que todos os investidores,


quando tomaram suas decisões de investimento, seja comprando ou
vendendo ações, já fizeram todas as análises possíveis – inclusive as de
base fundamentalista – e, baseados naquilo que encontraram, já
precificam a expectativa futura do comportamento dos ativos.

Assim, se a empresa MCPD vem apresentando um ótimo desempenho e


esta semana tomou uma decisão de investimento que os analistas
entendem como benéfica para seu desempenho, esse fato será
imediatamente refletido no preço do ativo.
Grandes investidores contam com enormes equipes de analistas, tanto
técnicos quanto fundamentalistas, para estudar o mercado de todos os
pontos de vista. Isso inclui fatores macroeconômicos, microeconômicos,
monetários, geopolíticos e tudo o que mais possa, direta ou
indiretamente, afetar a valorização dos ativos.

Com base e como resultado de todos esses estudos, tomam suas decisões
de investimento. Esses são os grandes players, aqueles que têm o poder
de movimentar os mercados.

E, se é assim, para o grafista, nem seria preciso se dar ao trabalho de fazer


tanta pesquisa porque, se os grandes players contratam equipes enormes
a peso de ouro para tomar decisões de investimentos, certamente não
fazem isso para perder dinheiro.

Então, tudo o que eles fazem no mercado aparece nos gráficos sob a
forma de preço que, por tudo o que vimos, já vem considerando toda as
análises que fizeram.

Isso não quer dizer, absolutamente, que você deva negligenciar fatores
econômicos, monetários e políticos em suas operações de trading. É
fundamental que você acompanhe os índices mundiais, os movimentos
dos grandes players e dos grandes países.

Como nossa bolsa tem seu movimento, em grande parte, gerado pela
atuação dos estrangeiros, é fundamental que você acompanhe seus
índices e respectivos preços.

Afinal, os preços descontam tudo.

O Volume deve confirmar a Tendência


Melhor se for com volume

Você já deve ter ouvido falar de Análise Gráfica ou Price Action. É


aquela técnica de trading que não utiliza indicadores. E,
embora isso seja verdade, há um tipo de indicador que pode – e
deve – ser utilizado sempre que possível: o volume.
Esse dado é tão importante que ele faz parte dos princípios
da Teoria de Dow. Isso faz sentido porque o volume é uma
informação diretamente ligada à liquidez do ativo.

Significa que altos volumes de negociação indicam que


há muitos negóciose, portanto, bastante interesse naquele
ativo. Se, por exemplo, você vê um candle de queda com um alto
volume em relação a candles anteriores, isso é sinal de que
há muita gente interessada em vender aquele ativo, o que
pode nos dar uma ideia sobre o que o mercado pretende fazer.

Claro que não se pode analisar um único candle de forma isolada


– é preciso entender o contexto, a região do gráfico ou o
momento em que esse volume fica alto ou baixo.

Segundo a Teoria de Dow, para que um movimento de alta ou de


baixa seja validado, o volume de negócios
deverá acompanhar a tendência, confirmando que os
investidores estão comprometidos com o movimento.

Dessa forma, em mercados de alta, os volumes aumentam,


indicando cada vez mais compradores e compras para aquele
ativo; enquanto, no mercado de baixa, os volumes aumentam
porque cada vez mais investidores vendem seus ativos. Embora
isso pareça óbvio, devemos notar que tendências com baixo
volume serão mais fracas do que aquelas acompanhadas pelo
proporcional aumento de volume.

Vale reforçar a ideia de que volume alto ou baixo é um conceito


relativo. Um volume no valor de 1.000 depois de uma sequência
de volumes na faixa de 120 será considerado alto. Por outro lado,
o mesmo volume de 1.000 será considerado baixo se vier após
uma sequência de volumes na faixa de 12.000.

Existem traders especialistas em volume. Sabem que, quando o


preço de um ativo renova um topo com aumento de volume, isso
é um sinal de que há mais pessoas interessadas
naquele movimento, assim como um fundo renovado com
aumento de volume mostra interesse na continuidade do
movimento.

Há, ainda, as clássicas congestões: os preços ficam laterais


durante algum tempo, quando, repentinamente, há um
rompimento daquela região de congestão com um candle de
tamanho maior do que os candles da congestão.

Nesse caso, há duas considerações: se o preço deixou no


gráfico um candle grande, mas não houve aumento de volume,
pode ser que o movimento tenha sido causado por um único
player que entrou no mercado com uma mão maior e, como o
book estava relativamente vazio, esse movimento aconteceu.

Nesse caso, se não houver um aumento de


volume acompanhando aquele rompimento, significa que não
há muita gente – além daquele player – interessada naquele
movimento.

Por essa razão, rompimentos que são acompanhados por


aumentos expressivos de volume apresentam maiores chances
de movimentar o preço para fora da congestão.

São muitos os casos de movimentos de preço que são


confirmados – ou não – pelo volume. O trader de sucesso está
atento a esses movimentos, estuda-os e aprende a extrair o
máximo de seu Trading System, utilizando todas as
informações de que dispõe.
Tipos de Gráficos: Linha, Barra,
Candle e Atemporais.
Com que roupa e vou?

O título deste texto foi retirado da famosa música composta por Noel Rosa
(cuja letra, com poucas adaptações, bem que poderia retratar um pouco a
vida do trader iniciante) e ajuda a nos lembrar que temos muitas
opções em nossa profissão, desde o tipo de gráfico que podemos utilizar,
passando por setups, trading systems, tempos e formas operacionais.

As opções são tantas que o trader iniciante pode ficar confuso por não
saber definir qual opção é melhor para o seu trabalho.

No caso dos gráficos, as opções são diversas: linha, barras, renko e


candles, que são os mais comuns. Há também os menos conhecidos, como
Ponto e Figura, Bolha e RRG.

Barras

Um dos primeiros gráficos utilizados por traders e investidores de todo o


mundo ocidental foi o gráfico de barras. Se você já leu algum livro
clássico de Análise Técnica, desses mais antigos, certamente já se
deparou com esse tipo de gráfico.

Sua principal característica é que, no lugar dos candles, você encontra


linhas verticais com pequenos apêndices laterais.
O comprimento da linha indica a volatilidade ou os limites de negociação
do ativo, ou seja, sua máxima e sua mínima. Além disso, do lado esquerdo,
você encontra um pequeno traço horizontal que indica o preço de
abertura. Do lado direito, está o pequeno traço horizontal que indica o
preço de fechamento. Esses são os dados que compõe a formação de uma
barra, conhecidos também como OHLC.

O (Open) – preço de abertura

H (High) – máxima

L (Low) – mínima

C (Close) – preço de fechamento

Dependendo da posição relativa em que se encontram os preços de


abertura e de fechamento, você será capaz de dizer se a barra foi de alta
ou de baixa.
Não são poucos os traders que ainda utilizam o gráfico de barras em suas
operações. Visualmente, apresentam vantagens e desvantagens. A
maior dificuldade está em acostumar-se ao desenho das barras. Entre as
vantagens, está a facilidade em se determinar a força dos movimentos
pelo alinhamento dos preços de abertura e fechamento de cada barra.

Linhas

Os gráficos de linha são os mais conhecidos pela população em geral.


São eles que geralmente aparecem em jornais, revistas e noticiários da TV.
São claros e de fácil interpretação, pois mostram a evolução do preço ao
longo do tempo de forma inequívoca.

Sua construção é simples: basta interligar os preços de fechamento de


cada período de negociação.
Os gráficos de linha são uma ferramenta visual bastante interessante
quando queremos traçar suportes, resistências, canais e linhas de
tendência porque mostram, com alto grau de precisão, os pontos de
reversão em qualquer período gráfico.

Candles

Bastante populares nos dias de hoje, os gráficos de candle já existem há


bastante tempo. Seu apelo visual e a facilidade que proporciona ao
investidor de rapidamente identificar o comportamento do preço
tornaram esse tipo de gráfico um padrão para todos os investidores.

O principal elemento que possibilita essa identificação é o fato de o candle


ser apresentado em cores. Pretos e brancos, verdes ou vermelhos, ou
qualquer cor configurada pelo usuário de plataformas ajudam a tornar
bem claras as forças dominantes do mercado. Uma sequência de candles
vermelhos ou pretos, por exemplo, torna inequívoca a percepção de um
movimento baixista.

Esse é o tipo de gráfico que utilizaremos ao longo de todo o curso, e o


que você verá em quase todos os livros modernos de Análise Técnica.
Renko

Criado no Japão, o gráfico de Renko – derivado de uma palavra japonesa


que significa “tijolo” – tem se tornado bastante popular.

Isso porque seu aspecto visual é bastante limpo: os tijolinhos podem ou


não ter pavios, são coloridos diferenciando movimentos ascendentes de
movimentos descendentes, e desenham a evolução de preços no gráfico
em linhas inclinadas a 45 graus.

Assim, visualmente, é muito fácil observar preços em tendência ou em


congestão. Além disso, todos os conceitos de análise gráfica como
suportes, resistências, figuras e linhas de tendência também
funcionamnele.

A principal característica do gráfico de Renko é que, ao contrário dos


outros tipos de gráfico, ele leva em consideração apenas as variações de
preço, desconsiderando o tempo e o volume de negociações. Dessa
maneira, é possível que a formação de um único tijolo demore muitos
minutos para ser formado quando o mercado está em congestão, ou então
que um movimento inteiro de tendência seja desenhado no gráfico em
poucos segundos.
O que é um Candle ou Candlestick?
Price Action com indicadores

Como você já viu no início deste curso, o gráfico de


candles foi criado há muito tempo no Japão feudal pelo bem-
sucedido comerciante de arroz, Munehisa Homma. Diz a lenda
que ele, utilizando essa técnica, realizou uma centena de
operações vencedoras sem nenhum Loss.
Steve Nison, que trouxe a novidade para o mundo ocidental,
estudou profundamente o comportamento dos preços baseados
em análise gráfica e criou as bases daquilo que hoje é conhecido
com o pomposo nome de Price Action.

Embora o nome chique, o Price Action nada mais é do que a


velha conhecida Análise Gráfica, que consiste basicamente na
análise do comportamento dos preços e dos volumes negociados
de cada ativo.

O estudo dessa técnica ao longo dos séculos nos legou


inúmeros conceitosimportantes como linhas de tendência,
canais, figuras e padrões de reversão.

Uma vez que os candles no gráfico e o volume têm um


caráter quantitativo, ou seja, são mensuráveis, os matemáticos
de plantão interessados na técnica começaram a criar uma série
de ferramentasbaseadas na análise desses dados. Surgem
então os indicadores.

A partir dos dados OHLC (Open-High-Low-Close), ou seja, preços


de abertura, máxima, mínima e fechamento, além das medidas
de volume de negócios, a imaginação humana levou à criação de
literalmente centenas de indicadores diferentes.

Médias móveis, MACD, OBV, IFR, ATR, DI+/DI- e um rosário de


siglas mais ou menos estranhas desfilam diante do trader, cada
uma delas trazendo promessas de ganhos consistentes e riqueza
rápida. Nada mais equivocado.

A análise gráfica e os indicadores que, em conjunto, formam


aquilo que é conhecido pelo nome de Análise Técnica, nada mais
são do que ferramentas que auxiliam o trader a tomar suas
decisões de compra e venda.

Faz isso a partir da atividade do mercado, ou seja, preço,


volume e interesse dos investidores. Seu objetivo é avaliar as
chances de movimentos futuros de preço e o faz baseando-se em
três pilares fundamentais:

– O preço desconta tudo, ou seja, ele é o reflexo de todos os


estudos fundamentalistas, notícias, resultados de políticas
econômicas, saúde das empresas, expectativas dos investidores e
tudo o mais que poderia afetar o preço de negociação dos ativos.

– O preço se move em tendências. Trata-se de uma ideia


estabelecida pela Teoria de Dow e facilmente observável. Os
preços deslocam-se em tendência de alta ou de baixa e,
periodicamente, realizam pequenas correções que são
provocadas pela realização de lucro dos investidores.

– A história se repete. O comportamento dos preços no


mercado reflete o comportamento dos investidores. Quem
estuda psicologia das massas sabe que o comportamento do
coletivo tende a se repetir, e o faz principalmente por estar
ligado a diversos tipos de emoções. No trading, as emoções mais
presentes são o medo e a ganância – responsáveis por muitos
erros quando não forem devidamente controlados.

A análise técnica funciona? Claro que funciona. Nenhum erro


persiste por tantos séculos sem que alguém ligasse o
desconfiômetro. Existem, obviamente, muitos críticos à técnica.
Quase a totalidade deles por duas razões: ou não conhecem a
técnica a fundo e não se dedicaram a estudá-la, ou estudaram
um pouco, fracassaram em suas tentativas (perderam dinheiro) e
ficaram com raiva por causa disso. Então, tornam-se detratores
da técnica.

O que os críticos da Análise Técnica não perceberam que


ela é apenas uma ferramenta para tomar decisões. Com ela,
escolhemos um ponto de entrada nas operações e dois pontos de
saída (um de Loss e um de Gain). Mas ela sozinha não pode fazer
muita coisa, assim como um martelo deixado em um canto é
incapaz de quebrar uma parede.

A consistência no trading está ligada ao uso da Análise Técnica


combinado à gestão financeira, de risco e ao controle psicológico
do trader, que é quem aperta o botão do mouse para comprar e
vender seus ativos.

Para aqueles que utilizam a técnica com competência e possuem


a disciplina rigorosa para executar suas operações com
critério, que têm um absoluto controle de risco, financeiro e
psicológico, o sucesso é praticamente garantido.

Se você notar, a palavra DISCIPLINA está grifada. Este talvez


seja o maior segredo do trader bem-sucedido. Essa é a parte
difícil do trading. Se quer ser bem-sucedido em sua nova
profissão, treine disciplina. Ela será a ferramenta mais valiosa
com que você poderá contar.

Tempos gráficos – a escolha é sua


Se você já manuseou uma plataforma de trading, percebeu que
algumas delas oferecem muita flexibilidade para mostrar gráficos
em quaisquer intervalos.

Desde o gráfico de ticks, em que um candle é formado a partir de


uma quantidade de negócios determinada pelo trader, até os
gráficos por tempo, é possível dispor os negócios realizados no
mercado em qualquer tempo.

Assim, você pode operar em gráficos de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...15, 17,


29, 71... ou qualquer outro tempo gráfico que imaginar. O
mercado convencionouque os tempos mais comuns são os de
1, 2, 4, 5, 10, 15, 60, 120, 240, diário, semanal e mensal, mas
você é livre para escolher qualquer outro tempo gráfico que
quiser.

A escolha recairá, obviamente, no seu perfil operacional. Se


você é um scalp trader, certamente, jamais utilizará o gráfico
de 60 minutos em suas operações, assim como, se você realizar
operações de swing trading, não fará seu trailing stop pelo
gráfico de 1 minuto. Para o scalper, gráficos de 2 e 5 minutos se
mostram bastante adequados, e para o swinger, gráficos de 60
minutos e diários oferecem melhores respostas.

A escolha também poderá ser determinada pelo tipo de


ativo que você opera. Por exemplo, o contrato futuro de índice é
um ativo bastante volátil e operações em gráficos menores do
que o de 5 minutos tendem a violinarmuito mais, o que deixa
vulneráveis as operações em que o stop é muito curto.

O fato é que, quanto menores os tempos gráficos, menos


confiáveis são os sinais da análise técnica e isso ocorre
justamente por causa dos movimentos bruscos realizados pelos
grandes player.

A prática tem mostrado que, quanto maiores os tempos gráficos,


maior a taxa de acerto da maioria dos setups. Um setup
de inside bar, por exemplo, funciona muito melhor em um
gráfico semanal do que em um gráfico de 1 minuto. Isso
acontece porque os tempos gráficos maiores têm espaço para
filtrar melhor a volatilidade dos ativos.

Ressaltamos que você é livre para escolher o tempo gráfico


que preferir, que mais de adeque ao seu jeito de operar, ao seu
emocional e à sua disponibilidade de tempo. Mas
independentemente daquilo que escolher, é fundamental que
você teste.
Faça backtests de seu setup pelo maior tempo possível. Avalie
a taxa de acerto, anote tudo em uma planilha. Gaste muitas
horas nisso – sua conta bancária irá agradecer.

Depois dos backtests, é hora de ir para uma conta demo, testar


na prática se tudo o que você definiu em seu setup funciona para
aquele tempo gráfico. Teste em outros tempos gráficos,
maiores e menores, procurando anotar tudo e calculando onde
você obtém os melhores resultados.

Somente depois disso – sim, leva bastante tempo, ninguém vira


trader em apenas um mês – você deve ir para a conta real,
operar com dinheiro de verdade. Mesmo assim, opere com o lote
mínimo, porque agora entram outras variáveis como seu
emocional (afinal, se perder, perde dinheiro de verdade).

Quando estiver confiante no funcionamento do seu setup e


satisfeito com o tempo gráfico utilizado, é hora de praticar o
gerenciamento financeiro para aumentar o tamanho de sua mão
com segurança.
Do chão ao teto

Existem muitos métodos para se fazer trading, cada um com sua taxa de
acerto. Entre eles, o Price Action talvez seja o mais desafiador e efetivo
deles. Efetivo porque é um método que se utiliza exclusivamente da
análise do comportamento dos preços e seus padrões de formação
deixados ao longo do gráfico, sem a utilização de qualquer
outro indicador.

De todos os modos de se operar graficamente, as operações


de suporte eresistência são as mais populares. Esses pontos, na maior
parte das vezes, sugerem que ali estarão se formando topos e fundos, que
poderão ser operados tanto nas reversões como nos rompimentos.

Se o objetivo de todo trader é comprar fundo e vender topo – o que


permite extrair o máximo de cada movimento –, suportes e resistências
são o caminho para atingir esse objetivo.
Claro que os stops são inevitáveis. Os mercados andam em tendência, as
tendências se revertem e isso significa que suportes e resistências
serão rompidos em algum momento. Por isso, existe a necessidade de se
manter um rígido controle de risco e gestão financeira.

Um suporte pode ser entendido como uma região onde o preço


apresenta dificuldades para ultrapassar quando está em queda. É como se
houvesse um chão ou uma rede de proteção. O preço chega por ali e fica
tentando ultrapassar, mas não consegue descer muito além daquele
ponto.

Já a resistência apresenta o mesmo conceito, só que para preços que


estão subindo. É como se houvesse um teto ou telhado que dificulta a
passagem do preço para além daquela região.

Suportes e resistências mostram ao trader até quais níveis de preço os


grandes players estão dispostos a comprar ou a vender. É uma espécie de
“daqui não passa” e, por isso mesmo, funcionam muito bem como
pontos de reversão e também como alvos para as operações.

Pontos de pivot são um bom exemplo de suportes e resistências. São


regiões em que o preço faz uma correção para depois seguir seu
movimento. Se, na volta, o preço não conseguir passar daquele ponto
de retorno, as chances são grandes dessa região se tornar um ponto de
suporte ou resistência.

Visualmente, não é difícil reconhecer essas regiões. Se você diminuir o


zoom de um gráfico a ponto de os candles ficarem tão pequenos que se
pareçam com linhas grossas e, em seguida, mover o cursor do mouse em
cruz verticalmente pela tela do seu computador, verá que, ao longo dos
zigue-zagues que o preço faz, existirão regiões em que o preço toca e
volta com certa frequência, como se houvesse uma espécie de repelente
de candle naquele lugar.

Você notará também que existirão regiões fáceis de ultrapassar e outras


bem mais difíceis. É o caso daquela resistência ou suporte em que o
preço bate uma vez, volta, e, quando chega ali novamente, ultrapassa sem
apresentar dificuldades.

Outras, contudo, se mostraram mais difíceis de serem ultrapassadas e,


todas as vezes que o preço passa por ali, acaba voltando.
Há momentos em que o preço fica, digamos, “preso” entre um suporte e
uma resistência, dando origem àquilo que denominamos congestão.

Outra característica importante dos suportes e resistências é que, uma vez


rompidos, passam a se comportar como seu oposto, ou seja, um
suporte rompido vira resistência e vice-versa.

Há traders conhecidos no mercado que vivem exclusivamente de operar


suportes e resistências. Estatisticamente, a maioria dos rompimentos
falha. Um bom suporte ou uma boa resistência resistirão a, no mínimo,
dois toques antes de serem rompidos.

Mas, uma vez ultrapassados aqueles níveis por duas ou mais vezes,
eles já não podem mais ser considerados suportes e resistências confiáveis
e, nesses casos, é preferível não operá-los mais.

A operação de suportes e resistências é um método que se mostra


bastante lucrativo e com alto índice de acerto. Para isso, é necessário
adquirir um profundo conhecimento sobre o comportamento do
mercado que será revelado através da dinâmica dos preços. Dessa forma,
Teoria de Dow, Ondas de Elliot e leitura de candles, além de uma boa dose
de vivência no mercado, poderão ser de grande valia ao trader que decide
operar topos e fundos.

Para o alto e além, ou não.


O mercado, como vimos, move-se em tendências. Essas
tendências não são sempre linhas retas ascendentes ou
descendentes. No mundo real, os preços oscilam de um modo
que, a olhos não treinados, parece mesmo que o movimento é
randômico, aleatório.

Os zigue-zagues observados no gráfico obedecem, na verdade,


padrões mais ou menos previsíveis que, se compreendidos e bem
operados, poderão ajudar a levar o trader a realizar operações
bem-sucedidas.

Como os preços oscilam de acordo com uma volatilidade que


pode ser variável, é comum a ocorrência de Stops que se
traduzem naturalmente por perdas financeiras. Devemos, então,
cuidar para que, ao tomar stop percamos pouco e, ao acertarmos
o trade, sejamos capazes de extrair o máximo que o mercado
puder oferecer.

Isso só será possível se soubermos aproveitar os movimentos


direcionaisdo preço, ou seja, se surfamos uma tendência, seja
ela de alta ou de baixa.

Para que possamos lidar adequadamente com os movimentos


direcionais dos preços, é importante estudar a natureza e a
formação de tendências. Por isso, Teoria de Dow, Ondas de Elliot
e Price Action formam o arcabouço fundamental de
conhecimentos que todo trader, sem exceção, deve construir ao
longo do tempo. O estudo constante e a prática ativa de mercado
farão com que o trader saiba extrair o máximo dos movimentos
de tendência.

Você pode começar praticando a visualização de tendências no


gráfico, mesmo com o mercado parado. De posse de uma
boa plataforma gráfica, procure identificar os mais
importantes pontos de inflexão, ou seja, os zigue-zagues
desenhados pelos candles. A partir daí, marque topos e fundos.
Perceba que, em tendências de alta, os topos e fundos
são ascendentes e, nas tendências de baixa, descendentes.
Note a força dos movimentos a partir da inclinação da tendência
no gráfico.

Em seus estudos, use as ferramentas de desenho disponíveis


na plataforma para interligar os fundos entre si (nas tendências
de alta) ou interligar os topos (nas tendências de baixa). Você
verá que os preços claramente respeitam essas linhas,
conhecidas pelo nome de LTA (Linha de Tendência de Alta)
e LTB (Linha de Tendência de Baixa).
Os zigue-zagues têm, na análise técnica um nome oficial, são
chamados Pivots (pronuncia-se pivô), que são formados a partir
de um retrocesso temporário na tendência principal. Assim, em
uma tendência de alta, os preços fazem uma breve
reversão para baixo (contrária ao movimento anterior,
conhecida pelo nome de pullback), para depois reverterem
novamente em direção à tendência de alta original,
ultrapassando o topo anterior. O raciocínio inverso se aplica
também aos movimentos de baixa.

Outro fato que poderá ser observado é que os conceitos


de suporte eresistência também se aplicam às tendências.
Se ligarmos os topos ou os fundos por uma linha desenhada no
gráfico, veremos que essas formam pontos de suporte e de
resistência, que, se reconhecidos, poderão gerar ótimas
oportunidades de trading.

Os suportes e resistências formados por linhas de tendência


podem combinar-se originando canais de alta ou de baixa,
movimento bastante comum que pode ocorrer em todos os
tempos gráficos

Quando o buraco é mais em


baixo... ou em cima
Ao observarmos um gráfico, poderemos notar que, eventualmente,
surgem espaços vazios entre os candles. Às vezes, são grandes espaços,
outras vezes, são muito pequenos, mas todos eles demonstram
a ausência de negociação ou, de outra forma, de interesse dos
compradores e vendedores em negociar um ativo em determinada faixa de
preço.

Os gaps normalmente ocorrem entre o fechamento do mercado de um dia


e sua abertura no dia seguinte, mas são também encontrados durante o
pregão.

Muitos eventos podem causar um gap, como, por exemplo, uma notícia
ou decisão governamental que aconteça depois que o mercado de ações
fechou naquele dia. Então, no dia seguinte, o ativo começa a ser
negociado a um preço distante do preço de fechamento anterior.

Cria-se, então, uma lacuna ou intervalo de preços, evidenciando que algo


importante aconteceu com os fundamentos daquele ativo ou com a
psicologia dos investidores que o acompanhavam.

É bastante comum que gaps, em sua maioria, sejam fechados. Isso


significa que, em algum momento em um futuro próximo ou distante, os
preços voltarão àqueles patamares e completarão o intervalo deixado
sem negociação, como se aquilo fosse uma pendência a ser resolvida. Os
gaps podem ser de quatro tipos:

Gap de área – é o tipo mais comum de gap. Ocorre no meio de zonas de


congestão e não traz maiores implicações ao trading, sendo rapidamente
fechados.

Gap de fuga – ocorre geralmente no rompimento de uma congestão ou


de uma figura. Se houver aumento do volume em sua formação, isso
tornará o gap mais confiável.
Gap de continuação – depois de se iniciar um forte movimento de alta
ou de queda, o gap de continuação, embora mais raro, pode acontecer
para evidenciar a disposição dos investidores em alcançar novos
patamares de preço.

Gap de exaustão – é aquele que ocorre no final de um movimento de


alta ou de baixa. Indicando esgotamento da tendência anterior, será
rapidamente fechado pela reversão dos preços.

Há ainda um tipo especial de formação de gap chamado Ilha de


Reversão. Figura clássica, ocorre quando um ou mais candles separam-
se completamente da tendência anterior para, em seguida, haver uma
forte reversão que se iniciará com outro gap, mas, como os preços, em
sentido contrário, Assim, por exemplo, se a ilha de reversão ocorre em
uma tendência de alta, ela ficará isolada por um gap de exaustão que a
antecede e um gap de fuga para baixo, que a sucede.
Indicadores
Técnicos: Rastreadores e
Osciladores
Indicadores – não têm esse nome à toa
Como você já viu ao longo desse curso, tudo começou com
a análise gráfica. Bastava saber interpretar a disposição e o
formato dos candles na tela para compreender as intenções e a
disposição do mercado.

Percebeu-se, então, que o volume poderia indicar a força dos


movimentos – este talvez tenha sido o primeiro indicador que
existiu.

A partir daí, traders e matemáticos interessados no mercado


financeiro começaram a criar ferramentas auxiliares que
pudessem indicar, no gráfico, pontos de compra e venda mais
favoráveis. Surgiam assim os primeiros indicadores.

Com o desenvolvimento dessa especialização – que mais tarde


veio a se chamar análise técnica (que é a análise gráfica acrescida
de indicadores) – essas ferramentas puderam ser divididas em
categorias.

Temos atualmente três grandes categorias de indicadores:


os rastreadores, excelentes para quem opera tendência;
os osciladores, que são mais adequados para se operar
mercados em congestão e os indicadores de volatilidade, ideais
para captar rompimentos.

A seguir você verá os indicadores mais importantes utilizados na


análise técnica.
Médias Móveis
De todos os indicadores rastreadores de tendência, as
médias móveis são as mais populares e, por isso, as mais
utilizadas em todo o mundo. A construção desse indicador
baseia-se no cálculo da média de preços nos últimos períodos.

Existem, obviamente, diversas formas de se fazer esse cálculo.


Ele pode ser feito com base na média aritmética, na qual, por
exemplo, são somados os valores de fechamento dos preços nos
últimos “n” períodos e o resultado da soma é dividido por “n”.
Pode-se ainda atribuir pesos maiores aos preços mais recentes,
ou aos mais antigos e assim por diante. Além disso, o cálculo
poderá ser realizado a partir dos preços de abertura, máximo ou
mínimo.

Independentemente da forma de cálculo, as médias


são intensamente utilizadas nas operações de compra e
venda de ativos por oferecerem uma indicação visual relativa a
respeito do posicionamento dos preços e sua direção mais
provável.

Um exemplo clássico é a média móvel de 9 períodos, que indica


com bastante precisão a mudança de tendência do preço de um
determinado ativo.

Talvez a utilização mais conhecida desse indicador seja realizar


operações a partir do cruzamento de duas médias móveis: uma
curta e uma longa. De fácil identificação visual, as entradas
ocorrem quando a média móvel curta cruza a média móvel
longa para cima, indicando compra, ou para baixo, indicando
venda.
HiLo

Versátil, o HiLo Activator funciona muito bem em todos os


tempos gráficos, em diversas estratégias, além de ser uma
ferramenta de fácil compreensão, operação e visualização.

Embora tenhamos nos acostumados ao seu aspecto visual em


forma de degraus – o que o tornou conhecido como “indicador
escadinha” – ele nada mais é do que o resultado
do cruzamento de duas médias móveis de mesmo período,
calculadas sobre as médias das máximas e das mínimas dos
preços, sendo que uma dessas médias está deslocada da outra a
um intervalo determinado.

Inovador, portanto, não é o cruzamento de médias em si, mas a


combinação desse cruzamento com o deslocamento relativo
entre as duas curvas atrelado à base de cálculo das médias
móveis que compõe o indicador.
Por ser construído a partir de médias móveis, o HiLo pertence à
categoria dos rastreadores de tendência e se presta muito
bem a operações seguidoras de tendência em todos os tempos
gráficos.

Seu uso mais conhecido é como uma ferramenta auxiliar para o


trader definir pontos de stop.

No entanto, ele se presta muito bem como indicador de


entradas para operações seguidoras de tendência. Sua
operação é bastante simples: preços acima do HiLo indicam
modo compra e, ao contrário, preços abaixo do HiLo, indicam o
modo venda.
IFR

O IFR (Índice de Força Relativa) é um indicador do


tipo oscilador. Isso significa que ele mede a intensidade da
variação do preço em um determinado período, indicando essa
variação em uma escala entre 0 e 100.
Assim, valores próximos de zero indicam que os preços do ativo
estariam sobrevendidos, e valores próximos de 100 indicariam
preços sobrecomprados. Entretanto, a ressalva que se faz é
que esse indicador funciona muito bem em mercados
lateralizados.

A característica de um mercado lateralizado é que os preços


oscilam dentro de um intervalo, daí a utilização de um indicador
do tipo Oscilador para medir o comportamento do preço dentro
dos limites daquele intervalo.

Por essa razão, o IFR não é um indicador apropriado para


movimentos em tendência já que, nela, os preços não
oscilam dentro de um intervalo, mas caminham de forma
direcional.
Bandas de Bollinger

Na década de 1980, John Bollinger, um analista financeiro


norte-americano que até hoje publica análises dos mercados
financeiros dos EUA criou este importante indicador que leva seu
nome.

Baseado na volatilidade dos preços, Bollinger entendeu que o


preço frequentemente se afasta de sua média para a ela depois
retornar. Mais do que isso, ao afastar-se, o preço desloca-se
dentro de um desvio padrão. Com isso, é possível determinar
visualmente a volatilidade do ativo.

O indicador é composto por três curvas desenhadas no gráfico


relativamente ao preço do ativo. A curva central é uma
média móvel simples, geralmente de 20 ou 21 períodos.
Acima e abaixo dela, são plotadas no gráfico mais duas
bandas cuja posição é determinada por um desvio padrão em
relação à média móvel central.

Tanto a banda central quanto o desvio padrão que servem de


base para a construção das bandas podem ser ajustados pelo
usuário para que o indicador adeque-se aos seus propósitos.

As Bandas de Bollinger oferecem importantes


indicações sobre o comportamento do preço. Elas poderão
indicar, por exemplo, que os preços afastaram-se
demasiadamente das médias, devendo a elas retornar,
possibilitando as operações de retorno à média.

Bandas muito próximas da média central fornecerão um


indicador seguro de períodos de congestão, facilitando a
execução de trades de rompimento.
Combinações com outras Técnicas
Quando no mar, faça como os tubarões.

Quando dissemos que os preços descontam tudo, referimo-nos –


obviamente – à análise gráfica. Tudo o que um candle mostra sintetiza a
soma do conhecimento e das expectativas de todos os operadores do
mercado. Muitos desses operadores – a maioria, aliás –
são grandesempresas gestoras de fundos, grandes bancos, players
internacionais que sabem muito bem o que estão fazendo.

Esses grandes são chamados de tubarões. E nós, as sardinhas. Tubarões


comem sardinhas. Entretanto, há um peixe que o tubarão gosta muito –
não para comer, obviamente. São as rêmoras. Se você olhar para
qualquer filme que mostra tubarões em atividade, notará que eles
invariavelmente estão cercados por peixes de pequeno porte que ficam
ali nadando juntocom os tubarões.

Notará também mais duas coisas: a primeira é que tubarões não


comem rêmoras. Elas são úteis porque fazem a limpeza dos tubarões.
São elas que limpam seus dentes do resto de comida (você sabe como é
chato ficar com um pedaço de bife enganchado no seu pré-molar).

A outra coisa que notará é que a rêmora fica junto dos tubarõe s
justamente na hora em que eles vão comer. Elas são espertas – sabem
que onde há tubarões, há comida.

Isso trás para nós, traders, duas lições importantes:

Lição número 1: não queira lutar contra os grandes players – você será
jantado sem dó, nem piedade. É mais esperto ir junto com eles e fazer o
que eles estão fazendo.

Lição número 2: vá somente na hora da "bóia". Traduzindo para o nosso


mercado, só entre quando tiver fluxo. Você certamente conhece muita
gente que perdeu um monte de dinheiro insistindo em operar em um dia
de feriado nos EUA e na China.

E como fazer para ser como um tubarão?

Bem, os tubarões sabem onde a comida está, a que horas ela aparece
(ou onde ir encontrá-la) e que estratégias são as mais efetivas para
capturar a comida de que necessitam.

Faça o mesmo! Para fazer isso, você precisa se municiar


de informaçõesque mostrem onde e quando os grandes
fluxos acontecem Se você opera swing trading, acompanhe os
fundamentos das empresas para saber se os investidores estão em fluxo
comprador ou vendedor em relação àquela empresa.

Mas, se você opera futuros financeiros como índice, dólar e juros, deverá
acompanhar todos os movimentos de mercados correlacionados para
detectar momentos de fluxo. Notícias também influenciam muito os
movimentos desses mercados.

Se você opera agrícolas, acabará se tornando um especialista em


previsão do tempo, em políticas econômicas e fluxos na bolsa de Chicago.
Municiando-se de notícias e do calendário econômico, estará sendo
como o tubarão que sabe exatamente onde e como a comida aparece.

Você também pode gostar